Sentiments D'anubis escrita por GiGihh


Capítulo 6
Eu sinto...


Notas iniciais do capítulo

Hein, pessoas... Eu sumi, mas muita gente também; isso não se faz u.u
Ok, nos vemos lá embaixo:



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Imaginei que escutaria seus gritos, mas não. O único som era a canção do vento acompanhado pelas águas do rio... Pulei do topo da montanha e me dissolvi em sombras... Peguei Sadie nos braços antes que chegássemos próximos ao chão. Dissolvi-me em sombras ainda na queda e voltamos à base da montanha; seguros.

Sadie estava ofegante; sua respiração quente batia em meu rosto me envolvendo naquele calor. Minhas mãos seguravam seu corpo frágil e leve; uma mão na região da coxa desnuda e a outra mão pouco acima da cintura, nas costas cobertas pelo tecido fino da regata. Inconsciente, arfei quando me dei conta daquelas mãozinhas ao redor do meu pescoço, segurando firmemente.

—E agora? – minha voz ainda soava rouca.

—Não. – tenho certeza de que meu rosto expressava confusão porque ela continuou – Não tenho medo de você.

—Acabei de te jogar de um penhasco. – disse em um tom incrédulo. Ela só olhou para mim como se tentasse entender o que aquilo significava para ela.

—Mas me pegou. – não consegui argumentar contra aquilo – Não importa o que diga ou o que faça, eu não consigo ter medo de você. – Coloquei seus pés no chão e aproximei ainda mais meu rosto do seu, colando nossas testas; cerrei meus olhos e Sadie fechou os seus.

—Por quê? Por que você não tem medo?

—Sei que não me machucaria.

—Como pode saber disso? – ela abriu seus olhos e uma de suas mãos traçou um caminho singelo por meu rosto; um rastro de calor acompanhava seus dedos.

—Porque eu confio em você.

Afastei seu cabelo do rosto, colocando uma mexa de fio dourados para trás de sua orelha, mas não parei ali. Levei minha mão até a nuca da menina e a trouxe para mais perto de mim.

—Mas não devia. – sussurrei as palavras. Por estarmos tão perto, em todas as palavras, em cada sílaba, meus lábios tocavam os dela, me causando um estranho calor ou um arrepio pelo corpo. Ficar assim tão perto dela era como uma droga; aquilo, aquela proximidade, aquele calor nunca seriam o suficiente.

Como em seu aniversário, selei nossos lábios por segundos maravilhosos. Um fogo mágico ardia dentro dela e apenas dela; ela era a única que poderia derreter o gelo da minha “alma”, dos meus sentimentos. Apenas aquele toque do fogo tão ardente fez dois corações dispararem; o meu, muito mais rápido do que deveria.

Foi quando percebi que não poderia lutar contra o que sinto... Mas será que ainda haveria chances de lutar a favor?

Contra a minha vontade, tirei meus lábios dos dela. Não quebrei a distância nem nada, mas algo começou a me incomodar... Era a claridade. A montanha tapava o sol, mas era óbvio que a aurora com suas luzes banhava o céu. Minha pele começou a queimar quando a voz soou em meus ouvidos:

— Lembre-se de ficar longe do sol. – Nut disse séria.

—Venha – peguei Sadie pela mão e comecei a correr até algumas poucas árvores que bloqueavam toda a entrada do sol.

—Para onde vamos? – ela perguntou quando parei de andar.

—Para longe do sol. – abri um portal nas sombras e Sadie passou por ele sem nem olhar para trás. Aquilo era muita loucura, ou melhor, era muita coragem. Eu sempre iria admirar isso nela. Saímos na torre de um antigo castelo; parte dele estava em ruínas e outra estava razoavelmente intacta. Da torre restava apenas parte do teto e uma “janela” estilhaçada, dando a visão de um campo verde, algumas rochas e um céu limpo estrelado e bem escuro.

—É lindo aqui. – Sadie murmurou encantada com a vista e isso me fez sorrir; ela virou sorrindo para mim – E esse sorriso bobo?

Fechei a cara.

—Nunca vai deixar de ser chata?

—Nunca vai responder minhas perguntas? – me pegou. Ela ainda tinha um sorriso no rosto.

—Talvez eu comece a respondê-las.

—Agora?

—Você não respondeu a minha pergunta.

Ela riu. Um som tão contagiante, tão gostoso de ouvir reverberou pela torre destruída.

— Nunca vou deixar de ser chata perto de você. Nunca. Pode se acostumar com isso. – ela sorriu e saiu da torre. Sadie descia as escadas em círculos ainda rindo e preenchendo aquele lugar abandonado e frio de vida.

Você queria saber por que ela. Queria entender por que agora. Olhe para ela e para esse ambiente. As ruínas de um castelo vazio e frio esquecido por séculos e o simples riso dela consegue aquecê-lo. Você é o castelo em ruínas esquecido há séculos. Passou da hora de alguém se lembrar de você e de trazer a vida de volta ao deus da morte. – Nut parecia estar ao meu lado dizendo essas palavras que ecoavam junto com aquele riso.

Não sei quanto tempo passou, mas estávamos no pátio com uma fonte inativa no centro. Sadie andava sobre a mureta em formado circular que cercava a antiga fonte. Parecia uma criança... Mas estava tão feliz!

Uma roseira crescia por entre uma rachadura na parede e uma linda rosa vermelha desabrochava. Peguei a flor e caminhei até a fonte. Mostrei a flor para a loira que me olhou intrigada. Estendi à rosa para que ela pegasse... Seus dedos se aproximaram e eu puxei a rosa de volta. Ela ergueu uma sobrancelha e sorriu. Ficamos nessa de tentar pegar por bastante tempo até os dois estarem rindo. Joguei a rosa para cima e Sadie a pegou... Mas perdeu o equilíbrio e caiu... Mais uma vez, amparei seu corpo em plena queda.

Minhas mãos amparavam suas costas e sua cintura, quando, mais uma vez, estávamos muito próximos. A mão que segurava à rosa estava descansada em seu peito e a outra pendia ao lado do corpo.

—Não se cansa de me segurar? – sua voz soou levemente ofegante.

—Ficaria surpresa se eu dissesse que não? – foi a minha vez de perguntar.

—Eu não sei – ela pareceu frustrada com a própria resposta.

—Eu sei. – de onde eu tirei tanta coragem pra isso tudo?

—Sabe? – assenti – Então, eu ficaria surpresa se sua resposta fosse não?

—Não, Sadie. Surpresa, não. Ficaria feliz.

Um minuto se passou em silencio.

—Como você pode saber? – sua voz era apenas confusão.

—Eu sentiria o mesmo. – Sadie pareceu apertar à rosa junto ao peito; tive que contar logo a verdade do porque estarmos ali; não aguentava mais aquilo – Sadie, os deuses nos proibiram de ficar juntos.

—O que?


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Notas finais do capítulo

E como vocês acham que a Sadie vai reagir? E agora, o que o nosso deus vai fazer?
Ainda mereço seus coments?
Bom, bjss =/