Sentiments D'anubis escrita por GiGihh


Capítulo 5
Por ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Pessoas!!!! Como vão meus anjinhos?
Teve pessoas sumidas, poxa :/ senti falta de alguns comentários...
Bom, vamos a história: boa leitura!



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Cego.

Era assim que eu estava: apenas o negro...

Surdo.

Nenhum som estava presente ao meu redor; nem meu coração batendo ou a minha respiração falha...

Mudo.

Palavras não chegavam nem perto de sair dos meus lábios...

A escuridão, o vazio do mundo, era a única coisa que fazia sentido, a única coisa que eu chegava saber. Acho que nunca me senti tão só, tão perdido. Eu era o único deus a quem não foi atribuída à oportunidade de conhecer o mundo, mas, mesmo assim, ignorei as regras e tudo o que eu realmente conhecia para arriscar conhecer um pedaço de luz; uma nova esperança.

Mas tinha as consequências: voltei à escuridão. Mas dessa vez nem meus pensamentos faziam sentido. Cego, surdo e mudo. Não havia cheiros, não havia nada: um chão ou um teto. Eu não sentia nada. Frio e calor? Já não era capaz de dizer o que isso significava. Amargura e gentileza? Bem e Mal? Dor e bem estar?Ódio e amor?

Amor... Por que isso soava tão perto e tão longe ao mesmo tempo? O que isso significava?

Significa cabelos dourados, olhos azuis claros, pele branca e lábios vermelhos. É aquele sorriso travesso e aquela voz irônica. A língua ferina que também é doce. É você e ela... O segredo oculto somente de você.— eu conhecia aquela voz.

A voz me trouxe de volta; foi como despertar de um pesadelo ou de um desmaio. Aos poucos, os sentidos foram voltando e meus pensamentos ficavam mais claros.

Meu corpo estava sobre uma superfície macia e fria. Respirei fundo. O ar leve tinha um cheiro inebriante, viciante. O som de águas ao longe foi reconfortante, assim como o vento uivando em meus ouvidos... Um calor se instalou sobre meu peito e algo leve e cheiroso passou por meu rosto.

Voltei a respirar fundo e a sentir meu coração bater... Aquele calor gostoso só existia no meu peito, onde meu coração batia.

Abri os olhos lentamente só para encontrar os olhos azuis claros me olhando profundamente. Aquele azul parecia perfurar e penetrar no castanho, mas era quase algo bom. Sua mão repousava sobre meu peito e era dali que vinha o calor e a pressão. O vento voltou mais forte e seus cabelos loiros vieram para frente, tocando levemente, quase acariciando meu rosto.

Levantei as costas, me sentando na... Neve? Senti uma pequena tontura, mas nada duradouro, já que aquele toque ainda esquentava meu peito. Sadie deixou que sua mão pendesse ao lado do corpo e só então reparei no quanto estávamos próximos.

Durante instantes preciosos, não fizemos (e nem conseguimos) nada a não ser olharmos nos olhos um do outro. O vento cantou mais uma vez e a menina estremeceu; puxei Sadie para meus braços, trazendo-a para meu colo e para o pouco calor que meu corpo oferecia. Se antes a distância era pouca, agora era reduzida a praticamente zero. Mas o que deu em mim para fazer isso? Sadie ficou ofegante com esse gesto, mas não posso dizer que estava muito diferente. Eu a prendia pela cintura e uma de suas mãos estava em meu ombro.

—O que foi? – arrisquei perguntar mesmo temendo a resposta.

—Você me assustou. – nunca pensei que essas palavras pudessem dor tanto. Sadie disse isso em voz baixa o que só tornou isso mais surpreendente. Comecei a soltar sua cintura, mas aqueles dedos deslizaram pelo meu braço e pararam sobre minhas mãos; Sadie me prendia a ela. – Você ficou inconsciente por muito tempo e parecia sentir dor.

—Se preocupando? – não consegui evitar a pergunta nem o sorriso metidinho que veio junto.

Ela bufou.

—Um deus aparece no meu quarto e parece estar morrendo de dor; depois ele me leva para o topo de uma montanha e desmaia. Não, imagina! Não consegui ficar preocupada. – ela disse com ironia e eu sorri. Que saudade desse tom, dessa voz.

Prestei mais atenção ao lugar onde estávamos. Era a mesma montanha na qual passei horas e até dias pensando nela...

—Fiquei inconsciente? – confuso ou só procurando assunto, perguntei.

Sadie afastou meus cabelos do rosto e voltou a descansar sua mão em meu ombro.

—Por bastante tempo. – só então notei que seus olhos me transmitiam alívio. – Onde estamos? – Segurei sua cintura com mais força enquanto nos colocava de pé sobre a neve.

—Não sei ao certo, mas costumo vir aqui quando quero ficar só. – disse parte da verdade; então notei algo interessante – Você não parece sentir tanto frio.

—Cresci em Londres. O frio não me incomoda muito. – ela olhava para frente, para a vista que a altura proporcionava. Mais uma vez, o vento pareceu brincar com aqueles fios dourados e o cheiro deles me inebriava tanto quanto aquele pequeno sorriso naquele rosto. – Por que me trouxe aqui? – ela perguntou ainda olhando para frente.

—Eu... Que isso? – perguntei olhando aquele novo colar dourado; Sadie desviou seus olhos dos meus como se sentisse culpa... Foi quando lembrei...

—Um presente. – por que ela não olhava mais para mim?

—De quem?

—Por que quer saber? – ela parecia procurar algo que prendesse sua atenção.

—Por que não olha para mim?

—Você não respondeu a minha pergunta. – ela parecia estar na defensiva.

—Você também não. – estava ficando bom em retrucar.

—Walt me deu esse colar no meu aniversario. Feliz? – ela ainda olhava para frente.

—Não. Por que evita olhar pra mim? – aquilo estava me incomodando tanto quanto o colar. Ela se virou, mas seus cabelos não deixavam de voar junto ao vento de uma forma hipnotizante. Seus olhos agora brilhavam de forma confusa, mas me olhavam e isso bastava em partes.

O silêncio fazia mais sentido do que nossas ações e palavras. A canção do vento e o barulho das águas eram só o que davam algum sinal de “vida”.

—Você gosta dele. – disse o que mais me incomodava e não como uma pergunta. Eu afirmava. Eu via. O que era aquilo pesando no meu peito? Era incômodo, desagradável, ruim.

—Por que eu não gostaria? – não respondi e desviei meu olhar para qualquer coisa além dela – Por que se importa com isso? – não consegui olhar para ela, mas sua voz já tinha um timbre diferente quase chateado, mas esperançoso. – Você não responde! – eu ainda a ignorava até ser atingido por uma bola de neve bem no peito.

Dei dois passos quebrando a distância que nos separava e puxei sua cintura de encontro a minha com uma força desnecessária.

—Não devia brincar comigo, Sadie. Não costumo ser gentil; minha natureza é fria e até cruel. – minha voz soou rouca e pude sentir a menina estremecer.

—Não tenho medo de você. – sua voz voltou a soar baixa e isso causou um breve arrepio em mim... Sorri.

—Não devia ter dito isso. – antes que ela tivesse tempo para reagir, joguei seu corpo de encontro aos céus... Do topo da montanha fiquei assistindo seu corpo cair de uma grande altura...


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Notas finais do capítulo

Mereço coments? Fantasminhas?
Gente, Anúbis teve crise de ciúmes ou o que????
Vocês acham que a Sadie narra o próximo cap ou eu deixo o deus cachorro narrando também? Me digam.
Bjss