A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia


Capítulo 18
Sala do Sono




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O professor Flitwick e Dumbledore chegaram logo depois. Flitwick tinha apenas terror expresso em seus olhinhos leitosos, mas o diretor estava calmo.

Ele respirou fundo e olhou rapidamente para mim. Não consegui encará-lo.

Em pensar que, alguns momentos antes, nós estávamos festejando a vitória da Corvinal. E, agora, todos pareciam assustados.

–Como nós vamos entrar agora? -Perguntou Rosie.

–Fiquem calmos. Vocês podem dormir por hoje no Salão Principal. -Disse o diretor. -Podem descer.

Assim, todos os alunos da Corvinal desceram até o Salão Principal.

Menos, é claro, eu e Isaac. Ele olhou para mim. Não consegui retribuir o olhar, estava muito chocada.

–Srta. Scott, Sr. Harrison, podemos ir até o meu escritório? -Dumbledore nos perguntou.

Concordei com a cabeça, Isaac também.

Assim que chegamos à sala de Dumbledore, ele nos olhou, ilegível.

–Alicia, fique calma. -Começou ele. -Presumo que já saiba o que está acontecendo nesse momento, certo? Mirella Barner é uma pessoa perigosa, sim, perversa. Não hesitará nem por um segundo em te matar, ou matar qualquer um dos alunos de Hogwarts.

Apenas olhei para Fawkes, que foi acordada pelo barulho da porta e agora se ajeitava em seu poleiro.

–Mas, você não deve se preocupar. -Disse o diretor. -Além do mais, ela não sabe aonde está o...Diadema. Porém, acho que sabe que...você é a Herdeira. Então, vocês devem esquecer tudo isso, apesar dos outros alunos não fazerem o mesmo. Alicia, assim que as aulas terminarem, você tem que ir direto para casa, mas, deve estar segura lá. Tudo bem?

–Sim. -Respondi.

–Sr. Harrison? -Perguntou Dumbledore. -Bom, contei tudo o que está acontecendo aos seus pais, e eles concordaram em deixar Alicia passar as últimas semanas na sua casa.

Isaac me olhou e sorriu.

–Tudo bem então. Meus pais vão gostar de ter mais uma hóspede. -Ele disse.

–Só tenho mais um aviso: Proteja o Diadema, Alicia. Proteja. Mas, cuidado. Você é tão poderosa quanto ele. -Falou Dumbledore.

Já falei para todos os que quiserem ouvir que eu não me sentia poderosa, e nada que me falassem poderia mudar isso.

–Podemos ir? -Perguntou Isaac.

–Sim, pode ir e...boa-noite. -Respondeu Dumbledore.

–Então, tudo bem, boa-noite. -Disse Isaac.

Saímos do escritório de Dumbledore. Eu comecei a andar apressadamente até o Salão Principal, mas Isaac parou.

–Ally. -Ele disse.

Me virei.

–Fique...calma. Vai ficar tudo bem. Tudo vai voltar ao normal.

Ele pronunciou as palavras lentamente, como se tivesse medo de que eu começasse a gritar pelo castelo, amaldiçoando todos os que eu encontrasse no caminho.

–Eu... eu não sei mais o que fazer. -Comecei. -O que vai acontecer agora? E se...ela vir atrás dos meus pais? E o que a águia quis dizer com "Sou quem você chama de amigo, quem você acha que é leal a você"?

–Não faço ideia, -Ele respondeu. -mas, ouça o conselho de Dumbledore: Não se desespere, fique calma e...

–Ah, cala a boca, coisa loira! As coisas não vai ficar bem! Estão indo de mal a pior. -Respondi.

–Vão sim. Vão sim. -Disse Isaac.

Continuei descendo as milhares de escadas até o Salão.

Quando abri a porta, silenciosamente, todos ainda estavam acordados, só fingiam que estavam dormindo, eu sentia isso.

Me deitei no saco de dormir mais próximo, adormecendo quase que imediatamente.

Eu não costumava ter pesadelos, mas é claro que tudo tem exceções.

Sonhei que estava na minha casa, e que havia um clarão muito forte no teto. Tinha um brilho muito azul intenso e era impossível enxergar mais do que isso.

Só conseguia ouvir uma coisa: Uma risada. Uma risada maligna. Psicopata.

Acordei sobressaltada e suando frio.

–Você está bem? -Perguntou Isaac.

Contei o pesadelo a ele.

–Bom, você acha que a risada... -Ele disse.

–Eu não acho nada. Conclui por mim mesma que não posso confiar na minha mente. -Respondi.

Ele riu.

–Vamos tomar café? -Perguntei.

Isaac concordou com a cabeça.

Nos sentamos à mesa da Corvinal, e os sacos de dormir sumiram imediatamente.

Todos conversavam sobre o assunto do momento: A águia da Corvinal partida ao meio e a mensagem de "Mel".

Todos sabiam quem era Mel. Mirella Barner.

Alguns inventavam novas versões para a história. Coisas do tipo: "Então, a águia explodiu e se transformou em pó. Depois, Dumbledore saltou de dentro da parede e..."

Só pude rir com aquilo.

Mas, o que realmente me irritava eram as garotas da Corvinal.

Quase todas anunciavam aos sete ventos que eram "A Herdeira". Contavam histórias que não existiam e, é claro, inventavam que guardavam o Diadema de Ravenclaw no lugar mais secreto o possível.

Ninguém mais comentava sobre o jogo de ontem, parecia que o acontecimento da águia quebrada era muito mais interessante.

Depois de algum tempo, quando todos os sacos de dormir já tinham simplesmente desaparecido, os alunos das outras casa apareceram.

Me levantei a fui até a mesa da Sonserina, onde os outros alunos, tirando Victoria e Louis, me fuzilavam com o olhar.

–O que aconteceu? Como assim a águia da Corvinal está quebrada? -Perguntou Victoria.

–Depois eu conto tudo, agora não é a melhor hora para isso. -Respondi.

Ela concordou com a cabeça, mas parecia meio chateada por eu não ter falado nada a ela.

Fomos para a aula de Transfiguração, onde todos estavam absortos com o assunto do momento, e não conseguiram absorver uma só palavra do que Mcgonagall disse.

A toda hora, eu sentia a águia palpitar, com se pressentisse todo o perigo que estava por vir, e quisesse me avisar.

Faltava três semanas para as aulas acabarem, e a escola daria as notas de cada aluno nos exames pelo correio. As minhas notas? Acho que fui bem, minha maior preocupação, sem dúvida, é Poções.

O jogo Corvinal versus Grifinória, que permaneciam invictos, era aguardado por todos os alunos. A partida vai acontecer daqui a três dias, e Benjamin parece estar nos treinando para o abate.

–Vamos, Alicia! precisa capturar o pomo em um tempo mais rápido! -Ele dizia.

–Tudo bem...

–Liz! O que é isso?! Não é essa a artilheira que eu desejo para o meu time! Trate de acertar isso! -Falou ele. -Jack! Para a esquerda! Não! Pare com...

Até ele ficar sem voz e o treino acabar.

Na verdade, nós estávamos jogando muito bem, melhor do que nunca. Mas por Benjamin ser o capitão do time, a metade da responsabilidade estava com ele. E...a outra metade...comigo.

Assim que acabou o treino, eu comecei a pensar aonde eu iria dormir hoje.

Eu tinha tomado banho no vestiário, mas não estava nem um pouco animada para dormir no chão duro do Salão Principal.

Na hora do jantar, Dumbledore começou um discurso.

–Bom, com os acontecimentos de ontem, vocês, alunos da Corvinal, devem estar pensando aonde irão dormir essa noite e nas próximas. -Ele disse. -Existe uma sala no segundo andar chamada: Sala do Sono. É um aposento com camas confortáveis e seguras. Sempre mandamos nossos alunos para lá , quando há...problemas na sala comunal. Seus monitores levarão vocês até ela. Recomendo que peguem seus pertences com a varinha para irem até vocês.

Houve murmúrios gerais, como sempre.

–Não se preocupem com possíveis invasões. Nada disso irá acontecer. Hogwarts conta com um sistema de proteção quase infalível. -Disse o diretor, por fim.

E logo a conversa voltou a reinar no salão.

Eu estava ansiosa para conhecer a Sala do Sono. Muito ansiosa. Mas, primeiro, eu queria minhas coisas de volta.

Assim que saímos do Salão, eu disse: "Accio Malão!" e minha mala veio até mim. A sorte era que, eu tinha guardado tudo dentro dela, para eu não precisar arrumar depois.

Com todos os meus pertences já em mãos, eu e Isaac nos dirigimos até a sala, guiados pelo nosso monitor desajeitado.

Paramos em frente a uma porta roxa, que eu confesso nunca ter reparado.

O monitor tirou uma chave do pescoço e abriu a porta.

Assim que entrei, me senti dentro dos dormitórios, sem dúvida.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo..u.u Me desculpe eu demorar tanto para postar esse capítulo, é que as provas são um incômodo na minha vida. '-'



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