No Other escrita por Pacheca


Capítulo 41
Capítulo 41 - Jealousy


Notas iniciais do capítulo

Fala povo meu :3 Bom, eu consegui apagar meio capítulo por burrice e dps a porcaria do programa não queria funcionar 3 Fui obrigada a pegar outro editor, por isso estou em fase de adaptação, pode ter algo estranho .q Espero que gostem ♥ Ah, e Jealousy é uma música da Tove Lo, mas eu vou deixar essa versão com video de Amor Doce pq é perfeito :3 https://www.youtube.com/watch?v=_ZuU8YtjI4c



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Se eu tinha achado que aquilo tudo ia passar logo, me enganei bastante. Eu tinha que andar pela escola quase correndo, e de preferência sempre acompanhada. Normalmente era o serviço de Ali, já que tínhamos os mesmos horários. Era complicado viver daquele jeito.

Por exemplo, Sue Chang. Fora ela quem entalhara o tampo da minha mesa com aquelas ameaças horrendas e o desenho pejorativo. E ela não fazia nenhuma questão de disfarçar sua hostilidade e o desejo dela de me dar uma surra. Coisa, aliás, que ela não teria a menor dificuldade em fazer sendo mais alta que eu e claramente mais forte.

Estava tudo mais ou menos bem, pelo menos até aquela sexta feira. Eu me atrasei para o almoço então, quando sai da sala, achei que todos estariam no refeitório e eu teria um segundo de paz. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Leticia.

Parei quase por reflexo. O corredor a minha frente estava mais estreito devido às garotas paradas nas paredes. Devia ter pelo menos umas dezesseis delas. Olhei para o outro corredor que me serviria, agora só com duas delas. Infelizmente era Sue e uma amiga do mesmo porte de boxeador.

— Olha só quem chegou. Vai se atrasar ainda mais para o almoço. Anda, passa.

— Qual deles? – Era uma pergunta idiota, concordo, mas eu perguntei só para ter certeza.

— Pode escolher.

— Sue, eu só quero passar, eu e Shaun…

— Cala a boca e passa logo.

Quando você tem duas opções, mas nenhuma delas parece uma boa opção, você decide ir na que parece menor pior. E naquela situação, o corredor onde Sue estava parecia ser minha chance. É, parece uma ideia absurda, mas eu tinha a possibilidade de fugir, não tinha?

Respirei fundo e, ainda meio hesitante, fui caminhando devagar na direção dela. Ela fechou os punhos. Suspirei. Acho que não tinha menos pior entre minhas opções. Aproveitei meu elemento surpresa e, quando ela menos esperava, sai correndo. Ia dar certo, eu acho. Não fosse minha mochila, eu teria passado rasgando pelas duas e saído do prédio. Só que o puxão na bolsa fez com que eu fosse arrastada junto.

É ai que a história fica feia. Pelo menos pro meu lado. A cabeçada que eu dei no chão foi tão forte que meu ouvido zuniu. O peso de Sue em cima do meu tronco seguido pelo peso da mão dela na minha cara. Começou com um tapa e depois o punho fechado batendo revesadamente entre os lados do meu rosto. Minha visão já ficava turva lá pelo...quinto soco, talvez?

E logo em seguida aquele barulho terrível. Eu tomei um susto quando a gritaria começou, outro quando o peso sobre minha barriga sumiu. Alguém estava me chamando, mas eu mal conseguia enxergar os contornos do corredor mais. Como eu imaginava, eu apaguei.

— Anda, garota, abre logo esses olhos lindos seu. Vamos. – Pisquei. Era Leo, abanando minha cara. Eu não o enxergava muito bem, mas o que eu via estava mais bem definido. Minha cabeça latejava e eu sentia que estava sangrando. Ali e An vieram me ajudar, fazendo com que eu me sentasse.

— Água. – Foi o que eu conseguir falar. An saiu correndo, e Ali aproveitou para ir chamar a enfermeira. Que opção dolorida aquela minha. Ali voltou com uma senhora que mandou que eu a seguisse. Como eu não sonhava em ficar de pé em uns três milênios, Leo me carregou.

Foi uma experiência terrível. Ainda mais depois que a enfermeira me sentou numa maca e veio limpar meus machucados. Ardeu bastante, mas eu travei a mandíbula e esperei. Com tudo que tinha que ser coberto por gaze tampado, ela me deu dois analgésicos e deixou eu dormir. O que eu fiz por umas três horas.

— Oi. – Era Louis. Pisquei, acabando de acordar e fiquei esperando ele dizer algo. – Como se sente?

— Dolorida. Como se eu tivesse sido atropelada por um caminhão e ele tivesse dado ré e me atropelado de novo. – Ele riu, enquanto eu me sentava na maca. – O que você está segurando?

— Ah, boa e má notícia. Escolhe.

— A ruim.

— Seu celular foi para o espaço. Deve ter voado quando Chang te puxou. Pelo menos o chip sobreviveu. – Estiquei a mão e esperei ele me devolver meu chip.

— Eu fiquei muito terrível?

— Horrível. Continua linda, mesmo assim.

— Obrigada. – Tentei rir, mas minha cabeça voltou a latejar. Eu começava a sentir falta dos analgésicos.

O sinal bateu, trazendo aquele monte de vozes junto. Louis olhou o relógio, pegando sua mochila entre os pés. Ele ficou de pé e veio me dar um abraço. Parecia bem relutante em me deixar, então fiz meu melhor para provar que estava melhor.

— Pode ir, eu estou bem.

— A enfermeira já vai voltar. Se cuida.

Fiquei sozinha por uns dez minutos depois que ele me deixou. Aproveitei e fiquei de pé, sentindo as pernas bem mais firmes. A porta se abriu revelando a senhora de seus sessenta anos. Ela deu um sorriso ao me ver de pé e tirou uma lanterninha do bolso do jaleco.

— Não vai precisar do hospital se tomar mais cuidado. Pode ir.

Agradeci o cuidado e peguei minha mochila, pronta para sair dali. Ali, An e Leo me esperavam no corredor, ainda cheio. Parei perto deles, vendo a expressão de quem tentava disfarçar algo. Provavelmente o estado da minha cara.

— Oi, gente. Eu sei que eu estou péssima.

— Péssimo é elogio pra você.

Eu ri, sentindo o corte na boca. Fora aquilo eu tinha certeza do olho roxo, mas o resto seria uma surpresa. Sai andando, esperando que eles me seguissem.

— O que foi, Ali? Quer falar algo?

O burburinho no corredor continuava, mas eu decidi ignorar. Ali parecia pensar se devia dizer ou não, até suspirar e contar de uma vez.

— Shaun fez Sue ser expulsa. Nada mais do que ela merecia, mas aquela amiga dela ficou irritada. Aliás, a escola inteira. Ele te defendeu, meio que prova que vocês…

— São um casal? Não prova nada, mas eu não quero mais saber. Tudo que eu quero agora é ir para minha casa, tomar mais analgésicos e dormir até isso tudo acabar. Pronto.

Eles se despediram e me deixaram sair do colégio. Cada passo que eu dava parecia com outro soco que eu tomava. Sinceramente, eu não merecia nada daquilo. Eu já passava dos portões quando ele me chamou. Parei de andar, esperando ele me alcançar.

Sem dizer uma palavra, ele agarrou meu rosto com suas duas mãos e ficou olhando cada machucado meu. Quis me soltar, sentindo dor, mas ele pediu desculpa e relaxou um pouco os dedos. Aceitei até ele me soltar e comentar.

— Você não dá sorte mesmo.

— No que se trata de sorte, meu azar é infalível. Eu sei. Não é tão ruim assim.

— Sequestro, assédio, inúmeras vezes, cirurgia de alto risco, amnésia, uma surra na escola…

— Já entendi. Obrigada por expulsar Sue, a propósito.

— Ela merecia ainda mais. Eu sinceramente não entendo o problema delas.

— Gostarem muito de você?

— Gostam mesmo? Isso pra mim é obsessão, e é bem doentio. Eu tento fingir que não é comigo, mas aparentemente eu sou o troféu disputado por todos.

— Não querendo encher sua bola, mas você é bonito e tem toda esse jeito “eu faço o que eu quero”. Meninas adoram isso, a maioria ao menos.

Ele deu de ombros, caminhando comigo depois de me tomar a mochila. Eu bem que fiquei grata por não levar peso. Meus ombros doíam junto com o pescoço. Já na minha esquina ele voltou a falar.

— Não posso mudar isso em mim. Essas duas coisas. Eu nasci assim e é o que eu sou.

— Nunca pedi para mudar.

— Bom. Não vou deixar você de lado, nem ninguém que eu gosto só pelo que os outros definiram de mim. E sinto muito que você tenha se machucado nisso tudo, é só que…acho que elas perceberam que você é especial.

Ok, fiquei surpresa com aquilo. Principalmente depois que vi que ele estava sério. Ele não estava falando sério, estava? Shaun parecia disposto a me levar pra sair, e ficarmos algumas vezes, mas sério? Nunca pareceu que seria sério.

— Obrigada pela companhia.

Peguei minha mochila e fui pegar minhas chaves. Reparei que eu tremia, mas preferi fingir de besta. Shaun não tinha todo aquele efeito sobre mim. Deixei o chaveiro cair de tanto tremer. Abaixei-me para apanhar e ouvi Shaun falando.

— Aquele cara ali parece muito os que te levaram. – Ergui os olhos. Klaus corria na nossa direção. Gelei.

— Megs, oi. Nossa.

— Shaun, esse é o Klaus. Klaus, meu amigo Shaun.

— Você...filho da puta, era você!

— Ele cumpre pena por isso, Shaun, não se preocupe.

— Não me preocupar? Te encontramos pesando nem sei quanto a menos e de roupa íntima e me manda não ficar preocupado?

— Ele me ajudou a fugir. Olha, eu já vou entrar em casa, você pode ir.

Klaus mostrou que não ia chegar nem um centímetro mais perto de mim e ficou esperando. Até que o moreno decidiu ceder e ir embora. Não antes de dizer que era para eu entrar até ele chegar à esquina. Eu entendia a raiva dele, mas não era eu quem tinha que ficar na coleira como ele queria. Bufei.

— Amigo?

— Acho que é.

— Bom, como conseguiu isso?

— Briga de escola. Bom, no caso foi mais uma surra, eu nem me mexi direito.

— Vai querer cuidar disso. Bom, até mais ver, Megs.

Ele saiu correndo de novo, agora com os dois fones de ouvido. Olhei para a esquina. Shaun foi embora assim que viu Klaus se afastar. Bufei de novo e entrei em casa, trancando a porta.

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Ver meu reflexo foi um pouco traumático. Minha boca inchada, o olho direito roxo e inchado, um corte na testa, um machucado na bochecha. É, péssimo era realmente elogio. A única vantagem é que meu nariz estava bonitinho no lugar. Sai do banheiro e fui para a cama, pegando o computador.

Skype. Duran estava lá. E assim que eu entrei ele me chamou. Atendi, vendo o vídeo se abrir. Ele estava olhando para o lado, rindo distraído. Eu adorava quando ele fazia aquilo. Ficava tão lindo.

— Ei, Megs, como vAi MEU DEUS!

— Oi, Duran.

— Oi? Você por um acaso se olhou no espelho? O que te aconteceu?

— Espelho, eu não vi nada de estranho, não entendi. Minha cara sempre está esse horror. É uma história comprida e idiota.

— E que você está evitando.

— Sue Chang me deu uma surra por achar que eu estou com Shaun.

— Chang? Opa, espera ai, e está?

— A gente saiu, mas foi isso. E agora eu estou aqui com a cara inchada e precisando de um vidro de analgésicos.

— Ele pelo menos te defendeu?

— Sue foi expulsa. Bom, eu não estou em condições de falar, então é sua vez.

— Minha?

— Já tem quantos meses que você está ai? Eu quero saber como é.

— Ok. Eu vivo com uma senhora que bebe e fuma mais do que trinta adolescentes juntos, mas que é sensacional, e tenho dois amigos prestes a vir morar comigo.

— Morar com você?

— É, Pedro e Pablo. Brasileiro e argentino, minha avó é doida com eles e convidou os dois para sairem do alojamento do colégio.

— Só os dois de amigo?

— Bom, tem o Singham, um indiano louquinho e a Wanda, a aluna alemã. Ela me lembra um pouco minha mãe.

— Ah.

— Que foi? – Ele sorriu quase de imediato, sem nem ouvir uma resposta. – Entendi, quer saber se eu já sai com alguém.

— Saiu?

— Teve a Julie. Uma versão japonesinha da Annie. – Opa, aquilo significava bonita. – Não deu em nada.

— Ah.

— Aproveitando a deixa, você e Shaun…?

— É complicado.

— Não é não. Sim ou não?

— Eu gosto dele, Duran. Não é nem de perto o que você me faz sentir, mas ele também me deixa confusa. Era o que achava pelo menos. Recentemente eu fico inquieta perto dele.

— Como assim?

— Ele é um pouco mais...idiota. É como se ele quisesse me controlar.

Silêncio. O que eu queria mesmo dizer era que, Shaun me deixava confusa, até começar a mostrar como seria estar com ele. Ser posta num cabresto, era isso. E aquilo me deixava nos nervos com ele.

— Você vai vir nessas férias?

— Hum, não. Meus pais vão vir, eles querem ver a casa, como eu estou aqui.

— Ah, entendi.

— Megs, eu vou ter que sair. Pedro e Pablo chegaram. Até mais e se cuida.

— Pode deixar.

Desligou. Aproveitei e fechei o computador, deixando-o de lado. Ouvi passos e Kyu apareceu na porta. Ele já parecia ter se habituado com minha cara arrebentada. Se sentou na cama e comentou.

— Ali não exagerou quando me contou que você ficou horrível. Sua mãe vai surtar.

— Meu bem, você...Megs, o que aconteceu? – Ela tirou Kyu da cama e tomou seu lugar, olhando meu rosto de perto. Suspirei e expliquei por cima a surra que eu levei.

— O diretor vai te ligar logo, não se preocupe. Agora, eu estou com fome e com dor, se puder me ajudar.

— Vou te dar uns comprimidos, vem.

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Minha mãe foi fazer a janta enquanto o remédio começava a fazer efeito. Elijah chegou em casa com uma cara um pouco irritada, mas não falou nada. Depois que ele voltou do seu quarto, parecia bem melhor.

Fiquei do lado de Kyu. Quando minha mãe começou o assunto, ela nos encarava sorridente, cortando seu bife sem prestar atenção.

— Vocês já decidiram que carreira seguir?

— Eu pensei em tentar algo relacionado à música. De preferência na parte de criação.

Fui obrigada a olhar curiosa para ele. Fazia o estilo dele, eu acho, mas ele nunca tinha comentado aquilo comigo. Sempre escondia o que ele tanto riscava naquela caderneta velha que carregava no bolso da calça.

— Bom, eu estou quase certa de que quero literatura. A senhora sabe que eu adoro escrever. Por que?

— Bom, a empresa anda ajudando instituições de ensino do mundo todo. – Kyle tomou a iniciativa. – E uma delas está oferecendo bolsas para o colégio.

— Ah, alguma instituição aqui perto?

— Bom, a sede dela é aqui, mas a bolsa vale para uma infinidade de escolas. – Kyu parecia tão perdido na história quanto eu. Minha mãe respirou fundo e perguntou.

— Megs, você já pensou em estudar fora?

— Fora? Tipo, em outro país?

— Exatamente assim, meu bem.

— Mas, é o ensino médio, eu...

— A ideia seria que vocês se formariam fora e seria bem mais fácil conseguir vagas nas faculdades do país. É por isso que eu recomendo que, se lhe interessar, procure o melhor país para seu curso e o selecione.

— É uma chance imperdível, por mais que me doa ter outro filho longe. São cinco bolsas, vai ser concorrido.

— Eu posso pensar?

— Claro, mas peço que me dê logo a resposta. As bolsas só são liberadas em julho, mas tem que se planejar.

— Obrigada, Kyle. Bom, se me dão licença...

Subi pro meu quarto, com os ombros doloridos. Kyu me seguiu com um pano de prato em mãos. Deitei, enquanto ele molhava o pano no banheiro.

— Qual seu plano?

— Desinchar seu rosto. – A toalha fria caiu no meu rosto, quase me fazendo gemer de tão bom que foi. – Vai demorar um pouco. Se quiser fazer sua lista enquanto isso…

Murmurei, ajeitando a toalha e pegando o computador. Procurei o curso de todo mundo que eu conhecia também, por pura curiosidade. Até encontrar algo interessante. Meu curso se concentrava na Europa, como esperado. Inglaterra, França, Dinamarca. E o de Ali como designer de jogos estavam na Ásia. Nada fora do esperado. O de Annie, o de Leticia, o de Kyu. Fui olhando, procurando aquele detalhe em cada lista.

— Kyu, me empresta seu celular, por favor.

Ali me atendeu como eu imagino que ela atenderia Kyu. Assim que ouviu minha voz, aquele mel todo foi embora, pro meu bem estar. Mandei ela vir para minha casa enquanto mostrava para Kyu as listas. Ele viu o que eu queria quase de imediato.

— Parece improvável, você sabe. Querer levar seus amigos com você e tudo mais.

— É uma ótima chance para todos. E você ficaria junto com Ali. Leticia não teria que trabalhar, Annie continua com a gente.

— E você?

— Ali chegou. – A campainha me tirou daquela berlinda, amém. Minha mãe deixou a menina subir.

— E seus outros amigos?

— Os gêmeos vão para a Grécia. Leo não sabe o que quer. Shaun pode se sustentar. Lara já é formada.

— Ei, gente. – Ali sorriu para Kyu e foi lhe dar um beijo. Aproveitei e fui molhar o pano de novo, encontrando os dois quase se comendo na minha cama. Bati no pé de Kyu e tomei meu lugar na cama de novo.

— Bom, se vocês puderem deixar o filho para mais tarde...Ali, é o seguinte. Kyle nos fez uma proposta interessante. Bolsas para estudar no exterior. A ideia é que a gente escolha um país reconhecido para o curso de preferência para facilitar o ingresso em universidades mais tarde. Eu decidi dar uma olhada e acontece que existe um país em comum.

— A Dinamarca, sério? Japão é o topo da minha lista.

— Dinamarca é o único em comum, Ali. – Fiquei meio decepcionada de ela não ter a mesma perspectiva que eu, de deixar todo mundo junto.

— Nem tem nada na Dinamarca.

— Claro que tem, lerdeza. E é um dos melhores países para se viver.

— O Japão também. É melhor para Annie e Leh também.

— É, Ali, Kyu e eu não entramos nesse argumento. Bom, você devia mesmo tentar para lá se quiser. Eu devo tentar para Inglaterra, Jack já vive por lá mesmo. Avisa as meninas para mim e avisa o primeiro lugar de cada lista.

— Eu gostaria de ir pra Dinamarca. Porque não tem a menor chance de eu ir para a Ásia. Memórias demais, e não quero nenhuma delas de volta. – Ele murmurou, olhando para Ali. – Além disso, não acha que teria uma vantagem chamada língua?

— É só aprender, gente, pelo amor de Deus.

— Nem todo mundo é genial feito você, minha linda. Os cursos europeus são muito bons em dar oportunidades de emprego fora do país.

— Eu só queria levar todo mundo junto.

— Ali, eu vou te matar. Você prestou atenção? Meu plano é deixar todo mundo junto.

— No meio do gelo.

— Não precisa mais ir. – Ela resmungou. – A gente não disse que você está proibida de visitar o Japão, minha querida. A gente pode ir lá depois.

— Juntos?

— É. Pode dar a notícia para An? Aposto que ela vai ficar feliz.

— Eu aviso Leticia amanhã, pode deixar. Ela já deve estar sabendo, mas eu reforço a ideia. Ah, e dou sua resposta para Kyle.

— Pergunta rápida. Iria mesmo se a gente não fosse?

Ali tinha me pegado numa saia curta. Pensei um pouco. Longe de tudo e todos que você já conhecera, é, não parecia muito minha praia. Ainda assim, me peguei concordando devagar.

— Mas quero muito que vocês venham comigo.

O assunto acabou ali. Sai um minuto para molhar o pano mais uma vez e voltei para o casal super apaixonado trocando beijos no meio do quarto. Então eu desci para a sala e fui ver TV até sentirem minha falta. Demorou algum tempinho, mas eles até que foram rápidos.

— Bom, eu tenho que ir para casa. Podia ter nos chamado.

— Não gosto de atrapalhar casais felizes.

— Bobona. Te vejo depois, gata.

— Eu te levo. Megs, se Kyle precisar...

— Eu aviso. Pode ir.

Ele deu um sorriso tímido e saiu da casa com Ali, já conversando com ela de novo. Peguei o controle e fui procurar algum programa interessante para me entreter no fim de noite.


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Notas finais do capítulo

Bom, vejo vocês no próximo :) Até mais meu povo ♥



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