Carole acordou com um enjoo insuportável. Correu para um canto do quarto, pegou um balde que ali estava e deixou seu estômago expulsar tudo o que lhe fazia mal.

Phillip ainda se assustava muito com os efeitos da gravidez da mãe. Correndo com urgência, ele bateu à porta do quarto de Maximilliam.

Sophie, que dormia no quarto ao lado, veio verificar:

- O que está fazendo? Deixe papai dormir!

Phillip, afoito, continuou a bater na porta.

- Mamãe está muito mal. Sr. Maximilliam! Sr, por favor, venha rápido!

Phillip era muito gentil com os criados. Por isso, quando Sophie repetiu aquela palavra em alemão, ele já sabia o que significava. Seu rosto ficou sério e ele se aproximou da menina com raiva:

- Minha mãe não é uma... uma... qualquer como você teima em chamá-la. Se eu a ouvir falando assim dela novamente, juro por meu papai que corto todo o seu cabelo e só deixo um rabinho! Aí você vai aprender o que realmente é uma cadela.

Neste momento, Maximilliam saiu do quarto e Phillip esqueceu toda a raiva (embora Sophie tivesse corrido para dentro do quarto com um escândalo).

- Sr., Sr.! Mamãe está muito mal, venha rápido!

Maximilliam colocou uma mão solidária no ombro de Phillip e agachou-se até ficar da altura do menino.

- Eu prometo que sua mãe ficará bem, Phillip. Chamarei uma criada para auxiliá-la.

- Mas somente o Sr. poderá ajudá-la! Tem sido tão gentil!

O homem não pôde deixar de sorrir.

- Agradeço toda a consideração, porém sabe que não posso entrar no quarto de uma dama, certo? Não é adequado e, se os criados começarem a comentar, vão chamá-la daquele nome feio. – Com uma risadinha, segredou ao ouvido de Phillip: - Ouvi o que disse a Sophie. Muito bem! Não deixe que ela passe por cima de você, pois eu não deixarei que ela passe por cima de sua mãe.

Com um sorriso agradecido, Phillip correu de volta para o quarto e aguardou a chegada da criada.

Panos úmidos e quentes foram colocadas na testa de Carole assim que ela pôde novamente se deitar.

- Obrigada, querido. – Apertou a mão do filho. – Já está tornando-se um homenzinho tão distinto como o pai.

O pequeno empolou-se todo ante os elogios da mãe. Rindo, ela lhe beijou a fronte e fez com que se sentasse na cadeira ao lado.

- Mamãe, você já escolheu o nome de meu irmãozinho? – Perguntou Phillip, seu rosto levemente corado de vergonha.

- Lembre-se de que pode ser irmãzinha também, Phil. – Passou-lhe a mão pelos cabelos. - Papai já havia ido embora quando mamãe descobriu seu novo irmão ou nova irmã. Você quer me dar alguma sugestão?

Phillip colocou uma mão no queixo e fez cara de pensador, o que arrancou algumas risadas de Carole.

- Se for um menino, quero que se chame Maximilliam.

Carole, assustada, mirou o filho com espanto.

- Por que, meu amor?

- Por causa do Sr. Ferrars, mamãe. Ele é um cavalheiro quase tão bom quanto papai e, sendo que já herdei o nome da família, meu irmãozinho deveria herdar o do segundo homem mais nobre que a Inglaterra já conheceu.

Carole sentiu seus olhos arderem.

- Não posso fazer isso, filho. Não seria adequado. – Voltou a sorrir. - E se for uma menina?

O menino pensou um pouco.

- Poderia ter o nome de vovó! Ou o seu, mamãe, é tão bonito. O único nome que não quero é Sophie. – Dito isso, o menino deu uma fungada e cruzou os braços.

- Ora, querido, por quê?

- Porque a filha do Sr. Ferrars é malvada, chamou a senhora de um nome muito feio. Se fizer isso de novo, vou cortar todos os cabelos dela!

- Phillip! – Carole queria rir, mas a conduta do filho deveria ser censurada. – Não pode fazer algo assim! Imagine se o Sr. Ferrars fica sabendo?

O olhos do menino brilharam.

- Ele ouviu, mamãe, e disse que eu estava certo. Disse também para não deixar Sophie passar por cima de mim, porque ele não deixaria que ela passasse por cima de você.

O coração de Carole disparou tão forte no peito que trouxe de volta as tonturas. O enjoo dominou seu estômago com força.

O que Maximilliam estava tentando fazer com ela?