Então me abraçou forte, enterrando sua cabeça em meu peito e cravando as unhas nas minhas costas, chorando. Não sabia o porquê exatamente, mas retribuí o abraço devolvendo o carinho que ela me dava.

-Obrigada por me salvar, Damon. Eu sei que não te agradeci, mas obrigada. Obrigada, obrigada,... Eu te amo tanto...

-Eu também te amo. – sorri e a beijei.

-Elena? Damon? Tá tudo bem? – ouço Stefan perguntar pelo outro lado da porta.

-Tá! Tá tudo sobre controle! – sorri para Elena, e beijei-a novamente.

-Melhor irmos... – Elena murmura, impedindo mais um beijo meu.

Abro a porta e Elena sai por primeiro, recebendo a atenção de todo mundo. Milena vem correndo na minha direção de bracinhos abertos, e com um sorriso enorme no rosto, fazendo seus cabelos enrolados pularem a cada passo.

-Tio! Tem giz pra desenhá? – ela faz uma cara de preocupada.

-Tem sim, vem cá. – Pego-a no colo e a levo até a mesa do computador da sala.

Sento-a na cadeira de rodinhas e abro as gavetas à procura de folhas e lápis de cor. Coloco tudo na sua frente, vendo-a começar a devorar os lápis no papel em branco.

-Vai desenhar o que, hein? – pergunto, me curvando ao seu lado.

-Uma broboleta.

-Sério? Que legal!

-Que cor eu coloco nas asinhas tio?

-Olha... Eu gosto do amarelo. – mostrei o lápis para ela.

-Isso não é amarelo, isso é amarelo. Não aprendeu tio? – Ela ri e começa a desenhar a asa.

-Ah, amarelo queimado ou amarelão dá no mesmo. - Brinco.

-Damon? – ouço alguém me chamar. Caroline.

Faço um cafuné na cabeça de Milena e vou até Caroline e Elena, que estão em pé. Me apoio nas costas do sofá. E percebo que Stefan não está na sala, então olho ao redor, não o achando.

-Sério que você vai ser pai? – ouço Caroline perguntar. – E quando você ia nos contar?

-Não sei... Agora? – sorrio.

            Vejo Elena sorrir, incrédula.

-Quando aconteceu? – pergunta empolgada.

-Bom... – comecei num tom malicioso.

-Tudo bem, descobri que eu não quero saber. – Caroline e Elena riem.

-E você quer que seja menina ou menino? Ou gêmeos?

-Gêmeos! Duas vezes. – ironizo.

-Literalmente. – Elena ri.

-Está no primeiro mês ainda? – Carolin olha e acaricia a barriga de Elena.

-Acho que na primeira semana só... – comenta.

-Tua mãe já sabe? – pergunta Caroline curiosa.

-Sabe.

-E não ficou muito empolgada. – comento.

-Imagino. – ela sorri.

-Cadê Stefan? – pergunto.

-Ele foi ao quarto do Natan.

-Ah, claro...

-Se larguem um pouco. - Elena sorri.

-Mãe! - Milena chama - Vem vê meu desenho! – Milena fica em pé na cadeira, mostrando o desenho.

-Milena, não fica em pé na cadeira, vai se machucar! – repreende Caroline.

-Meu desenho, mãe... – murmura ela, se ajeitando na cadeira, tentando descer.

A rodinha da cadeira desliza no chão e Milena perde o equilíbrio, tentando se segurar na mesa, mas acaba caindo no chão. Caroline grita e eu corro até Milena, vendo seu rosto molhado de lágrima. Ela estende o bracinho, ainda chorando pra mim. Pego-a no colo, tentando acalmá-la.

-Milena... – Caroline se aproxima e eu a entrego. – Calma... Calma... Já passou.

Caroline vai com Milena para a cozinha, que ainda chorava. Elena vem até mim sorrindo e me beija, acariciando minha nuca.

-Você fica tão lindo preocupado... – Ela sorri.

-Ah, é? – sorrio - Não acha que alguém devia espiar Stefan e Natan? O dois juntos não dão muito certo...

-Por que você não vai? – estreita os olhos.

-Quer que eu vá? Eu vou.

-Não, deixa que eu vou. – Ela ri, bate de leve no meu rosto e vai até o quarto de Natan.