Eu estou deitada. Em um lugar macio. Acho que é a minha cama.

Abro os olhos e constato o meu pensamento. Estou no meu quarto, deitada na minha cama. Mas como eu vim parar aqui? Eu não sei.

Levanto, sentindo um pouco de tontura nesse processo. Abro a porta do meu quarto e vou em direção á sala. Quanto mais perto vou chegando as vozos que estão vindo de lá aumentam.

- Foi hoje que ele se acidentou... - acho que essa voz é da minha mãe.

- Mas ele tem perigo de vida? - e essa é da Mad.

- Por enquanto não... - não deixei a minha mãe terminar de falar. Abro a porta com um etrondo.

- O que aconteceu com o Peeta? - pergunto desesperada. Por causa do susto elas praticamente pulam do sofá.

- Filha fica calma...

- Não fala pra eu ficar calma!

- Tá senta no sofá que eu te explico. - fiz o que minha mãe pediu e ela começou a contar.

- No caminho da casa dele para o ponto de encontro de vocês ele estava atravessando a rua e de repente um carro veio á toda velocidade pra cima dele. Mas depois disso o carro fugiu. A poilicia suspeita de que o motorista estivesse bêbado. Só que o Peeta fraturou a perna esquerda e alguns machucados...

- Eu quero ver ele. Eu preciso ver ele - digo levantando e indo para a porta.

- Não Katniss, amanhã você vai. Hoje só descansa um puco.  - diz em suplica - Eu vou ligar pro colégio e dizer que você irá faltar amanhã

- Ok mãe. Mad você vem comigo?

- Aham, claro - responde e subimos.

Já faz algum tempo que eu desconfio estar apaixonada pelo meu melhor amigo. Mas hoje eu tive a certeza disso. Justo hoje, eu queria descobrir isso de outro jeito. Mas a vida quis assim e ela vai ser assim.

                                        x-x-x-x

              2 meses depois...

Já fazem 2 meses que o Peeta está em coma. E já faz 2 meses que descobri estar apaixonada pelo mesmo. Agora minha vida virou uma rotina. De casa pra escola, da escola pro hospital e do hospital pra casa.

As vezes eu até dormia lá. E hoje é um desses dias. Já tomei banho e peguei as minhas coisas e o material escolar.

Entro no quarto todo branco. Só com a sua cama. Deitado com os olhos fechados e os cabelos loiro caindo sobre sua testa. Até parece um anjo mesmo com todos aqueles fios em seus braços e as máquinas apitando, sua perna enfaixada e cortes pelo rosto e braços.

Jogo minhas coisas no pequeno sofá que tem lá e sento na cadeira ao lado de sua cama. Eu sempre converso com ele.

- E ai Peeta. Eu sinto muito a sua falta. Volta pra mim - nisso já tenho lágrimas caindo pelo meu rosto - a minnha vida não é mais a mesma, pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade. - quando percebo entou com a mão estrelaçada á sua e com a testa na mesma, por último sussurrando antes de apagar - Eu te amo...

                                       x-x-x-x

Acordo toda dolorida, olho pra minha mão que ainda está entrelaçada com a sua. Tento soltá-las mas não consigo. De repente eu sinto o aperto ficar um pouco forte. Depois a pálpebra do seu olho tremendo. Logo em siguida um dos olhos. Segundos depois sou tomada por aquela imensidão azul que tanto senti falta.

Abro um grande sorriso e ele retribui com um sorriso fraco. Chamo o médico e ele diz que daqui uma semana Peeta poderá receber alta deste hospital. Mas antes disso fará exames para ver se não fraturou mais algum membro ou teve algum trauma.

                            Flashback off

E foi nesse ano que descobri ser apaixonada pelo meu melhor amigo. E por aquela minha "declaração" que ele tambem descobriu que eu estava apaixonada por ele.

Mas ele ficou quieto e foi só no ano seguinte no dia do meu aniversário de 15 anos que ele me contou.

                            Flashback on

Hoje eu faço 15 anos. Eu escolhi de presente de meus pais uma semana de viagem. Primeiro iriamos à Disney lá na Califórnia, depois para Paris, logo em seguida no Japão e por último o Havaí.

Meus pais são ricos. E não sei falar francês, imagine japonês. Mas eu sei algumas coisas básicas do francês, lá eu posso aprender um pouco mais. Já o japonês... eu não entendo nem a primeira letra do que eles falam.

Mas enfim estamos indo para a Disney, vamos ficar em um hotel lá por 2 dias. O "vamos" quer dizer eu, Mad, Clove, Annie, Cato, Peeta, Finnick e Gale. A propósito, Gale é o meu irmão mais velho, 2 anos. Finn e Ann tambem são 2 anos mais velhos, então por isso enquanto eu estou no primeiro ano do colegial eles ja estão no último.

Chegando lá temos só dois quartos um para meninos e o outro para as meninas. Não sei como vamos caber lá mas......

     2 dias depois

Estamos indo para Paris, o hotel separamos do mesmo jeito que lá na Disney. Resolvemos começar pela Torre Eiffel. Foi lá que Peeta me chamou em um canto e começou.

- Bom, Kat... eu queria falar uma coisa pra você - falou meio sem graça e coçando a nuca, ele fica tão fofo assim, pigarreou e começou - er... eu.. eu escutei você lá no hospital e...

- Ai meu Deus, Peeta me desculpa! Eu devo estar empatando a sua vida te preocupando com o que disse aquele dia - falo desesperada - quer saber, esquece aquele dia, finge que não aconte... - não consegui terminar minha frase porque Peeta me puxou e me beijou.

Foi como se mil borboletas estivessem voando na minha barriga, meu coração estava tão disparado que eu sentia como se fosse explodir ali nos seus braços, não que eu nunca tenha beijado, mas beijar ele é diferente, é como se eu nunca tivesse beijado ninguem e ele fosse o primeiro, é como se nunca tivesse passado nenhum outro garoto na minha vida. É como se eu fosse dele e ele meu. Pode ser clichê, mas essa é a verdade.

E nesse beijo ele colocou toda a paixão que eu pensei que fosse fraternal, mas agora eu vejo... melhor, eu sinto ela. E tento retribuir a altura.

Quando o ar se faz necessário nos separamos. Já sinto falta de seus braços me rodeando.

- Você fala demais - fala sorrindo e eu retribuo - eu te amo - fala e eu fico espantada - você me ama. Verdadeiro ou falso?

E respondo com toda a certeza do mundo.

- Verdadeiro...

                            Flashback off

E foi nesse dia que começamos a namorar. No pôr-do-sol e em frente a Torre. Um momento clichê, mas único e novo para nós dois.