Mistérios de Frost Ville escrita por Isa Holmes


Capítulo 14
Couro, canivete e clorofórmio - I


Notas iniciais do capítulo

Capítulo divido em duas partes. Eu ia fazer tudo junto, mas ia dar mais de cinco mil palavras. Decidi então por I e II.



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Uma mistura de nuvens cinzentas cobria o céu no dia em que fui despertado pelo estrondo de madeira batendo do outro lado da porta.

Sonolento, virei para o lado da parede e coloquei o travesseiro no rosto.

— Acorda pivete! Você está encrencado! — gritou Coelhão — O North quer falar com você, e pela cara do velhote não é coisa boa não.

— Vai pro inferno!

Silêncio.

— Não sou eu o ferrado aqui, Jack — ele rebateu — North recebeu uma carta de um dos seus professores. Escuta o que eu estou te falando, pivete, porque pela cara do velhote você está encrencado, e, se não quiser que ele venha até aqui, é melhor descer.

Joguei as cobertas e o travesseiro para longe, pois aquelas palavras foram suficientes para despertar os meus sentidos. Vesti uma camiseta rapidamente e desci as escadas. North estava sentado no sofá e realmente não parecia nada contente. Droga!

Coelhão me empurrou com o ombro e sorriu.

— Eu avisei... — ele pegou seu skate e abriu a porta — Estou indo, North. Não me espere. Vou para o baile com a galera.

E novamente o silêncio tomou o espaço. Aproximei-me mais do sofá e tentei ler por sobre o ombro de North o que estava escrito naquela carta, mas ele amaçou a folha antes que eu começasse a primeira frase.

— Estou muito decepcionado com você Jack.

— Eu não fiz nada — respondi, firme e forte.

North suspirou e me entregou a bolinha de papel.

— Olha Jack, não diga isso, por favor — lamentou-se ele enquanto eu lia a carta — O homem não teria motivos para mentir pra mim.

— Mas...

— Sem mas Jack. Você já passou dos limites — meu avô me encarou — Por que você invadiu a casa do seu professor?

— Eu não invadi lugar algum! — protestei frustrado — E você e nem ele têm como provar isso.

North levantou, arqueou as sobrancelhas brancas e tateou o seu bolso.

— Aqui está sua prova, meu filho — ele me mostrou o meu canivete — Satisfeito?

Arregalei os olhos, hesitante.

— Isso não prova nada — dei de ombros, sentindo meu rosto queimar enquanto pegava o canivete de volta — Ele pode muito bem ter roubado isso do meu bolso e...

Chega Jack! — North gritou, transformando as batidas do meu coração em um ritmo só — Pare de mentir! Seus pais não gostariam de ver isso! Olhe só a sua situação! Percebe a gravidade disso, meu filho? O que te levou a fazer isso? Invasão de domicílio! Se ele te denunciasse você estaria na maior enrascada! Graças a Deus o homem disse que apenas me avisaria do ocorrido e que não levaria isso a direitos maiores — meu avô levantou e apoiou uma de suas mãos no meu ombro — Apenas responda a minha pergunta e te poupo de detalhes. Você realmente invadiu a casa do seu professor?

Hesitei, passando as mãos pelo rosto. Não demorou para que o desespero chegasse.

— Eu... eu sinto muito... Eu não querida decepcionar você, vovô, mas o que eu fiz foi necessário.

— Pois o que eu também farei será considerado como algo necessário — North estufou o peito e deixou a decepção de lado — Como consequências de seus atos Jack, você está proibido de sair hoje. Não irá encontrar seus amigos ou ir ao baile. Apenas deixo que avise a eles sobre sua ausência, e isso por telefone! Desculpe garoto, mas hoje você passará o dia colocando o sótão em ordem. Têm algumas caixas desorganizadas lá em cima e alguns livros espalhados. Deixa que os moveis velhos eu mexo depois.

— Mas hoje é meu aniversário! — reivindiquei, mal acreditando no que estava ouvindo.

— Deveria ter pensado nisso antes de fazer o que fez Jack.

— Isso não é justo! — berrei, chutando uma das mobílias.

North deu de ombros. Ele ficou quieto, sentou-se no sofá novamente e ligou a televisão. Enquanto eu subia as escadas pude ouvir os berros por cima de um movimentos de carros. Um repórter estava falando sobre o desaparecimento de um garoto chamado Owen Evans. Desci alguns degraus da escadaria e olhei para a TV.

— De quando que é isso?

— Hoje de manhã. — vovô disse — Agora suba. Quanto antes terminar lá em cima, mais cedo posso te poupar de outro castigo.

Fiz o que o velho mandou antes que levasse mais um cascudo. Passei no meu quarto para pegar a lanterna e o celular e segui até o final do corredor. Abri a porta de chão, subi as escadas e me enfiei para dentro do cômodo dominado de poeira.

Sentei perto de um tumulto de livros e comecei, sem vontade alguma, a organizá-los. Para afastar o tédio até folhei alguns. Nenhum deles passava da categoria de livros culinários e fábulas infantis. Quando guardados em um baú, fui empilhando as caixas do sótão conforme os nomes dados no papelão. Achei algumas coisas antigas minhas como bonecos de pirralho e coisas de bebêzão. Também achei algumas coisas com o nome do meu irmão gravado. Não deixei de investigar. Uma pena que não havia nada demais — apenas roupas pequenas e tranqueiras recicláveis.

Conforme mais caixas eu empilhava, mais tranqueiras me apareciam. Deixei o meu chinelo de lado e arregacei as mangas da minha blusa. Fui para outro forte de caixas. Infelizmente levei uma pancada na alma quando as peguei. Os nomes dos meus pais estavam gravados no papelão. Fiquei na dúvida se deveria abrir ou não. Será que eu iria aguentar? Olhei para um lado, olhei para o outro, passei as mãos pelo cabelo, nuca, rosto e deixei que a curiosidade vencesse. Com o coração na garganta rasguei a fita crepe com o meu canivete e abri as primeiras caixas.

Guardado havia algumas roupas, utensílios pessoais, bolsas da minha mãe, pastas do meu pai. Encontrei arma e o distintivo além de outros materiais de polícia como coldre, medalhas, etc. Até a caneca preferida dele estava guardada. E eu me perguntava todos esses anos onde ela se metera...

Abrindo outras caixas, com o coração mais apertado do que nunca, encontrei as maquiagens da mamãe, poesias, primeiros livros escritos, álbuns antigos. Eu já estava preste a parar de sofrer e descer para tomar algum ar puro quando tropecei em alguma coisa e caí em cima de uma pilha fresquinha de caixas.

Mas que droga! — berrei, chutando tudo o que se espalhou pelo chão.

Meu avô pareceu não notar o estrondo. Velho do jeito que é isso nem é novidade.

Paciente, voltei a recolher tudo do chão. Foi dessa forma que notei que aquele tumulto de caixas não fora organizado por mim. Havia várias coisas que eu não tive a chance de tocar antes, tipo objetos antigos como livros e quadros com datas do século dezenove.

Comecei a folhear alguns livros e olhar para algumas pinturas. Alguns dos livros eram mais e mais fábulas antigas sem noção. Na verdade, algumas até que se demonstravam interessantes. Já os quadros eram de ancestrais da minha família. Estranhei no começou, mas logo me acostumei os com traços familiares. Um dos quadros, que foi o que mais me chamou a atenção, era o de um homem com roupas elegantes, cabelos e bigode branco, e um livro de capa de couro nas mãos. O mais engraçado era que justo aquele caderno de couro estava amarrado com barbante desfiado junto da pintura. Sem nenhuma piedade cortei o barbante e peguei o livro. Sendo o melhor até aquele momento, li com o maior gosto do mundo:

“Ville, Inglaterra.

Quarta-feita, 4 de setembro de 1868.

Não sei por que eu, um homem em seus quarenta e poucos anos, estaria colaborando com algo assim, escrever um diário. Mas, realmente, não sei outro modo de como guardar estas lembranças. Lembranças importantes, em minha opinião, algo que talvez seja dado valor no futuro breve. Infelizmente também não sei como fazer isso. Eu poderia perguntar para minha filha, Charlotte, a qual sabe mais do assunto do que o velho pai, mas não me darei ao luxo de parecer inferior ao que realmente sou. Farei do meu jeito, escrevei ao meu gosto.

Chamo-me Barnabas Frost e moro em Ville desde quando ainda me recordo. Era eu um garoto tão pequeno, criança tão inocente. Acredito que muito diferente do homem que está sentado junto de uma fogueira nesse momento, escrevendo em um caderno encapado de couro enquanto fuma um charuto feito com as próprias mãos. Esse garotinho, que sonhava em trabalhar com medicina, infelizmente – ou felizmente – se tornou um ambicioso caçador de recompensas. Um caçador de desejos que neste momento tem um peixe maior para se pegar. E esse tipo de peixe não é um maldito criminoso que leva desgraça por onde passa, ah não. Toda essa caça a pessoas miseráveis está pausada. O ponto único ao que me leva escrever isto é uma mulher de cabelos da cor do sol e olhos que levam sedução por onde quer que passem.

Não sou homem que pratica violência contra mulheres - nunca o fiz e nunca o farei -, mas essa nem mulher deve ser, apesar de eu não saber muito sobre bruxas.

Bruxas! Seres demoníacos e sem alma é o que são. Nunca pensei que estas ainda existiriam em pleno meio do século dezenove. Ó diabos miseráveis! Não é à toa que as mandamos queimar no mármore do inferno! Com a que pretendo ver queimar, para o bem da boa humanidade, não será diferente. Mulher de cabelos solares, rude e sem piedade, botou fogo em chalés e cortiços recém-construídos nessa pequena cidade, e creio eu que apenas por diversão. Imagino um sorriso repugnante desenhando teus lábios da cor de uma cereja madura. Estivesse, talvez, ela perto quando uma ou outra das pessoas queimava entre as chamas flamejantes produzidas por seu ódio. Ainda não consigo acreditar que vivíamos, sem enxergar, junto de tão maligno ser. Ainda não consigo acreditar que eu vivia junto de tão maligno ser. Ah, não, não! Deus que me livre! Eu não era íntimo dessa mulher ou algo aproximado! Vivíamos apenas no mesmo cortiço antigo, quando eu ainda não tinha um bom dinheiro para pagar um chalé decente. Todas as manhãs eu era obrigado a presenciar tão falsos cumprimentos. Sabe-se Deus o que fazia ela entre suas quatro paredes.

Mas o ponto principal é que fui chamado pelo prefeito da cidade, sr. Mohammand Jones, para discutir sobre o assunto tratado.

Disse o homem ouvir muitos elogios do meu trabalho e que queria usá-lo de uma maneira diferente do que o meu acostumado. O homem até brincou e disse que não aceitaria uma negação como resposta. Levei a sério e aceitei sua proposta. Ainda tenho minhas dúvidas porque paguei minha vida com isso. Talvez seja por não querer a cidade onde nasci destruída, pois imagino a grande evolução que esta terá no futuro. Ora que também possa ser por desgosto a seres tão maléficos como bruxas. Piedade é a última coisa que deve passar por suas mentes. No caso dela será o mesmo comigo. Piedade será a última coisa que pensarei quando a enforcá-la entre meus braços e levá-la as cordas, juntas do fogo. Como disse antes, jamais praticaria violência contra uma mulher, mas quem me garante que esta é uma?

Bom, acho que este é um bom começo para um diário. Sinto que vou pelo caminho certo. É interessante praticar a mente e escrita com tal atividade, apesar de ocupar uma boa parte do meu tempo, onde eu poderia estar caçando um coelho para o jantar. Pelo menos não é à toa que minha filha passe boa parte do tempo em seu quarto com várias velas acessas.

Uma pena eu não poder continuar a gastar a tinta preta nesse caderno, afinal acabei de ver as horas em meu relógio de bolso e descobri que já é tarde da noite e tenho de dormir, pois amanhã há negócios a tratar com as pessoas que irão me ajudar a por fim na felicidade de um demônio.

Despeço-me neste momento, mas prometo logo voltar com mais notícias sobre minha caça à bruxa.

Barnabas Frost.

~x~

Ville, Inglaterra.

Quinta-feira, 5 de setembro de 1868.

Como prometido em minha última deixa, volto com mais notícias sobre minha caçada.

Saí pelo período da tarde e peguei uma carroça direta para a cidade. Encontrei o prefeito, sr. Jones, em seus aposentos, enquanto estava acompanhado por um tumulto de homem – no qual me assustaram – de roupas totalmente impecáveis. Olhei para mim mesmo e senti-me rebaixado por não estar em tão boa qualidade quanto aqueles lá presentes, mas, felizmente, ninguém parecia se importar com vestimentas.

Bom, assim que todos estavam acomodados, com bebidas a gosto em nossos copos, o prefeito não hesitou em apresentar-me aos seus colegas e explicar o porquê da presença dos demais.

Admito quase surtar com a ideia do sr. Jones, assim que explicado, sobre o cargo que os outros exerceriam na busca da bruxa. Ele queria que seus colegas se juntassem a mim, que fizéssemos um grupo! Muita ousadia! Neguei, é claro. Neguei com gosto e expliquei com um fiapo de paciência que eu trabalho em minhas buscas sozinho, com meus planos e com minhas técnicas. Avisei a ele que ordem era a última coisa que eu gostaria de receber, e não deixei de ser ríspido ao deixar claro que não a receberia de um homem sequer presente naquele cômodo.

O sr. Jones demorou a entender a minha forma de trabalho, mas logo conteve-se a se convencer, dando apenas um cargo separado aos demais. Cargos de vigia, simples e sem erro.

Não me importo se a minha parte será difícil ou não. Já lutei com ursos maiores do que eu. Caçar uma mulher na qual já tive convivência será fácil perto das situações na qual vivenciei. Mas vamos voltando aos homens que, mesmo com o orgulho em mãos, pareceram ficar sentidos com minha negação de equipe. Como eu não queria que aqueles me odiassem por desprezo de suas companhias, expliquei em detalhes como eu exercia meu trabalho. Graças ao bom pai eles entenderam que a última coisa que preciso é distração.

No fim das contas todos demos um brinde em comemoração ao nosso prêmio no final do acerto de contas e nos cumprimentamos – desta vez mais alegres e formais.

Não havia ninguém demais entre mim a não ser o juiz da cidade (sr. Ewan Thomas), o melhor advogado da região (sr. Anthony Clarke), o simples detetive (Christopher Evans), e o meu velho conhecido, o prefeito (sr. Mohammand Jones).

Barnabas Frost.

~x~

Ville, Inglaterra.

Sexta, 6 de setembro de 1868.

Os relatos que tenho são excepcionais, pois, logo após deixar a prefeitura, fui para uma feira no centro da cidade. Não que isso importe muito, mas Charlotte avisou que faltavam algumas coisas na dispensa, e, já que eu estava na rua, por que não aproveitar o expediente? Ainda mais quando tal ação gera consequências maravilhosas. Acho que ainda tenho que agradecer a minha filhinha por fazer o pai cumprir as obrigações. Se não fossem suas exigências eu ainda estaria com mãos atadas no caso de Gael. Ah, acho que não mencionei! Pois direi agora. srta. Gael Foster, este é o nome de minha procurada. Encontrei-a na feira enquanto conferia uma barraca com frutas fresquinhas.

Não sei dizer se a animação dela em vir-me novamente fora fingimento ou realmente um sentimento - afinal de contas, nem sentimento sei se um demônio tem -, mas a minha animação era verdadeira, pois ali estava eu, a cobra pronta para dar o bote.

Enquanto a srta. Foster falava e falava dando-me a chance de ouvir seu sotaque francês mais uma vez ofereci-lhe ajuda com suas compras. Animadamente ela aceitou e continuou com a conversa. Explicou que estava com uma nova vida. Disse que comprara uma casinha na floresta com um senhor muito generoso, no qual a fez um lance baixo. Perguntou sobre Charlotte e sobre como eu seguia a vida. Cuidadosamente respondi suas perguntas. Obviamente não entreguei as cartas e falei onde moro, mas relatei que Charlotte estava bem e que crescera bastante com os últimos anos.

Bom, acho melhor poupar espaço, afinal de contas, ninguém irá querer ler sobre um passeio longo onde o assunto pendente era conversa de mulherzinha. Então, seguindo de um ótimo ponto, continuarei.

O sol já havia se posto e as barracas já estavam sendo desmontadas quando acabamos nossas compras. A srta. Foster mora ao sul, eu, pelo contrário, moro ao norte da cidade. Sendo óbvio ou não, mas sempre mantendo a educação, perguntei para a moça se tinha companhia para voltar para casa tão tarde. Ela negou e então me enchi de esperanças oferecendo uma caminhada até sua casa. Admito ter esperado ser mais fácil, pois a mulher negou.

Numa situação dessa eu não poderia fazer mais não a não insistir, afinal de contas, desistir eu não iria.

E foi o que fiz. Insisti até que a senhorita aceitasse.

Argumentei que estava tarde para que ela andasse sozinha, e, ironicamente, acabei mencionando que poderia haver pessoas vagando no meio do caminho a procura de uma boa vítima para se aproveitar. Expliquei que não era incomodo algum e finalizei com um elogio pela bela companhia. Logo Gael demonstrou-se convencida e agarrou o meu braço num sinal de aprovação pela proposta.

O resto da caminhada fora tranquila.

A moça mora numa área isolada da cidade. Admito ser um pouco sombrio. Não se via nada a não serem árvores, arbustos e o luar empalidecido. A casa, porém, parecia tão confortável quanto Gael mencionara. Algo comum, nada clichê ou mimado ­­– talvez seja por isso que não tenha custado caro. Mas, com toda a paisagem o que mais me chamou a atenção e atiçou minhas ideias fora um lampião perto da propriedade. Ferro, puro ferro.

Perguntei então se a senhorita queria ajuda em guardar suas coisas. A mulher negou rapidamente e pegou as compras. Argumentou que o que fiz já era o suficiente e mandou-me embora sem mais nem menos, pouco se importando se seria ríspida ou não. Mal pude me despedir e a moça enfiou-se dentro de casa.

Só me faltava essa! Como se a mulher acreditasse que iria enganar-me com tão má encenação. Se acha que sou tolo está enganada! Ora, tola é ela!

Depois de alguns minutos aproximei-me de uma de suas janelas. Gael pegou um livro qualquer de sua estante e sentou num estofado. Apoiou-o em seu colo e fechou os olhos. Mexendo as mãos em movimentos desconhecidos começou a pronunciar algumas palavras. Entender algo eu não entendi, afinal de contas, era eu quem estava no lado de fora da casa. Mas seus lábios não mentiam. Suas palavras eram do mais puro e clássico latim.

Não se passou nem mais dois segundos e seu livro, sem mais nem menos, abriu-se.

Eureca! Magia, meu caro. Magia!

No resto dos minutos a mulher pôs-se na prática de escrita, apagou as velas e despiu-se para a noite.

Eu, por outro lado, voltei para casa tão cansado e atarefado que decidi deixar a escrita para o próximo dia.

Observação: Nenhum fato interessante se estendeu a mim hoje. Consegui então dia de folga.

Barnabas Frost.

~x~

Ville, Inglaterra.

Sábado, 7 de setembro de 1868.

Levantei-me pela aurora e prossegui rapidamente para a prefeitura.

Admito entusiasmo da minha parte, afinal de contas, metade da minha tarefa já está cumprida e falta apenas o final, no qual discuti com o prefeito nesta manhã.

E, bom, tenho apenas uma coisa a dizer...

...Agiremos no anoitecer do amanhã, pois hoje as coisas serão apenas preparadas...

Barnabas Frost.


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Notas finais do capítulo

Eita sô! O clima está começando a esquentar!