Fui atrás de Elena, que entrou no quarto pisando fundo e entrou no banheiro da suíte, já tirando a roupa para tomar banho. Demoro um tempo, pensando nas palavras exatas para lhe dizer, e então entro. Me apoio na porta enquanto vejo sua silhueta pelo vidro do box de estilo graduado.

-Precisava? – ela repetiu ao sentir minha presença. – Minha mãe já não gosta de você, e ainda ri da cara dela? Eu sei que ela também não é um anjo com você, e eu acho isso errado, mas não... Precisava rir da cara dela. Levou mais de dez anos pra ela começar a te aceitar, e aí você faz isso. Para né Damon? Precisava?!

-Elena, eu não fiz por mal...

-Fez sim, eu te conheço Damon... – Eu sorri para o nada. – E não dá esse sorrisinho.

-Como você...?

-Eu te conheço dos pés a cabeça, querido.

-É mesmo? Cada detalhe? – digo num tom malicioso.

Elena sai do Box e se enrola na toalha, vindo à minha direção e me beijando. Fazendo com que seu cabelo encharcado molhe minha blusa e seu rosto deixe o meu molhado. Ela recuou e sorriu.

-Cada detalhe. – Ela repetiu, me beijando novamente.

Elena se vestiu e eu sentei na cama, observando-a, já que há dias que eu não a via desse jeito. Ela tem um corpo perfeito, cabelos perfeitos, pele perfeita, e os lábios que estavam vindo na minha direção são perfeitos. Ela se deita sobre mim, me beijando e abrindo os botões da minha camisa. A campainha toca. Reviro os olhos e Elena ri.

-Vai ter que esperar... – brincou.

-Mais ainda? – perguntei incrédulo.

Elena levanta, e sai, descendo as escadas até a porta. Respiro fundo para conter a tensão e vou atrás de Elena. Vejo Natan jogando videogame na sala, um jogo de corrida, xingando e falando com o próprio jogo. Desliguei-o.

-AH! QUE PORRA! – Natan reclamou – O que foi agora?!

-Olha a boca! – repreendi – Vai pra cama, já é quase meia-noite!

-Mentira, ainda são dez horas! Nem isso eu acho.

-Natan, vai pro quarto, por favor.

-Por quê? Me deixa jogar caramba!

-Natan!

Ele bufou e jogou o controle remoto no chão, subindo as escadas com raiva. Escuto a conversa de Elena, e então vou até ela, observando o tal homem na porta, que ao que parece, é um amigo íntimo. Talvez um conhecido há anos, pois a conversação é espontânea.

-Mas como você sabia que eu morava aqui? – perguntou Elena sorrindo espontaneamente.

-Eu perguntei para o guarda de trânsito ali da rua. Ele disse que você é bem famosa aqui na rua, porque é inteligentíssima e bondosa. Antes disso eu verifiquei o seu endereço na lista. – sorriu.

-Ah, Damon. – Disse Elena notando a minha presença. – Esse aqui é o Kevin de quem eu te falei, lembra?

-Prazer. – ele sorriu maliciosamente, estendendo a mão pra mim.

-O prazer é todo meu. – o encarei sem apertar sua mão.