Mistérios de Frost Ville escrita por Isa Holmes


Capítulo 4
Descobrindo a verdade falsa.


Notas iniciais do capítulo

Yo Minna! Obrigada pelos comentários!



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— Tyler! Você não tinha aquele direito! Fomos todos para a diretoria por sua causa! Eu e os novatos da minha turma fomos obrigados a arrumar aquela bagunça sozinhos!

Assim que cheguei em casa encontrei meu irmão mais velho debatendo com meu avô na sala. Eles estavam discutindo sobre o velho assunto de a "Páscoa ser melhor que o Natal". O por quê de sempre existir tanta confusão por apenas dois feriados? Isso também responde o apelido do meu irmão: Coelhão. Quando éramos pequenos, Tyler era - é - o mais rápido à caça aos ovos de chocolate. Não apenas por isso, mas também existe o fato de ele achar que ovos escondidos são mais importantes do que uma árvore enfeitada e iluminada.

— Ó, que peninha do meu irmãozinho - provocou ele, levantando do sofá -, vai para o colo do vovô, vai.

— Ora, seu... - comecei a falar, largando a minha mochila no chão, me aproximando dele, mas fui cortado pelo bom e velho North.

— Já falei que visitarei um novo orfanato hoje? - Meu avô sorriu, olhando para Tyler e eu, que nos encarávamos furiosamente. Ele parecia querer amenizar a tensão.

— Isso não importa agora. - respondi revoltado, sem tirar os olhos do meu irmão - Tyler contou sobre a confusão que me arranjou hoje?

— Não. Que confusão, Tyler? - nosso avô encarou-o.

Coelhão - ou Canguru como gosto de chamá-lo para tirá-lo do sério - cruzou os braços.

— Nada demais, apenas o Jack que fez uma guerra de comida acontecer no primeiro dia de aula - ele sorriu maliciosamente para mim - Frustrado pelo seu netinho querido aprontar novamente?

— Não fui eu quem com... - comecei a protestar, urrando, mas a campainha tocou.

Ao ouvir o som agudo corri para a porta, esquecendo automaticamente a discussão. Olhei para o relógio estampado da parede e ainda era cedo para alguém chegar. Muito cedo.

Respirei fundo e abri a porta, fazendo com que eu me deparasse com ninguém mais, ninguém menos, que...

Wilbur!

— Oi - disse, olhando por sobre o meu ombro - interrompi alguma coisa?

— Claro que não, na verdade chegou na hora certa - puxei ele para dentro e fechei a porta - Vô, vou lá para cima com o Wilbur - novamente puxei o garoto escada à cima, porém parando na metade dela - Wilbur esse é meu avô, North, e o idiota do meu irmão, Tyler, mas acho que esse você já conhece.

— Muito prazer - ele cumprimentou os dois do alto da escada, e, quando o Canguru ia retrucar, eu já estava batendo a porta do meu quarto.

Nós dois ficamos quietos por um bom tempo, até eu contar o que realmente tinha acontecido antes de ele chegar. Quando acabei a história, Wil - Wilbur apresentou-me ao seu apelido - mudou totalmente de assunto.

— Sou o primeiro a chegar?

— Uhum - me joguei em minha cama, na qual rangeu com o tombo -, já que era o mais ansioso por isso.

— Ah, é - ele riu, sentando ao meu lado - Não sou muito bom em disfarçar.

— Eu percebi. - Ouvi alguém dizer. Era Violeta que surgiu na porta do meu quarto.

Wilbur deu um pulo na minha cama, quase caindo da mesma e eu jurei quase ter um ataque cardíaco.

— Credo, Violeta! - disse arfando - não faça mais isso!

— Ué, Jack - Rapunzel apareceu de trás da garota morena -, seu avô super fofo mandou a gente subir.

Animadas, as garotas se acomodaram no meu quarto, fazendo com que Wilbur puxasse assunto.

— Somos quatro, apenas? - perguntou.

— Cinco, na verdade - Soluço apareceu. Ele estava apoiado na soleira da porta, enquanto segurava dois livros e um saquinho plástico – Cheguei atrasado?

— Não - disse, olhando para o relógio da minha cabeceira - ainda são uma e quarenta. Todos chegaram cedo, muito cedo.

— Todos? - perguntou Violeta - Tem certeza?

Demorei para raciocinar o pensamento da morena, mas logo dei-me conta.

— A ruiva? - debochei - duvido muito que ela venha - dei uma pausa, mas continuei: - Achei até que vocês não viriam.

— Você parece ser legal, Frost - Violeta sorriu -, e eu leio vários livros, principalmente de mistério, achei que seria legal, hãm, participar de uma pequena... investigação?

— Duvido que isso seja pequeno - disse Soluço. Ele se aproximou da minha escrivaninha e depositou seus livros e o saquinho plástico nela. Apoiando-se na mesma, acrescentou: - Quero dizer, por acaso existe areia negra? Isso é realmente um mistério. Pelo menos nunca ouvi falar - então sussurrou: - até agora.

— Achei que falaríamos do desaparecimento da garota - Argumentou Rapunzel.

Soluço levantou uma sobrancelha.

— E a areia tem haver com o quê?

— Caramba... essa doeu - ouvi Wilbur sussurrar. Cutuquei-o com o cotovelo, chamando-lhe atenção, afinal, a loira estava sentada ao seu lado.

— Para que o livros, Soluço? - perguntou Violeta depois de minutos.

— Eu passei na biblioteca antes de vir aqui - sorriu ele -, um é sobre dragões e outro sobre curiosidades... sabe, para saber se existe ou não esse tipo de areia.

— Não acha que seria mais fácil procurar em um site de busca, não? - caçoou Wilbur, fazendo-me rir.

Soluço revirou os olhos.

— Não - disse -, gosto de ler.

— Tudo bem - manifestei-me -, e por acaso achou o que procurava, Soluço?

O garoto moreno sorriu e pegou o primeiro livro. Uma das páginas estava marcada com um marcador vermelho. Quando Soluço abriu na folha indicada, deixou o marcador de lado. Sentando-se na minha cadeira giratória, e disse, enquanto encarava o livro:

— Aqui diz que existe um vilarejo chamado Vík í Mýrdal no sul da Islândia. Lá tem uma praia de areia composta apenas de grãos de lava vulcânicas - ele nos encarou.

— Quer dizer então que o garoto pode muito bem ter forjado a areia no armário da irmã? - perguntou Violeta - Mas ele parecia tão desesperado e preocupado, ele estava chorando!

— Gustavo faz teatro no colégio com a irmã. Não só por ela, mas também porque ele precisa de pontos escolares - argumentei - Se esse for o caso, bom, ele pode muito bem ter atuado aquela cena. Talvez Giulia não tenha desaparecido, e sim participado.

— Exato. Ele pode ter deixado a areia no corredor na hora do intervalo - deduziu Soluço, fechando o livro em suas mãos -, ou depois da bagunça no refeitório.

— Mas, pessoal - Rapunzel manifestou-se -, como o garoto iria conseguir uma areia rara vinda do sul da Islândia de um vilarejo chamado Vík í Mýrdal sendo que estamos na Inglaterra?

— Simples - respondi orgulhoso - O pai dele é advogado e a mãe uma grande empresária. Tudo o que os gêmeos querem, eles têm. Gustavo pode muito bem ter pedido ao pai esse tipo de areia. Talvez dito que era para um trabalho de volta às aulas.

— Ou ele pode muito bem ter usado corante para colorir areia branca - Uma voz, com sotaque Escocês, ecoou no meu quarto. Olhando para a porta do mesmo encontrei a cabeleira ruiva que me irritou a manhã toda.

Arqueei uma sobrancelha para a garota, que adentrou o quarto.

— E por que ele iria querer areia negra, sendo colorida ou vinda de outro lugar, e ainda pedir ajuda justo a nós?

— Essa eu respondo! - Wilbur levantou a mão, interrompendo a ruiva que começava a falar - Gustavo está no segundo ano junto da irmã, certo Jack?

Assenti.

— E o seu irmão mais velho, amigão? - Wilbur me encarou.

— Também - semicerrei os olhos -, está dizendo que Tyler e os gêmeos armaram tudo?

— Exato - Sorriu Wil - Gustavo deve ter nos procurado por conta de ser uma armação deles. Aí entra a dedução da Merida. Acho que era areia com corante. Isso só pode ter sido armado em alguns minutos. Não conseguiriam areia negra verdadeira em pouco tempo. Talvez isso fosse uma vingança, ou mais uma boa-vinda de primeiro dia.

— Wilbur está certo. - Violeta alegrou-se - Eles podem ter pensado que levaríamos isso para a diretora, nos deixando com fama de idiotas. Lucy ficaria desapontada ou ligaria para nossos pais.

— Vamos dizer que ela informaria aos nossos pais - Soluço argumentou - quer dizer que algum deles escutou a conversa na sala da diretora, afinal, ela mesma disse que nos pouparia de fazer isto.

— E se eles escutaram a conversa, eles saberiam muito bem onde estaríamos - concluiu Rapunzel.

— Caso resolvido - disse Merida - Não há nenhum desaparecimento, apenas pessoas cara-de-pau.


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Notas finais do capítulo

A ilha mencionada é verdadeira viu, pessoal? ;)