Os Deuses Também Olham Por Bastardos escrita por AStoneBird


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Só lembrando que o Trono de Ferro não é como o da serie, ele é como o do livro, essa coisa linda aqui (http://omelete.uol.com.br/images/galerias/Game-of-Thrones/Game-of-Thrones-Trono-de-Ferro-segundo-Marc-Simonetti.jpg)

Vamos ao ataque.



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– Você acha que isso vai mesmo funcionar? – Dany perguntou mais uma vez.

– Tem que funcionar. – Jon respondeu tentando mostrar confiança. –  Melisandre viu nas chamas.

– Mais ela já errou antes.

Eles caminharam até o topo da colina, onde Drogon e Rhaegal estavam comendo um cavalo moribundo cada. A neve acumulada já passava dos trinta centímetros, mas as patas de ursos que os nortenhos usavam ajudava na subida.

Ela olhou para o dragão vermelho que ficava no pé da colina, ele parecia saber o que viria a seguir. Estava pronto para partir como se seu montador estivesse em suas costas falando o que fazer a seguir. Ele comia pouco, considerando seu tamanho, e passava a maior parte de tempo deitado, mas agora estava sentado olhando para o norte como se esperasse por uma ordem.

Drogon e Rhaegal sentiram a presença deles e largaram as carcaças carbonizadas dos cavalos para deixa-los subir em suas costas. O uivo do lobo fez Jon hesitar, Fantasma corria como uma sombra branca pela neve, Jon passou a mão pelo os pelos brancos do lobo.

– Fica, Fantasma. – o lobo não queria se separar de Jon, todas as vezes que ela voava nas costas de Rhaegal o lobo agia como se sentisse ciúmes do dragão. – Precisamos de todos os lobos aqui, você tem que proteger aqueles que vão ficar.

Nymeria, Cão Felpudo e Fantasmas era os últimos lobos dos Stark e ficariam para proteger o pequeno grupo de mulheres e velhos que ficariam para trás indo para o sul, mas parecia que Fantasma queria ir à luta com Jon.

Jon montou no dragão, mas o lobo continuou a uivar enquanto eles subiam para o céu frio do inverno.

Os flocos de neve cortavam seu rosto enquanto o dragão a mantinham meio aquecida, ela viu os exércitos começarem sua marcha para o norte. A enorme esfera de vidro esperava por eles, elas ficaram longe do acampamento por conta do perigo de alguém esbarrar nelas sem querer ou por curiosidade, quando eles desceram novamente Tyrion os recebeu com uma bolsa cheia de pequenas esferas igual as duas que os dragões levariam.

– Tomem cuidado com isso. – ele entregou a bolsa para Jon com incerteza. – Espero que essa loucura de visão seja verdadeira. Quero voltar para minha mulher. Isso é loucura.

– Vamos ganhar. – Jon falou com mais segurança na voz dessa vez. – Vamos pagar um preço muito grande por isso, temos que ganhar.

Eles conduziram os dragões com cuidado para pegar as esperar. Tyrion continuava a falar que deveriam ter cuidado.

– Pelos deuses, não puxem essa corda antes da hora ou todos morreram. – o anão estava muito tenso com o plano de ataque e não parava de andar e falar o que deveria ser feito durante os dois dias que esperaram as esferas chegar de Porto Real. – Espero que esse dragão faça o que falarmos pra ele. Esses dragões de pedra também, não confio muito na inteligência deles para seguir ordens.

Ele gritava do solo, ela também esperava por isso, mas sua resposta foi um sorriso amarelo. Eles voaram para o sul por menos de cinco minutos até ver as criaturas comandadas pelos Caminhantes Brancos se arrastando pela neve, montadas em outras criaturas que em outra vida foram animais ou em aranhas gigantes feitas de gelo. Eram milhares e mais milhares espalhados por toda extensão de terra que conseguiam ver. Ela olhou para Jon ao seu lado procurando coragem em seus olhos cinza, quando os encontrou viu o que procurava e tudo o que queria agora era ganhar essa maldita guerra e voltar para casa com Jon e seus bebês.

Os dragões de pedra passaram por eles, seu destino seria a retaguarda dos inimigos, era chegada a vez dela e Jon fazer suas partes no plano.

Quando já estavam a uma boa distancia da batalha que aconteceria no chão eles se separaram e soltaram as grandes esferas de vidro que espalhou fogovivo por uma boa parte dos inimigos e se espalhava pela neve com rapidez, queimando o norte do oeste ao leste. As pequenas esferas nas bolsas também foram lançadas no seu caminho para oeste e quando ela chegou na costa começou sua batalha solitária contra o flanco das criaturas.

*

– Tyrion tinha razão, isso é loucura.

Jon estava começado a se arrepender do plano quando se separou de sua amada. Eles atacariam sozinhos os flancos do inimigo, enquanto o exército atacava a frente com o dragão vermelho, os dragões de pedra viram na retaguarda e o fogovivo consumiria o centro.

Eles eram muitos, muito mais que o pequeno exército, seus números se perdiam no horizonte. Era Caminhantes Brancos com suas criaturas de gelo e criaturas que um dias foram humanos. Ele passou horas e mais horas investindo com seu dragão nas criaturas, quando elas derretiam outros tomavam seus lugares. As esferas de fogovivo ajudavam, e estavam se espalhando por todo o norte.

Mas Rhaegal estava ficando cansado e começava a ir menos alto, ele tinha que descer, mas se descesse seria a perdição para os dois.

– Aguente, não podemos descer. – ela falou para o dragão, mas palavras são vento e o chão se aproximava cada vez mais com o cansaço do dragão. – Espero que Drogon esteja aguentando.

Ele não parava de pensar em Daenerys sozinha no Oeste. Deuses, permitam que voltemos a nos encontrar. Não nos abandone. Não abandone ela. Ela precisa voltar por nossos filho., Jon rezava em silêncio, ele não tinha abandonado seus deuses antigos mesmo depois de sua volta. De algum modo sentia como se todos os deuses estivessem conectados.

Rhaegal estava quase no solo e ele sabia que estavam perdidos, os números haviam diminuído nas última horas, mas anda eram muitos.

– Suba. Não desça. – ele gritava para o dragão quando algo os atingiu e Jon caiu do dragão verde, a última coisa que viu foi a neve.

*

Sua roupa vermelha era da mesma cor que o dragão que montava. Ele queimava tudo a sua frente, milhares dos inimigos sucumbiram em suas chamas verdes enquanto eles ganhavam mais espaço no norte, Fosso Cailin já havia ficado para trás e eles já ouviam o som do dragão no oeste. Eles estavam ganhando.

Ela abria caminho com o dragão que levava o nome de seu amado, Azor, quando o futuro mudou. Ela não via mais Jon no futuro, ela não via mais nada além da escuridão.

Ela deixou Azor lutando e foi até o Oeste. Viu que o fogovivo estava tomando o Norte como deveria ser, mas o dragão verde não estava no céu de Porto Branco, onde deveria estar. Ele estava na metade do caminho de Aríete voando em círculos como se protegesse algo no chão. Ela ficou surpresa quando viu Jon caído na neve e ao seu lado uma Criatura, mas ela parecia estar ajudando o homem caído.

– Você é o Destino? – a criatura perguntou virando em sua direção. – Eu esperava por você. Ele disse que você chegaria rápido, mas não pensei que seria tão rápido.

– Quem é você? O que você fez? – ela não entendia o que estava acontecendo pela a primeira vez em toda a sua existência. – Você está interrompendo o destino.

Ele levantou e caminhou até ela. Ele era só mais uma criatura, mas quem ele foi antes disso foi o que mais a surpreendeu.

– Eu sou Benjen Stark, ou pelo menos costumava ser. Lhe trago um recado da escuridão. – agora ela entendia tudo. – Ele está cansado de esperar por você, pede sua volta. Para que conserte o seu erro.

– E-eu. – ela não sabia o que fazer com o passado que voltava para assombra-la. – Isso nunca foi minha vontade.

– Foi sim, você o condenou por um amor proibido. Tem evitado ele por todo esses tempos, sabe o que aconteceu com ele?

– Eu mandei o menino para ele. – ela tentou explicar. – Era esse o trato. Por que ele mandou você?

– O menino não é o suficiente, ele precisa de você.

– Volte para ele. –  ela viu que não tinha opções. – Devolva Jon, deixe o destino cumprir-se e diga a ele que irei até ele quando vencermos.

Ela tocou em Benjen Stark pela última vez, o futuro voltou para ela junto com Jon. Agora ele era diferente. A sua ferida queimava em seu peito quando ela voltou para Azor.

*

Daenerys Targaryen voava pelo lago congelado de Praça de Torrhen tomado pelas criaturas quando viu os dragões de pedra apareceram no horizonte ao norte, aquilo significava que uma boa parte das criaturas já queimavam ao norte, mas também significava que tudo depois de Praça Torrhen estava em cinzas.

Drogon estava cansado da longa batalha, eles precisavam descer logo e a chegada dos dragões fora em uma boa hora. Eles se dirigiram para mais norte, e como já sabia o que a esperava, viu tudo queimado. Desceram em um pequeno castelo que um dia fora de algum dos vassalos dos Tallhart. Ela não desmontou enquanto o dragão descansava, não ousaria abaixar a guarda em batalha. Jon havia lhe dito que nunca se fica de guarda baixa até que esteja comemorando sua vitória, e que nunca se comemora uma vitória até que todos os inimigos sejam derrotados.

Drogon ainda descansava quando ela ouviu um barulho, o dragão também ouviu, ele levantou a cabeça pronto para atacar. Um alce apareceu no meio das cinzas, nele montava um homem alto vestido de preto, eles pareceram não notar a presença deles e assim como apareceram, sumiram. Dany achou melhor não ficar naquele lugar por mais tempo e voltou ao céu com Drogon.

Do alto ela conseguia ver que o fogovivo ainda queimava na neve, consumindo milhares de coisas em sua vida. Os dragões de pedra de Pedra do Dragão não cansavam e continuavam a colocar fogo em tudo. Ela ainda não conseguia acreditar neles, era como se os deuses os ajudasse.

Quanto tempo deveria ter passado? Já seria noite ou dia? Como estavam seus bebês e Jon? Estava ganhando como parecia? Só tinha perguntas sem respostas, a única coisa a podia fazer agora era atacar.
Cada pedaço de terra das montanha do Oeste até onde um dia foi o Para lá da Muralha estava em chamas e a fumaça tornava o céu mais escuro.

Daenerys Targaryen seguia para o Sul agora, seu dragão estava mais descansado e atacava os inimigos com toda a sua fúria em mais uma batalha que pareceu durar horas infinitas, mas quando ela viu o dragão vermelho a sua frente viu que estavam cada vez mais perto do fim.

No chão o homens lutavam com as criaturas que não foram queimadas, eles faziam um grande estrago com a obsidiana, mas seus números haviam diminuído desde a última vez que ela os vira.

Jon já deveria estar nesse campo de batalha das Terras Acidentadas, mas ela não o via no céu. Seu coração apertou por um segundo antes de ver o dragão vindo do Leste. O fogovivo não queimava nessa batalha, somente o fogo dos dragões.

No final da batalha só se via fogo, destruição e fumaça. O preço pela vitoria foi a destruição do norte pelo fogo. Com o inverno ainda em andamento, levaria anos para começar a reconstrução, e gerações para ter de volta o que um dia lhes foi tirado. Metade do reino estava queimado, mas a outra metade ainda a salvo.

Jon ainda voava pelo norte a procura de alguma criatura enquanto ela desceu para ajudar os feridos e contar os mortos, mas quem ela realmente procurava era os comandantes dos ataque em solo, Sor Jorah e Sor Barristan. Seu urso e seu Sor vovó estavam em uma barraca cuidando de seus ferimentos, o escudo de Jorah estava partido ao meio, e a cota de malha de Barristan estava meio derretido, seu braço esquerdo estava enrolado em cataplasma e seda.

– Pelos Deuses, vocês estão bem? – ela ajoelhou ao lado de Barristan para ver seus ferimentos. – Fico tão aliviada por vocês ainda estarem vivos.

Ela depositou um beijo em cada bochecha dos seus protetores e conversou sobre a batalha com eles, os dois falaram sobre seus feitos e em como seria o futuro dos nortenhos até a reconstrução do norte.

Ela ouviu o dragão que voltava do norte, Jon havia retornado e ela esperava por ele. Todos os guerreiros por onde passava a saldava como Rainha Guerreira e ela ouvia eles falarem em como ela lutou sozinha no Oeste. Dany sentia-se orgulhosa, mas a única coisa que queria agora era os braços de Jon. Ela correu até eles, seu filho comia um cavalo ao lado de Drogon que agora dormia derretendo a neve onde deitava.

Jon a segurou em seus braços como se ela fosse a coisa mais importante em seu mundo e alguém quisesse rouba-la dele.

– Me arrependi tanto por me separar de você, meu amor. – ele sussurrou em seu ouvido. – Senti que nunca voltaria a vê-la quando cai.

– Você caiu? – o medo tomou seu peito, não conseguia imaginar Jon caindo. – Como assim? Você está bem? O que aconteceu?

Ela viu que ele tinha se arrependido de falar assim que pronunciou as palavras, seus lábios encontraram os dela com paixão tentando afastá-la das respostas, mas assim que ele se afastou ela exigiu uma resposta.

– Não foi nada, eu estou bem agora. Algo acertou Rhaegal e me fez cair, mas me recuperei logo e ele não deixou que nada se aproximasse de mim. – ela abraçou ele, depois de um tempo abraçados e mergulhados em sua paixão, eles caminharam para as comemorações.

...

Alguém havia colocado um banco alto para que Jon falasse e quando ele subiu todos fizeram silêncio para ouvi-lo

– O Norte esta em cinzas, mas nossos inimigos tão bem estão. – ela falava para todos ouvirem. – Perdemos muitos dos nossos, mas derrotamos todos eles. Infelizmente não temos mais casas, castelos ou florestas, mas temos uma terra livre de ameaças. Voei pelo norte e agora volto para lhes contar: Eles se foram.

Os homens explodiram em alegria e gritaram o nome de Jon e Daenerys como seus salvadores. Ela ouviu um falar que faria uma canção sobre a noite em que os dragões salvaram os reinos montado em dragões.

– Escultem. – Jon pediu atenção. – Ainda temos muito o que fazer antes de comemorar nossa vitória. Hoje vamos descansar e contar nossos mortos, mas amanhã faremos uma busca pelo norte para termos certeza que nenhuma criatura passou despercebida. Vamos até onde um dia foi o Para lá da muralha e quando voltarmos espalharemos por todo o mundo a história de como derrotamos a escuridão pela segunda vez. Em canções ou em histórias para nossos filhos e netos, porque hoje viramos A História.

*

Ela via a comemoração do Jovem Rei Dragão, mas podia participar. Seu nome não estaria na História, ela nunca fora sequer vista.

Os dragões de Pedra agora voltavam para Pedra do Dragão, voltariam a ser somente estatuas magnificamente esculpidas pela a Antiga Valíria. Azor voava com eles, mas ele não voltaria a ser o dragão adormecido, ela ainda tinha mais um presente para os Targaryen. Agora eles iam para o Sul com os feridos e os ossos dos mortos. 

Ela viu o reencontro de dos Targaryen, dos Stark e de todos aqueles que foram para o norte. Viu também as lagrimas daqueles que viram seus parente, amados e amigos partirem em armaduras e voltarem enrolados em panos.

Agora seria a hora do rei a da rainha, muito tinha que ser ouvido e muito tinha que ser julgado. Um segundo trono foi erguido ao lado do trono de ferro, tão alto quanto ele, mas menos assustador. Era feito de Jade, rubis e ouro. Veio de Dorne junto com Arianne Martell.

– Minha Rainha, Meu Rei. – a garota se ajoelhou. – Meu pai mandou fazer esse trono assim que soube que voltaria para Westeros como um presente de Dorne. Ele gostaria de estar aqui, mas não foi possível. Espero que goste de seu presente, uma beleza como a de Vossa Graça deve sentar-se em um trono tão belo quanto.

E foi sentada em um trono de pedras preciosas e ouro ao lado do Trono de Ferro que Daenerys e Jon Targaryen ouviram o reino, começando por Cersei Lannister.


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Notas finais do capítulo

UUUUH, olha quem voltou dos mortos, se não é o campeão de esconde-esconde. kkk
Próximo capítulo vamos colocar os pingos nos is e ver o que acontece com a Cersei e os traidores de Aerys Targaryen e os do Norte.
Quem quer comprar uma casa no Norte? Tá quente por lá agora, só não prometo uma vista maravilhosa. kkk
Gostaram do trono de pedra preciosas da Dany? Ela vai mandar na porra toda junto com Jon sempre precisar dividir o trono ;)
O que você acha que vai ser o último presente da Menina de Vermelho? O que vocês acham que vai acontecer com ela? Quem chamou ela? Pra onde ela vai? AAAAAAAAH quanta pergunta sem resposta.



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