Sempre Ao Seu Lado - Parte 2 escrita por HR
Então me deito na cama e Elena passa um pano úmido e gelado nos meus hematomas, fazendo-me relaxar. Fecho os olhos e sinto meus músculos aliviarem-se da tensão. Então ela joga o pano no banheiro e faz uma massagem pelo meu corpo, me sentindo deliciado com suas mãos. Então ela se aproxima do meu ouvido.
-Estamos sozinhos... – Ela sussurra e me beija.
Sorri e nego com a cabeça.
-Hoje não... Não estou em clima. Natan me deixou... – Olhei seus olhos.
-Tudo vai dar certo no final, como sempre dá. – Ela sorri e abre os botões da minha camisa, deslizando suas mãos em meu peitoral.
-Elena, eu tenho que voltar ao trabalho...
-Volta depois. – Ela começou a beijar meu peito, até o abdômen.
-Elena...
-Damon...
Vejo Elena abrir meu zíper, quando meu celular toca. Elena para, suspira e pega o celular do meu bolso chateada, e me entrega. Vejo ser Ellen, me ligando.
-Damon? Aconteceu alguma coisa ruim? Você saiu tão estranho daqui...
-Não, tá tudo em ordem... Por quê?
-Caroline saiu há pouco tempo, dizendo que queria que você a amasse e que sentisse mais do que atração por ela.
-Mas... Tá, mas voltando ao trabalho, aconteceu algo para estar me ligando?
-Digamos que sim... E é urgente! Recebemos uma criança que levou um tiro no ombro e precisa tirar a bala, porque a hemorragia está grande!
-Mas e o Dr. Matt?
-Está fazendo a cirurgia de um transplante de órgão.
-Ah, droga. Tá bom, eu já estou ai, tente estancar a hemorragia o quanto puder. – desligo.
-O que houve? - Pergunta Elena preocupada.
-Dessa vez uma criança baleada.
Elena fechou meus botões da camisa e eu fechei meu zíper. Beijei-a. Ela segurou minha mão com força, impedindo que eu fosse. Ela me abraçou forte e chorou em meus ombros, assim, de repente.
-Eu quero que tudo dê certo, Damon. Mas eu não tenho mais tanta certeza disso...
-Amor, tudo vai dar certo. Não perca as esperanças, por favor.
-Eu não acredito mais em nada, eu não confio mais em dias melhores, eu só confio em você. Se você disser que o melhor a fazer é pular da ponte, eu pulo com você. Eu até morro por você...
-Não, Elena. Para, se acalma. Nem você e nem ninguém vai morrer por mim, ok?
-Mas Damon, eu...
-Elena, chega com isso.
-Damon, eu te amo.
-Eu também te amo, meu amor. Mas agora eu tenho que ir, há uma vida esperando a minha ajuda. Se cuida viu? – beijei sua testa, peguei o carro e voltei para o hospital.
Saí da sala de operações, jogando minhas luvas ensanguentadas no lixo e tomo uma água para me acalmar. Ellen cutuca meu ombro e eu me viro, observando-a com uma ficha de uma mulher, detalhando sua saúde.
-O que é isso?
-Uma mulher grávida, não vê?
-Ah, claro! Como não vi isso! - ironizo - Mas o que ela tem? Não relata.
-Ela está dando a luz. Você é o único médico disponível.
-O quê? Não, eu nunca fiz um parto!
-Vai fazer o primeiro agora então. Vem! – Ellen me puxou pelo braço.
-Ellen! Não, calma!
Tarde demais. Eu já estava dentro da sala de parto, ouvindo os berros da mulher que estava para dar a luz. Coloquei luvas, máscara, touca e o meu jaleco. Olhei em volta pensando no que exatamente teria que fazer. Eu sentia minha testa suar e as luvas estarem encharcada de suor.
-Um, dois, três..., empurra! – ouvi Ellen dizer à moça.
Ouço a moça fazer força, e fico mais nervoso a cada segundo. Vejo a cabeça do bebê começar a aparecer, e então eu ajudo-a, puxando um pouco. Eu estava tremendamente apavorado, com medo de que fizesse algo errado ou deixasse o bebê cair. Percebi que havia perdido a prática com bebês, e eu acho que nunca estive tão tenso. O bebê sai por completo, fazendo seu choro ecoar pela sala. Corto o cordão umbilical e entrego o bebê para Ellen que o mostra para a mãe. Percebo minhas mãos trêmulas, quando a médica parteira entra na sala de parto.
-Já nasceu? Ah... – Brincou a Dra. Alex. – Obrigado, Damon. Deixa que eu assumo daqui.
-Não foi nada...
-Você está tremendo? – ela sorri. – Primeira vez?
-Base de pressão. – Olhei para Ellen que limpava o bebê.
-Entendi... – ela ri, e termina seu trabalho.
Saio da sala, tirando os utensílios, percebendo o quanto suei. Sento no sofá do corredor, relembrando o nascimento de Natan. Tive um flash em minha mente, vendo o momento que eu mesmo fiz o parto do meu filho. Como eu não me lembrei disso? Eu já fiz isso antes... Se é que eu estive mesmo naquele lugar. No momento, me lembrei de Caroline e Stefan. Nesse meu momento de recordação, desejava que eles estivessem aqui. Me ajudando com tudo isso.
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