But...I Like You. escrita por Marril


Capítulo 25
Capítulo 22: Lost, Stuck or Blind?


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo do ano!!!
Espero que gostem e até para o ano xD

Boa Leitura!



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Eu estava perdida, perdida na minha própria mente, não via caminho algum, não encontrava nenhuma saída, tudo estava escuro, frio, solitário. Mas não havia problema, eu mesma era assim, então era ali que eu pertencia, àquele “dark world” como eu o gosto de chamar. De repente vejo uma luz muito forte, que quase me cega, juntamente com uma voz a chamar-me, involuntariamente estendo os braços na tentativa de alcançar essa voz, não para chegar a ela, mas sim para a calar.

Acordo e percebo que tudo não passou de um sonho estranho, eu já não estava no “dark world”, estava na dura realidade, aquela que eu não queria enfrentar. Sentia-me um pouco zonza, algo na minha perna direita doía e eu não me lembrava de muita coisa. Puxei um pouco pela cabeça e diversos flashes do dia anterior começaram a aparecer. Lembrava-me de ter caído das escadas, Castiel aparecer e salvar-me, depois tinha um espaço em branco, como se fosse uma lacuna, a seguir só me lembrava de acordar no meu quarto descer e…depois? Não me recordava novamente muito bem. Pensei um pouco mais, esforçando-me para me lembrar, no entanto a única coisa que me vinha à mente eram dois vultos e gritos, não exatamente gritos, mas sim vozes exaltadas. Desisti de tentar, não valia a pena, a minha mente parecia bloquear essas recordações, não havia maneira de eu chegar a elas.

Levantei-me lentamente e com alguma dificuldade, o meu pé já não estava enfaixado nem muito inchado, o que me permitia andar minimamente bem, ou melhor, o mais parecido possível com o normal. Andei um pouco torta até à casa de banho, tratei da minha higiene matinal e vesti uma roupa confortável. Assim que desci um cheiro estranho invadiu-me as narinas, cheirava a…queimado? Em pânico, comecei a correr em direção à cozinha, juntamente com o cheiro existia no ar uma espécie de nuvem escura, que pareceu-me mais negra quando entrei na cozinha. Nathaniel estava de avental e tentava fazer não sei o quê com uma máquina de fazer panquecas, aquelas que parecem uma frigideira, nas mãos, a sua cara estava suja com massa e o seu olhar era assustado. Reuni algum ar e gritei:

–MAS QUE RAIOS SE PASSA AQUI?

O loiro assustado deixou cair a frigideira, de onde caiu uma coisa negra e queimada. Abanei a cabeça em total desaprovação e disse mais calma:

–Estás maluco? Queres destruir-me a casa?

–Oh Aya desculpa não foi de propósito, mas é que eu estava a tentar fazer-te uma surpresa só que não correu bem como eu estava à espera. – Desculpou-se meio envergonhado. Abanei a cabeça outra vez.

–Tu não tens remédio algum. Vá, chô daqui, vai tomar um banho que bem precisas, eu limpo esta porcaria.

–Mas…

–Vai antes que eu me passe da cabeça.

Nathaniel subiu apressado, ainda bem que ele sabia do que eu era capaz quando estava furiosa. Arrumei aquela enorme confusão murmurando uma vez ou outra alguns palavrões nada bonitos. Ao fim de alguns minutos eu já tinha o pequeno-almoço pronto (aproveitei a massa que Nathaniel fizera e fiz novas panquecas) e o loiro estava a descer já devidamente vestido e arrumado, exceto o seu cabelo que ainda estava um pouco molhando, dando-lhe um ar mais fresco.

Convidei o loiro a sentar-se, mas antes que este o fizesse disse-me:

–Aya desculpa novamente, eu é que devia ter limpo a porcaria que fiz, não tu.

–Já disse que não há problema.

–Mas…

–Fim da conversa. – Reclamei sentando-me e começando a comer, Nathaniel imitou-me resignado.

Conforme comíamos Nathaniel encarava-me de forma diferente. Primeiramente achei a sua expressão exagerada e tentei não ligar, no entanto algo no seu olhar prendeu-me a ele, não sabia dizer o que era, talvez fosse a cor ou talvez fosse a intensidade com que o loiro me olhava, de qualquer maneira eu parecia presa, paralisada pelo seu olhar. Recordei-me de algumas passagens que tinha lido e desviei os olhos assim que tive oportunidade, eu não deveria deixar-me afetar por nada deste mundo, não seria um simples par de olhos que me iriam parar, eu tinha mudado, já não era a mesma, já não sabia o que era gostar de alguém e também não queria saber.

Depois de terminarmos, lavámos a loiça juntos e saímos prontos para a escola. O caminho era, normalmente, feito em silêncio, porém hoje Nathaniel decidiu quebrar a rotina e, virando-se para mim, disse-me:

–Que tal irmos ao parque hoje? Ou dar uma volta pela cidade? - Sugeriu

–E de onde vem essa ideia agora? – Contrapus erguendo uma sobrancelha, era, para mim, minimamente estranho o loiro do nada perguntar isto.

–Nada de especial, apetece-me passar algum tempo contigo. – Não sei porque razão, mas aquelas palavras fizeram-me corar.

–M-Mas hoje temos aula à tarde, então não tenho a certeza se vamos ter tempo suficiente.

–Ah isso não é um problema, hoje não temos a última aula, ou seja, é como se tivéssemos tarde livre.

–Como é que tu sabes isso?

–Simples, vantagens de ser delegado de turma, o professor de matemática encontrou-me ontem à tarde e avisou-me. Como sou o delegado pediu-me que avisasse a turma toda hoje.

–Hmm está bem…

–Isso é um sim?

–É, em princípio…

–Fixe! – Disse com um sorriso alegre, que me pareceu excessivo.

Chegámos à escola em poucos minutos, nem China, nem Lysandre estavam no portão, o que me faz estranhar. Nathaniel, vendo as horas separou-se de mim e foi para a sala dos representantes de turma, como não tinha nada para fazer comecei a passear um pouco pela escola. Andei um pouco até encontrar a árvore que há alguns dias tinha-me oferecido a sua sombra, já que ainda faltavam alguns minutos para a primeira aula começar decidi sentar-me novamente por baixo dela. Coloquei os meus phones e deixei-me levar por Set the World on Fire – Black Veil Brides a música ajudava-me imenso a relaxar, era como se me levasse para outro lugar, no entanto também me fazia refletir, normalmente sobre coisas que eu não me apercebia à primeira vista, desta vez foi sobre o convite de Nathaniel.

Primeiro parecia-me um convite normal, uma saída de amigos e tal, no entanto depois lembrei-me que nós eramos supostamente um casal, então não seria uma saída de amigos, mas sim…um encontro? Não, não podia ver as coisas dessa maneira, com certeza que Nathaniel não pensou que nós teríamos um encontro, porque é que eu haveria de pensar então? Por trás, nós continuávamos a ser amigos e nada mais, isso, nada mais… Nesse momento estava a tocar no meu mp3In Loving Memory – Alter Bridge e, juntamente, algumas lágrimas já se estavam a acumular nos meus olhos, não tenho a certeza se eram por causa da música, mas tinha de ser, não havia mais nenhuma razão para eu estar a chorar. Ou será que havia? De qualquer maneira, se houvesse, eu não estava a “vê-la” ou simplesmente cegava-me para não ver, não importava, eu não queria saber, além disso não devia ser importante.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo - Capítulo 23: Let’s take a walk.

Bom ano! E até breve.

@Marril .



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