Tudo Que Sinto. escrita por Juliana Silveira


Capítulo 6
Capítulo 6 - Testemunhas




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–Então só se lembra de ouvir o barulho dos tiros? -Rodrigo perguntou e eu assenti. -Acho que é melhor assim, você ficaria traumatizada.

–Aquela fazenda é sua? –Mudei de assunto, mas temia que ele insistisse na morte de meus pais.

–Agora é. -Rodrigo brincou com os dedos, passando-os lentamente pelo copo. -Herança da minha mãe.

–Meus pêsames. –Sussurrei.

–E meu pai, bem ele tem outra família, mas eu tenho uma ótima relação com todos.

–Invejo você por isso. -Encarei meu tornozelo torcido e suspirei.

–Mas você foi criada por quem? -Rodrigo questionou-me.

–Pelos meus tios.

–E eles possuem filhos?

–Não. Minha tia tem problemas de fertilidade. -Franzi o cenho.

–Ganharam uma filha. -Rodrigo sorriu.

–Uh, é.

–Você ama o Enzo? –Eu o fitei no mesmo instante.

–Eu gosto dele. -Engoli seco. -Muito.

–Não foi isso que eu perguntei. -Rodrigo deu uma leve risadinha para tentar descontrair.

–Eu gosto dele. –Repeti a resposta.

–Gostar e amar são coisas completamente diferentes. -Rodrigo retrucou.

–Dá no mesmo. -Rodrigo levantou e foi caminhando em minha direção

–Você diz isso porque nunca amou ninguém, é isso? -Rodrigo apoiou o joelho e as mãos no sofá.

–Você me intimida. –Franzi o cenho

–Fico feliz em saber.

Rodrigo aproximou seus lábios dos meus, eu o encarei assustada. Provavelmente meus olhos estavam quase saindo do meu rosto. Não podia negar que eu desejava tanto quanto ele aquele beijo.

O fogo que seu olhar transmitia apagou-se, eu o afastei de mim.

–Não quero.

–Eu sei. -Rodrigo murmurou e se afastou.

Rodrigo.

–E então, descobriu algo? -Violeta questionou.

–Um pouco. Preciso pesquisar mais. - Disse enquanto analisava alguns papéis.

–E o coração? -Violeta riu.

–Batendo, exercendo sua função. -Murmurei seco.

–Só não mistura amor com trabalho, sem falar no Enzo...

–Aé. -Bufei. -Vou me aproximar dela apenas para fazer o que devo.

–Melhor! E não podemos deixa-la descobrir quem nós somos.

–Nem estou preocupado com isso...

–Tudo bem chefinho. -Violeta falou ironicamente.

Carla.

–Rodrigo é tudo de bom! –Eu disse enquanto via a minha imagem refletida no espelho. Usava um vestido vermelho com um sapato preto, meu cabelo estava solto e o batom vermelho em meus lábios destacava a minha cor de pele.

–Acho que você deve um pedido de desculpas para Briana. -Emma supôs e eu sorri.

–Tanto faz. -Dei os ombros. – O Enzo é ex-namorado.

–Aonde você vai? -Emma perguntou enquanto eu pegava a minha bolsa.

–Vou sair.

–Com o Enzo?

–Quem sabe. –Pisquei. -Beijo e não me aguarde acordada!

Saí de casa, Enzo me aguardava na frente do prédio.

–Acho que ficando comigo, você acaba com todas as chances de uma possível volta com a Briana. –Eu disse enquanto mordia meus lábios.

–Tá cada vez mais difícil voltar com ela. Mas eu sou homem...

–Entendo, precisa de diversão. – Dei um sorriso.

Briana.

–Então, não foi para a aula hoje? -O meu tio questionou enquanto colocava munição em sua arma.

–Estou de atestado. -Disparei e atingi a cabeça do alvo.

–Cada dia que passa você melhora. -Meu tio elogiou.

–Nunca se sabe o que pode acontecer.

–Exatamente. -Ele largou a arma em cima de uma mesinha. -Pausa para o café?

–Claro. –Sorri.

–Querida! –A minha tia sussurrou enquanto me abraçava. -É perigoso você vir até aqui!

–Já tentaram me matar uma vez, se for para eu morrer que não seja com saudade de vocês.

–Não diga besteira, meu bem. – Ela murmurou.

–É só a verdade.

–Vou preparar aquele café para nós! -Sua tia se retirou.

–Eles estão atrás de testemunhas, vizinhos e etc... Está tudo ocorrendo em sigilo. Acho que tem mais coisas por trás... -Seu tio disse calmo.

–Eu sei, também acho. O que devemos fazer?

–Nada. Eles ainda não possuem um suspeito.

–E a respeito do meu acidente, nem tão acidental? -Indaguei enquanto segurava a minha correntinha.

–Se dermos queixa na polícia, não teremos provas para isso e esses caras são barra pesada. Eles dariam um jeito de acabar com todos nós rapidamente...

–Então, não podemos fazer nada?

–Por enquanto, querida.

–Mas eles tentaram me matar!

–Você está protegida.

–Estou? Como?!

–Estando. Melhor não saber por enquanto. –Ele suspirou.

–Cafezinho pronto! -Sua tia disse trazendo-o.

–Huuuuum. –Eu disse sentindo o aroma.

–Cuidado com todos que te cercam. – Minha tia alertou enquanto sentava-se ao meu lado.

–Você não sabe, mas pode ter algum informante por perto. – O meu tio completou.

–Terei cuidado. – Suspirei.

Rodrigo.

–O que houve com os pais da Briana? –Questionei Enzo

–Morreram.

–Como?

–Sei lá cara, ela não fala dessas coisas. -Enzo pausou. -Por quê?

–Por nada. -Dei os ombros e encarei Violeta vindo em minha direção. Enzo era um babaca, havia namorado a garota e não sabia de absolutamente nada.

–Ela é fechada, se conseguir fazer com que ela fale algo, será um mestre.

–Oi povo! -Violeta sorria segurando um cigarro entre os dedos.

–Sai com isso daqui! –Reclamei, odiava servir de fumante passivo para ela. Violeta o metralhou com os olhos. Jogou o cigarro no chão e pisou em cima.

–Essa daí é bem mandada. -Enzo brincou.

–Ooh se é! -Encarei Violeta que bufou insatisfeita com os comentários. Emma e Carla se aproximaram.

–Olha ai a tua amada. -Violeta disse irônica para Enzo.

–Oi! -Carla disse sorridente.

–Oi. -Todos responderam desanimados.

–Oi. -Emma sorriu para todos.

–Oi. -A diferença de resposta de Carla para Emma fez com que Carla ficasse de cara feia o resto da conversa.

–E a minha amiga? -Perguntou Emma para Enzo.

–Tá de atestado e sumiu. Não responde minhas mensagens. -Enzo disse despreocupado. Lancei um olhar de: "Precisamos acha-la" para Violeta.

–Hum. -Emma sorriu. -À tarde passo para vê-la. -Enzo assentiu. -Vamos Carla?

–Claro. -Ela disse seriamente irritada.

–Bem, vou para a sala... Bora? -Enzo sugeriu-nos

–Vamos depois. -Violeta sorriu.

–Ok. -Enzo se retirou.

–E ai, vamos atrás dela? -Violeta questionou.

–Sim, uma ótima oportunidade. Checa o GPS para mim e fica na delegacia esperando notícias. -Disse autoritário.

–Ah! -Resmungou Violeta. -Mas eu queria participar.

–Não Violeta!


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