A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia


Capítulo 8
Decifrando o enigma




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Acordei no dia seguinte com dor de cabeça. Me levantei, Rosie, Verônica, Ária e Clarie ainda estavam dormindo, por isso, fui sem fazer barulho até a minha cômoda, pegar o pedaço de papel da pista.

Li de novo, mas dessa vez, nenhuma voz ecoou em minha cabeça. (Graças a Deus.)

Todo esse papo de "Herdeira" me deixava cansada. Eu não era especial, não me parecia com Rowena Ravenclaw, e não tinha nenhuma "inteligência incrível"...e...ponto. Peguei meu horário de aulas, ah! Voo! Viva! Vamos aprender pelo menos como se sobe em uma vassoura...mas...isso eu já sei. Depois, Astronomia, História da Magia (argh!) ,dois tempos de Feitiços. Até que o dia não seria tão chato assim.

Tomei banho e me vesti. Eram 7:00. Eu só teria aula 9:00. Desci as escadas do dormitório feminino até a sala comunal da Corvinal. Lá, havia apenas uma pessoa, e era justamente a pessoa que eu queria ver...Isaac.

–Alicia...eu...-Ele começou.

Corri para lhe dar um abraço. Que coisa mais idiota, pensei. Ele se levantou da cadeira, e me abraçou. Me senti melhor.

–Er...desculpe, nós não...

–Tudo bem, Isaac, eu sei que vocês só querem ajudar, mas...é que é tudo tão estranho... -Respondi.

–Concordo. Mas, er...-Ele começou.

–Está tudo bem, Isaac, mesmo. Enfim, vamos tomar café? -Perguntei, sorrindo.

Ele retribuiu o sorriso.

–Vamos.

Descemos as escadas de mármore até o Salão Principal. Muitas pessoas ainda me olhavam por eu ter enfrentado Snape ontem, mas eu realmente não ligava.

Nos sentamos na mesa da Corvinal, junto com um Will sonolento. Nós não víamos ele e a Margareth há um tempo.

–Bom-dia, Will, como vai? -Perguntei.

–Eu...sono...é...-Ele balbuciou.

–Ah sim, entendi tudo. -Falei.

–Torradas? -Charlie e Victoria chegaram (do nada.) -Ah, oi Ally, eu...me desculpe, nós... -Começou Charlie.

–Está tudo bem, Charlie, mesmo. -Respondi.

–Mesmo mesmo? -Victoria provocou.

–Mesmo mesmo. -Respondi.

–Não vai ficar mais dando chilique, por ser a Herdeirinha? -Charlie disse, irônico.

–Não, não vou. -Falei, rindo.

Charlie foi se sentar à mesa da Grifinória e Victoria à mesa da Sonserina.

–Sabe o que temos no primeiro horário? -Perguntei para o Isaac.

–Nam, o tê? -Ele falou, com a boca cheia de bolo.(Acho que ele quiz dizer "Não, o quê?")

Eu ri.

–Voo! -Respondi. -Agora você vai aprender a montar em uma vassoura!

–Haha, muito engraçado. -Isaac respondeu. -Até parece que você é tão boa assim...

–Você nunca me viu em uma vassoura.- Retruquei.

–E não pretendo ver, será um desgaste para os meus olhos. -Ele disse.

Fiz uma falsa cara de surpresa.

Isaac riu.

Ficamos conversando até a hora de ir para as aulas.

Chegando no campo de quadribol, Madame Hooch já esperava os alunos com uma vassoura em mãos.

–Hoje, vamos aprender um pouco sobre quadribol. -Ela começou. -Estou certa que quase todos aqui já jogaram ou já ouviram falar na palavra quadribol. Bom, para os que não sabem, quadribol é um esporte, o esporte oficial dos bruxos. Para jogá-lo, precisa-se ter uma vassoura, e existem vários tipos de vassouras. Em cada time, há 7 jogadores, dois batedores, que batem os balaços, um apanhador, que procura o famoso pomo de ouro, -Ela deu um sorriso. - um goleiro, que fica nas balizas, defendendo da goles, e dois artilheiros, que arremessam a goles nas balizas.

Todos ouviam atentos, principalmente aqueles que não sabiam, ou nunca tinham ouvido falar em quadribol.

A aula foi bem divertida, consegui montar na vassoura, pois já tinha feito aquilo milhares de vezes, mas Verônica e Rosie não conseguiram e Isaac quase caiu da vassoura.

Depois da aula de Voo, tivemos Astronomia (Viva Marte!) e História da Magia ( Valeu duendes, pela guerra com os gigantes!) E depois, fomos almoçar.

Assim que terminamos, falei com o Isaac que precisava ir até o corujeiro levar a carta para Ezylpro.

Subimos até a torre onde ficava o corujeiro.

Encontrei Ezylpro assim que botei os olhos na sala. Aquela coruja era indescritível, suas penas vermelhas eram magníficas, e eu adorava aquela cicatriz dele.

–Olá, meu ruivo. -Disse, acariciando suas penas macias. Ezylpro soltou um pio carinhoso.

Isaac também tinha uma coruja, a Ruby, que era pequena e zombeteira. Tinha olhos muito verdes e pelo castanho escuro. Era minúscula em relação a Ezylpro.

–Preciso que você entregue isso a meus pais, é importante -Disse, baixinho. -Você sabe o endereço não é? Prometo que te dou um petisco quando voltar.

Botei a carta no bico da coruja, com um último pio de adeus, ele voou em direção ao céu azul.

Volte logo, Ezylpro, pensei.

Descemos a torre até os jardins.

–O dia está bonito não é? -Perguntei.

–Não tão bonito quanto eu. -Isaac falou.

Eu ri sarcasticamente.

–Mas é verdade! Eu sou tão lindo que eu devia ser um adjetivo. Por exemplo: Olá! Você está tão Isaac hoje! -Ele falou.

Ri mais ainda.

Nos sentamos sobre a sombra de uma árvore perto do lago. peguei o papel com a pista. Pela milionésima vez, li a pista de novo, junto com Isaac, que fez uma cara de tédio.

–Você tem que parar para pensar, o Diadema está em Hogwarts, certo? -Ele me perguntou.

Assenti com a cabeça.

–Então, em que lugar de Hogwarts, a riqueza é...marítima? E, onde os olhos não podem ver, e os dedos não conseguem tocar? -Ele me perguntou de novo.

Parei para pensar, olhei para o lago, um garoto e uma garota estavam sentados em frente à nós, quase meio que se engolindo. Senti um pouco de enjoo. Mas, logo depois, essa sensação foi substituída por medo.

Ah, não pode ser...

–Isaac, eu... eu... eu acho que já sei aonde está o Diadema... -Comecei.

–Aonde?! -Ele me perguntou, animado.

–No...no lago. -Respondi.

O ânimo de Isaac deve ter despencado vários andares, se é que isso é possível.

–Não pode ser, Ally.

–Mas é, Isaac. Pense: em que outro lugar da escola a "riqueza é marítima"? -Perguntei.

–Mas, lago não é mar, não é? -Ele me perguntou.

É verdade, pensei.

–Tudo bem, então, mas em que outro lugar pode ser, a não ser esse? -Perguntei.

–Olha, eu...eu tenho uma coisa para te falar. -Isaac disse. -Eu tinha nove anos, e minha mãe estava me contando um pouco sobre Hogwarts e...ela me disse que havia uma...uma...

–Uma, o quê, Isaac? -Perguntei, ansiosa.

–Uma...Sala Submersa. -Ele disse, por fim.

Fiquei confusa.

–E..o que seria uma "Sala Submersa"? -

–Ora, uma sala debaixo d'água... -Isaac começou.

–Aqui, em Hogwarts, tem certeza? -Perguntei.

–Tenho.

–Mas, como entramos então? -Perguntei de novo.

–Eu não sei aonde fica, nem era para eu ter contado para você. Isso é um segredo de família, Ally, por isso, você não pode contar a ninguém. Nem sei se Dumbledore sabe sobre ela. -Falou ele.

–Então...podemos perguntar. -Disse.

–Não, porque hoje você tem detenção. -Isaac retrucou.

É, ele tinha razão, e eu não podia faltar, senão, Snape me mataria.

–Tudo bem, amanhã então? Temos que avisar Charlie e Victoria. -Falei.

As aulas depois do almoço passaram-se rápido, e logo chegou a hora da detenção de Snape. Eu nem sabia o que deveria fazer, só sabia que tinha que comparecer à sala dele às 21:00. Chegando nas masmorras, bati na porta.

Uma voz grave falou:

–Pode entrar.

Entrei, e me senti com nojo de tudo aquilo. Nunca tinha ido à sala de Snape, e preferiria estar em qualquer outro lugar que não seja aquele. A sala era escura e abafada, e parecia que Snape, com seus cabelos pretos e oleosos e a capa preta, fazia parte da decoração.

–Boa-noite, Srta. Scott. -Ele disse, com clara falta de entusiasmo. -Está pronta para a detenção?

Não, não estava, e nunca estaria, mas eu não iria dar esse gosto à Snape.

–Estou. -Respondi.

–Ótimo. Hoje, vamos limpar o meu escritório. Sem varinha. -Ele acrescentou, dando ênfase na última parte. -Comece pelas prateleiras.

Aquelas prateleiras com ingredientes para Poções. Argh! Quem sabe se não teria um feto humano em meio a tantas coisas esquisitas como aquelas? Senti um nojo inexplicável.

Peguei um pano, e tirei cada vidro das prateleiras sujas do escritório. Snape me olhava quase que como sorrindo, ao me ver em completa desgraça.

–E, se quebrar alguma coisa, terá que pagar, ou arrumar para mim. -Ele falou.

Assenti com a cabeça.

E as horas foram se passando, uma,duas,três, até...

–É, acho que já está bom. 12:00. Pode ir, te vejo amanhã, Srta.Scott. -Ele falou.

–Até amanhã. -Respondi.

Saí da sala sem dirigir o olhar a Snape.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo! :33 comentem, please,a Ally que está pedindo para vcs! hahahaha



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