"So kiss me, kiss me, kiss me

Então me beije, me beije, me beije

And tell me that I'll see you again

E diga que eu vou te ver de novo

Cause I don't know if I can let you go

Pois eu não sei se posso te deixar ir

Kiss me, Kiss me- 5 Seconds Of Summer"

Uma semana depois.. (15 de agosto de 2014)

POV Laila

Acordei muito feliz, pela primeira vez. Fui à cozinha e comi meu cereal. Escovei meus dentes, tomei um banho rápido e me vesti (Look), fiz uma trança rápida e me despedi de meus pais. Logo estava na frente da casa de Arthur o esperando, o que não é nada comum, pois eu deveria estar muito brava com ele por sair e levar aquela garota para dormir na casa dele enquanto eu? Nós apenas quase nos beijamos. Teria sido maravilhoso se nos déssemos bem, "daquele jeito". Logo ele saiu de casa e eu agradeci por não estar acompanhado de Summer.

POV Arthur

Eu acordei caído no chão, uns cinco centímetros longe da cama. Não me lembro absolutamente de nada, acho que tive um pesadelo ou algo assim. Só sei que foi com ela, a rainha dos meus sonhos e pesadelos. Me arrumei rapidamente e logo saí de casa, só não esperava que Laila estivesse me esperando.

–O que está fazendo aqui?

–Te esperando para irmos à escola juntos- Ela disse com um sorriso.

–Isso é meio estranho, já que na ultima vez que nos vimos você saiu totalmente brava.

–Bom, não estou mais.

Dei de ombros e tomei o rumo da escola, ela me seguindo.

–Você sabe por que eu fiquei brava não sabe?- Ela disse e eu quase pensei que era um sussurro.

–Sinceramente não.

–Arthur- Ela fechou os olhos e parou de andar- nós quase nos beijamos, mas não aconteceu nada porque você não quis. E de repente você me aparece trazendo a Summer no restaurante e ela me diz que vai dormir na sua casa. Se não queria nada comigo, poderia ter avisado, para eu não alimentar nenhum sentimento idiota- Ela terminou e continuou com os olhos fechados.

–Laila, eu não tenho nada contra você, eu até quase senti atração, mas, meu coração ainda dói só de pensar na Emily.

–Muito engraçado, acho que você não pensou na Emily quando deu uns pega na irmã dela né?

–Mais respeito né? Eu não fico falando mal de você por aí.

–Melhor ficar falando mal de mim do que sentir isso que eu estou sentindo- Ela disse abrindo os olhos revelando algumas lágrimas que ela insistia em segurar.

–O que você está sentindo Laila?

–Angustia, amor, raiva, ciúme.

–Você está com ciúmes? De mim?

–Sim, se você não percebeu, eu gosto de você- As lágrimas começaram a cair- Eu não sei como pude gostar de você tão rápido, mas aconteceu. E você não sabe como me arrependo.

Ela se virou, andando de volta para casa eu imagino, mas a segurei pelo braço, colando nossos corpos.

–Porque não falou nada disso antes? Podia ter sido diferente.

–Acho até melhor que tenha sido agora, porque assim eu tenho um motivo para tentar ir embora daqui, pelo menos por uns dias, não quero passar meu aniversário infeliz.

–Hoje é seu aniversário?

–Amanhã, e eu pretendo não passar aqui.

Cheguei mais perto dela, querendo fazer o que eu não tive coragem de fazer antes, mas ela se afastou.

–Agora é tarde- Ela disse e se virou novamente.

Eu soltei seu braço e deixei-a ir para casa, continuei indo para a escola. Mil coisas passavam por minha mente. Será que sou tão sem vergonha assim por tentar seguir minha vida? Se ela tivesse deixado, eu a beijaria? Se eu tivesse a beijado naquele dia do parque, estaríamos namorando hoje? Eu queria beijá-la? Eu realmente gosto dela? Essas são perguntas difíceis de responder.

POV Laila

Como uma pessoa pode estragar totalmente o meu dia? Eu não sei. Onde eu me encontrava agora? No sofá, com uma almofada em minha cara abafando os gritos que eu dou de cinco em cinco minutos. Queria estar no Canadá, onde Samantha estaria me aconselhando e falando o que eu deveria fazer. Talvez eu pudesse até estar com Luke, eu provavelmente estaria o beijando em alguma sala enquanto estaríamos perdendo aula, era o que eu realmente desejaria estar fazendo. Eu nunca deveria ter terminado com ele por causa da minha mudança. Existe relacionamento a distância não é? Agora já está tudo perdido. Sequei algumas lágrimas, mas outras teimavam em descer.

–Mas que droga!- Gritei em voz alta para mim mesma.

Peguei meu celular e liguei para minha mãe, dei um pigarro e disfarcei a voz de choro.

–Alô?

–Mãe?

–Laila? Não deveria estar na escola agora mocinha?

–Mãe, eu quero te pedir uma coisa.

–Pode falar.

–Eu posso viajar hoje?

–Como assim viajar hoje? Sabia que amanhã é seu aniversário?

–Sabia, e eu queria passar esse dia feliz em outro lugar.

–O que a senhorita quer?

–Quero arrumar minha mala e passar alguns dias fora.

–Laila, você vai perder matéria, sabe disso não é.

–Eu preciso descansar um pouco.

–Descansar do que minha filha?

–De tudo que está acontecendo mãe, ainda não me acostumei com aqui, quem sabe eu não volte para o Canadá...

–De jeito nenhum. Bom, e seu pai?

–Ele vai me entender, eu posso?

–Para onde você vai?

–Eu ainda não sei, um local frio e bem longe daqui quem sabe.

–Com que dinheiro?

–Tenho minhas economias.

–Laila...

–Por favor, eu sei me cuidar!

–Eu sei que você sabe, mas não está em meu lugar para sentir o frio na barriga que estou sentindo. Você não sabe como é para sua mãe deixar o filho partir.

–Eu não vou para sempre mãe, só alguns dias.

–Laila...

–Mãe, por favor.

Ela suspirou do outro lado da linha.

–Eu te amo

Ela disse sem me dando tempo de me despedir, às vezes acho minha mãe um pouquinho louca, mas eu a amo mesmo assim. Subi para meu quarto e tentei arrumar minha mala o mais rápido possível.

**********

Logo que terminei a mala troquei de roupa (Look). Quando estava próxima a porta a campainha tocou, quando abri meu coração acelerou um pouco.

–O que quer aqui Arthur?

–Eu quero saber o que você está fazendo- Ele disse apontando para minha mala.

–Vai ser por poucos dias, no máximo uma semana. Quer saber? Não devo satisfações a você.

–Laila- Ele segurou minha mão- Eu pensei no que você me disse.

– O que eu te disse?

Ele sorriu e chegou mais perto de mim. Eu queria sair dali, empurrá-lo para longe e fugir, mas eu não conseguia, queria saber o sabor de seus lábios nos meus, saber se ele correspondia, pelo menos um pouquinho. Ele chegou mais perto, mais perto... até que meu celular tocou.

Apareceu Brisa na tela. Muito obrigado Brisa. Afastei-me dele, quase forçada e atendi ao telefone.

–O que você quer Brisa?- Falei irritada.

–Atrapalhei algo?

–Sim.

–Me desculpe- Ela riu.

–Ok, fale logo o que você quer.

–Por que faltou hoje? Sentimos sua falta.

–Vou faltar quase uma semana, vou viajar.

–Ah, tudo bem, mantemos contato não é?

–Claro preciso desligar.

–Era muito importante?

–Sim.

–Bom, vou deixá-la então com seu compromisso, boa viajem.

–Obrigado Brisa, tchau.

–Tchau.

Desliguei e logo o vi na mesma posição de antes, mas agora estava olhando para o lado. Acho que o clima foi cortado, apenas cheguei mais perto dele e o abracei.

–Boa viagem- Ele praticamente sussurrou em meu ouvido.

–Obrigada.

Dei um beijo em sua bochecha, deixando nossos rostos a centímetros. Ele deu um sorriso torto, quase me deixando sem ar, e então finalmente colou nossos lábios. E meu Deus, como era bom ter seu lábio ao meu. Uma sensação incomparável. Uma coisa que eu tenho que lembrar: nunca falar para Luke que eu beijei outro garoto e disse que o beijo era maravilhoso. Sua língua pediu passagem e eu cedi, ele me encostou na porta, o ar me faltou e eu terminei o beijo com um simples selinho.

–Não sabe como eu esperei por isso- Senti minhas bochechas queimarem- não acredito que disse isso em voz alta.

Ele apenas riu e me deu outro selinho.

–Eu preciso ir- Disse me afastando de seu abraço.

–Agora?- Ele disse voltando para perto de mim.

–Sim- Eu disse sorrindo.

Logo buzinaram na frente de minha casa, era o taxi me esperando.

–Tchau Arthur- O dei um selinho e peguei minha mala. Ele apenas acenou e eu entrei no taxi.

–Bom dia- O senhor do taxi falou.

–Bom dia- Eu sorri.

–Para onde quer que eu a leve?

–O aeroporto, por favor.

Logo o taxi começou a andar, tomando o caminho do aeroporto.

Continua...