A Quebradora De Corações e o Capitão America escrita por LadyStormborn


Capítulo 12
Revelações sob a luz das estrelas


Notas iniciais do capítulo

* Gente eu preciso de uma co-autor urgente! Se alguem estiver disposto é só me mandar uma MP pra tratarmos sobre o assunto.
*Se tiver alguma reclamação sobre a fic ou dica pode mandar que eu estarei sempre a ouvidos. Tanto porque essa é uma fic apenas para divertimento de vocês e eu quero entregar o melhor.



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Andava por um corredor enorme, que parecia não ter fim. Suas paredes eram de ouro puro e cintilava tão forte que incomodava meus olhos. Nunca existe naquele lugar antes, embora minha mente insistia que era conhecido, como posso conhecer um lugar e desconhecê-lo ao mesmo tempo?

O corredor vazio finalmente acabou e me levou a uma grande sala; pilares enormes estavam erguidos, o piso era em tons diferentes de branco, parecia alguns serem mais claros, outros escuros, suas paredes eram no tom cinza e aparentava a ser um lugar frio e ao centro se encontrava um trono de ouro, ele era grande e detalhado, me fazia lembrar aqueles tronos das “Crônicas de Narnia”. Eu definitivamente nunca havia conhecido algo assim, tão sofisticado, tão magnífico, tão mágico...

–Eu sei, isso daqui é o que os humanos chamam de “paraíso”. – Lilith passou por mim alisando minhas costas. Eu ainda não estava acostumada à vela da mesma forma como eu, quando penso demais nisso começo a duvidar que isso não seja alguma invenção da minha cabeça, que não seja apenas um delírio de uma mente perturbada.

–Você ainda não acredita que eu seja real? Depois de todos esses anos? – Perguntou em um tom indignado e quase ofendido enquanto se sentava no trono.

–Se estivesse no meu lugar se sentiria da mesma forma. – Respondi ainda observando a paisagem a minha volta.

–Querida, se eu estivesse no seu lugar acharia isso um parque de diversões comparado a sua preciosa Terra.

–Aonde estamos? – Percebi que seu vestido era bem diferente da era em que a Terra estava, era aqueles vestidos perfeitos do século XII, o tom era em verde esmeralda que se misturava em detalhes em um tom mais escuro do verde. Seu cabelo (que era o meu) estava em grandes cachos que desciam envolta da grande coroa dourada que ela usava.

–Estamos no meu reino. O reino que já foi esquecido pelos deuses e seres da grande arvore do mundo, uma historia chata e entediante pra mim te contar quando você está dormindo.

–Então não sai do meu quarto?

–Só na sua mente. E lembre-se que o quarto e de Steve, não seu.

–Qual é o seu problema com ele? – Cruzei os braços, irritada, já e a segunda vez em que conversamos que ela fala dele com uma voz de nojo.

–Eu apenas não gosto do modo como não está sendo você mesma quando está com ele.

–Eu sou eu mesma! Eu nunca me senti tão feliz em toda minha vida, eu posso sorrir, brincar, conversar e ser importante para alguém. Quando estou com ele eu não sou aquele poço de tristeza e solidão que eu era antes.

–Ah, que belo sentimento! – Respondeu com deboche. – Acho que irei colocar pra fora aquela coisa nojenta que vocês colocam quando estão enjoados.

–Vomito. – Respondi revirando os olhos. – Você vai ficar-me perturbando até no sonho com a ideia de eu deixar Steve? Porque pra sua informação eu já estou com meu tempo contado.

–Finalmente algo está dando certo. Mais esse e apenas o inicio de algo muito maior do que apenas a vida de dois corações quebrados.

–Eu não sei o que você quer comigo, mais eu não quero me envolver nessa sua briga.

–Nessa minha briga? – Ela começou a gargalhar fortemente até que parou com um suspiro. - Vocês, Midgardardianos são cômicos, eu acho que eu nunca ri tanto na minha vida.

–E eu acho que eu nunca falei tão serio em toda minha vida.

–Eu acho que você esta um pouquinho enganada, Liliam. – Ela saiu de seu trono e se aproximou de mim rapidamente, nossos rostos ficaram a poucos centímetros de distancia e eu pude perceber a coloração vermelha em seus olhos de novo. – Se fosse minha escolha eu preferiria viver, mesmo que eu passasse a vida toda impregnada no seu corpo eu nunca escolheria morrer do modo que eu tento evitar morrer. Porque essa não é a minha briga, essa e a sua. As coisas que aconteceram nos próximos anos de sua vida não tem nada haver comigo, tem haver com você.

–Por que eu? Eu não quero isso pra minha vida! Eu só gostaria que Steve e eu fôssemos felizes juntos, que ele assumisse finalmente o que sente por mim e que tudo se resolvesse depois. Eu sei que estarei com um super-herói e que nada pode ser normal, mais eu não quero me envolver numa guerra.

–Você não entende? – Ela me olhava com desespero. – O meio de tudo e aonde você deve estar, Liliam Stark. E por isso que eu estou tentando alerta-la agora, por isso estou me esforçando para me comunicar com você. Não pode mais ficar com Steve, não se quer sobreviver a isso! Não entende? Se continuar com ele não matará apenas você, matará ele também.

Afastei-me dela não querendo escutar mais nenhuma palavra que saia da boca dela. Era mais doloroso escutar as palavras dela do que de qualquer pessoa, porque aquela era minha voz, parecia mais doloroso quando está assumindo uma verdade.

–Como pode saber? O destino muda a cada segundo, eu posso fazer meu próprio destino! Mais não me peça pra abrir mão da minha felicidade, Lilith. Eu não posso fazer isso.

–Você e uma quebradora de corações! Porque é tão difícil dizer adeus a ele quando você já disse adeus umas cem vezes?

–Porque eu amo ele! – Aquelas palavras saíram como se rasgassem minha garganta, era a primeira vez que eu falava isso pra alguém e falava pra mim mesma. – Como eu vou dizer adeus pra única pessoa que me fez sentir viva.

–Porque isso nos mataria. – Lilith se aproximou de mim novamente com os olhos cheios d’água. – Você e minha ultima esperança para manter meu mundo a salvo, eu dependo de você.

Tudo começou a ficar tremulo e eu já não sentia Lilith na minha cabeça.

–Você e a minha única esperança! Minha vida depende disso! – Foi a ultima coisa que escutei antes de tudo escurecer.

–Liliam! – Steve gritou me acordando.

Pisquei até começar a me acostumar com meu quarto (ou quarto do Steve, como Lilith disse). Percebi que estava suando e queria urgentemente correr pra algum lugar longe de tudo aquilo que Lilith me disse, mais como fugir de si própria?

–Quantas vezes você precisara me salvar dos meus pesadelos? – Perguntei tentando me acalmar.

–Quantas vezes você ainda estiver os tendo. – Steve estava com uma expressão preocupada.

–Então Capitão, suas noites serão longas.

–Não me importa enquanto você ainda estiver aqui.

Sorri sem-graça para o rapaz de belos olhos azuis.

–Acho que nós dois temos graves problemas com o sono, né?

–Acho que somos bem parecidos nessa questão, podemos ir treinar...

–Como sempre, até porque isso com certeza trás meu sono de volta.

Steve e eu treinamos a madrugada inteira e como sempre ele me parecia transtornado. O dia foi mais agitado do que eu esperava ser, como eu tinha previsto Steve não fez compras e fui obrigada há passar mais tempo no mercado do que em casa. Quando cheguei o rapaz não se encontrava em casa e confesso que suspeitava que ele estivesse na casa de certa vizinha que tinha o nome de Madison.

Tomei um banho relaxante e fiquei esperando o meu companheiro de apartamento voltar. Demorou quase três horas até que ele chegasse todo sorridente.

–Nossa você está sabendo como passar a tarde fora e nem deixar um bilhete muito bem, mais acho que eu não lhe ensinei isso. – Reclamei irritada.

–Eu demorei por uma boa razão.

–A única razão que eu aceito e se uma pessoa estivesse morrendo na sua frente e você a ajudou.

–Não foi essa razão, mais acho que ira gostar.

Ele pegou em minha mão e me conduziu até as escadas do prédio. Estávamos apenas subindo e já comecei a ficar desconfiada, o que ele iria fazer comigo? Talvez Madison esteja no ultimo andar e me jogue escada abaixo pra acabar com a concorrência.

Chegamos ao ultimo andar e ele abriu a porta do terraço mostrando sempre aquela educação de seu tempo. Quando olhei o que era minha boca foi parar no chão.

O terraço estava arrumado com algumas luzes de natal e um grande forro ao centro, percebi a cesta fechada e já descobri o que era aquilo.

–Você escolheu um lugar aonde nenhum dos meus ex-namorados possa nos interromper? Que garoto esperto! – Sentei no forro vermelho e sorri para o rapaz que colocava alguma musica no pequeno rádio velho que tinha lá.

–Só se algum for piloto de avião, daí pode nós achar e estragar a comemoração que preparei.

–Estamos comemorando o que?

–A sua volta, o simples fato de que consegui ficar dois dias sem você cuidar de mim feito uma babá, podemos escolher.

–Eu prefiro ficar com os dois.

Começamos a comer e eu relatei sobre tudo que aconteceu na casa de Tony, a conversa mais emocional que tive com meu irmão, Pepper sendo a nova dona das indústrias Stark, tentando fingir que não conhecia Natasha...

–Então você ficou a tarde toda perto dela e não deu nenhuma pista de que a conhecia? – Perguntou Steve aos risos por causa da situação.

–Eu não podia, iria estragar o disfarce dela. – Respondi dando risada também.

–Me diga algo que eu ainda não sei sobre você? Uma curiosidade?- Perguntou Steve depois de nós mantermos quietos por algum tempo.

–Sabe por que meu nome é Liliam com M e não com N?

–Não.

–Porque é em homenagem a minha mãe, Maria. Meu pai achou melhor mudar a letra no final do meu nome pra M porque queria que eu sempre tivesse a originalidade de minha mãe, e não um simples Lilian Maria Stark.

–Interessante gosto do Liliam com M, me parece mais você, um jeito único.

–E você, qual é a coisa que eu não sei sobre você?

–Eu nunca dancei com nenhuma garota. – Revelou envergonhado. Eu não pude evitar de rir daquela confissão.

–Por quê? Você não sabe?

–Eu sempre esperei pela parceira certa, acho que a dança e algo intimo e eu não queria que fosse algo tão simples como as pessoas tratam hoje em dia.

–Ah, eu entendi. – Fiquei pensando no que Steve disse me dei conta de eu era mais vadia do que pensava. Eu dancei com tantos caras que nem me importava do fato do parceiro, apenas me importava com quem eu iria ficar naquela noite.

Era o momento certo para dizer o que estava entalado a muito tempo, estava na hora de ser verdadeira.

–Tem mais uma coisa que você não sabe sobre mim. – Confessei em baixo tom. Eu senti que esse é o momento certo para falar às coisas que tenho escondido dele todo esse tempo, falar sobe meus medos, sobre meus problemas, sobre tudo que eu evitei que ele descobrisse porque achei que ele não poderia perdoar a pessoa que eu fui.

–Então diga. – Steve deus ombros se mostrando bem a vontade enquanto olhávamos para as estrelas.

–Mais terá que prometer que não me odiara depois que eu contar. Que mesmo que tenha medo ou nojo de mim não agira como um completo idiota e me tratará como um cachorro que fica vendo carne no açougue.

–Eu nunca conseguiria te odiar, Lily. Mesmo que um dia as coisas mudem entre nós e você se torne uma garota louca. – Eu tive que rir do que ele falou. – Eu não te odiaria e muito menos sentiria nojo de você.

–Eu não sei se posso acreditar nisso, capitão. A pessoa que mais dizia me amar deus as costas pra mim quando viu o que eu tinha me tornado, depois disso eu nunca mais fui à mesma e por isso só irei acreditar nas suas palavras quando você conhecer meu lado negro.

–Eu preciso te mostrar o quão errada está toda vez que me subestima. O mundo que nós dois vivemos agora ensina que as pessoas não são capazes de amar o suficiente, que sempre há uma barreira entre o que você pode amar e o que você deve amar. Eu não sou desse jeito Liliam, eu nunca fui.

–Apenas escute tudo bem? – Meus olhos se encheram d’água ao escutar palavras tão tocantes como a dele, ninguém nunca havia me passado tanta confiança quanto ele me passou. – Antes de conhecer Mark, tudo que eu era é uma garota controlada pelos pais, sem voz, nem opinião, pode me chamar de garota robô. – Rimos da ultima parte, por mais que parecesse engraçado era a verdade. – Porque eu era “diferente” das outras crianças, eu tenho o poder de influenciar os pensamentos das pessoas, induzi-las a fazerem o que eu quiser e o que eu não quiser. Meu pai pensou que seria melhor me trancafiar em casa e me proteger de qualquer ameaça que o mundo pudesse oferecer para “pessoas” como eu.

Respirei fundo tentando controlar as lágrimas, aquela era a pior parte, porém Steve me apoiou ao pegar minha mão e me transmitir um sorriso como se dissesse “Eu estou aqui, pode confiar em mim”.

–Quando meus pais morreram, eu não suportei ficar naquela casa. Eu tinha que fugir pra algum lugar que fosse bem longe a tudo que me lembrasse deles, tive que fugir de Anthony na hora em que ele mais precisava e que eu também precisava, tive que fugir de ser uma Stark. Então, passei um tempo na casa de campo do Mark para tentar esquecer quem eu era, foi um processo complicado, e muito perigoso porque Mark nunca teve escrúpulos e era isso que eu amava nele. Aconteceu em que um dia, estávamos caminhando quando algo caiu do céu e acidentalmente meu gato comeu uma gosma roxa. Meu gato ganhou poderes sobrenaturais e Mark achou que se em um gato o efeito foi magnífico imagina em um ser humano? – Sorri ao lembrar da sua empolgação ao explicar o plano dele. – Eu fui sua cobaia, por ser tão apaixonada por um cara que dizia fazer tudo por mim, eu me entreguei de corpo e alma a ele, e isso quase me matou. Houve alterações em meu DNA e ganhei habilidades sobre-humanas como mais resistência a dor, cansaço, fiquei mais forte e habilidosa a lutar, mas as consequências foram drásticas; dor de cabeça, perca de memória, desmaios, sangramento nasal, mudança de humor repentina e outros sintomas que não podiam ser controlados. Mark não soube lidar com o que tinha feito comigo e acabou o enlouquecendo, hoje em dia ele esta numa casa para doentes mentais, mais não foi por causa do que ele fez comigo, foi o que ele fez consigo mesmo.

–Acho que já odeio esse Mark sem conhecê-lo.- Falou Steve em meio a minha historia. Aquilo me fez gargalhar porque me lembrou muito o Johnny quando conheceu Mark, aparentemente ninguém gostava do meu ex-namorado/cientista/maluco.

–Bem, eu não posso dizer que eu o odeio, apenas sinto pena de como a sua sede por ser melhor que seu irmão acabou destruindo ele. Continuando, depois que Mark rompeu comigo e sumiu do mapa, eu fiquei destruída, e nada e ninguém conseguia me tirar daquele abismo que havia feito pra mim mesma. Eu comecei a fazer coisas terríveis para pessoas perversas, comecei a ser uma assassina de aluguel, a destruir famílias e não me importar quem eu iria matar. Até que um dia, Pepper me ligou e pediu para que eu não destruísse a mim mesma, que eu não acabasse com tudo de bom que eu representava na vida dela e de Tony. Pela primeira vez em muito tempo eu senti que alguém me amava o suficiente para me implorar daquele jeito. – Não conseguia mais segurar, tive que deixar aquelas lágrimas escaparem. – Então eu procurei por ajuda e acabei encontrando Reed Richards, cunhado de Johnny e ele me ajudou a controlar essa parte ruim que existe em mim. Mesmo que eu controlasse para não ser má, não significava que eu estava bem. Eu tenho pesadelos todas as noites, eu quebro o coração de outras pessoas para suprir o meu coração quebrado, eu ignoro meu irmão porque eu odeio a forma como ele me lembra de meu pai e como eu não quero mais me sentir impotente, a forma como eu corro de todos os problemas da minha vida porque parece que nunca conseguiria resolve-los sozinha.

–Lily. – Sussurrou Steve.

–Espera, eu já estou acabando. Por muito tempo eu me senti sozinha até encontrar você, Steve. Por muito tempo meus sentimentos pareciam chamas em meu coração, chamar violentas que me consumiam de um jeito tão ruim, com você eu me sinto em paz, feliz, capaz de sorrir de novo. Eu me sinto como Liliam Stark e me sinto bem em apenas ser ela.

Assim que terminei limpei minhas lágrimas rapidamente. Steve estava paralisado a minha frente e não parecia muito feliz com tudo que eu tinha pra contar, eu sabia que ele era outro erro, eu sabia que ele iria me odiar.

–Eu sei que nada compensa matar inocentes e que não é justo eu me sentir assim. – Levantei bruscamente tentando evitar escutar as palavras duras que ele iria dizer.

–Dance comigo. – Steve agarrou meu pulso e sorriu pra mim.

–O que? – Perguntei confusa.

Ele ligou o som e se levantou.

–Dance comigo, Sritª Stark.

–Você não escutou nada do que eu disse, ou dormiu no meio da historia? Porque eu sei que essa historia é...

–Alguém já disse que você fala demais? – Sem perguntar de novo ele agarrou minha cintura e segurou minha mão. Senti um choque correr por meu corpo, aquela sensação era tão boa que eu não queria que ele me soltasse nunca.

–Algumas vezes preciso me lembrar de que preciso respirar enquanto falo. – Começamos a dançar lentamente ao som de Stars- Dead Hearts, uma das minhas musicas favoritas. Aquele poderia ser descrito como o momento mais romântico de minha vida, as estrelas brilhantes que eu nem sabia que existia ainda em NY, a dança no terraço a luz de velas, o modo como a brisa soprava fazendo com que meus cabelos balançasse automaticamente e o modo como parecia que os olhos de Steve brilhavam cada vez mais, me fazendo perder o fôlego ao olha-lo.

–Tem uma coisa que você ainda não sabe sobre mim também. Quando você entrou naquela sala no dia em que nós conhecemos, achei que você era a garota mais bonita que já tinha conhecido.

–Era? – Perguntei o provocando.

–Ainda é, eu me enrolei nas palavras e não sabia como colocar naquela situação...

–Está tudo bem, Steve. – Tentei acalma-lo, agora era ele que estava falando demais. – Apenas continue.

–Bem, eu não sabia se conseguiria ficar perto de você. Depois que andamos de carro achei que você seria a pessoa mais arrogante que já tinha conhecido, mais depois de tanto tempo com você percebo que a melhor pessoa que já conheci. Liliam, eu nunca iria te dar as costas só por causa de seus erros, eu nunca iria julga-la. Você me salvou de mim mesmo, salvou de toda minha confusão, de toda tristeza... se eu não me perdi em todo esse tempo foi por causa que você esteve ao meu lado.

–Ah, Steve! – O abracei involuntariamente. Aquele homem não podia ser real, porque seria sorte demais ter conhecido ele.

Senti seus braços me envolver de forma protetora. Não queria deixa-lo, não queria seguir um conselho de uma alienígena colocada em mim e que me dizia como deveria ser meu futuro. Como vou pensar nos riscos quando o que eu sempre procurei estava ali? Quando eu estava sendo tão feliz que achava que tudo era um sonho, do qual eu nunca queria acordar. Como dizer adeus à pessoa que você esperou a vida toda, mais que você sabe se ficar com ela acabara à perdendo.

Tirei minha cabeça de seu ombro e olhei seu rosto por um instante e conclui; eu não poderia ser egoísta o suficiente para deixa-lo morrer por minha causa, eu não poderia fazer isso com a única pessoa que gostava de mim por quem eu era não por quem eu deveria ser, ou quem queria que eu fosse. Ele gostava simplesmente da; Liliam Anne Stark.

–Steve... – Sussurrei tentando começar a dizer a outra parte da historia, a parte aonde a alienígena que habitava em mim aparece no meu sonho e diz que eu causarei a morte dele.

O rapaz não respondeu, seus olhos se fecharam e de repente a aproximação de nossos rostos aumentou. Era aquele momento, eu poderia beija-lo, ele queria isso e eu também. Preparei-me para recebê-lo fechando os olhos igualmente e escutando as batidas rápidas dos nossos corações famintos por amor.

“Apenas um momento com você, apenas um momento com você”.

–Steve, você poderia... – Madison chegou gritando Steve no terraço. O clima se quebrou totalmente e eu me afastei de Steve com o susto. Eu realmente acho que ela não gosta de mim, e que eu quero mata-la nesse exato momento. – Estou interrompendo? – Perguntou cínica.

–Não, imagina... – Respondi irônica com um sorriso falso.

–Bem e que meu chuveiro pifou e eu queria saber se você me ajudava a arrumar.

–Tudo bem. – Steve não parecia muito a vontade com a situação, mais ele nunca conseguia dizer não pra ninguém. – Você pode esperar aqui enquanto eu...

–Não eu irei arrumar tudo e colocar pra dentro. Eu acho que pode chover daqui a pouco. – Aquela vadia tinha estragado a noite perfeita e eu não estava com humor o suficiente para ser delicada.

–Liliam... – Ele tentou se desculpar mais Madison gritou seu nome de novo.

–Não precisa falar nada, pode ir encanador.

Seu olhar transmitia desculpas sinceras antes de ir ajudar a loira oxigenada. Não estava com raiva dele, estava com raiva pelo fato de ele não conseguir tomar as rédeas da situação e recusar o pedido de Madison.

–Apenas um momento com você Steve, o momento que já esta acabando. – Disse pra mim mesma me deitando no terraço e admirando as estrelas, solitária. Mesmo que a noite seja perfeita, algo sempre acontece no amanhecer, só que o meu desastre havia chegado mais cedo e mais amarelo do que eu gostaria.


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