Fraque E Olhos Verdes escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 7
Forasteiros


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!

Queria agradecer à Emma e Visenya pelos comentários excelentes, MUITO OBRIGADA por sempre me acompanharem! *-*'
E também dar as boas-vindas à Sara!

Neste capítulo, utilizarei a narração em primeira pessoa, ok?

Espero que gostem! ;D

Annie F.



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Carole’s P.O.V.

1872, 10 anos depois.

O chacoalhar da carruagem deixa-me enjoada. Puxo Phillip pelos braços e o aninho em meu peito. Todos estamos muito assustados, mas... Era o que deveria ser feito.

Após o Sr. Ferrars ter ido embora, as esperanças de nossas mães que nos casássemos foram reduzidas a zero. Passei mais um ano em sociedade e conheci o Sr. Smith, grande industriário de tecidos. Em alguns meses, estávamos casados.

Foi um bom matrimônio, apesar de todos os meus medos. Não era agressivo, bebia pouco e possuía alguns títulos razoáveis para recomendá-lo à minha família. Durante 9 anos, vivi uma vida sem muitos esforços e com luxos. Em 1864, nasce meu primeiro filho, Phillip, prematuro. As tensões acerca da Guerra dos Ducados não me permitiram uma gravidez tranquila. Por sorte, tornou-se um garotinho muito saudável.

Há 6 meses, meu bom marido morreu em um acidente com um cavalo. Foi um baque muito grande para nós, pois, embora não o amasse, gostava muito dele. Phillip perdeu o pai que tanto o mimava.

Tento segurar o enjoo como posso, essas estradas são extremamente esburacadas e fazem a carruagem balançar a todo instante.

Após passados dois meses de luto, o testamento foi lido. Todas as propriedades pertenceriam a Phillip, claro, mas estariam em posse de um tutor até que completasse 21 anos. A mim foi designada a casa em que vivíamos em Londres. Fiquei feliz por este pequeno detalhe, mas não por muito tempo.

Com a Guerra de Secessão, o algodão tornou-se produto escasso. Seu preço era muito alto e este, em boa parte das vezes, era de péssima qualidade. Para cobrir os altos gastos, o Sr. Smith fez alguns empréstimos e chegou a hipotecar a casa como garantia. Sem expectativas de pagamento, já que a fábrica estava falida, não tive escolha: entreguei todas as posses que pudessem pagar a dívida, incluindo a casa, as propriedades na Inglaterra e a fábrica. Tudo o que me restou foi uma pequena propriedade na atual Alemanha.

Se fosse uma viúva sem filhos, viveria com minha mãe e meu pai e estaria bem, mas tenho uma boca a mais a alimentar, não posso depender deles para isso. Além, Phillip precisa aprender a cuidar dos negócios, precisa conhecer de perto uma propriedade. As terras eram selvagens, mas nosso coração aventureiro daria um jeito de domá-las.

Meu único medo era que o tutor de Phillip pudesse tê-las usurpado. Ficam tão distantes da Inglaterra e não havia, até 6 meses atrás, a menor chance de que o verdadeiro dono pudesse reclamá-las. Agora... De qualquer maneira, mandei um telegrama avisando nossa chegada.

Começo a tossir no lenço. A Alemanha cresce num ritmo assustador, mas suas estruturas ainda são bem precárias. Torço para que cheguemos logo, meu estômago não aguentará muito mais. Meu filho me abraça e eu retribuo.

– Shh, calma, vai ficar tudo bem. – Mas eu não tinha como ter certeza disso.

~’~’~’~

Meus olhos se ajustam à repentina claridade que toma a carruagem. Dormi por quantas horas?

Faço a pergunta a Lucy, minha criada, que responde com um sorriso. Três horas?! Ainda bem. Não suportaria aquele enjoo, mas também jamais pararia em terras tão desconhecidas.

Desço com a ajuda de Frank, meu cocheiro de confiança, e aguardo que retire as malas da carruagem. Olho para a propriedade com atenção: a casa senhorial é ampla, mas um pouco gasta pelo tempo. Dois andares, estilo francês. Sempre é bom que possua um grande número de quartos, embora ache que não vá receber muitos amigos.

Alguns criados da propriedade aproximam-se e me cumprimentam com reverência.

– Avisaremos ao Sr. de sua chegada.

Suponho que o “Sr.” seja o tutor e balanço a cabeça afirmativamente. Olho para Phillip e sorrio. Ele está tão maravilhado! Ser criado na cidade certamente não permite muitos luxos a uma criança, mas por aqui terá todo o espaço de que precisar!

Afago seus cabelos e ando em direção à construção. Tomara que preparem alguma refeição para nós, estou faminta! Ainda bem que já sou casada e não preciso fingir que não tenho fome (como é de praxe para as moças solteiras).

Ao entrar, o cheiro de carne assada e legumes cozidos quase me faz desmaiar. Ah, posso estar sendo muito precipitada, mas aposto que seremos muito felizes aqui!

Os criados me avisam de que servirão a refeição quando o “Sr.” chegar, então espero pacientemente. Sento-me em uma poltrona da sala principal e aguardo.

A porta abre-se repentinamente e meu coração dispara. Reconheço um par de olhos verdes tão característico e, sem conseguir evitar, desmaio.


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Notas finais do capítulo

uuuuuuuuuuuh! xD