-Sabe, ela é uma mulher incrível, e... – Começou Kevin, olhando admiradamente para Elena. -... Nossa!

Senti a raiva subir à cabeça, e então parti pra cima do Kevin, derrubando-o no chão e enchendo sua cara de socos fortes, meu punho fechado e batendo-lhe com vontade. Senti Kevin retribuir alguns golpes que por sinal são fortes, e me enfraquece. Elena grita e me afasta de Kevin, que estava sangrando no rosto. Me apoiei no balcão, sentindo a dor no estômago pelo soco.

-O que houve com vocês?! Piraram?! – disse Elena alterada. Depois de uma pausa silenciosa, ela respira fundo – Entra Kevin.

-Obrigado... – ele murmurou, entrando na casa.

-Ah, qual é! Ele tá mesmo pisando na minha casa? – perguntei indignado.

-Nossa casa. Eu também posso controlar quem entra aqui.

-O que deu? – Natan perguntou na ponta da escada.

-Eu não disse pra você ir pro quarto? – falei.

-Disse, mas aí eu ouvi o grito da mãe, e... KEVIN! – Natan correu até ele, o abraçando.

-Ah, qual é! – Resmunguei e fui pra sala, abrindo uma garrafa.

-Damon! Larga essa garrafa! – alertou Elena, furiosa.

-Qual é! Você tem o Kevin pra cuidar, me deixa em paz. – falei sem pensar.

Vi o rosto de Elena se fechar. Ela o levou para a sala, limpando o seu sangue com um pano e Natan, sentado ao lado dele, observando tudo e rindo com ele. Respirei fundo, não podia explodir, não com Elena na frente dele. Qualquer coisa sem pensar e poderia perdê-la.

-Natan, é melhor você ir dormir, filho. – falou Elena, concentrada nos ferimentos de Kevin.

-Mas mãe...

-Vai, Natan. Obedeça a sua mãe. – Kevin lhe deu tapinhas nas costas. Assim Natan voltou para o quarto cabisbaixo.

-Ainda tá doendo? – perguntou Elena, encostando o pano no machucado.

-Ai! – ele recuou.

-Eu acho que sim. – falou Elena e os dois riram.

Eu a observei rindo. Havia tempo que não ouvia uma bela risada de Elena, e os olhos de Kevin até brilhavam quando olhava pra ela. Eu estava com pressentimento do que a luta só começou. Perder Elena seria a última coisa que quero nessa vida.

-Damon, pega gelo pra mim? – pediu Elena.

-Pra quê? 

-Deixa Elena. – murmurou Kevin.

-Não, não deixa não. – Ela olhou para mim. – Pega lá, por favor?

Revirei os olhos. Fui até a cozinha, botei gelos num saco plástico, amarrei e entreguei para Elena, olhando o rosto inchado de Kevin. Imaginando como estaria o meu. Me sentei na poltrona da sala, olhando os dois.

-Obrigada, amor. – Falou Elena, passando o gelo no inchaço.

Percebi Kevin trincar os dentes ao ouvir o agradecimento de Elena. Ele deveria estar puto comigo, mas eu não ligo. Eu ainda a tenho nas mãos, ao contrário dele. Isso era um bom sinal, já. Estava em vantagem, e me aproveitei disso.

-Não foi nada, amor. – respondi, sorrindo para Kevin, que me encarava.

-Só ignora. – ouvi Elena murmurar para Kevin.