Rivais... Ou Amantes? escrita por HeyLuce


Capítulo 25
Agindo como dois pombinhos


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEEEEEEEE, STOP, AGORA
QUE RECOMENDAÇÃO MAIS LINDA, MDS
Foi praticamente isso que me fez adiantar esse cap, que eu pretendia programar para daqui à dois dias, então agradeçam á sua colega leitora.
LilyLove, esse capítulo é para você.



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"Os bons conselhos desagradam aos apaixonados como os remédios aos que estão doentes."

— Marquês de Maricá.

POV Nate:

Eu estou quase indo dormir quando vejo pela minha janela uma movimentação estranha, e abro as cortinas. Avisto o carro do tal Castiel, e do lado de fora duas pessoas próximas demais. Identifico a cabeleira loira da Payne, mas o sujeito que a está agarrando não é ruivo.

Rafael, o filho da mãe!

Não sei de onde tiro força de vontade, mas fico olhando até que Payne o empurra e saí correndo para dentro de casa. Aproveito a deixa e corro até seu quarto, me jogo na sua cama e espero, mal contendo o ciúme.

A loira abre a porta e hesita quando me vê. Sinto mais raiva quando vejo que seu batom está borrado. Cruzo os braços na frente do corpo e a encaro. E eu vejo nos seus olhos que ela sabe que eu vi.

— Alguma defesa? — dou uma chance.

Ela suspira e senta ao meu lado na cama. Não suporto mais ver seu batom borrado e saber que a causa é porque Rafael a beijou, então pego um lenço na sua cômoda do lado da cama e limpo o borrado. Depois mostro para ela.

— Hã... Ele me beijou. Você estava espiando, então viu. Eu não retribui juro, eu só não o afastei logo. É uma surpresa para mim também, Nate. O Rafael sempre foi meu amigo, e do nada... — tagarela.

— Amigo! Que ótimo amigo! Pay, só você para não ter percebido o jeito que ele te olha. Eu o vi uma vez com você, e já percebi.

— Nate, Nate. — ela põe as mãos no meu rosto e suspira. — Sem cobranças.

— Como assim sem cobranças? Nós...

— Nós o quê, Nate? — me interrompe Payne.

Aí a ficha caí. Por enquanto eu não tenho mesmo direito à absolutamente nada, nada de explicações ou coisa assim. Porque eu e Payne não somos nada além de ficantes. Por enquanto.

— Acho isso tão clichê, mas... — suspiro e me ajoelho na cama mesmo. — Payne Halle River, você quer ser minha namorada, com direito à cobranças, reclamações e socos de direita no Rafael?

Ela joga a cabeça para trás e ri levemente. E aquele riso poderia ter salvado toda a Alemanha nazista e judaica. Payne se ajoelha também e segura minhas mãos.

— Nathaniel River Halle, sim, eu aceito. Com direito à beijos e mais beijos. — diz.

O que mais eu posso fazer além de beijá-la? Envolvo sua cintura e acaricio com os dedos. Ela retribui, colando mais seu corpo ao meu. É aí que eu lembro que estamos na sua cama e ela está de saia. Separo o beijo rapidamente.

— O que foi? — pergunta.

— Hm... tenho um problema.

Levanto e viro de costas rapidamente, evitando lhe dar uma visão constrangedora. Ela percebe, e então cora, depois ri. Rio também, já indo em direção á porta e xingando mentalmente meus instintos.

— Merda. Boa noite, namorada. — digo.

— Até amanhã, namorado cheio de direitos.

Sorrio, e fecho a porta atrás de mim.

–--**---

Qualquer um diria que forçar seu namorado á comer o pudim que você achou que estava estragado é maldade.

Qualquer um, menos a Payne.

— Eu falei que esse caramelo por cima estava suspeito. — comenta ela com Violette, jogando o pudim com uma parte de uma dentada faltando no lixo. E por acaso essa parte está na minha pança agora.

— E nada melhor do que fazer seu namorado de cobaia. Boa irmã-namorada, você. — resmungo.

— Isso é tão incesto! — exclama Violette, em tom de brincadeira. — Já pensaram no que vão fazer?

Eu e Payne trocamos olhares rápidos, mas significativos. Violette revira os olhos.

— Além daquilo. — explica.

Payne finge estar ofendida e começa um discurso super feminino sobre não ser um objeto e tudo isso, enquanto eu finjo escutar, quando na verdade me concentro em procurar Vitor com o olhar.

E evitá-lo, é lógico. Não vai ser nada fácil mantê-lo longe de mim agora que sabe que Payne está morando na minha casa, e eu não estou a fim de começar á afastá-lo agora. Vitor não é tão inteligente para saber que está levando um fora.

É quando Violette me chuta que percebo que estavam falando comigo. Ergo a sobrancelha, dizendo um “o quê?” silencioso.

— Você — diz Payne, apontando o dedo para mim. — Vai dar um jeito de vasculhar sua memoriazinha e lembrar do que eu estava falando agora a pouco, ou faço greve.

— Greve tipo ficar sem comer? — indago.

— Greve tipo “você não vai me tocar”. — devolve, erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços.

— Tudo bem, hã, você tava falando sobre não ser um objeto. É isso? — tento. Como resposta, ela sorri.

— Bom saber que presta atenção no que eu digo. — fala, revirando os olhos.

— Beleza, foi mal Pay. — me rendo. Violette acena com a cabeça, aprovando minha atitude.

— Tá, eu estava falando sobre nós organizarmos um jantar para nossos pais, e aí darmos a notícia que somos mais do que “irmãos”.

Me pergunto por que Payne ficou com o cérebro e eu com o coração da relação. Sério, essa garota é uma caixinha de ideias boas.

— Ótimo! Então, eu te espero na saída, ou vai se encontrar com seu amiguinho Vitor? — provoco.

Em resposta, ela se aproxima e me dá um selinho rápido, revira os olhos, e vai para sua aula de Literatura, puxando Violette pela mão.

Como ela foi gostar justo de mim?

POV Payne:

Como eu fui gostar justo daquele cafajeste?

É, todo mundo erra, Payne. Mas você não podia ter escolhido outra pessoa sem ser o seu, hã, irmãozinho?

Sim, eu costumo falar sozinha quando estou irritada.

Enfim, agora estou esperando Nate, encostada na sua moto de boas, e continuaria assim, se Melody e umas líderes de torcida cabeças de vento não parassem na minha frente de braços cruzados e uma carranca no rosto.

— Legal, o que eu fiz? Coloquei creme de barbear nos seus xampus? — pergunto, sorrindo.

— Não se faça de desentendida... Capitã. — diz uma garota que identifico como Laurie, cuspindo a última palavra. — Todas sabemos que você faltou o treino de hoje, além de faltar à comemoração da nossa vitória. E é tipo uma tradição!

— É! — apoia outra garota. Marly ou algo assim. — Como capitã, você não deveria faltar.

— Espera aí, ninguém me avisou disso tudo. Posso parecer uma bruxa, mas não tenho cartas de tarô ou bola de cristal, desculpe. — resmungo.

— Exatamente isso! Você não sabia! — Melody dá um passo á frente, desafiadora. — E se não sabia, por que é a capitã?

— Ah, mil tretas. Perguntem para a treinadora. — respondo.

Quando percebo que as coisas estão ficando nada legais para mim, Nate aparece, girando a chave da moto no dedo e parece surpreso ao ver as garotas, todas unidas contra mim. Pego meu capacete que está pendurado na moto e Nate entende a deixa para ligar o motor da moto e subir nela.

— Sinto muito, podem deixar a reuniãozinha para depois? Adoraria passar no clube das meninas e tomar chá. — digo, ironicamente.

Aceno para elas quando Nate acelera, e não vejo mais a cara de Melody, à ponto de explodir.

Confesso que isso me deixa mais tranquila.

Sem explicar, Nate para na frente de um supermercado. Franzo o cenho e desço da moto. Entrego o capacete a ele e ele finalmente explica:

— Vamos comprar coisas para um ótimo jantar surpresa.

— Não podemos pedir uma pizza?

— Não. Vamos.

Ele me puxa para o supermercado, e eu pego um carrinho. Primeiro, passamos na sessão de legumes. Nate joga tomates, aipo e algumas batatas no carrinho.

— O que vamos cozinhar? — pergunto.

— Surpresa! Continue dirigindo nosso carrinho e vai saber.

Reviro os olhos, mas empurro o carrinho para onde ele está, que é a seção de congelados. Nate apanha um frango embrulhado e o coloca dentro do carrinho. Abro a boca para perguntar de novo o que vamos fazer (ironizando, óbvio), mas ele já está em outra sessão, e joga orégano e outro tempero no nosso carrinho.

— Pronto! — diz. — Vamos para o caixa.

— E a bebida? Pensei em levar vinho, assim eles aceitariam melhor.

Nate se vira para mim.

— Você tem grana pra comprar um vinho?

— Não.

— Então vai ser refrigerante mesmo. — determina, colocando uma Coca no carrinho.

Continuo pensando que seria melhor vinho, mas não temos dinheiro mesmo. Guio o carrinho até um caixa de 20 volumes e espero a moça da frente terminar de pagar para passar as compras.

— Você paga. — falo para Nate. Ele me agarra pela cintura e ri.

— Isso é exploração. — então faz uma pausa e continua. — Ih, acho que esqueci uma coisa.

— Não vai fugir e deixar a conta para eu pagar. Vou acabar tendo que lavar o chão. — grito, enquanto vejo ele se distanciar.

Coloco o frango na esteira e vejo um Cheetos na prateleira. Pego ele e o jogo na esteira também, antes de olhar para os dois lados.

— Ele não vai se importar. — comento sozinha. A mulher no caixa olha para mim e sorri.

— Namorado? — pergunta.

E praticamente irmão também.

— É. — respondo, corando.

— Vou te dar um conselho: agarre-o e não solte mais, porque deve estar cheio de garotas loucas para agarrá-lo.

Ela para de falar porque Nate chega, trazendo manteiga em tablete. Ele sorri para mim e bagunça meu cabelo.

— A manteiga. — explica.

A mulher passa a manteiga e calcula o valor da compra. Nate tira um cartão de crédito do bolso e paga. Depois de segurar as sacolas com as compras, nós saímos dali, não sem antes a mulher piscar para mim como quem diz “lembre-se do meu conselho”.

Não posso dizer que ela está errada, porque assim que organizo as sacolas na moto, uma garota passa secando Nate. Eu o agarro, em um impulso. Ele parece não notar, para minha alegria, porque sobe na moto, espera eu subir e acelera.

Ele estaciona na nossa garagem e descemos. Pego uma parte das sacolas e Nate as restantes, e nós entramos. Penso que parecemos um marido e uma mulher levando as compras para casa, e rio desse pensamento. Nate sorri.

— Está rindo para disfarçar o medo que tem porque sabe que cozinho melhor que você. — me acusa. Abro um sorriso.

— Você deveria estar com medo. Sou quase uma mestre-cuca.

— Veremos.

Colocamos as sacolas em cima do balcão, e eu olho no relógio enquanto Nate tira as nossas compras das sacolas. Temos três horas até que nossos pais cheguem. Ou seja, temos tempo de sobra.

— Comece picando isso aqui. — pede Nate.

Ele coloca dois tomates, aipos, cebolas e batatas na tábua a minha frente. Dá a volta e coloca o frango na pia. Desvio o olhar enquanto ele o limpa, e pego uma faca na gaveta. Começo á cortar o tomate em rodelas, e quando termino pego o aipo e o pico. Separo tudo dentro de vasilhames diferentes. Pego as batatas e as corto em tiras, e é a vez da cebola.

— Merda, eu vou chorar. — resmungo. Nate dá uma espiada no que estou fazendo e sorri.

— Vai sim. Limpe as lágrimas na minha camisa depois.

— Posso assuar nela também?

Ele me bate com o pano de prato.

— Que nojo. — diz, rindo.

Começo á picar a cebola e instantaneamente á chorar. Maldito cheiro infeliz. Termino o quanto antes e coloco junto do aipo. Viro com os vasilhames e entrego para Nate, que recheia o frango. Eu o assisto, sorrindo comigo mesma.

Nate coloca o frango no forno e ajusta o grau. Se vira e quando me vê o olhando, abre um sorriso e me puxa pela cintura.

— Ninguém nunca te disse que é feio encarar os outros?

— Ninguém nunca te disse que você fica super sexy enquanto cozinha?

Ele ri.

— É, já disseram uma ou quatro vezes.

— Convencido! — eu o soco de brincadeira.

Nate ri e quando estamos quase nos beijando a porta da frente se abre com um clique. De tão nervosos que ficamos, eu cambaleeio e Nate praticamente se joga para trás, esbarrando em umas panelas, que caem todas na cabeça dele. Solto uma risada nervosa, e minha mãe e Learn aparecem na sala, olhando para nós e sorrindo.

— Oi garotos. — diz Learn.

Ele olha para Nate, que dá um pulo meio atrapalhado e eu dou outra risada. Minha mãe coloca sua bolsa e fareja a cozinha. Learn olha de mim para a tábua suja e para a pia também suja, depois para minha mãe.

— Estão cozinhando? — pergunta ela, surpresa. É verdade que eu nunca fui de cozinhar, e deve ser uma surpresa.

— Estamos, mas não por mim. — respondo, sorrindo.

— Como assim? — indaga Learn, curioso, encostando no balcão.

— Nate é o chef aqui. — eu aponto para ele. — Sou só uma reles auxiliar.

— Uma auxiliar bem... — começa Nate, mas se interrompe. Merda. Ele ia dando em cima de mim na frente dos nossos pais! Arregalo os olhos, alertando-o. — Hm, carismática.

Carismática. Argh.

— E o que estão cozinhando, chef Nate? — questiona mamãe.

— Segredo! Aliás, não fiquem aqui por muito tempo, vão sentir o cheiro e descobrir. Deixem para daqui há pouco. — diz Nate.

— Tudo bem, vamos querida. — responde Learn.

Ele ergue a sobrancelha em tom de brincadeira para mim e Nate e sobe as escadas com minha mãe. Assim que escuto a porta bater me permito rir.

— Por pouco.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, um pequeno spoiler: vão ter cenas "hot" :333
Comemorem, pupilos.