Tudo Que Sinto. escrita por Juliana Silveira


Capítulo 5
Capítulo 5 - A pior lembrança.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, se é que alguém ainda anda por aqui '-'
haha, queria pedir perdão pela demora dos capítulos, eu realmente estava sem tempo para postar algo e com alguns problemas pessoais.
Gostaria de dizer que a fic continuação da Better than revenge já está disponível então...
Como a maioria pediu: http://fanfiction.com.br/historia/467680/Depois_da_vinganca/
Espero que gostem, beijos



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Rodrigo

Estava seguindo Briana pela tarde, quando uma caminhonete preta desconhecida e sem placa avançou em direção ao seu carro.

Quando o carro de Briana capotou várias vezes, saí correndo em direção a ele, liguei para a emergência, mas ninguém aparecia. Eu sabia primeiros socorros, havia aprendido isso quando ingressei nessa carreira da polícia civil.

–Briana, acorda! –Eu disse enquanto sacudia seus braços.

–Rodrigo? -Ela murmurou baixo.

–Nossa, você me assustou! Tá sentindo dor em alguma parte do corpo? –Questionei enquanto observava Briana deitada no chão, machucada.

–Em todo meu corpo. -Ela respondeu enquanto respirava fundo. Logo avistei a ambulância se aproximando.

Briana

–Tá tudo bem meu amor? Que susto! -Enzo disse enquanto me encarava com uma expressão de dó, a hipocrisia dele não tinha limites.

–Sim. -Dei uma resposta curta. Eu sabia que este acidente havia sido proposital, o carro escuro era uma marca registrada que eu lembrava vagamente no dia em que meus pais foram assassinados.

–O que houve? -Enzo perguntou.

–Eu perdi o controle da direção... Só isso. -Menti. Enzo desconfiou, mas concordou com a cabeça.

–Ainda bem que o Rodrigo achou você por acaso. -Enzo sorriu. Eu não acreditava em acasos, mas sorri fingindo concordar.

~*~

–Tia! Eram eles, eu sinto... –Eu disse chorando no telefone.

–Você ficará segura. Temos algo para lhe contar. -A voz de sua tia era preocupante.

–Conte.

–O seu tio foi na casa, e bem... Ele percebeu que andaram mexendo no local.

–Mexendo como? Ninguém vai lá há séculos!

–Mas tinha pessoas dormindo, os vizinhos avistaram uma caminhonete preta.

–CAMINHOTE PRETA? –Eu gritei. -Com os vidros escuros? -Perguntei tentando parecer mais calma.

–Exatamente... Você o conhece?

–Foi a mesma pessoa que tentou me matar hoje...

–Tem mais... -Sua tia murmurou. -O caso foi reaberto.

–Como assim? –DIABOS!

–Bom, seu pai era delegado, querida. Estão com suspeitas.

–Agora as ameaças vão piorar... – Ouvi a campainha tocar. -Vou desligar tia, campainha.

–Tchau querida e se cuide!

–Tchau tia, você e o tio também.

Levantei do sofá lentamente, meu corpo ainda doía após o acidente. Abri a porta e deparei-me com Rodrigo me encarando sorridente com um fardo de cerveja nas mãos.

–Estou atrapalhando? -Ele questionou.

–Não, mas como descobriu onde eu moro? –Perguntei enquanto dava espaço para ele adentrar o apartamento.

–Ãn... - Rodrigo pareceu pensativo. -Enzo disse.

–Aah. -Sorri de canto. - Sente. -Rodrigo sentou.

–Imaginei que você estivesse sozinha, então pensei em vir aqui em paz... Saber sobre você e vice-versa, trouxe uma cerveja sem álcool para nós.

–Por causa dos meus medicamentos... Você pensou em tudo, hein. –Eu dei uma risadinha.

–Quase tudo.

–E então, e o seus pais? -Rodrigo perguntou enquanto abria uma lata e entregava-a para mim. - Se quiser não precisa responder...

–Foram assassinados. –Respondi enquanto pegava a lata, minha voz havia falhado.

–Por quem? -Seus olhos penetraram os meus e a curiosidade de Rodrigo era grande.

–Também gostaria de saber. -Desviei o olhar.

–Ok, sua vez. -Rodrigo murmurou enquanto dava um gole em sua bebida.

–Quantos anos você tem? –Fui rápida.

–Jamais se questiona a idade de um cavalheiro. -Brincou Rodrigo. –Mas tenho vinte e seis. -Disse por fim.

–Nossa! –Arregalei os olhos em sua direção.

–Velho? -Ele sorriu.

–Aparenta ter uns vinte e dois. – Admiti. -Então, como você conhece o Enzo?

–Por causa da diferença de idade? –Eu assenti. -Nossos pais eram amigos, e bem... Acabamos nos aproximando.

–Hum. -Murmurei. – Pensei ter ouvido que eram colegas.

–Seus pais morreram na sua frente? -Ele perguntou rapidamente, se enrolou um pouco. Eu o encarei pelo modo que as palavras soaram.

–Sim. –Eu respirei fundo.

–Você se lembra? -Ele murmurou.

–Vagamente. Minha mente bloqueou uma boa parte.

–Do que você lembra, exatamente?

"-Mamãe!– A garotinha com cabelos castanhos escuros disse sorridente, faltavam-lhe alguns dentes, fazendo com que ela tivesse uma janelinha. A mãe parecia não ligar para a falta de dentes da criança, agachou-se para ficar da mesma altura e tocou-lhe com o polegar as bochechas rosadas da menina.

–Fala querida. –Ela disse calma, sua voz era calma. Uma tranquilidade, por isso gostava de dormir enquanto sua mãe contava-lhe uma história.

–Cadê o papai?

–Está chegando.

Ouviram um barulho na porta.

–Deve ser ele. -Ela levantou-se, Briana foi até seu quarto buscar um presente que iria dar ao seu pai. Era uma cartinha que havia feito. Nela continha o desenho de toda a sua família e em cima escrito em sua própria caligrafia torta: "A melhor família do mundo!”.

Pegou o presente e de cima da escada avistou dois homens encapuzados, ambos seguravam uma arma.

A garota congelou, não conseguia se mexer. Apenas se agachou para não a verem.

Pareciam aqueles homens dos filmes nojentos de ação que seus pais assistiam.

–Cadê o delegado? -Murmurou um deles.

–Ele ainda não chegou. -Sua mãe respondeu com as mãos no alto, ela tremia. Briana correu até seu quarto e avistou uma caminhonete preta, com os vidros escuros no quintal da casa.

Pegou o telefone e ligou para a polícia. Apesar de ter apenas sete anos era esperta e sabia o que fazer em algumas situações. Seu pai sempre a ensinara, como ligar para a polícia e para ambulância.

A polícia estava a caminho.

Briana voltou para ver o que ocorria próximo a porta. Observava tudo de longe, ela não podia fazer nada.

–Tem mais alguém na casa? -O homem perguntou, sua mãe negou com a cabeça. A porta se abriu e agora seu pai havia entrado.

–O que está acontecendo aqui? -Perguntou com as mãos para o alto.

–Isso é pelo nosso amigo, a partir de agora a vida de seus parentes será um inferno, graças a você! -O outro homem com capuz disse gritando, apertou o gatilho e a bala atingiu em cheio o peito de sua mãe que caiu já sem vida no chão. Seu pai gritou, lágrimas caiam pelo seu rosto, a carta que ela segurava caiu.

–Cadê a sua filha, querido delegado... -O homem perguntou enquanto encostava a arma no rosto de seu pai.

–Ela tá no balé há essa hora. -Ele respondeu.

–Que peninha, seria mais uma morte para você se espernear. -Seu pai chorava, encarava a cada segundo o corpo de sua amada.

–Vamos acabar logo com isso. -Reclamou o homem, os olhos de seu pai encontraram os da garota. Então, três tiros foram disparados contra o seu peito. E ele morreu olhando para Briana.

O barulho da sirene da polícia soou, eles saíram correndo. Briana desceu as escadas e se debruçou sobre o corpo de seus pais.


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