A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia


Capítulo 19
De volta aos quartos




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A Sala do sono era... parecida com os dormitórios. Não havia quase nenhuma diferença, tirando o fato que havia muitas camas beliches. Havia também muitas janelas, mas apenas uma estava aberta.

Do lado de cada cama, havia uma pequena cômoda com um abajur. Os alunos logo se acomodaram em suas camas, e começaram a conversar.

Me sentei na cama perto da janela e deixei meu malão no chão.

O monitor falou que podíamos entrar e sair do dormitório até ás dez horas. Depois disso, deveríamos permanecer lá dentro, mesmo que não estivéssemos dormindo. Ele disse também que na porta à direita, se encontravam os banheiros femininos, e à esquerda, os masculinos.

–Para onde vamos? -Isaac me perguntou. -Está muito barulho aqui.

Era verdade. Ouviam-se risadas, e as pessoas conversavam muito alto.

–Biblioteca? -Disse. -Lá é bem tranquilo.

–Não me leve a mal, mas... Nós vamos fazer o que lá? -Ele perguntou.

–Não me leve a mal você, coisa loira. São oito horas ainda. Quando chegarmos lá nos decidimos. -Respondi.

Subimos as escadas até a biblioteca.

Ela estava vazia, como sempre, e Madame Pince nos olhava desconfiada, provavelmente se perguntando o que estávamos fazendo ali.

–Então, o que vamos fazer, Ally? -Resmungou Isaac.

–Para falar a verdade, -Comecei. -eu gostaria de ver algum livro sobre o Diadema. Sabe aquele que eu peguei? Então, eu não li, na verdade, só...

Não precisava terminar a frase. Isaac se lembrava do bilhete.

Procuramos durante algum tempo, até encontrar o livro de capa azul novamente.

Comecei a lê-lo em voz alta.

–"O Diadema de Ravenclaw. Um artefato poderoso, que aumenta a inteligência de quem o usasse. De fato, ele é muito apreciado e muito procurado há séculos. Porém, seu poder pode confundir qualquer um, afinal, quem não gostaria de ser o mais inteligente, o mais sábio? É por isso que nem todos podem tê-lo, ou melhor, só uma pessoa pode ter, e não se sabe quem é, até porque, o Diadema está desaparecido..."

–Estava. -Falou Isaac.

–Exatamente. -Falei. -E, bom, já se sabe quem é, não é mesmo?

Ele concordou com a cabeça.

Procuramos por mais livros sobre Rowena Ravenclaw.

–"Dizia-se que ela era uma moça muito bela, muito mesmo. De beleza incompatível, e é por isso que em sua casa, estão as garotas mais belas de toda Hogwarts..." -Disse Isaac. -Bom, não é o seu caso, não é, Ally?

Dei um soco fraco no braço dele.

–Muito engraçado. -Falei.

–Você contou a Charlie e Victoria sobre...tudo? -Ele perguntou.

–Ainda não. Pretendo contar amanhã, quando a poeira estiver mais baixa. -Respondi.

–E o jogo? Como você está se sentindo?

Ah,é. O jogo. Grifinória e Corvinal. Mais uma preocupação. Viva.

–Eu não sei. -Disse. -Não estou nervosa, mas... é a final. E... têm tantas outras coisas tipo...

–Tipo o fato de uma assassina estar procurando você para matá-la e também porque você tem um dos objetos mais poderosos do mundo mágico. -Completou ele.

Eu ri.

–Pois é. Você descreveu tudo. -Falei.

Depois de algum tempo conversando e lendo livros sobre quadribol, já eram 21:40, e nós precisávamos voltar para a sala comunal. Ops, a Sala do Sono.

Chegando lá, quase todos os Corvinos ou Corvinálios, (chame como quiser.) já estavam na sala. A maioria ainda estava conversando.

Me sentei na cama.

A cama do Isaac ficava ao lado da minha. Ele quase me bateu por ter pegado a cama perto da janela antes dele, mas, fazer o que.

–Vou dormir, estou cansado. Boa-noite para você. –Disse Isaac.

–O.k. Boa-noite. –Respondi.

Confesso que... eu não queria dormir. Tinha medo. Tinha medo do que iria acontecer se eu me deixasse levar por meus sonhos, se eles se transformariam em pesadelos. Odeio pesadelos. Odeio. Você pode considerar isso bobo ou idiota, mas...eu realmente tenho medo. Porque, eles podem se tornar realidade. E, cá entre nós, eu sou muito azarada, é bem provável que isso aconteça comigo.

Me deitei na cama, ignorando as conversas que iam silenciando aos poucos, conforme as pessoas iam dormir.

Comecei a pensar no jogo que seria depois de amanhã. Eu estava tão nervosa. Como eu nunca estive antes. Os treinos já tinham acabado, e eu aposto que toda a escola (a não ser os alunos da Corvinal) vai torcer para a Grifinória. E, não estou reclamando, mas parece que tudo conspira contra mim. E, ainda por cima, tenho que me preocupar com uma assassina atrás de mim. Que irônico.

...

Demorei muito para dormir naquela noite, minha cabeça estava enevoada de tantos pensamentos.

Acordei cedo hoje, ainda bem, pois não queria que ninguém me visse com cara de dementador, à aquela hora da manhã.

Tomei banho e desci até o jardim, para tomar café lá.

Não havia quase ninguém, então, me sentei em frente ao lago, e olhei para a minha própria imagem refletida na água.

De repente, uma menina se aproximou.

Ela tinha cabelos castanhos cacheados, presos em um rabo de cavalo, e olhos dourados. Ela era bonita, porém, tinha um olhar ameaçador.

Pressinto que conheço ela de algum lugar.

–Olá. Alicia, não é? –Ela se manifestou.

–Sim... –Respondi.

–Bom, meu nome é Megan Jordan. Sou a apanhadora da Grifinória. Muito prazer. –Ela falou, estendendo a mão.

Não a apertei, e ela olhou em meus olhos, que tentavam ser gentis, mas não conseguiam.

–O que você quer de mim? –Perguntei.

–Eu? Nada. Não se pode mais cumprimentar adversários? –Ela retrucou.

–É, Me... desculpe. É que a última pessoa desconhecida que veio falar comigo assim, me ameaçou, e... não foi muito legal. –Respondi.

–Ah, sim. Tudo bem. Só queria desejar um bom jogo amanhã para você. –Disse Megan.

–Bom jogo para você também. –Respondi.

Ela começou a se afastar, mas se virou.

–Aquele negócio da Herdeira, sabe? –Começou. -Então, você não acha que... possa ser...você?

Gelei. Ninguém havia me dito isso, e era o que eu mais temia.

Felizmente, consegui me recuperar.

–Eu? Mas é claro que não! Se eu fosse a Herdeira, Rowena Ravenclaw deveria ter algum problema na cabeça por me escolher!

Ela riu.

–Tudo bem, então. Obrigada por responder. –Disse Megan.

Concordei com a cabeça e observei a garota se afastar.

Essa foi por pouco, pensei.

Terminei de comer meu sanduíche de atum, até Isaac, Charlie e Victoria aparecerem.

–Bom-dia. Agora conte tudo. –Falou Victoria.

–Bom-dia para você também, Vicky.

Contei a história verdadeira para os dois.

Victoria apenas deu de ombros. E Charlie conversava com Isaac sobre os exames.

–Mas, como ela entrou aqui em Hogwarts? É tudo tão protegido... –Ela disse.

–É. Mas o recado dizia claramente que ela tinha um espião. Só... não sabemos quem é. –Falei.

–E Dumbledore? Ele tem algum suspeito?

–Eu... não sei. Não perguntei. –Respondi.

–Então você tem que falar com ele, Ally! E se estiver escondendo alguma coisa de nós? –Disse ela.

–Eu sei! Mas agora não é a hora!

–O.k. Mas, e nas férias, como você vai se proteger? –Victoria perguntou.

–Vou ficar na minha casa, nos primeiros dias, depois...

–Ela vai para a minha casa. –Completou Isaac.

Charlie e Victoria se entreolharam, com sorrisos maliciosos.

–Ah, sim. É claro. –Disse Charlie.

–Nem, vem. Eu vi vocês se beijando na porta da sala comunal da Sonserina. –Retrucou Isaac.

Victoria arregalou os olhos.

–O...o... quê? –Disse ela. –Mas...

–Isso não é verdade! –Falou Charlie.

Olhei para Isaac e ele riu.

Não sei o porquê, mas acho que Charlie e Victoria formariam um perfeito casal.

...

O dia foi... digamos...normal. Mas eu ainda me pergunto como nós vamos voltar para a nossa sala comunal.

Tinha chegado a hora do jantar, e Dumbledore começou a discursar:

–Bom, com os acontecimentos e tudo o mais, sabemos que os alunos da Corvinal não estão se sentindo muito bem , dormindo na Sala do Sono. Por isso, eu tenho o prazer de dizer que a águia foi consertada. E, agora, os alunos poderão voltar aos seus devidos quartos.

Os alunos da Corvinal aplaudiram, felizes.

–Ainda bem. Não aguentava mais dormir perto do Michael Mcmillan, ele ronca muito, muito mesmo. –Falou Isaac.

Eu ri.

–Gostei da Sala do Sono. Mas, é claro que prefiro mil vezes os dormitórios. –Disse.

Assim que o jantar acabou, os alunos da Corvinal correram até a Sala do Sono, para pegar suas malas e seus pertences.

Quando cheguei em frente à águia de bronze, agora reformada e muito reluzente, eu não pude me sentir mais feliz com um novo enigma a responder.


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Notas finais do capítulo

Capí­tulo 19! U.u só mais alguns capi­tulos...:(( Espero que gostem desse...e..pfvr..review, ou slá, comentem.hahaha



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