Corri até o carro e acelerei até em casa, pisando fundo, esperando que fosse uma mensagem falsa e que veria Natan e Elena sentados no sofá, assistindo um filme de comédia e comendo pipoca.

Estacionei em frente de casa, e entrei correndo, olhando ao redor desesperadamente, já sentindo gotas de suor escorrer pela minha testa, enquanto eu procurava vestígios de que havia alguém em casa. Procurei em todos os cantos da casa. Nos quartos, cozinha, depósito, na sala, no quintal,... Nada.

-ELENAAAA! – berrei, esperando resposta. – NATAAAAN!

Fiquei um tempo ouvindo o silêncio. De repente vi Elena do outro lado da rua, me olhando assustada. Senti meu corpo relaxar, então corri até ela e abracei-a forte, enchendo-a de beijos.

-O que foi Damon, porque tá assim? Não era pra estar trabalhando?

-Eu estava procurando vocês...

-Eu não estou entendendo...

-Cadê o Natan? Ele tá com você? – olho em volta.

-Não, ele tá em casa. Eu fui só na padaria rapidinho, por quê?

-Eu vim de lá e não tem ninguém em casa. Chamei vocês, procurei em todos os lugares, no nosso quarto, no quarto dele...

-Olhou nos banheiros? Não sei, numa dessa, ele tá em um deles.

-Não...

-Por que tá tão desesperado?

Voltei para dentro de casa, e entrei no seu quarto, indo na direção do banheiro privado dele, enquanto Elena ia para o banheiro do corredor, chamando-o. Entrei em seu banheiro e o vi caído ao chão. Analisei alguns saquinhos plásticos com droga dentro espalhados pelo banheiro.

-Natan! – Soou mais como um alívio por achá-lo, mas meu corpo estava tenso pela adrenalina. Me ajoelhei ao seu lado, checando a pulsação.

Aproximei meu ouvido para escutar sua respiração. Elena veio correndo, e ficou na porta, se lamentando ao pensar na morte de Natan, começando a chorar. Toquei a garganta de Natan.

-Damon! Faz alguma coisa! Você é médico!

-Calma! Ele pode estar engasgado, mas eu não sei...

Então eu tentei. Abri a boca de Natan e desci ao máximo meus dedos em sua garganta, conseguindo encostar em algo, puxei o objeto para fora, fazendo com que automaticamente Natan se vire de lado e comece a tossir.

-Natan! – Elena o abraçou forte.

Recuei um pouco dali, ficando na porta. Pensando sobre a mensagem. Será que ele queria que eu chegasse a tempo de salvar Natan ou foi tudo mera coincidência? Limpo o suor da minha testa com meu punho e respiro agora totalmente aliviado.

-Por que você fez isso Natan? – lamentou Elena.

-Mãe, me deixa... – Natan afastou Elena.

-Natan...

-Sai mãe! E tu também! – Natan me encarou.

-O que eu fiz? Eu salvei a tua vida. - Digo indigando.

-Por isso mesmo! Por que não deixou que eu partisse?!

-Filho... – murmurou Elena não o reconhecendo mais.

-Eu não vou deixar ninguém partir, se eu puder salvar. - Digo perplexo de suas ações.

-Então não salve mais! E saiam do meu quarto!

-Natan! – alertou Elena.

-Cala a boca mãe! Vai embora! Vocês dois!

-Mas isso aqui vem junto comigo. – peguei os sacos de drogas e saí.

-VAI SE FERRAR! Seu merda! Me devolve! Agora! Ou eu te mato aqui e agora!

-Natan! Não fala assim com o teu pai! Não vê que você está sobre o efeito dessa merda?!

-Merda o caralho! Isso faz com que eu me sinta bem!

-Bem? Isso só está te estragando, Natan!

-Cala a boca sua vadia! Você não sabe de nada! Vão para o inferno vocês dois! Que droga!

-Natan, chega! Você passou dos limites! - Digo com a minha voz bastante alterada, encarando-o.

E Natan então bateu em Elena, fazendo seu nariz sangrar. Tiro Elena do banheiro, segurando Natan. Sentindo Natan me bater com força, ouço Elena chorando da porta e gritando para que Natan parasse. Então ele me empurrou, fazendo com que eu batesse a cabeça na pia e caísse ao chão. Empurrando logo a frente Elena contra a porta ao passar pela porta e sair correndo de casa.