A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia
Isaac e eu ficamos conversando até tarde na sala comunal da Corvinal. Tínhamos muito o que discutir sobre a Sala Submersa.
Acordei numa quarta-feira chuvosa, a vista que eu tinha das montanhas foi interrompida por uma neblina. Minhas companheiras de quarto já estavam acordadas e conversavam animadamente.
–Mas, Ária, porque você resolveu ser apanhadora? -Perguntou Verônica.
–Eu não sei, mas, qual é o problema? -Retrucou Ária.
–Nenhum, é que têm tantos concorrentes...-Começou ela.
–...Tipo eu. -Falei. -E você não vai querer competir comigo, pode acreditar.
Elas riram.
–Bom-dia para você também, Ally. -Disse Ária.
–Bom-dia. -Respondi. -Bom, gente, vou me arrumar porque tenho aula daqui a pouco.
Tomei banho, me vesti e desci as escadas até o Salão Principal. Isaac, Charlie e Victoria já me esperavam em frente à mesa da Corvinal.
–Demorou , hein? Tava se embelezando? -Perguntou Charlie.
–Não, perdi a hora mesmo. -Respondi. -Bom, Isaac contou a vocês sobre a Sala Submersa, certo?
–Sim, contou. mas como vamos chegar lá? Nem sabemos aonde fica. -Falou Victoria.
–Podíamos pedir ajuda a Dumbledore. -Disse Charlie.
–Eu já falei! Ninguém sabe aonde fica essa sala, na verdade nem era para eu ter...-Começou Isaac.
–...Contado para nós. É um segredo de família. Sim, já sabemos disso, Isaac. -Terminei, fazendo uma careta. -Então, o que vocês sugerem?
–Que tal se saíssemos, de madrugada, umas 2:00, 2:30, e simplesmente...procurássemos? -Sugeriu Charlie.
Não ouvi a resposta dos outros. Um ponto vermelho vinha em minha direção, atraindo vários olhares curiosos. Ezylpro aterrissou em frente à mim, me entregando um envelope. Ainda bem. Tinha enviado para eles a minha carta há três dias! Tirei a carta de seu bico e lhe entreguei um petisco. Ele piou satisfeito. Abri o envelope:
"Querida Ally,
Há sim um jeito de nos encontrarmos, mesmo você estando em Hogwarts. Apareça em frente à lareira da sala comunal da Corvinal, às 2:00, se quer nos ver. Ah! Estamos com saudades!
Um grande beijo,
Mamãe e Papai."
–Acho que não vai poder ser hoje. -Falei.
–O quê? -Falou Victoria.
–A procura pela Sala Submersa. Pode ser outro dia? -Perguntei. -Vou falar com meus pais hoje.
–Er...lareira? -Indagou Isaac.
–Como você sabe? -Perguntei.
–Ninguém sabe, nem mesmo Merlin. Somente ele, o Sr. Corvinálio aqui sabe. -Respondeu Charlie.
Eu ri.
...
As aulas se passaram como um raio até a detenção de Snape. Mas, tinha chegado a hora.
Bati na porta do escritório dele, nas masmorras.
Sua voz chata e estridente falou:
–Entre.
Abri a porta e me controlei para não fazer cara de nojo (como sempre). Snape se achava sentado em frente à sua escrivaninha.
–Boa-noite, Srta. Scott. -Ele falou. -O que acha de terminar de passar a limpo alguns trabalhos? copiar alguns textos?
Não respondi, nem ao menos falei boa-noite. Não iria dar esse gosto a Snape.
–Sente-se. -Ele falou.
Me sentei e encarei aquele rosto pálido de olhos negros. O manto que eram seus cabelos cobriam metade de seu rosto. E, olha, vou falar uma coisa, ele precisava usar um shampoo ante- oleosidade, porque, pelas barbas de Merlin, aquele cabelo parecia que tinha sido passado a ferro. Nossa, que estranho, pensei.
Snape colocou uma pilha de papéis em cima da mesa. Engoli em seco. A pilha era enorme.
–Quero que passe a limpo isso aqui. E...termine... hoje. -Ele falou.
Ah,não. Uma parte da minha mente falava para eu permanecer calada, mas a outra (a mais forte) ,dizia que eu deveria simplesmente explodir. Não aguentei, e comecei a falar:
–Mas, é muita coisa! Não dá para terminar hoje.
–Não me importo. -Ele retrucou.
Vi a raiva queimando seus olhos negros e profundos. Porque ele me odiava tanto?
–Acho melhor começar logo, se quiser terminar hoje ainda. -Ele disse, com um sorriso nos lábios.
Coloquei os papéis em frente à mim, e comecei a escrever em um doutro rolo de pergaminho. Eram 19:00 quando comecei, e só terminei, 00:00. Assim que terminei a última palavra, olhei para Snape.
Ele me lançou um olhar de ignorância.
–É...pode sair. Até amanhã.
Não respondi.
Corri até a escada de mármore. Subi-a até a sala comunal da Corvinal, entrei, depois de um enigma, é claro.
Isaac estava sozinho na sala comunal da Corvinal.
–Foi boa a detenção? -Ele me perguntou.
–Ótima como sempre. -Respondi, irônica.
–2:00 horas não é? -Ele falou.
–Sim. -Respondi.
Esperamos até a hora da "visita" dos meus pais. De repente, a lareira se iluminou com...aquilo era uma cabeça? E era a cabeça da minha mãe?
–Olá, querida! -A cabeça ambulante exclamou.
Demorei um pouco para responder.
–Er...oi mãe, como vai?
–Vou bem Ally! E quem é esse garoto loiro? -Ele falou, com um tom de desconfiança.
–É...esse é o Isaac, mãe, um amigo meu. -Respondi.
–Ah,sim. Prazer em conhecê-lo, Isaac. -Ela falou.
–Prazer. -Respondeu Isaac, com vergonha.
–Porque o papai não pôde vir? -Perguntei.
–Ele foi dormir, trabalhou muito hoje. -Ela respondeu.
Meu pai é auror. E eu tenho um orgulho imenso dele por causa disso.
–Então, filha, o que você tem que falar comigo? -Minha mãe me perguntou.
Olhei para Isaac. Ele fez uma cara de indiferença, e apontou a cabeça para minha mãe, como se quisesse me encorajar.
–Er...mãe...como posso e falar isso...
Expliquei toda a história para ela. Primeiro, minha mãe estava com uma expressão ilegível, depois, passou para medo.
–Mas, filha...como...como assim? Eu sei que você é especial, mas...como isso pode ser possível? -Ela me perguntou.
–Mãe, presta atenção: eu não sei porque tem que ser eu. Acho que...Rowena Ravenclaw simplesmente...me escolheu.
–Ah...filha....não achava que você pudesse brilhar tanto assim! -Ela falou.
Eu sorri. Minha mãe sempre tinha a coisa certa para falar.
–Tudo bem ,então, minha filha. Depois nós discutimos isso melhor.
–Okay, mãe. Te amo. -Falei.
–Também te amo. -Ela respondeu.
E a cabeça ambulante se apagou. Logo eu e Isaac estávamos olhando para um ponto não específico, no meio do fogo.
–Sua mãe é bem simpática. -Ele disse.
–Não deboche, Sr.Corvinálio. -Retruquei.
Ele riu.
–Me desculpe?
–Vou pensar no seu caso. -Falei.
–Temos que avisar Victoria e Charlie. Podemos ir amanhã? -Isaac perguntou.
–Aonde? -Perguntei de volta, atônita.
–Ora, explorar Hogwarts! Em busca da Sala Submersa! estrelando: Alicia Scott! -Ele respondeu.
Eu ri.
–Acho que vou subir agora, já são 3:00. -Falei, cansada.
–É... eu também. -Isaac falou.
Ele se virou, um pouco hesitante. Não sei porque, mas tive a sensação de que ele queria me falar mais alguma coisa.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Nono capítulo..U.u leiam, recomendem,por favor! ;D posto o próximo amanhã...pelo menos eu acho..ahaha