Fraque E Olhos Verdes escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 8
Sophie


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!
Minha rotina voltou ao normal, então queria combinar com vocês a rotina de postagem:

Segunda - Quarta - Sexta - Domingo.

Tudo bem?

Obrigada pelos lindos comentários!

Annie F.



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– Abra os olhos! Por favor, acorde!

– Mamãe!

A voz de Phillip e o cheiro de conhaque trouxeram Carole de volta à consciência. Sua visão estava bastante difusa, mas um par de luzes verdes fez com que lembrasse o lugar em que se encontrava.

– Sr. Ferrars... – murmurou com voz fraca.

– Shh. – Ele apoiou a cabeça da moça em seus braços e posicionou um pequeno copo em sua boca. – Beba.

O cheiro de álcool fez as narinas de Carole arderem. Com uma careta, ela recusou.

– Beba. – Max repetiu.

– Ahn, Sr.? – Phillip aproximou-se e puxou a bainha do fraque. – Não pode dar isso para mamãe. Vai deixar meu irmãzinho bêbado!

Carole ruborizou, mas agradeceu ao filho.

– Oh, entendo. – Maximilliam afastou o copo e deixou que ela se sentasse. – O desmaio deve ter sido por isso. – Com um sussurro, acrescentou: - Não há nada de que se envergonhar, Sra. Smith.

Comovida, ela assentiu.

– Não como há algumas horas também.

O homem bateu com uma das mãos na testa.

– O almoço! – Deu algumas ordens aos serviçais e ajudou Carole a se levantar.

– Eles não falam inglês? – Ela levantou uma sobrancelha. – Poderia jurar que sim, já que me entenderam e informaram algumas coisas.

Maximilliam sorriu.

– Sabem o suficiente para o futuro herdeiro poder administrar a propriedade, mas é só.

Carole refreou as muitas perguntas em sua cabeça e deixou-se levar pelo saboroso aroma da comida.

~’~’~’~

Após o almoço, Max ofereceu-se para mostrar a propriedade aos dois recém-chegados, o que Carole prontamente aceitou.

Comovida, ela observou Phillip brincar nos prados. Era maravilhoso vê-lo tão feliz, principalmente depois da recente perda.

Tentando desfazer-se daqueles pensamentos, Carole parou e fixou seu olhar no homem ao seu lado:

– O que Phillip herdará?

Max deu-lhe um olhar significativo.

– Cerca de 400 hectares. – Suspirando, olhou-a bem nos olhos. – Carole, sinto muito. Por tudo.

– Do que está falando? Se o diz pelo luto, Sr. Ferrars, fique desobrigado. O Sr. Smith era um marido maravilhoso e um pai adorável, mas acredito que ele gostaria de ver que todos seguimos em frente.

Ele a encarou longamente por mais alguns minutos.

– Há algo mais que queira me falar, Sr.?

– Oh, sim. – Respondeu ele rapidamente. – Você e Phillip ficarão em minha propriedade.

– Ora! E por quê? – A moça levantou uma sobrancelha desconfiada.

– Não seria correto e adequado que uma dama e uma criança ficassem sozinhas em uma terra de que nada conhecem. Estarão melhor comigo. – Olhou para Phillip e sorriu. – Poderão passar o dia aqui, mas à noite dormirão em minha propriedade.

Carole suspirou, porém assentiu.

– Acredito que está certo. Não serei um incômodo? Sua esposa...

O olhar dele ficou severo.

– Asseguro que não haverá nenhum inconveniente neste sentido. – Ofereceu-lhe o braço e continuou a mostrar-lhe a propriedade, falando somente o necessário.

Quando o sol começou a baixar, Maximilliam deu o passeio por encerrado e guiou-os até sua própria carruagem, de onde partiram para a Saint John, sua propriedade.

– Todas as terras têm nome por aqui?

– Algumas. – Assentiu o homem. – A propriedade de Phillip é denominada Queen Victoria.

– Uma homenagem a Sua Majestade? Que magnífico! – Carole estava realmente maravilhada, pois adorava homenagens históricas.

– O que significa Saint John, Sr.? – Perguntou Phillip.

– Pode me chamar de Max. – Sorriu. – Renomeei a propriedade em homenagem a meu pai. Não sei o que teria sido de mim sem ele.

Carole sorriu. Que gesto comovente!

Logo chegaram a St. John, onde uma garota de seis ou sete anos os aguardava na porta.

– Daddy! – Gritou logo que Maximilliam desceu da carruagem. Ele a abraçou demoradamente, depositando um beijo carinhoso em sua face.

A menina, que se chamava Sophie, voltou-se sorridente para os recém-chegados.

– Querida, estes são Phillip – e a menina o cumprimentou timidamente. – e Carole Smith.

Ao ouvir o nome da mulher, Sophie arregalou os olhos.

– Carole?

Quando o pai confirmou, a menina cuspiu no chão e murmurou:

Hündin!* – E voltou correndo para dentro da casa.

– Sophie! Volte já aqui! – Maximilliam estava ruborizado.

– O que aconteceu, Sr. Ferrars? O que eu fiz?

Ele fechou os olhos e suspirou.

– Vamos nos sentar em frente à lareira e contarei o que aconteceu.

Maximilliam chamou alguns criados e pediu que cuidassem de Phillip por alguns minutos.

– É tão grave assim que meu filho não pode ouvir, Sr.?

– Talvez. – Admitiu ele. – Prefiro não arriscar. – Passando uma das mãos pelo rosto, prosseguiu: - Casei-me há 7 anos com uma dama das redondezas, Felicia. De nossa união nasceu Sophie. - Seu semblante contorceu-se de dor. – Minha mãe morreu no ano retrasado.

– Eu sei. Sinto muito. – Carole assentiu pesarosamente. Ela estivera presente no funeral e no enterro, mas não vira Maximilliam por lá.

– Minha mãe já não tinha muito controle sobre si mesma algum tempo antes da morte. Começou a repetir que eu não amava Felicia, que amava Carole Adler. – Ele deu um sorriso triste. - Minha esposa ficou arrasada e o casamento virou algo muito doloroso para todos nós. No ano passado, ela ficou doente e, assim como minha mãe, murmurava seu nome sem parar, só que atribuía a você o fato de eu nunca tê-la amado como deveria. – Deu um suspiro prolongado. – Sophie ouviu e acredita que seja verdade.

Carole estava chocada.

– Sr. Ferrars, não pode estar falando sério!

– Estou. - Um profundo pesar estampava-se em sua face.

– Não posso ficar aqui, será dor demais para ela!

O rapaz estava boquiaberto.

– Sempre altruísta, colocando o bem-estar dos outros acima dos seus. – Maximilliam sorriu longamente e os olhos verdes faiscaram. – Não se preocupe, o tempo curará todas as feridas.

Carole assentiu a contragosto e deixou que ele fosse falar com a filha.

Que dia!


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Notas finais do capítulo

*Hündin: "cadela" em alemão.