Dama De Copas escrita por Andhromeda


Capítulo 6
Um intruso Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Bem, esse capitulo é uma retribuição a mensagem enviada pela Valeska, a quem eu agradeço muito por me cobrar um novo cap. – era o que eu precisava pra tomar vergonha na cara e escrever!Rsrsrsrsss...
Isso não quer dizer que não estou grata por todos vocês que acompanham a “Dama de Copas” – acredite vocês realmente me fazem uma pessoa muito feliz!
Espero que gostem e comentem!

Sinonimos:
não - non
minha dama - ma dame
você - vous
idiota – imbécile
Caralho – Foutre



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Montado na sua moto em alta velocidade, Gambit costurava o transito da cidade indo em direção a parte nobre de Bayville, onde morava a apenas 4dias.

Sua cabeça estava cheia de recriminações e arrependimentos.

O que vous estava pensando imbécile? Uma X-Men, de todas as mulheres do mundo, tinha que virar a cabeça justo pra uma X-Men, imbécile.

Um carro o fechou em uma curva, quase fazendo com que sua Kavazaki derrapasse na pista. Foi motivo o suficiente para que Gambit parasse de pensar no que tinha acontecido e se concentrar no que estava fazendo.

Chegando ao prédio que “morava”, entrou direto pela garagem, estacionou em uma vaga e foi andando distraidamente em direção ao elevador.

Pensando agora com sigo mesmo se deu conta que não roubava nada de ninguém há muito tempo, não por falta de vontade, mas sim porque ser um dos caras maus pagava muito bem.

Quando conheceu o Magneto, Gambit já era um homem adulto, havia conhecido o mundo e de início não achou nada atraente a idéia de virar capanga de um mutante com mania de grandeza, porem com muita delicadeza foi lhe explicando que a relação dos dois seria puramente comercial. E o produto seria exclusivamente seus poderes mutantes. Amizade, simpatia ou cumplicidade, eram coisas que não estavam em jogo, entre tanto por vezes Gambit arriscará a vida pelo Magneto, não por lealdade, mas simplesmente por que: não se teve morder a mão que o alimenta.

Enquanto o Magneto pudesse pagar, suas habilidade – mutantes ou não – estaria a seu pleno dispor.

Mas o Magneto esta morto agora, pensou enquanto passava o cartão magnético na fechadura eletrônica do elevador, que abriu suas portas instantaneamente.

– Por favor, insira a senha de acesso. Disse uma voz robótica assim que ele entrou no cubículo fechado e espelhado.

Gambit digitou a senha no painel eletrônico e esperou. Com um zumbido suave, as portas se fecharam e silenciosamente o elevador começou a subir ate o 36° andar.

Ele nunca foi o tipo de homem que ligasse para dinheiro – justamente pelo fato de que nunca teve problemas para consegui-lo – mas sempre foi muito apegado as regalias que uma boa conta bancaria lhe proporcionava. Como por exemplo: ter um apartamento luxuoso e de cobertura, na parte mais rica da cidade, em plena caça mutante.

Seria mais pratico para ele se hospeda em um hotel 5 estrelas da cidade – já que nunca usou outro cômodo do seu apartamento que não fosse o quarto – mas a idéia de ter camareiras entrando e saindo do seu quarto quando não estivesse lá, era perturbador demais para ele.

Assim que chegou ao seu andar as portas se abriram e revelaram um corredor de paredes beges com detalhes em dourado, quadros abstratos nas paredes e apenas uma porta de madeira cuidadosamente esculpida em cada lado – nada pratico se tratando de segurança, mas totalmente em contraste com a decoração do corredor.

A porta do seu apartamento era a da esquerda e assim que Gambit se aproximou, soube que seu tão “seguro” apartamento havia sido invadido. O que não o surpreendeu em absoluto, pois por mais que no corredor houvessem câmeras – no plural – de alta tecnologia, o elevador fosse blindado e o sistema de segurança fosse aparentemente infalível. Como um ladrão ele sabia que não existia essa coisa de “segurança 100% garantida”. Sempre haveria uma brecha, uma falha.

A segurança daquele prédio não seria diferente.

Mas por mais que Gambit não estivesse se escondendo, os anos de experiência o fizeram uma pessoal cautelosa e prevenida. Entre tanto, seu próprio sistema de segurança era tão simples que se comparada com apenas uma das câmeras do corredor – a mais simples – parceria uma coisa ridícula e obsoleta.

Seu "sistema de alarme de intruso" se resumia a: Gambit agachava todos os dias em frente à porta do apartamento quando saia e fazia um pequeno relevo, nada muito grande, mas em uma posição em que mudaria de forma se alguma pessoa desavisada de aproximasse muito, mas como nada é infalível, ele sempre tinha um plano B, o que nesse caso se tratava de um pedaço de linha preta que não chegava a 7cm, mas que era grande o suficiente para ficar preso entre a porta e seu batente. Sempre que a porta fosse aberta, a linha sem ter o que a segurasse, cairia no chão.

Simples, porem eficaz.

O relevo ainda estava no chão, da mesma forma que ele próprio o havia deixado hoje de manhã, já o pedaço de linha preta não. O que o fez ponderar sobre a identidade do seu invasor.

A fechadura da porta era antiquada – para combinar com a decoração do corredor, ele supunha – por isso enquanto com uma mão abria a porta com a chave, com a outra pegou uma carta de baralho que trazia dentro do seu sobretudo escuro.

Gambit poderia ter optado por uma arma menos destrutiva que seus poderes, como o bastão retrátil que trazia preso na cintura, mas o caso é que depois do desastre que foi o fim do seu "encontro" com a Vampira, ele estava com uma baita frustração e realmente precisava causar grandes danos físicos em alguém.

Assim que a porta se abriu, ele viu seu intruso.

Era uma mulher, deveria ter uns 30anos, usava causa jens, um suéter verde musgo e óculos escuros, seus cabelos eram castanhos e curtos, seu rosto delicado. Estava sentada em seu sofá de pernas cruzadas, uma bengala para deficiente visual repousava deitada ao seu lado.

Ele sabia que a mulher o havia escutado chegar, mas ela não demonstrava surpresa, medo, ansiedade, ou nenhum dos outros sentimentos que seriam considerados cabíveis quando se é pego invadindo a casa de alguém. O que fez com que Gambit chegasse à surpreendente conclusão de que ela não havia invadido sua propriedade com o intuito de roubá-lo ou matá-lo, mas sim com a intenção de encontrá-lo. A pergunta de 1milhão era: por quê?

– Foi inteligente da sua parte não tê-la beijado. Disse ela, sua voz era baixa e calma.

– No momento non tenho tanta certeza assim, chère. Respondeu ainda do lado de fora da porta, com a carta na mão, pronto para o ataque.

– Se a tivesse beijado criança, eu não estaria aqui e a única chance de salvação dela, teria se perdido para sempre. A expressão dela era impassível, como se esculpida em granito. – Haverá outra oportunidade, os destinos de vocês estão unidos alem da sua compreensão.

– Como assim, única chance de salvação dela? Ele não precisava perguntar de quem ela estava falando, ele sabia, o que só fazia seu sangue congelar, apenas com a possibilidade de que a sua Vampira estivesse correndo algum perigo.

– Você sabe quem eu sou, criança. Era mais uma afirmação, do que uma pergunta.

– Irene Adler, mais conhecida como Sina. Sua voz não transmitia nenhum calor ou charme, ele não a conhecia, mas alguém que tem o poder de manipular o futuro dificilmente seria uma pessoa que convidaria a sua casa. Vous non respondeu a minha pergunta.

– Entre e feche a porta, nenhum mal te acontecerá... hoje.

O fato de Sina o estar dando ordens debaixo do seu próprio teto o irritou, mas Gambit manteve o controle. Aquela visita/invasão tinha um propósito e todos os seus instintos o alertavam de que não seria nada bom.

Ele entrou, fechou a porta e guardou a carta no sobretudo – acessível o suficiente para estar na sua mão no instante que precisasse.

Seu apartamento era bem elegante, tetos de-pé direito alto com belíssimas cornijas, cômodos espaçosos e bem iluminados, esculturas e antiguidades espalhadas por mesinhas tão caras quanto delicadas e um tapete Persa do século XVIII, que tomava conta da maior parte do chão de mármore branco.

– Eu sempre sou muito educado com minhas visitas, mas temo que a invasão tenha prejudicado um pouco essa minha característica. Disse ele enquanto procurava pela sala qualquer indicio de que ela a havia revistado. Os mesmo pequenos detalhes do seu “sistema particular” que havia colocado na porta, também tinha espalhado pelo apartamento inteiro. Constatou que pelo menos na sala, permanecia tudo intacto. – Por isso, vamos direto ao ponto, o que vous quer Sina?

Minha criança passará por uma grande aprovação, todos a abandonarão. Por mais que Sina tivesse usado o pronome possessivo, sua voz não transmitia nenhum sentimento de amor ou afeto.

Tão fria quanto a Mística, como vous deve ter sofrido ma dame.

– Eu não a abandonarei. Declarou ele convicto.

– Exatamente, você não a abandonará, mas não será o único, criança. Lentamente Sina levantou a mão delicada e tirou os óculos escuros, revelando seus olhos mutantes, que diferentes dos dele, eram bancos como leite – sem íris ou pupila – que não viam o presente, mas sim o futuro. – Tempos difíceis estão por vir, não deixe que seu orgulho e desconfiança, escolham seus aliados.

– O que acontecerá com a Vampira? Disse Gambit impaciente.

– O futuro, diferente do que muitos pensam, têm diversas possibilidades, umas boas, outras nem tanto. Sina disse ao invés de responder a sua pergunta. – O fato de estarmos aqui nesse momento já pode ter mudado o seu futuro diversas vezes em um espaço de tempo ínfimo.

– Perguntarei novamente: o que acontecerá com a Vampira. Disse baixo, seu sotaque francês se arrastando em cada palavra. Naquele momento Gambit não era mais o libertino sedutor, mas sim um mutante letal.

– Se eu contar, o futuro se alterara, mas tudo que precisa saber é: ela será testada e você será o único que poderá impedi-la de se tornar aquilo que seus poderes foram feitos pra serem.

– Se por acaso eu non conseguir?

– O mundo todo pagará pelo seu erro.

– Ela ficará bem? A preocupação o estava cobrindo de ansiedade, não confiava na Sina, mas precisava apenas de uma palavra de consolo, algo que fizesse aquele aperto estranho em seu peito afrouxar.

– Dependerá apenas de você, criança. Ela se levantou do sofá e pegou a bengala. – Não desista dela.

– Só isso?Vous invadiu a minha casa apenas pra me dizer isso?

– Você ainda me agradecerá, criança. Sina foi em direção a porta, mas antes de tocar a maçaneta se virou. – A propósito, Mesmero ainda permanece na cidade.

– Deveria falar isso pra os X-Men, eles se importam, eu non. Disse ele irritado.

Sina fez algo que poderia ser considerado um sorriso, mas logo depois voltou à mesma expressão impassível e foi embora.

– Nunca entendi os videntes, falam muito, mas no final acabam non dizendo nada. Disse Gambit frustrado.

Com raiva Gambit foi ate a porta e a trancou, depois andou ate um mini bar de vidro no canto da sala com intenção de encher a cara e apagar definitivamente aquele dia da sua mente. Mas no meio do caminho desistiu e foi para o quarto.

O sensor de movimento foi acionado e as luzes do cômodo se acenderam, iluminando um quarto grande e luxuoso, com uma cama gigante com lençóis de seda vermelha.

Ele pegou o controle e ligou a Tv de tela plasma que tomava conta de uma parede inteira do quarto. Assim que a imagem do noticiário apareceu, instantaneamente a atenção de Gambit se desviou toda para ela.

Ignorando o que a repórter loira de voz suave falava, se focou na imagem que ele teve certeza, mudaria a sua vida para sempre.

Na tela o Professor Xavier, estava enfrentado o Apocalipse, todos os X-Men estavam com ele – inclusive a Vampira – e atacavam de varias formas e ângulos diferentes, tentando enfraquecê-lo de alguma forma e atravessar – ou destruir – a 3°cúpula de sinergia.

Não era precisos dizer que todos os seus esforços foram inúteis.

O ponto decisivo da luta foi quando Apocalipse apenas com o poder da mente, fez o Professor Xavier levitar e ali mesmo diante de dezenas de câmeras, simplesmente o matou. Desmaterializando o seu corpo, da mesma forma que fez há alguns dias com o Magneto.

Sentando na beira cama, Gambit passou e repassou a cena varias vezes – não por deleite, mas por não conseguir entender a magnitude do poder do Apocalipse.

O Professor era um mutante evoluído, com poderes telepáticos extraordinário e o Apocalipse o destruiu como se fosse uma folha de papel – talvez nem isso.

Foutre, como se destroi alguém indestrutível, perguntou-se Gambit.


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Notas finais do capítulo

Desculpe se não agradar as expectativas, é que fiquei um tempo sem escrever e acho que perdi a mão – triste, eu sei!
Quanto ao único palavrão do cap. – que a propósito esta em francês – peço que me perdoe, pois não encontrei outra palavra que descrevesse a magnitude dos sentimentos dele. Eu particularmente sou uma pessoa bem desbocada, mas como a fic é baseada em um desenho infanto-juvenil, tentei ao máximo trocar todos “merda” por “droga” – mas tem horas que só um bom palavrão resolve! Novamente, desculpa.
Eu definitivamente prefiro 1.000 vezes escrever um POV do Gambit do que da Vampira, não porque tenha algo contra ela – não tenho, acredite. É só que os homens são infinitamente mais simples que as mulheres.
Por mais que ele não admite bem os sentimentos que tem por ela, também não fica refletindo sobre o beijo que não aconteceu – e não vem com essa, porque se você for mulher, com certeza ficaria remoendo a historia por horas – mais homens não são assim, porque são criaturas praticas.
Pelo menos, pelo meu ponto de vista! Ele pode ate pensar, se arrepender e constatar que o melhor foi não ter acontecido, mas não ficar lamentando e repensando o que poderia ter feito diferente – o que é o que EU faria – seria mais uma lembrança para te aquecer em dias frios. Ponto.
Quando comecei a escrever esse cap. eu queria deixar algumas pontas solta, que fizesse você ficar se perguntando: Por quê?
Por isso coloquei a Sina no meio da historia – não, ela não vai mais ter participação especial – e acho que ela deu bem o recado.
O que vocês acham?
Ultima coisa: não sei se vai valer de muito, mas independente da demora p/ postar, EU NÃO VOU DESISTIR DA FANFIC!
P.s: Eu sei, escrevo d+