Quem É Você? escrita por Amanda Cunha


Capítulo 7
O Vício Descomedido




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Sei que vícios por si só são descomedidos.

Porém se o título fosse apenas “O Vício” seria um título muito sem graça.

Eu me lembro com clareza daquela noite. Pode parecer clichê ou mesmo inusitadamente romântico, mas me lembro perfeitamente como ela sorriu com meu pedido, os olhos brilhando. E então, ao invés de me responder adequadamente ou me beijar, apenas disse:

– Isso depende.

– Depende de quê? – eu não estava acreditando.

– Da sua capacidade de nos tirar daqui.

– Por que não podemos... – eu balancei os braços, mostrando que tínhamos uma cama grande e confortável ali. – Ficar aqui?

– Porque todos esperam que nós façamos exatamente isso. – ela disse, ficando vermelha.

– Ficar aqui?

– Não, bobo. Sexo.

Eu estava realmente impressionado.

– Então, você pretende...?

– Não aqui.

– Isso quer dizer que... – eu tossi, tentando não demonstrar meu nervosismo. – Quando sairmos daqui, nós...

Ela riu. Obviamente, meu nervosismo não passara despercebido.

– Se você conseguir nos tirar daqui.

– Hum... Que tal usarmos a porta?

Ela pareceu sem graça. Tinha acabado de dizer tudo aquilo sobre sexo, e que aceitaria meu pedido... E que, não só aceitaria, como passaria a noite comigo... E agora estava assim?

– Na verdade, se nós sairmos por aquela porta, provavelmente seremos pegos.

– Pegos?

– Sim, pelos meus amigos... E pelos amigos deles... E pelos amigos dos amigos deles.

– E daí? – juro, eu não estava entendendo. - Acho que consigo lidar com eles.

– Mas eles vão fazer perguntas.

– Eu me recuso a responder.

– Vão fazer perguntas horríveis.

– O que pode ser mais horrível do que estar trancado num quarto com você sem poder te tocar?

– Quando virem que não fizemos nada, eles vão nos trancar aqui dentro.

– Ótimo. – eu me aproximei dela e segurei sua cintura. – O que acha de aproveitarmos isso?

Ela fez uma careta.

– Eu não vou fazer amor com você aqui, com todos escutando atrás da porta.

– Eles fazem mesmo isso?

– Espiar? Eu não duvidaria que estivéssemos sendo gravados.

Dessa vez, fui eu que fiz a careta.

– Eles não são seus amigos... São perseguidores profissionais.

Ela gargalhou.

– Desculpa.

Eu apenas balancei a cabeça, pensando em quanto tempo mais eu conseguiria ficar ali sem agarra-la.

– O que você sugere, então?

– A janela.

Eu estava entendendo o que ela queria: Que eu abrisse a janela do segundo andar e pulasse, levando comigo uma garota cega no colo. Fácil.

Mas foi exatamente isso o que eu fiz. Abri a janela, verifiquei a altura e as possíveis formas de escalar.

– Podemos fazer mágica aqui? – perguntei.

– Nós podemos sempre fazer mágica. Mas não seria tão divertido.

Divertido?

– Você está querendo nos matar... – então fui até ela e a puxei para perto da janela. – Eu gostaria muito que você pudesse ver a altura disso.

– Está com medo, Alex Villard?

Draco Malfoy não tinha medo algum. Porém, talvez o Alex pudesse ter um pouco sim...

Então, numa mistura das duas personalidades, eu a segurei no colo, erguendo-a do chão. E me aproximei do parapeito.

Senti uma forte tontura quando o vento do lado de fora nos alcançou e eu não soube dizer se era pela altura ou pelo cheiro inebriante de morango dos cabelos dela.

– Talvez... Um pequeno feitiço não seja nada mal...

Sem hesitar, livrei uma das mãos e fiz um feitiço de levitação. Com cuidado, flutuamos até o gramado.

– Estamos seguros? – ela me perguntou, agarrando-se mais ao meu pescoço.

– Agora sim. – murmurei e assim que olhei para trás, vi que havia uma multidão saindo da casa.

Atrás de nós.

– Gina.

– O que?

– Eles estão vindo.

– Quem?

– Seus amigos psicopatas.

– O que você acha de correr agora?

– Uma ótima ideia. – então a coloquei no chão, segurei sua mão e parti em disparada.

Assim que entramos no carro, eu dei partida e voamos para longe dali.

Quando estávamos finalmente seguros, vi que Gina gargalhava.

– Ah, claro... Isso é realmente engraçado... – eu zombei, mas tive que me calar quando tocou minha orelha com os lábios.

– Isso me deixou realmente excitada.

Acelerei o carro e assim que parei em frente ao hotel, nos aparatei para o meu quarto.

– Onde estamos? – ela perguntou, mas eu a beijei com intensidade, colando o seu corpo no meu.

Pude sentir as pequenas mãos puxando a minha camisa de dentro da calça e se enfiando por baixo, sobre meu abdômen.

Então, separei nossos lábios e tracei um caminho de beijos por todo o pescoço, enquanto afundava a mão sobre os cabelos macios e cheirosos... Até encontrar o laço que segurava a sua blusa atrás do pescoço.

Desfiz o laço e a blusa escorregou até sua cintura, revelando, para a minha surpresa, seus seios nus e lindos.

Eu jamais achara que não encontrar sutiãs por baixo da blusa fosse algo tão... Excitante.

Através da luz que vinha do lado de fora, passando pela parede de vidro do quarto, vi que ela estava corada.

E então lembrei que eu era um dos únicos dois homens que haviam a visto assim. E entendi que tudo aquilo era mais especial para ela do que eu podia imaginar.

– Gina... Eu quero te fazer uma pergunta.

Ela se encolheu levemente:

– Pode fazer.

– Você tem certeza de que quer ficar comigo?

– Por quê? Você tem dúvidas?

Eu segurei sua mão com firmeza.

– Nenhuma. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci, e eu não estou falando isso para que você aceite. Mas, eu realmente gostaria que você me dissesse a verdade, porque eu acho que, quando eu começar a te tocar, não vou mais conseguir parar.

Gina segurou minha outra mão e aproximou a boca da minha:

– Eu quero ficar com você... Hoje, e para sempre.

E com uma segurança desmedida, ela guiou minha mão até um de seus seios.

Estava quente e intumescido... Ergui a outra mão para tocar o outro seio e observei Gina fechar os olhos e deixar um suspiro escapar entre os lábios, enquanto eu a acariciava.

Descendo a mão até sua barriga, encontrei o fecho da caixa e brinquei um pouco com ele, fingindo dificuldade para abrir.

– Você precisa de mágica para isso também? – ela brincou.

– Há-há. Engraçadinha... – comentei e finalmente abri a calça, puxando-a para baixo.

Gina quase caiu com o movimento, se não tivesse agarrado meus ombros.

– Ela é... Um pouquinho justa.

– Não consigo imaginar como isso pode ser confortável... Mas é bonita. – comentei, e beijei seu braço.

Ela sorriu e eu achei que morreria com tanta ternura.

Terminando de tirar suas calças, vi que ela fez menção de tirar as minhas roupas.

– Não. – murmurei. – Agora não.

– Por quê?

Puxando-a para o meu colo, apenas com uma única peça de roupa – a calcinha – eu a levei para o quarto.

– Tenho outros planos.

– Ah, é? – ela pareceu curiosa.

– Você logo vai descobrir. – comentei e a deitei em minha cama.

Gina tateou o colchão, surpresa.

– Estamos na sua cama?

– Sim... – eu a observei, deitada sobre os lençóis brancos... Os cabelos vermelhos espalhados no travesseiro e o corpo perfeito se movendo com certa... Ansiedade.

Eu me aproximei dela, segurando meu peso acima do seu corpo e aproximando os rostos:

– Você está na minha cama, quase completamente nua... E linda.

Os olhos dela brilharam e, com rapidez, ela conseguiu agarrar meus cabelos e me beijar. O beijo mais delicioso do mundo...

Puxando minha camisa para cima, eu deixei que ela a tirasse. Quando procurou por minhas calças, segurei suas mãos.

– Ainda não...

– Mas...

– Como eu disse... – sussurrei em seu ouvido e mordisquei o lóbulo. – Tenho outros planos.

– Que planos? – ela disse, arqueando o corpo em minha direção.

– Deixar você completamente molhada.

– Mas eu já estou!

Nesse momento, eu tive que usar todo o meu autocontrole para me impedir de esquecer todo o plano e penetra-la com todo o desejo do mundo.

Mas não era qualquer mulher... Em qualquer noite...

Era uma noite especial. E eu tinha nos braços a mais linda e preciosa criatura... Que talvez, sem que eu percebesse, importasse mais do que eu jamais imaginara que alguém pudesse importar.

Com um carinho que eu não sabia ter, a beijei nos lábios.

– Você é muito apressada, sabia? – brinquei.

– E você é muito dominador, sabia?

– Só para o seu prazer...

Gina sorriu e me beijou de volta, acariciando meu pescoço.

Assim que terminou, ela posicionou os braços ao lado da cabeça, indicando que eu tinha o caminho livre.

Apenas para me lembrar de que a aceitação e a liberdade eram caminhos melhores do que a dominação e a submissão.

Distraindo-a beijando cada um dos dedos de sua mão, comecei a puxar sua calcinha para baixo. Em pouco tempo, eu a tinha nua em meus braços.

Mas não me atrevi a olhá-la por completo. Era bem provável que a minha sanidade fosse embora de vez. Então, me pus a beijar sua mão, pulso, braço... Subindo até os ombros, e repeti o mesmo processo do outro lado.

Podia ouvi-la arfar e me guiar para o seu corpo, pedindo que eu fosse mais longe.

Então, desci para os pés, tornozelo, joelhos... Coxas. Assim que alcancei a parte interna das coxas, beijando e acariciando, Gina arqueou o corpo.

– Calma, ruivinha...

– Eu não posso evitar.

Eu sorri. Além de delicioso, era realmente divertido fazer amor com ela.

– As coisas ainda vão piorar.

– Ah, Merlim... Você vai me enlouquecer de vez.

– Isso se você não me enlouquecer primeiro.

E dizendo isso, toquei seu nariz com o meu.

– Você está de volta... – ela disse e eu a beijei.

– Não por muito tempo.

E então, busquei seus seios com os lábios.

Gina deixou um gemido excitante escapar, o que me deu mais vontade ainda de beijar sua pele macia e firme.

Ela acariciou meus cabelos enquanto eu descia por sua barriga, fazendo cócegas nas laterais e brincando com seu umbigo.

Vale ressaltar que nesse momento, Gina riu e me empurrou diversas vezes. Sem contar a joelhada no queixo que eu quase levei.

– Eu sou como um brinquedo pra você, não é?

Eu a encarei por um instante e me aproveitei do fato de que ela não podia me ver.

Abrindo levemente as suas pernas, afundei os lábios na sua parte mais íntima.

Gina jogou a cabeça para trás e abriu completamente as pernas, em resposta.

E então, enquanto eu fazia tudo o que sabia para dar mais prazer a ela, conclui que nunca, em toda a minha grandiosa vida, eu tinha ficado tanto tempo na cama com uma mulher sem chegar à minha liberação. Sem me importar em agir para o meu próprio prazer. E agora eu estava descobrindo que dar prazer à Gina Weasley poderia sim ser a coisa mais prazerosa do mundo para mim.

Percebendo que ela estava quase chegando lá, agarrei suas pernas para que parassem de mexer e eu pudesse agir melhor.

– Eu quero você dentro de mim. – ela disse.

E não precisaria falar duas vezes.

Com toda a rapidez, tirei as calças, e com o máximo de cuidado que eu poderia ter, me encaixei entre suas coxas e afundei dentro dela.

Talvez, se a Gina não tivesse gemido de maneira tão perfeita, e se não tivesse apertado minhas costas e, principalmente, se não tivesse me puxado para o beijo mais excitante do mundo, eu teria conseguido prolongar aquele momento.

Mas não.

Nos movendo em sintonia, naquele instante em que eu não sabia mais definir qual era o meu corpo e qual era o dela, senti como se todas as luzes tivessem se apagado e reacendido novamente.

E a forte onda de prazer nos alcançou.

Naquele momento, eu tive certeza de duas coisas.

Uma: Eu nunca presenciara um orgasmo feminino antes. Elas haviam fingido, com certeza. Mas eu jamais soubera que elas se moviam daquela maneira – como se uma força eletrizante alcançasse todas as parte do corpo.

Duas: Não era eu que tinha entrado dentro da Gina Weasley esta noite, por mais horrível que dizer isso possa parecer. Era ela que acabara de, inevitavelmente, alcançar o ponto mais íntimo do meu ser.

E eu não queria mesmo rimar isso.

Assim que me afastei dela, Gina agarrou meu braço.

– Você está bem?

– Não era eu que devia estar perguntando isso?

– Eu não sigo roteiros à risca, sabia?

– Muito bom saber disso. – eu me aproximei novamente e envolvi sua cintura, sentindo sua pele se arrepiar. – O que você acha de um banho?

Ela arregalou os olhos:

– Você está dizendo que eu estou cheirando mal?

Encostei o nariz em seu pescoço:

– Maravilhosamente bem, na verdade. Estou te convidando para tomar banho comigo.

Ela apenas sorriu e foi o suficiente para que eu a arrancasse da cama e a levasse para mais um momento inevitável de nós dois.

Eu sei que estou parecendo um cara romântico e desconsolado. Mas não posso dizer que é diferente. Não quando todas essas lembranças vêm à tona, o que acontece praticamente toda hora.

No dia seguinte, quando Gina acordou, saímos para tomar café numa excelente confeitaria.

Li o cardápio para ela durante uns quinze minutos, e quando ela finalmente decidiu, pedi todas as opções que ela havia cogitado. O que aconteceu foi que o garçom teve que juntar outra mesa para caber tudo. E, depois de brigar comigo por mais quinze minutos, ela admitiu que tudo estava uma delícia.

Depois fomos passear no parque. Não era meio passeio favorito. Na verdade, eu já imaginava que seria o passeio mais calorento e insuportável da minha vida. Porém, ao vê-la se aproximar do lago, tirar a boina e colorir a luz do sol com seus cabelos, eu realmente me esqueci disso.

Passamos o resto do dia e da noite no hotel. Por insistência minha, que usei todo o meu poder de persuasão e argumentativo para clarear que a melhor opção estava em tê-la nos braços o máximo de tempo possível. E ela pareceu realmente gostar disso porque, assim que entramos em casa, a primeira coisa que fez foi tirar toda a sua roupa e se jogar em minha cama.

O domingo foi igualzinho. Exceto pelo fato de que resolvemos sair para jantar a beira mar.

Na segunda, levei Gina para a faculdade. E depois a peguei para almoçar. E fiquei entediado a tarde toda, picando papéis dos anúncios de imobiliários enquanto esperava ansiosamente a sua saída das aulas da tarde.

Assim que ela atravessou os portões da Accademia, eu a puxei e a prensei na parede.

– Eu poderia ter te estuporado bem agora. – ela disse.

– Você não faria isso.

– Se fosse outra pessoa, com certeza faria.

– Você é boa demais.

– Você que pensa. – eu ri. - Estava esperando por mim? – ela me perguntou.

– Na verdade, eu estava passando, então...

Ela fez uma careta.

– Sei.

E então a levei direto para o meu quarto.

A semana toda foi bem parecida. Não era minha culpa se a sua rotina era tão repetitiva. Apesar de que rotina repetitiva na cama parecia como... Uma novidade a cada dia.

A outra semana foi ainda melhor. E a outra, e a outra também.

Na quarta semana, passei por uma greve excruciante. Era a semana de entrega de trabalhos e Gina decidiu que se ficasse comigo, não teria concentração para mais nada. É claro... Eu conseguia entender. Com um homem lindo como eu nas mãos, ela acabaria zerando todos os trabalhos.

Porém, a sua ideia de passar 24 horas trabalhando foi um acinte!

No terceiro dia de greve, disquei o seu número. Após sete chamadas, ela finalmente atendeu.

– Oi.

– Sou eu.

– Oi. – ela respondeu.

– Como estão as coisas?

– Hum... Estou escrevendo.

– Achei que você fizesse faculdade de artes.

Ela riu:

– O que significa que além dos textos, ainda tenho que produzir algumas mini esculturas.

– Eu poderia ajudar.

– Ah... Acho melhor não.

– O quê? Você sabe que eu sei bastante coisa sobre o assunto.

– Acho que prefiro me virar sozinha.

– Você é insuportável.

Ela gargalhou. Não sei por quê. Eu estava falando sério.

– Alguma hora você ia perceber. Vou desligar.

E mais uma noite de intensa relação entre eu e minha mão se seguiu.

Na noite seguinte, decidi agir.

– Alô. – Gina atendeu.

– Você já jantou hoje?

– O que você está tramando, Alex?

– Nossa... Estou aqui preocupado, querendo saber do seu bem estar... Que educação, hein?

– Não é falta de educação, é a minha intuição, na verdade. Mas ok. Eu ainda não jantei, se você quer saber.

– Ótimo. Então vem abrir a porta, porque a pizza vai esfriar.

Ela ficou muda do outro lado linha. Depois, praguejou:

– Eu não acredito nisso, Alex...

E então, desligando o telefone, ela apareceu na porta.

– Oi. – eu disse, e ela fez uma careta.

Então entrei, me aproximei e dei um rápido selinho em seus lábios.

– Mas quanta felicidade em me ver. – zombei.

– Você é um cafajeste.

Eu apenas ri. Já sabia que Gina Weasley era brava. Desde os tempos de Hogwarts. Já sabia que seu potencial destrutivo era enorme também. Mas eu gostava de brincar com fogo.

– Vai lá fazer o seu trabalho. Pode deixar... Eu sirvo a pizza.

Ela apenas rosnou. Rosnou. De verdade.

E então voltou batendo o pé até sua longa escrivaninha. E sem esbarrar em nada. Às vezes, eu acreditava que ela pudesse ver.

Fui até a cozinha, peguei a varinha e em um passe de mágica, pratos e talheres estavam a postos. Ainda com feitiços, coloquei os pedaços de pizza nos pratos.

Accio taças!

E nada aconteceu. Repeti o feitiço, e nada.

Então me dei conta que ela, muito provavelmente, não tinha taças de vinho ali.

Ok. Havia uma primeira vez para tudo. No caso, essa seria primeira vez que, muito a contra gosto, eu teria que beber vinho em copo comum.

Mas tudo bem. Nada poderia ser pior do que jantar outra noite sozinho.

Pegando os copos, levei tudo para a mesa da sala.

– Está pronto. – anunciei.

Gina nem se moveu.

Aproveitei para servir o vinho.

– Você trouxe vinho? – ela perguntou.

– Claro. – ela sentia o cheiro de longe. – Não vai me acompanhar?

Ela não respondeu.

– Vai esfriar. – comentei.

Nada adiantou. Comecei a ficar impaciente.

Bebi alguns goles de vinho e fiquei a observando. Ela escrevia seu trabalho como se eu nem estivesse ali.

Que prepotência!

Então, decidi comer sem ela. Comi o primeiro pedaço, depois o segundo. E ela nem se virou.

Continuava vidrada naquele texto. O que seria de tão interessante?

Observando-a atentamente, vi que usava uma blusa larga que deixava um dos ombros a mostra, apenas coberto por uns fios de cabelo que escapavam do coque malfeito.

Simplesmente irresistível.

Aproximando-me silenciosamente, desabotoei a camisa. Se eu tivesse cuidado, talvez ela não me ouvisse. Afinal, estava tão concentrada...

Assim que cheguei perto o suficiente, a abracei por trás.

– Ei! – ela reclamou e tentou se livrar de mim.

Porém, obviamente eu era mais forte.

– Você não acha mesmo que vai conseguir me ignorar a noite toda, acha? – eu falei no seu ouvido.

Gina continuou a fazer força.

– Eu tenho um trabalho para terminar!

E enfiei as mãos por debaixo da sua blusa.

– E você vai poder terminar o seu trabalho. Assim que me der um beijo e comer alguma coisa.

– E você acha mesmo que eu vou te obedecer?

Eu sorri. Estava na hora de ganhar o jogo.

Sem que ela esperasse, a virei sobre minhas pernas e a beijei com toda força. Uma de minhas mãos procurou seus seios sobre o sutiã, enquanto a outra segurava sua cabeça para que ela não escapasse.

Logo, logo, percebi que a resistência diminuía e que ela me beijava de volta.

Ah, mas que saudade daquela pele... E daquele beijo... Daquele gosto.

Gina fincou as unhas no meu pescoço de maneira realmente excitante.

E apertou mais e mais... Até arrancar sangue!

– Ei! – eu a empurrei, tentando me livrar das suas... Garras.

– Isso é pela interrupção! – ela disse, e depois me apertou. Na parte mais sensível de um homem. E, naquele caso, a mais dolorosa. – E isso é pelo assédio!

Eu me encolhi no chão, sentindo uma dor excruciante. Para quê a maldição Crucio, quando se havia chutes no saco?

Fiquei no chão durante uma eternidade, sentindo aquela dor. Até que ela começou a diminuir...

Gina estava ao meu lado, me analisando:

– Me desculpe. Eu não imaginava que doeria tanto... Eu... Eu só queria.

– Me matar.

– É... – ela pareceu confusa. – Não! É que você me agarrou!

– Gina... Nós não nos vemos... Há dias.

– Quatro dias.

– E isso não é muito?

– Alex. Quatro dias! Não é possível que você não consiga ficar sem sexo por quatro dias!

– Sexo? – ergui as costas, sentando-me e olhando para ela. – Eu não consigo ficar sem você por quatro dias!

Eu não sei quem estava mais surpreso com a minha declaração: eu ou ela.

Porém, quando eu vi, havia lágrimas em seus olhos.

– Você... Você realmente gosta tanto assim de mim?

Ela estava ficando louca? Devia ser aquela greve mesmo, que estava afetando seus neurônios.

– Gina, eu estou completamente apaixonado por você.

Ela sorriu. O sorriso mais lindo de todos.

E então se pendurou em mim e me beijou.

Cair de costas no chão duro nunca me gerara uma sensação tão boa. Porque eu tinha Gina Weasley nos meus braços de volta, finalmente.

E eu posso dizer que estava realmente feliz com isso. Principalmente quando ela arrancou todas as nossas roupas e me beijou com ardor.

– Apenas... Tome cuidado com ele, ok? – eu murmurei, sentindo suas mãos se aproximarem do pobre acidentado.

Ela riu.

– Posso dar um beijinho para passar.

E então me fez o homem mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Oi! Esse capítulo veio rapidinho, né? Espero que tenham gostado!
Ádria: Se não fosse por você, eu provavelmente estaria bem desestimulada a continuar escrevendo! Obrigada pelos comentários! É maravilhoso chegar aqui e ver que você está lendo e gostando!

Bom, a mais, tenho algumas boas notícias!
Estou de férias! Bom, era de se esperar, já que estamos no dia 17 de dezembro (já??) e eu sou professora, né? E o que férias significam? Que terei muito mais tempo para me dedicar à fic! E já estou adorando isso... Pretendo postar um capítulo a cada semana e, se tudo der certo, a fic estará terminada no final de janeiro, ou início de fevereiro! Até porque, acabamos de chegar no "meio" dela! Não em termos de números de capítulos, mas no sentido da história mesmo... Isso é, se eu não enlouquecer e decidir mudar tudo... hehehe.

Beijos e obrigada por me permitirem compartilhar minhas palavras com vocês!

Amanda Cunha



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