A Descida Dos Pevensie escrita por Stark


Capítulo 26
O Diluvio Começou.


Notas iniciais do capítulo

Bom gente mais uma capitulo aqui...desculpem a demora mais uma vez fiquei sem internet... e quero agradecer a todos que se preocuparam comigo. Enfim...espero que gostem e estamos chegando nas retas finais! Fiquem de olhos abertos!! Beijos! Xx



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Capítulo XXVI- O Diluvio Começou.

“Não se espante. Você deveria saber que tudo que é bom um dia acaba.”

— Harry Potter.

Depois das ordens recebidas através da guerreira da Profecia Eclipse, Maggie, a construção da arca estava a todo vapor, o povo cooperava , desde a mais novas das crianças à o mais idoso que podia-se ter. Estavam unidos. Passaram-se apenas dois dias, mas o trabalho do povo era árduo , por tanto a arca em si estava construída, o que lhe faltava era o teto e janelas firmes. Um convés forte estava pronto, estadias para o povo também. As partes em que ficariam os animais estavam feitas, só faltavam os próprio seres.

–Miles me ajude com isso aqui.- Edmundo o chamava para que pudesse pegar um grande barriu de água para por dentro da arca. O ruivo o pegou e desapareceu no interior daquela ornamental construção. Edmundo sorriu, por admiração que tinha por tal garoto. Ele sabia que Miles sofria mas mesmo assim não se deixava abater, aquele era seu povo, era o povo de lúcia e ele estava aguentando firme pra quando sua amada voltasse. Era uma atitude muito nobre.

–Largar!- um fauno berrou de cima de um grande mastro enquanto ele e outros de sua espécie seguravam cordas que seguravam uma enorme tabua de madeira de gofer como foi ordenado. Aquele era o teto da arca que em questão de segundos estava posto. – Juntar!- o fauno voltou a falar e assim sem mais delongas os outros trataram de pegar suas ferramentas para que ligassem o teto o “corpo” da construção.

Não demorou muito para Edmundo avistar um ser de cabelos nos ombros com uma barba mal feita, Caspian também ajudava naquele feito. Olhando para o lado podia-se ver Maggie e Danielle carregarem sacolas de suprimentos junto a outros narnianos para o interior do local que construíam. Elas iam exatamente para o mesmo lugar que Miles fora minutos antes , passando por uma grande rampa entraram no segundo andar da arca.

Como pedido o ornamento tinha três andares: o primeiro os dormitórios, o segundo os mantimentos como agua e cereais, e o terceiro os animais , desde cavalos à coelhos, cada par de cada espécie estaria ali. Como da primeira vez.

–Está ficando maravilhosa não está?- Ed sentiu algo pousar em seu ombro e logo se virou dando de cara com um Pedro meio sorridente com a mão apoiada em si.

–Está sim.- o garoto de olhos e cabelos negros respondeu enquanto voltava seus olhos para aquela coisa enorme no pátio de Cair Paravel.- Onde estão?- questionou e o olhar de Pedro se tornou triste, mas antes que o loiro pudesse responder , centauros traziam Lúcia agressiva dentro de uma jaula e homens carregaram Susana numa enorme caixa de vidro.

Eles se sentiam horríveis, Susana ainda poderiam manter junta aos demais, mas Lúcia... ela teria que ficar no terceiro andar untos aos outros animais- numa parte especial é claro.- mas se ficasse junto a eles causaria pânico e problemas. Era melhor evitar. Quando ambas passaram por eles em seus estados deploráveis baixaram a cabeça e se culparam, mas lembraram do que Danielle dissera, não tinham culpa, tinham que seguir em frente , ou aquilo tudo se perderia em trevas.

–Não devemos avisar a Arquelândia e terras vizinhas?- Pedro questionou preocupado com o que viria a acontecer daqui pra frente.

–Sim devemos.- Edmundo respondeu assentindo, mas antes que pudessem seguir para o castelo uma mínima gota de agua da ponta do seu nariz. Então seu olhar foi ao céu que antes estava azul e agora tinha formações de nuvens cinzentas o que fez todos olharem em conjunto ao mesmo lugar.

Logo outra gota caiu, mais outra , e outra e logo uma fraco chuvisco caía sobre eles. Mag e Dani se olharam e não esperando muito encontraram os olhares dos dois Pevensie que respiravam pesado pela tensão que pairava naquele lugar.

–Majestades...o que faremos agora?- uma fauno ao lado de Caspian questionou alto o suficiente para todos os presentes olharem para os jovens reis. Ed suspirou lançando no mesmo momento um olhar de suplica aos céus que ficava cada vez mais escuro.

– Os animais já estão todos juntos em um determinado lugar?- questionou antes de responder a pergunta do fauno que era muito semelhante com Túmnus.

–Estão sim.- um centauro arqueiro respondeu confiante.

–Comecem a coloca-los para dentro. –olhou para os céus mais uma vez enquanto seu cabelo sedoso grudava em sua testa por conta das aguas celestes que caíam mais violentas com o passar dos segundos.

–E enquanto a nós?- uma mulher em meio a multidão ainda parada ali questionou meio receosa à Ed, mas que a respondeu foi o ser de olhos azuis.

–Prioridades às crianças e idosos.- falou a mulher e agora virava-se à Mag e a Dani.- Comecem a embarca-los.- completou e as duas assentiram e o povo finalmente voltara a ativa.

Eles caminhavam em direção ao castelo para pegarem suas ultimas coisas lá dentro. Ao entrarem no grande salão deram de cara com o local quasemente vazio. Os servos que antes cuidavam dali agora estavam mais preocupados em salvar suas vidas, o que era a coisa mais sensata a fazer no momento.

Caminharam um longo caminho em silencio até o quarto que dividiam, só então quando Ed fechou a porta atrás de si a primeira voz ecoou no aposento, e foi a dele.

–Sei que já duvidamos outras vezes e fomos salvos, sei que em momentos difíceis estava agindo, sei que tentam ao máximo ignorar esse assunto ,mas eu não aguento mais não falar no fato de que Aslam não está aqui.- Pedro desabou as palavras diante de Edmundo que até o momento estava virado de costas. O mesmo estava pegando sua espada e algumas roupas, mas quando o irmão dissera aquilo simplesmente paralisou.

–Pedro...- Ed hesitou, mas finalmente o encarou.- Não podemos perder a fé.

–Eu sei, mas deste jeito fica difícil, e ainda mais sabendo quem Aslam é de verdade! Você acha que o povo não questiona o desaparecimento do leão nas horas mais difíceis?- questionou passando uma das mãos pelos cabelos. Ed ficou em silencio por um momento.- é difícil ter fé quando quem ama morre aos poucos, quando tem responsabilidades demais sobre suas costas, quando o diluvio está prestes a acontecer novamente.- verbalizou-se sentando na cama.

–Pedro não vê o que está acontecendo? – Ed questionou incrédulo ao ouvir o argumento do mesmo. – Você está blasfemando, você está sendo testado!

–Como testado Ed? Se o julgador nem sequer lembra de nossa existência.

–Não diga isso. Não vê que é obra da Feiticeira? Não lembra o que lemos sobre as manipulações? Você não, mas eu passei por isso no Peregrino da alvorada Pedro, eu sei o que é ter seus piores medos à flor da pele.- Edmundo falava com os olhos arregalados tentando enfiar algo na cabeça do irmão.

–Você pode ter razão...-concordou em voz e cabeça baixa.- Mas quando olho pra Lúcia e Susana eu...- não terminou aquela frase.- Como mudou tanto em?- Pedro questionou mais uma vez se permitindo sorrir de leve.

–Acho que o sofrimento ajudou muito.- Ed comentou num meio sorriso amargo jogando a sacola nas costas e nas mãos sua espada.- Mas acredite o que me faz acreditar ainda é a Lu, a Susie e a Dani...as três estão por um tris...temos que impedir Pedro. Não quero perde-las para sempre.- ele suspirou pesadamente abaixando o rosto . Quando levantou Pedro estava a sua frente com os braços abertos.

–Estarei aqui. Afinal...sou seu irmão mais velho não sou?- Pedro verbalizou se permitindo sorrir abraçando Ed apertado. Ele retribuiu o abraço.

–Amo você Pedro. Você é a única família que eu tenho agora.- Edmundo deixou o orgulho de lado e se pronunciou deixando uma lagrima rolar ainda no abraço.

–Também amo você Ed. Não importa o que aconteça...estarei aqui.- quando o loiro fechou os lábios um trovão com relâmpagos clareou todo o quarto fazendo aquele abraço se dissipar. Se aproximaram cuidadosamente da janela e então avistaram uma chuva torrencial junto com uma ventania que fazia os galhos das arvores se balançarem abruptamente.

–Pedro ! Edmundo!- Miles adentrou o cômodo em meio a berros com os cabelos ruivos colados nos olhos aterrorizados.

–O que aconteceu?!- Ed e Pedro perguntaram em coro agitados.

–Um Narniano acabou de chegar de Arquelândia apavorado.- o ruivo quase se engasgara com o próprio ar.

– E ?!- Edmundo perguntou novamente saindo do quarto indo em direção às escadas.

–Milhões morreram, foi tudo tomado.- Miles respondeu ao lado de Pedro enquanto seguiam o outro Pevensie.

–Como se aqui ainda não inundou ?- Pedro questionou e todos pararam no meio do grande salão vazio. Miles hesitou e não respondeu apenas abriu as portas revelando o povo adentrando a arca e Dani e Mag com as aguas nos tornozelos.

–Magia.- Mag esclareceu quando chegaram na grande rampa de embarque.- Arquelândia foi coberta pelas aguas de rios e Mares que foram conduzidas até lá por magia.- completou.- Nem precisa dizer...vocês sabem que eu vi.

–Ed... o que vamos fazer? Fecharemos a arca?- Danielle questionou vendo o medo nos olhos de todos que olhavam ao redor.

–Estão todos aí?- Pedro tentou se assegurar.

–Todos.- assentiu.

–Perfeito. Mas onde está Caspian?- o loiro questionou dando por falta do rei.

–Lá dentro com Susana.- a garota de olhos verdes verbalizou parando de respirar por um segundo.

–O que houve?- Edmundo questionou confuso pela palidez incomum da garota. Mas antes que a mesma pudesse responder um trovão que quase furou seus tímpanos ecoou pelo local deixando a chuva mais brutal.

–Acho que nem vamos precisar esperar chover dez dias e dez noites para inundar tudo aqui.- Dani comentou tendo os cabelos grudados no rosto como o dos outros. Ela rangia de leve os dentes.

– É algo me diz que o diluvio começou.- Edmundo verbalizou e adentrou a arca olhando uma ultima vez para fora. Vendo Cair Paravel ficar cada vez submersa às aguas celestes.- Que Aslam nos ajude.- a porta se fechou.

***

No alto de uma montanha lá estava ele de braços abertos enquanto o vento sacudia brutalmente suas vestes negras. Ele tinha um sorriso nos lábios e seus olhos negros emanavam de segundos em segundos aquela mesma luz verde.

– Ótimo trabalho.- a feiticeira aparecia por trás dele pondo a mão em seu ombro. –Parabéns querido , mas soube que construíram uma arca.- ele serrou os dentes de ódio.

–Não se preocupe... já sei exatamente o que fazer.- sua voz rouca soou incrivelmente mais alta que o vento, enquanto sua aura teve cor negra com leves salpicos esverdeados.

–O que querido?

–Um brindezinho nessas aguas ... os Pevensie terão surpresas.- ele respondeu sorrindo perversamente.

O diluvio havia começado.


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