Todos os preparativos para o casamento foram da ordem de Lorde Tywin e foram feitos secretamente para que o rei só descobrisse no próprio dia. E esse dia havia chegado. Joffrey não estava satisfeito mas seu avô havia dito (ou ameaçado) algo que o fez ficar calado.

 Sandor que nunca se imaginara longe da sua armadura a não ser para dormir encontrava-se vestido com um casaco comprido de pele preta com um cinto à cintura. No entanto este não dispensou a sua espada. Ele mal se reconhecia naquelas vestimentas mas agradeceu mentalmente não ter de casar num casaco de ceda piroso como o rei usava.

Sansa trazia um Vestido de mangas longas, todo em tons de dourado. Ele preferia vela com vestidos mais simples e cabelo solto, contrariamente ao penteado que trazia. Ela tinha estado a chorar e seus olhos continuavam inchados.

Joffrey insistiu em lava-la até Sandor que a esperava no altar. Isso foi o suficiente para ela perceber que se sentia segura perto do seu futuro marido, isto é, pelo menos quando o Rei também estava presente.

Sansa sempre se sentira pequena, baixa e fraca perto de Sandor mas ao olhar para Gregor, seu irmão, ela estremeceu. Ele era maior, mais alto e mais violento que Sandor. E a partir deste dia ela teria de viver com ambos.

No casamento estavam todos os guardas do rei, alguns membros das tropas, o rei e a sua família, os Tyrell e lorde Tywin e Tyrion.

Quando juntaram as mãos para representar a união, Sandor percebeu que ela estava a tremer agarrando com mais firmeza a mão dela, que parecia minúscula perto da dele.

Quando o casamento terminou, Sansa sentiu uma emoção bastante diferente ao desespero que havia sentido nos últimos 3 dias. Sansa sentia-se aliviada, pelo menos enquanto permaneciam em kingslanding. Depois sentiria bem mais que desespero.

O Rei caminhava para eles de forma autoritária. Ele não parecia intimidado com o tamanho de Sandor.

- Devia agradecer-me cão. Você é o traidor mais bem recompensado de sempre. Fugiu e eu ainda lhe arranjo uma cadela. Não está ansioso pela sua cerimónia de cama (beddding ceremony)?! – Joffrey ria, sozinho. Sandor agarrou no braço de Sansa e virou-a para onde estavam os Tyrell.

- Porque não se vai despedir das suas amigas?! – Aquilo não era bem uma pergunta e ele empurrando-a para que começasse a andar.

- Quem arranjou este casamento foi Lorde Tywin a mão-do-rei. E Sim eu estou grato por isso. Agora ela é minha mulher e você não a pode importunar mais.

- Claro que posso. Sabe porquê?! Por eu sou o rei. – Joffrey disse terminando com uma gargalhada.

- Não haverá cerimónia. A noite de núpcias será quando chegarmos a casa e ainda são dois dias de caminho. Não se preocupe que eu sei cumprir com o meu dever. – Sandor parecia irritado, embora mantivesse a pose para não parecer que estava a ameaçar o rei. Sansa observava de longe, mais uma vez sentiu alívio em vez do desespero como era esperado.

- Como queira. Vá lá para o canil. Espero ter notícias breves sobre seus cachorrinhos. – Joffrey continuava a rir.

Sandor abandonou o salão para se certificar que estava tudo preparado para a viagem enquanto Sansa se despedia de Margaery e de Shae. Ela não iria na viagem e Sansa até podia tentar adivinhar o porquê mas a sua educação deixava-a demasiado envergonhada para questionar.

Ao todo eram 2 carruagens e uns quantos homens a cavalo, entre eles Sandor e Gregor. Tudo aquilo parecia demasiado para quem se estava a tentar livrar das duas ovelhas negras do reino. Não havia nenhuma razão aparente para os deixarem partir assim, no entanto a casa Clegane ainda era vassala dos Lannister e uma vez que os seus membros eram assassinos a sangue frio, ainda seriam uteis a Lorde Tywin e este havia agido nas costas do rei.

Talvez para um dia se revoltar contra o rei tal como Robbert havia feito, mas neste caso o rei é seu próprio neto. Ou talvez os clegane ainda fosse uteis para alguma guerra. Ambos se haviam questionado sobre os verdadeiros motivos daquela misericórdia toda mas para Sansa o que realmente importava era que ela estaria longe de Joffrey.

Partiram de viagem, Sansa ia numa das carruagens e o cão de caça ia mesmo ao seu lado no cavalo enquanto Gregor viajava a frente com alguns homens.

A viagem era longa e eles não pareciam dispostos a fazer tantos intervalos quanto preciso nem a parar para pernoitar. Sansa questionou-se se eles dormiam em cima do cavalo em andamento, a sua cabeça ia cheia de perguntas, duvidas e medos, fazendo com que chorasse em alguns pedaços do percurso.