No capítulo passado...

Eu quase não falava com os meus amigos. A maioria me odiava. E o único em quem eu podia confiar era Peeta. Com a sua ajuda eu consegui ser como era antes. Consegui meus amigos de volta e o meu rótulo de oferecida sumiu e voltou Katniss de antes. A menina normal, sem frescuras, de bem com a vida e com os amigos. O seu antigo rótulo. Que é assim que nós vivemos no colégio, de rótulos. E são esses rótulos que nos definem.

É claro que tive dificuldades para ser aquela menina. E até hoje as vezes tenho um ataque de loucura e torro o meu dinheiro. E nesse tempo que Peeta me ajudou nós fomos nos aproximando mais como namorados e menos como amigos.

Já deu o meu horário. Vou para a sala dos funcionários, deixo meu crachá e o avental e pego minha bolsa. Vou em direção ao escritório do meu chefe. Bato na porta e logo escuto a voz de Cinna.

x-x-x-x

– Chefinho eu já vou indo - falo colocando só a cabeça pra dentro.

– Ok Kat. Mas amanhã vê se não se atrasa de novo - responde divertido.

– Sim senhor - e bato continência. Por causa disso caímos na risada - até amanhã Cinna-

– Até amanhã Kat

Saio pelos fundos e tento pegar um táxi. Mas nenhum tem a compaixão de parar o carro. Depois de uns 4 táxis terem passado por mim direto consigo parar um. Entro e dito o endereço da minha faculdade.

Quando chego na facul vou ao corredor dos armários. Pego os meus livros e vou em direção á sala onde irá ter a aula.

x-x-x-x

Chego em casa e está em completo silêncio. Deixo as minhas coisas no quarto e vou á cozinha ver se tem alguma coisa pra comer. Quando chego vejo um bilhete em cima da mesa.

Leio esse bilhete e quase caio para trás, minha respiração está falha, meu coração batendo muito forte, estou tremendo e com muito medo. No pequenno papel estava o seguinte:

"Kat, como sabemos que você iria demorar eu e Clove fomos ao aeroporto, Cato e Marvel Tambem irão no carro deles.

Não se esqueça. Peeta Mellark chegou hoje de viajem. Ele irá morar conosco.

Beijos, Mad"

Com essa última sentença eu quase caí para trás. Peeta voltou, e o pior, vou conviver com ele debaixo do mesmo teto.

Nós eramos namorados. Mas quando terminamos o colegial por causa da faculdade ele teve que ir para outro país, sendo assim, sempre nos falávamos pela internet. Mas quem disse que namoro a distancia dura? Principalmente quando se é outro país.

Foi aí que as coisas começaram a desandar. Eu comecei a frequentar muito a balada e chegava em casa praticamente amanhecendo. Bebia até não aquentar em pé. E Peeta de algum jeito acabou sabendo disso. Naquela época ele era muito ciumento então tivemos uma discussão feia pela internet

Fiquei um mês sem falar com ele, sentia muita saudades, mas o orgulho não deixava eu ligar e pedir desculpas. Depois de mais ou menos um mês e meio do acontecimento deixei o orgulho de lado e resolvi ligar para ele. Quem atendeu foi ele, mas ao fundo eu escutei voz de uma mulher e perguntei quem era, ele não falou mas em vez disso terminou comigo, alegando que namoro a distancia não levaria a nada.

Eu tentei convênce-lo, já estava chorando sem parar. Mas foi aí que ele jogou a bomba, ele já estava tendo um caso que começou uma semana depois da nossa discussão, falou que a voz que eu escutei é da mulher com quem ele está ficando.

Depois de ouvir isso não aguentei mais, taquei o celular na parede e desatei a chorar mais ainda. Nessa época eu já morava com os meus amigos. Mad ouviu o barulho do meu celular se espatifando e veio correndo ao meu quarto.

Quando viu o meu estado deplorável começou a me consolar. Eu não conseguia dizer nada. Apenas chorava só lembro que adormeci com a minha amiga afagando o meu cabelo. No dia seguinte eu não falei nada, só falei que nós terminamos mas não revelei o motivo. Aquela semana eu não queria fazer nada, ficava a noite inteira chorando. De manhã quase não consiguia trabalhar, e quase sempre me atrasava nos compromissos.

Só que com o tempo aprendi a controlar as minhas emoções, eu nunca vou conseguir superar isso, mas, eu sei que um dia eu vou conseguir esquecer, não a dor que ele me causou, mas sim, o meu coração caído e quebrado.

Foi quando eu comecei a sair mais, me enturmar mais, e ficar vários caras. Nunca namorei sério além de Peeta, e foi por causa disso que hoje o meu coração é mais duro que uma pedra.

Se você for um homem não venha com coisas românticas ou mimas pra querer me conquistar. Mas tambem não me trata como se eu fosse uma cadela qualquer, sim eu sou exigente e mesmo assim chovem homens no meu quintal – a modétia passou por aqui e mandou um oi - mas a vida é assim, se ela quis que fosse desse jeito, então vai ser.

x-x-x-x

Já são 22:00 horas. Escuto o barulho da porta e vozes. Eles chegaram, e junto deles Peeta tambem chegou. Estou deitada na minha cama lendo um livro. Escuto passos no corredor e logo Mad adentra o meu quarto com uma carranca, quando ela me vê logo desfaz. Fico confusa, mas não pergunto nada:

– Desculpa pela demora Kat - fala vindo em minha direção e sentando na minha cama ao meu lado - é que nós tivemos que parar na starbucks.

– Tudo bem, mas porque você estava carrancuda até segundos atrás? - pergunto curiosa.

– É que o Peeta chegou... - ela se interrompe logo que vê a minha cara de tristeza, mas balancei a cabeça pra ela continuar - e bom, eu não gostei nada do que ele te fez á alguns anos atrá. Pronto falei, eu simplesmente não gostei do jeito que ele terminou contigo amiga.

Não falo nada, apenas a abraço. No começo ela se assusta e fica meio receosa porque eu não sou de ficar distribuindo afetos. Mas logo ela me acolhe.

– Obrigada por tudo Mad, por ser minha amiga, conselheira e as vezes dar uma de mãe - falou com a voz abafada pelo seu casaco e soltamos uma risadinha.

– Vamos Kat, é melhor você encarar a realidade - fala se afastando um pouco de mim - ele está aqui e você não pode ficar a vida inteira enfurnada nesse quarto.

– Ok, eu vou, mas não prometo que serei amigável com ele - falo.

Saio do abraço acolhedor de minha amiga e saímos do meu quarto. Passamos pela porta da Clo e vi a luz acesa. Resolvemos entrar pra ver se ela está lá. Encontramos a dona do quarto e Glimmer conversando.

– Porque vocês estão no quarto e não com os meninos na sal? - perguntei, as três se entreolharam e Glimmer que respondeu:

– Eu e a Clo tambem não gostamos de Peeta aqui depois do que ele te fez.

– Mas fazer o que né?! É a vida - responde Clo me abraçando e Glimmer se junta, logo contagia Mad e estamos em um abraço coletivo.

– Ah meninas só vocês pra fazer eu chorar com isso - falo enchugando as poucas lágrimas e ao mesmo tempo rindo do meu estado, elas me acompanham na risada.

Descemos as escadas conversando. Ouvimos vozes e logo reconheço a de Peeta, sua voz não mudou nada, é como se fosse música para os meus ouvidos.

Chegamos na sala e o vejo sentado no sofá junto com os outros dois, enquanto as meninas vão se espalhando eu empaco no lugar com olhar grudado nele e ele olha em minha direção e fita os meus olhos. É como se tivessemos voltado à aquele tempo em que tudo eram flores, ou quando demos nosso primeiro beijo em Paris ou quando éramos crianças e brincávamos de pega-pega e ele sempre desfazia a minha trança.

Mas não estamos mais naquele tempo, agora a época é outra,as condições são outras e agora irá ser tudo diferente. Começarei uma nova vida diante de Peeta e ele irá pagar por ter partido o meu coração daquele jeito.