A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia


Capítulo 11
A Sala Submersa




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Assim que os testes para apanhador da Corvinal terminaram, tinha chegado a hora dos testes para a Sonserina.

Victoria estava muito nervosa, olhava para lá e para cá, e, acima de tudo, estava mais mal-humorada e brigava com todos que entravam em seu caminho.

–Está chegando a hora. Pelas barbas de Merlin, estou tão nervosa... Não sei se vou conseguir... -Ela disse.

–Vai sim, você é ótima, vai arrasar. -Tentei tranquilizá-la.

–Não mais do que você. -Victoria falou.

Eu ri.

–Ah, Charlie, os testes para goleiro da Grifinória são quando? -Perguntei.

Charlie estava completamente atônito a tudo que acontecia. Seus cabelos escuros e cacheados estavam bagunçados e voavam com o vento. Ele parecia não ligar, por isso, demorou alguns segundos para responder à minha pergunta.

–É... Er... 21:00. São... Hum... 20:00. São os próximos.

–Okay, então.

Tinha chegado a hora dos testes.

Victoria voou até onde o capitão do time da Sonserina estava, Ryan Rogers.

Os candidatos fizeram uma fila. Victoria era a última. Charlie levantou um cartaz que estava escrito: "Thompson é diva!" Quando Victoria leu, sorriu encabulada.

–Bradley Hill. -Falou o capitão.

Um garoto loiro de nariz torto voou pra o céu, em busca do pomo. Ele fazia curvas muito acentuadas e demorou muito tempo para achá-lo.

Depois foi a vez de uma garota de cabelos escuros, que voou bem alto, depois tentou fazer um mergulho e mudar de direção na última hora, como eu, mas ela "tentou" , somente, pois deu de cara no chão e teve que ir para a enfermaria.

E assim foram os candidatos: posso contar pelo menos uns três que foram muito bons.

Então, chegou a vez da Victoria. Ela demorou uns quatro minutos para capturar o pomo, foi excelente.

–Bom, Victoria, Clark, James, Rebecca. -Anunciou o capitão. -Foram todos muito bem, mas, só posso escolher um, então, será...

–Clark!

Mas...

Ah, não, pensei. Não! Mas, Victoria foi tão bem...

Ela fez a cara mais frustrada o possível. Mergulhou até onde estávamos, e aterrissou do meu lado.

–Podemos sair daqui? -Ela perguntou ao Isaac.

–Mas, o teste do... Do Charlie. -Ele falou.

–Vai lá, Isaac. Leva ela para algum lugar que não seja aqui. -Falou Charlie, baixinho.

–Mas, você não vai...-Ele começou.

–Não tem problema, cara, sério. -Disse Charlie.

–Tudo bem, então... Tchau, te encontro na sala comunal. -Falou Isaac, para mim.

–Mas, a gente não vai... Vocês sabem... Procurar o Diadema? -Perguntei.

–2:00. Tudo bem para você? -Isaac perguntou para Victoria.

–Não, vão só vocês. Não estou afim de ir. -Ela falou.

E os dois desapareceram pelos jardins.

Me senti infinitamente mal pela Victoria. Se pudesse, daria meu cargo de apanhadora para ela.

Minha cara devia estar muito feia, porque Charlie falou:

–Vamos, Ally, não fique chateada. Você sabe que a culpa não é sua.

–É... eu sei... Vou ficar calma. -Falei. -Agora está na hora de alguém voar.

–Eu sei! Vou lá. -Ele falou.

–Ah, boa sorte. Você consegue. -Eu disse.

Ele fez um aceno de cabeça e voou em direção ao céu azul. A capitã do time da Grifinória já tinha chamado o primeiro. Charlie era o segundo.

Tinha chegado a vez dele, que (eu não sei como) defendeu todas das cinco goles jogadas nas balizas.

Ele era realmente muito bom. E tinha superado todas as minhas expectativas.

Ele deu um sorriso triunfante, e eu lamentei não ter um cartaz escrito: "Shumpike para goleiro!"

Ele se sentou do lado da garota que foi primeiro.

Os testes foram se passando, e somente um outro garoto tinha conseguido defender todas as goles.

Tinha chegado a hora da decisão. A capitã do time anunciou:

–O novo goleiro da Grifinória é...

–Charlie Shumpike!

Pulei de alegria e Charlie abriu a boca, mas não conseguiu emitir som algum. Ele sorriu para mim, e eu gritei: "O novo goleiro da Grifinória arrasa!"

Ele desceu, e se sentou do meu lado.

–Você foi ótimo, perfeito. -Eu disse.

–Não mais do que você, Ally. -Ele anunciou.

Eu ri.

–Vamos para o castelo? Estou ficando com frio. -Falei.

–Vamos.

Encontramos Isaac e Victoria sentados em um corredor do primeiro andar. Victoria estava à beira das lágrimas. Eu nunca pensei que a veria chorando em toda a minha vida.

–Er...Victoria... -Começou Charlie.

–Você... Você conseguiu? -Ela perguntou, chegando logo ao ponto.

–É... Sim. -Ele respondeu, hesitante.

Ela olhou séria para o chão. Balbuciou um "Meus parabéns para os dois." E virou no outro corredor.

Mordi o lábio inferior. Como se isso pudesse diminuir a minha culpa.

–2:00, certo? -Perguntei.

–Certo. -Respondeu Isaac. -No lugar de sempre?

–Sim. -Respondi.

Eu e Isaac subimos as escadas em direção à sala comunal da Corvinal. Chegando lá, todos me aplaudiram com alegria.

Não pude me sentir triste naquele momento.

–Uhuuuul! A nova apanhadora da Corvinal! -Anunciou Verônica.

–Meus parabéns! -Disse Clarie.

–Parabéns! -Falou Ária.

–Você, não está chateada comigo porque consegui a vaga e você não? -Perguntei.

–Imagina. Eu não queria mesmo. Só queria ver como seria a experiência. -Ela respondeu.

Naquela noite, recebi muitos "Parabéns!" e tapinhas nas costas. As pessoas só saíram da sala comunal 00:30.

Eu e Isaac ficamos conversando sobre as disciplinas e falando mal dos professores. (Acho que vou comprar um shampoo-anti oleosidade para ele!)

Até que tinha chegado a hora de descermos até o Saguão de Entrada, nosso ponto de encontro com Charlie.

Peguei minha varinha, e murmurei: "Lumus". Ela se acendeu, revelando retratos à frente, e a escada de mármore.

–Cadê ele? -Perguntei para o Isaac.

Antes que ele pudesse responder, uma sombra correu até eles. Era Charlie.

–Olá. Bom, por onde começamos? -Ele perguntou.

–Que tal no quinto andar? -Falei.

–Pode ser. -Responderam Isaac e Charlie, em uníssono.

–Mas, antes: Abaffiato. -Murmurei um Feitiço para que as outras pessoas não ouvissem a nossa conversa.

Subimos as escadas de mármore até o quinto andar. Estava tudo muito escuro, até mesmo os professores estavam dormindo. Chegando lá em cima , abrimos a primeira porta.

Não havia nada, senão uma parede de tijolos, onde Isaac deu uma batidinha com a varinha, murmurando "Revele seu segredo!" Mas de nada adiantou. A parede continuou imóvel.

A próxima porta estava trancada, murmurei "Alohomora!" e ela se abriu com um estalo. Entrando na sala, descobrimos que não havia absolutamente nada, apenas um mesa de professor. Era apenas uma sala de aula.

Procuramos por mais alguns metros no quinto andar. Nada. Nenhuma sala parecia estar Submersa.

–Sexto andar? -Perguntou Charlie.

Concordei com a cabeça.

Subimos mais escadas, em direção ao sexto andar.

Viramos no primeiro corredor à esquerda.

Eu tinha que admitir que era assustador. O corredor era muito escuro, mesmo com a luz das varinhas.

Isaac abriu a primeira porta, que era apenas uma sala de aula. Charlie abriu a segunda. Nada. Procuramos pelos corredores da direita e da esquerda. E nenhum sinal da Sala Submersa.

Nos sentamos no chão frio para descansarmos.

–E se... Nós não acharmos? -Perguntou Isaac.

–Nós vamos achar, é só uma questão de tempo. -Falei mais para mim do que para os dois.

–Próximo andar? -Perguntou Charlie.

–Acho melhor procurarmos melhor nesse, afinal, não olhamos direito. -Respondeu Isaac.

Olhei para a frente, cansada.

Em frente a mim, havia um vaso muito bonito, em cima de um pequeno móvel. Ele era azul com desenhos bronze.

Ei! Me levantei, aproximando-me do vaso.

Toquei nele.

Uma luz bruxuleante saiu de dentro do vaso. Havia alguma coisa lá dentro.

Virei o vaso, e uma chave cor de bronze caiu em minha mão.

Charlie e Isaac me olharam boquiabertos quando introduzi a chave na porta à frente.

–Nós... Já não tínhamos entrado nessa sala? -Perguntou Charlie.

–Não com essa chave. -Respondi.

Ele me olhou, confuso.

Assim que girei a chave, olhei para os dois, que estavam já em pé, logo atrás de mim.

Abri a porta.

E me deparei com uma coisa extraordinária e magicamente impossível.

Havia uma parede tremeluzente à minha frente. Mas não era uma parede comum... Era... Água. Uma parede de água.

Isaac e Charlie não tinham palavras.

–Vamos? -Perguntei.

–Primeiro as damas. -Disse Charlie.

Encarei a parede. E, sem pensar, passei pelo o véu tremeluzente.

Por incrível que pareça, não me molhei. Isaac e Charlie chegaram logo depois, e só após isso, eu parei para examinar a sala.

Era toda... Como posso dizer? Submersa. Parecia que estávamos em uma sala num navio abandonado.

Charlie apontou para a porta. Eu concordei com a cabeça, e ele a fechou.

Eu conseguia respirar. Mas... Como isso era possível?

Havia alguns móveis velhos, e um grande armário no canto. Mas...Nenhum Diadema...

Isaac fez um sinal em direção à porta. Eu levantei a cabeça, confusa.

Ele apontou para a sua própria garganta, e eu entendi tudo.

Eles não conseguiam respirar naquele lugar, e precisavam de ar. Segui eles, atravessando o véu azul.

Charlie e Isaac sentaram no chão.

–Vocês, não conseguem respirar lá dentro? -Perguntei.

–Você consegue? -Isaac me olhou como se eu fosse a maior aberração do mundo.

Concordei com a cabeça.

–Cara, ela é a Herdeira, lembra? Somente ela pode entrar sem problemas. O Diadema não quer ser encontrado por nós dois -Disse Charlie.

–Podemos voltar amanhã? Já está tarde. Podemos trazer Victoria também. -Falei.

–É verdade, já está tarde. Voltamos amanhã, tudo bem? -Disse Isaac.

–Tudo bem. Ela vai ficar maluca com essa sala. -Disse Charlie.

Estranho, eu não tinha ficado maluca, só sentia medo.


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Notas finais do capítulo

Finalmente! A Sala Submersa. Desculpe se a minha criatividade não foi o esperado..kkk



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