Neste mundo de hoje em dia, ninguém acredita em magia. Para todos é algo banal, algo sem nexo e principalmente, algo que não existe. Mas... e se afinal a magia existisse? O que aconteceria? Seria alguém afectado pelo poder de tal raridade?

Então vamos ver o que vai acontecer... se a magia aparecer nas nossas vidas, vinda de sei lá onde e que invade o nosso dia-a-dia de tal modo que mudamos...

***

Rosallina Park, 15 anos, uma adolescente normal e com sérios problemas de temperamento. É uma rapariga que até pode ser simpática muitas vezes mas quando não sabe o que fazer, fica nervosa e acaba por agir meio como rebelde. No fundo ela queria ser mais segura para poder ser ela própria: amiga, preocupada com os que lhe são queridos, divertida e um pouco mais feminina.

Vamos lá espreitar mais um dia da nossa pequena...

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!!! (som do despertador)

Rose (vamos chamá-la assim ok? Rosallina é muito grande! o.~) desliga aquele barulho infernal com um murro bem assente mas mesmo assim continua deitada, apenas se vira na cama.

ROSALLINA PARK! LEVANTA-TE IMEDIATAMENTE! a sua mãe, Liria, grita assim que abre a porta do quarto da filha, depois de intermináveis minutos de espera.

Só mais cinco minutinhos mãe... reclama sonolenta voltando a virar-se para o outro lado.

Nem mais minuto nem menos minuto! exalta-se a mulher puxando rapidamente os cobertores de cima da jovem. Tu vais descer para tomar o pequeno almoço e vais para a escola! Assim vais acabar por chegar atrasada!

A ESCOLAAAAAAAA!!! lembra-se Rose levantando-se com um salto da cama e correndo pelo quarto numa agitação tal que parecia que o mundo ia acabar.

Na verdade ela vai começar hoje numa nova escola. A Salvator Moorim é uma escola especial, onde são os alunos que quase fazem tudo, sendo a única pessoa com cargos mais importantes, o director, mas não é dele que vamos falar, não é? Deixem-me explicar um pouco... nesta nova escola a maior autoridade é o Director de escola, como sempre, abaixo dele estão os quatro alunos descendentes dos criadores da escola, os chamados Directores Juniores que exercem todo o tipo de cargos, desde organizar festas ou visitas de estudo, a dar explicações ao fim da tarde aos alunos, também são eles quem ajudam os alunos com qualquer problema escolar (por exemplo aqueles que sofrem de bulling, ou assim) e às vezes até mesmo problemas de casa, organizam e gerem os clubes da escola, entre muitas outras coisas. Coisa que não pode faltar numa escola são os professores certo? E esses não têm grandes trabalhos... dão aulas, corrigem testes, organizam a matéria a ser dada... E é mais ou menos assim que se gere a escola. Os restantes alunos não são obrigados a grandes tarefas. A participação nos clubes é obrigatória tendo eles de escolher um assim que entram na escola e só se pode mudar de clube por alguma razão convincente para os Juniores ou então no ano seguinte.

Mas agora voltando à Rose...

Despacha-te! Não quero atrasos logo no primeiro dia! insiste Líria antes de sair do quarto batendo com a porta atrás de si.

Não quero atrasos no primeiro dia... murmura enquanto direcciona o olhar para o relógio de despertador na mesa de cabeceira. MAS COMO SE JÁ ESTOU ATRASADA?!

DESENRASCA-TE!

É por isso que eu adoro a minha mãe... ironiza continuando com o alvoroço.

Já tinha acabado o duche rápido e começa a vestir o uniforme da escola. Uma saia preta um palmo acima do joelho, uma camisa branca com um lenço verde à marinheiro e um casaco verde musgo com botões pretos e alguns detalhes em linha branca. No cabelo castanho faz um rabo de cavalo baixo que ata com um elástico verde e decora com um gancho semelhante a uma rosa salmão, deixando ainda assim, a sua franja repicada cair um pouco sobre os seus olhos verdes cintilantes. Não tendo tempo para muito mais, acaba por pegar nuns ténis escuros que vai tentando calçar enquanto desce as escadas (ato que lhe valeu alguns tropeções...).

Já vou indo mãe! grita já a sair à porta enquanto coloca a mochila ao ombro e ajeita a franja.

Não comes nada? pergunta aparecendo à porta do cozinha.

Não tenho tempo mãe... olha para a fruteira em cima da mesa e agarra numa maçã Pronto! Levo uma maçã para comer pelo caminho e depois como mais qualquer coisa na escola, ok?

Está bem filha. Vai com cuidado! grita depois de ela fechar a porta atrás de si.

Depois de sair de casa, anda durante alguns minutos mas assim que ouve o som de campainha ao longe, apressa o passo para não ter que chegar atrasada. Acaba por conseguir chegar à sala mesmo a tempo e, depois de falar com o professor, espera lá fora enquanto ouve o homem dizer do outro lado da porta:

Bem turma! Neste novo ano teremos também uma nova companhia connosco.

Consegue perceber-se alguns murmúrios no interior da sala como será que é rapaz ou rapariga?, será que é giro, se for rapaz?. Tais perguntas até fazem Rose tremer de nervosismo Como será que vai correr? Será que vão gostar de mim?

Podes entrar pede o professor assim que me abre a porta para me dar passagem.

Eu entro depois de um obrigada quase inaudível e o professor fecha a porta voltando para o seu lugar. À medida que se dirige para o lado do mais velho vai ouvindo alguns assobios e murmúrios, coisa que a irrita. Aiaiai... estão todos a olhar para mim... o que digo agora? pensa nervosa enquanto corre os seus olhos pelos presentes na sala de aula.

Podes apresentar-te! diz o professor com um sorriso no rosto.

Volta a olhar para os alunos. Aqueles sereszinhos irritantes que se deixam levar com modas e não pensam por si mesmo, sim! Essas pessoas estão a olhar para mim à espera de ouvir a minha voz. E lá vem o nervosismo a tomar conta dela... Suspira, dá de ombros, ajeita a mochila atrás da costas e por fim responde com o ar indiferente que adopta sempre que quer parecer bem:

O meu nome é Rosallina Park... Prazer... Já me posso sentar? pergunta voltando-se para o professor ainda com um olhar de indiferença.

Ah... claro! Vejamos onde te vais sentar... diz pegando nos óculos na ponta do nariz e revistando, com o olhar, cada lugar vago da sala. Já sei! Podes sentar-te ali! Ao lado...