A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia


Capítulo 12
Presos?




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No dia seguinte, contamos à Victoria sobre nossa descoberta da Sala Submersa.

Parecia (ainda bem!) que ela tinha esquecido esse negócio de apanhador da Sonserina, então, só sentia raiva do capitão do time. Ela ficou super animada quando contamos sobre ontem.

–Mas... Hoje nós vamos, certo? 2:00? No mesmo ponto? Não esqueçam! -Ela disse.

–Tudo bem, tudo bem. Mas... Eu também... É... -Comecei.

Com iria contar isso para eles?

Nós tínhamos que contar tudo isso para Dumbledore. Ele não sabia de nada. Nem mesmo da existência da Sala Submersa, pelo menos eu acho.

–Você o quê? -Perguntou Isaac. -Ally? Você ainda está com a gente ou já está em outro universo paralelo?

–Hã? É...Bom... é que, nós temos que falar com o Dumbledore. -Disse, por fim. -Ele precisa saber. É o diretor de Hogwarts.

–Porque alguma coisa me diz que ele já sabe? -Falou Charlie.

...

As aulas naquele dia foram, sem dúvida, cansativas. Eu não conseguia prestar atenção a nenhuma palavra que os professores diziam. Com Isaac, era a mesma coisa. E eu não o culpava. Encontrar o Diadema não estava sendo fácil.

Sem contar que daqui a dois dias era o meu aniversário. Não estava animada e preferia que ninguém lembrasse dessa data. Mas, meus pais me mandariam cartas e Isaac, do jeito que é... Deve descobrir que dia é.

Assim que as aulas terminaram, eu e Isaac ficamos na sala comunal da Corvinal, conversando sobre os exames que estavam por vir.

–Eu tenho que ir bem. Imagina só: Uma menina da Corvinal... -Comecei.

–Uma Corvinália, na verdade. -Falou Isaac.

Eu ri.

–Exatamente. Não posso tirar notas ruins... Mas, ainda temos que descobrir aonde está o...

–Ally. Olhe para mim. -Ele falou.

Me virei, encarando aqueles grandes olhos cor de mel. Tinha que admitir que ele era bem bonitinho. Isaac tinha uma expressão preocupada.

–Preste atenção. Você vai tirar notas boas. Você é a Herdeira de Ravenclaw! Não deve ter medo dessas coisas. -Ele disse.

–É, eu sei. -Tenho que mudar de assunto, pensei. -Er... Você vai passar o Natal aqui?

–Eu não estava pretendendo no começo do ano... Mas aí, você e seu destino terrível apareceram na minha vida. -Ele respondeu.

Eu ri.

–Eu também vou passar o Natal aqui. Tomara que Victoria e Charlie pensem da mesma forma que nós. -Falei.

–Tomara. -Isaac concordou.

Ficamos conversando até 22:00. Eu subi até o dormitório para escrever uma carta para meus pais, explicando o porquê de eu não passar o Natal com eles.

Peguei uma pena, um pergaminho e comecei a escrever.

"Queridos mamãe e papai,

Eu realmente lamento MUITO que não possa passar o Natal com vocês. É que... Tudo isso... O negócio da Herdeira. A profecia diz que " a riqueza é marítima" . O meu amigo Isaac conhece uma sala chamada Sala Submersa. Como você já sabe, o Diadema deve estar em algum lugar com água. Enfim, ela realmente existe. Nós já a vimos e entramos nela. (E,se você quer saber, ela parece uma sala de um navio naufragado.)

Hoje, nós vamos lá de novo. Eu realmente não posso passar o Natal com vocês, o Diadema é muito importante.

Mas, eu realmente gostaria. E, por favor, não fiquem chateados. É importante.

Amo vocês,

Ally."

Me controlei para as lágrimas não rolarem sobre meu rosto. Selei a carta e a guardei embaixo do travesseiro.

Dormi até as 1:30 horas. Ouvi o despertador tocar e me levantei, mal-humorada. Desci até a sala comunal da Corvinal. Isaac não estava lá, e depois de 15 minutos, me levantei da poltrona e subi as escadas até o dormitório dos meninos.

Isaac me falou que dormia no segundo quarto à esquerda. Bati na porta, de leve. Um Isaac muito sonolento apareceu, à porta.

O quarto dele era muito bagunçado. Haviam roupas jogadas sobre as camas, e outros três garotos dormiam, e um outro até roncava. A cama do Isaac era a perto da janela. Eu sorri.

–Precisava vir até aqui? -Ele perguntou.

–Precisava sim. A sua cama é aquela? -Perguntei, apontando para a cama perto da janela.

–Sim, porque? -Ele respondeu.

–A minha também é. -Falei.

Ele sorriu.

–Vamos? -Perguntei.

–Sim. Vou de pijama... Tem problema? -Isaac perguntou.

–Acho que não... Vamos logo, loirinho. -Falei.

Descemos as escadas de mármore, chegando ao Saguão de Entrada, nosso ponto de encontro.

Victoria e Charlie já estavam lá, sentados nas escadas.

–Demoraram! Já são 2:20! E porque você está de pijama? -Anunciou Victoria.

–Shhhh! Será que você pode falar mais baixo? Ah, deixa para lá. Abaffiato. -Murmurei.

Subimos as escadas até o sexto andar. Caminhei à frente, com a varinha acesa.

Peguei as chaves dentro do vaso azul e introduzi-as na porta.

Assim que a abri, a parede tremeluzente se materializou na minha frente.

Victoria olhou para mim, completamente perplexa.

–É seguro? -Ela perguntou.

–Acho que não. -Respondi. -Ah, a sala é submersa, então, você não vai conseguir respirar lá dentro... Er...Eu...

–Só ela consegue. -Concluiu Charlie.

Ela não perguntou mais nada.

Passei pelo véu azul, avistei os mesmos móveis velhos e gastos. Isaac, Charlie e Victoria chegaram logo depois.

Começamos a abrir cada armário e cada gaveta. Nada. Nem mesmo um rastro do Diadema. Não entendia porque a sala tinha um brilho meio azulado.

Charlie apareceu à minha frente. Ele apontava para seu próprio nariz. Eu gesticulei para a porta, mandando que saísse. Eu poderia ficar lá sozinha. Ele ergueu as sobrancelha. Eu insisti com a cabeça, e ele assentiu.

Charlie e Victoria saíram da sala, mas Isaac se recusava. De repente, ele me puxou pelo braço e eu tive que ir junto com ele.

–O que você está fazendo? -Eu disse, assim que saímos da sala.

–Eu tenho um plano, vamos nos revezar. Primeiro eu vou, depois você, Charlie, depois Victoria. Tudo bem? -Perguntou Isaac.

–Er... Tudo. -Respondeu Victoria.

–Tranquilo no esquilo. -Falou Charlie.

–Então vamos. -Isaac anunciou.

Entrei na Sala Submersa, Isaac chegou um segundo depois.

Começamos mais uma vez, a procurar em todos os lugares da sala, e nada. Até que Isaac ficou sem fôlego e teve que sair.

Charlie atravessou o véu azul e me ajudou a procurar nos lugares que haviam sobrado. Nenhum Diadema.

Victoria entrou, e , novamente, não achamos nada.

Saí da sala, frustrada.

–Não tem nada. Já procuramos em todos os lugares. -Falei.

Paramos, sentados e exaustos. Meu amigos estavam sem fôlego e eu estava fazendo uma enorme força para pensar em alguma coisa.

Mas, de repente, o rosto do Isaac se iluminou.

–Gente... A profecia diz que o Diadema se encontra onde os olhos não pode ver e os dedos não conseguem tocar. -Ele disse.

Olhou para mim.

Pensei por um instante. Onde seria isso? Em que lugar da sala nós não conseguimos tocar nem ver?

Ah!

Já sei! A parede. É claro.

Mas Charlie e Victoria não tinham entendido.

–Alguém tem uma coisa pesada, capaz de quebrar uma parede? -Perguntei.

–Er... Não. -Respondeu Charlie. -Vocês realmente acham que o Diadema de Ravenclaw está dentro da parede?

–Porque não? -Falou Victoria, já entendendo tudo.

Olhei para os lados. Avistei uma armadura com um machado. Perfeito, pensei.

Peguei o machado e chamei os outros.

–É melhor todos irem junto. Peguem mais machados ou martelos. Vamos lá. -Disse.

Isaac, Victoria e Charlie correram pelo corredor, e depois de alguns segundos, machados e martelos apareceram em suas mãos.

–Prontos? -Perguntei.

Eles concordaram com a cabeça, e nós entramos na sala.

Isaac foi para a parte mais ao fundo da sala e Charlie ficou com a parte do fundo à esquerda. Victoria martelou as áreas do lado da porta, e eu usei meu machado na parte mais clara da sala.

Começamos a quebrar as paredes. Me senti como em um filme, porém, tudo era real. Isaac e Charlie faziam caras de esforço, mas Victoria parecia se divertir com tudo aquilo.

Eles continuaram a martelar, martelar... fazendo pausas para respirar.

Quebramos praticamente todas as paredes da sala.

Até que Charlie anunciou, já fora dela:

–Ah, cansei! Não tem nada nesse lugar.

–É, concordo. -Falou Victoria.

Isaac não falou nada. Pelo menos ele não havia perdido as esperanças, pensei.

–Gente, temos que ser inteligentes! Lembram? Temos que ser sábios o bastante para encontrar o Diadema. Não desistam. Por favor. -Implorei.

–Tudo bem, mas nós não somos a Herdeira, e nem mesmo somos da Corvinal. Tirando o Isaac, é claro. -Disse Victoria.

–Mas, por favor...

–Tudo bem. Só precisamos descansar um pouco. -Falou ela.

Charlie concordou com a cabeça, ofegante.

Isaac se levantou, de repente. Simplesmente atravessou o véu. Eu o segui, confusa.

Já tínhamos quebrado metade das paredes, mas ainda faltava um trecho que Charlie não havia quebrado direito. Caminhei até lá. Comecei a martelar, e Isaac chegou para me ajudar.

Comecei a acreditar que não havia nada lá, então me virei. Hesitei por um momento.

Mas...O quê? Aquilo era uma luz?

Quando me virei para encarar aquele pedaço quebrado da parede, uma luz ofuscante bloqueou minha visão.

Isaac também tinha virado o rosto, diante da luminosidade tão intensa.

Olhei para ele.

Isaac deu de ombros.

Me aproximei, hesitante, do pedaço da parede de onde vinha a luz e enfiei com muita coragem a minha mão lá dentro.

Não achei nada, no começo, até que...

Senti um objeto pontudo em meus dedos.

Retirei o Diadema De Ravenclaw da parede, e o encarei. Ele tinha um grande safira no meio. O resto da tiara era em forma de uma águia de asas abertas.

Olhei novamente para o Isaac.

Ah, não. Ele estava sem fôlego.

Apontei para a porta, mas ela havia se fechado sozinha.

Isaac me encarava completamente pasmo.

Eu não sabia o que fazer, estávamos presos.

E Isaac não conseguia respirar.


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Notas finais do capítulo

Décimo segundo capítulo..U.u Ações e emoções. O que vcs acham que vai acontecer com a Ally e o Isaac? ~Só eu sei~



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