No capitulo anterior...

– O meu nome é Rosallina Park... Prazer... Já me posso sentar? – pergunta voltando-se para o professor ainda com um olhar de indiferença.

– Ah... claro! Vejamos onde te vais sentar... – diz pegando nos óculos na ponta do nariz e revistando, com o olhar, cada lugar vago da sala. – Já sei! Podes sentar-te ali! Ao lado...

Agora...

– Ao lado da menina Aoi!

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Rose percorre o olhar pela sala de aula para ver para onde o professor apontava e vê uma rapariga de cabelo azul a sorrir-lhe, de certa forma, tímida. Suspira, como para se preparar para interagir com os novos colegas, mas esse acto foi entendido como sinal de aborrecimento pela azulada que, assim que Rose se senta ao seu lado, evita falar com ela.

– Muito bem, vamos continuar a aula! Hoje vamos...

O professor tenta começar a aula mas é interrompido por um baque forte na porta. O homem dirige-se até à porta e, ao abri-la, dá de caras com uma aluna de cabelos num tom rosa, escuro e acinzentado, sentada no chão. As bochechas coradas, a mão na nuca e a outra nas costas demonstram, não só a timidez e vergonha da rapariga, como também que o baque que se ouvira foi na verdade a baixinha a cair no chão.

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– Tsumiki! Atrasada e ainda se dá ao trabalho de cair em frente à porta da sala de aula! – exclama o professor com um tom brincalhão. – Teve sorte desta vez!

– A Mikan pede desculpas... – murmura ainda corada enquanto se levanta.

– Vá. Pode ir para o seu lugar, mas que não se repita! – avisa, desta vez, mais sério.

Rose observa a rapariga caminhar com certa rapidez por entre as mesas até chegar ao seu lugar, um pouco mais à sua frente, como se temesse que ao levantar a cabeça toda a sala olhasse para ela.

Finalmente o professor começa a aula mas Aoi murmura algo que desperta a atenção de Rosallina.

– Às vezes parece que a Mikan carrega uma nuvem de desastre atrás de si...!

– É normal ela ser assim desastrada? – pergunta Rose num sussurro, curiosa.

A principio a azulada fica um pouco surpreendida com a voz da morena mas logo trata de responder:

– Ela é desastrada! Mas nunca chegou a fazer algo do género... – sussurra pensativa – Será que aconteceu algo?

– Talvez...? – responde mais como uma pergunta.

– Não quero conversas paralelas à minha aula! Usem os intervalos para isso! – exclama o professor vigiando a turma por cima dos óculos.

Rose ri baixinho com o gesto do homem já que os óculos fazem os seus olhos parecerem maiores (sem eles os olhos parecem minúsculos!) e ao olhar por cima das lentes o seu nariz fica mais pontiagudo. Percebe-se que Aoi ri igualmente. Voltam a tomar atenção na aula.

– Hana... – murmura a azulada, passados uns minutos em silencio apenas a escutar o professor.

– O que? – pergunta Rose confusa.

– O meu nome é Hana. Hana Aoi – responde.

– Rosallina Park, prefiro que me chamem Rose, mas isso tu já ouviste – retribui a morena com um sorriso mínimo.

– Tu pareces diferente agora... talvez mais simpática! – comenta a azulada tirando alguns apontamentos.

– Achas? Eu fico muito nervosa quando está muita gente a olhar para mim... – sussurra olhando para as mãos em cima da mesa.

– Pensava que ias ser mais uma daquelas anti-sociais que só reclamam da vida...

Riem as duas baixinho.

– Talvez um pouco...

A aula passa depressa enquanto as duas falam sobre assuntos aleatórios. Quando o sinal para o intervalo se faz soar todos se apreçam a deixar a sala de aula, isto inclui a azulada, Hana, que se esqueceu completamente da nova colega quem nem conhecia a escola. Porém Rose levou um susto ao olhar em redor e ver a rapariga que caiu de manhã, bem ao seu lado.

– Ahm... tu és nova aqui, não é? – pergunta a outra de um modo tímido.

– Sim, porque? – pergunta Rose confusa.

– Como estamos na terceira semana de aulas... já não existem visitas guiadas à escola – tenta explicar – A Mikan até podia ajudar-te mas a Mikan tem que fazer algo... Se quiseres uma visita guiada a esta altura só se falares com os Júniores. A sala deles é ao lado da do director!

– Obrigada... – disse Rose à espera que ela se apresentasse.

– Mikan Tsumiki – responde com um sorriso doce.

– Mikan! Certo! Obrigada pela ajuda! – diz a morena já a sair da sala de aula – Ah! As melhoras para a tua testa! – exclama saindo do campo de visão da outra.

– A testada Mikan...? – murmura confusa levando uma mão à zona dorida.

Ao sentir uma leve dor e um alto pequeno na testa faz uma careta chorosa.

– A Mikan tem dói-dói! – exclama chorosa correndo para fora da sala de aula.

(...)

POV Kitsune Shiro

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Assim que a aula terminou corri para o gabinete dos Júniores. À uns dias que não lhes falava, desde que os rapazes começaram com brigas idiotas sobre quem era mais forte ou importante, e como tal acabei por ser metida no meio da conversa. Juro que eles não disseram coisas nada bonitas... Acabei por me irritar também, disse uma mão cheia de coisas que estavam entaladas e jurei que só voltava a falar-lhe quando crescessem! Fiquei muito feliz quando os vi, ontem, a combinar um fim-de-semana só de rapazes. Decidi pedir-lhes desculpa. Eles merecem...

Quando abro a porta da sala exclamo um “bom dia” animado e sorridente mas para minha desilusão e surpresa a sala está vazia, à excepção de uma rapariga de cabelos castanhos atados num rabo-de-cavalo e olhos verdes da cor do uniforme. Ela está sentada num dos sofás e pareceu assustar-se quando ouviu a porta bater ao abrir.

– Olá – diz meio confusa levantando-se – Tu és uma DJ? (N/A: lê-se DêJota)

– Diretora Júnior Shiro! Prazer! – exclamo esticando-lhe a minha mão que ela aperta como cumprimento.

– Rosallina Park! – apresenta-se.

– Oh! A aluna transferida? Do que é que precisas? – digo ao reconhecer a sua cara, que vira dias antes numa foto da sua ficha de inscrição na escola.

– Bem, disseram-me que as visitas guiadas à escola já terminaram e que podia falar com um de vocês... – diz encolhendo os ombros de forma indiferente.

“Um pouco fria...” penso.

– Então vieste falar com a pessoa certa! Tenho todo o gosto em mostrar-te a escola! – exclamo saindo da sala sendo seguida por ela – Assim sempre posso escapar à aula de matemática! – rio em seguida mas ela apenas levanta uma sobrancelha, como se eu estivesse a comportar-me como uma palhaça – Esquece! – resmungo apressando o passo.

“Ela não se ri ou sorri?! E ainda por cima não parece nada simpática...” penso “Não gostei dela!”

Passo algum tempo a mostrar-lhe a escola e como é uma escola bem grande acabo por demorar o tempo todo da aula de matemática. “Ainda bem! Ihihih” Quando termino a visita guiada passamos as duas pela sala do diretor para lhe pedir uma justificação das nossas faltas, coisa que ele nos cede com um sorriso contagiante. “Mas nem assim ela parece ter a mínima vontade de sorrir...Ai! Dá vontade de lhe colar fita-cola nos cantos da boca para ela aprender a sorrir!” resmungo mentalmente.

Acompanhei-a até à sua próxima aula e quando chegamos à porta da sua sala de aula vejo uma “coisa” azul quase a voar na sua direção e segundos depois percebo que uma rapariga da sua idade e cabelos azuis estava abraçada a ela.

– Rose, que saudades! – exclama a azulada.

– Hana, sua traidora! – exclama no mesmo tom, de forma irónica.

– Desculpa, desculpa, desculpa! Esqueci-me de ti dentro da sala de aula... – pede envergonhada com o seu comportamento.

– Não faz mal... – vejo a morena dar um sorriso mínimo – Vamos entrar?

– Sim! – a azulada vai na frente.

Rosallina pára e vira-se para mim, ainda com um pequeno sorriso.

– Obrigada pela ajuda – diz tímida – E desculpa se fui chata! – pede com uma careta envergonhada.

Dito isto ela sai do meu campo de visão, adentrando a sala de aula. Volto ao meu destino original, a sala dos DJ’s, já que agora tinha aula vaga. Só espero que os outros estejam lá...

– Afinal... até que ela sabe sorrir! – murmuro para mim mesma.