Guerra Z. - História Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 6
Ep 05- Lucy. - Distante, muito distante.


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou.

Fiquem com o novo capítulo ae galera desculpem o atraso.



Também quero avisar sobe os nomes, tem nomes que eu dou uma leve modificada para não ficar aquela coisa brasileira. Obrigado e até os reviews.



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Um mês depois. Dia 17 de Dezembro.

O frio aumentou intensamente neste mês, o estoque de comida já está na metade e cada dia o perigo aumenta lá fora. Já fomos atacados por três hordas neste tempo que se passou, perdemos doze pessoas e as armas e munição não são lá estas coisas.

Estou sentada em um sofá no apartamento de Helena, ela segura uma prancheta a minha frente me encarando e questionando. É uma consulta psicológica.

–Como está se sentindo Lucy? – ela indaga e sua voz ecoa pela sala devido ao silencio.

–Com medo...

–Porque está com medo?

–Tudo isso e... E sei que a qualquer momento podemos sofrer outro ataque e não sobreviver.

–Mas temos homens prestativos aqui Lucy, não precisa se preocupar. O exercito está chegando não se lembra? – ela ainda acredita nisso...

–É... Mas acha mesmo que eles estão vindo?

–Sem dúvida alguma, é claro que estão limpando as grandes cidades e logo chegarão aqui para nos salvar.

–Não creio nisto, eles nos abandonaram.

–Não estamos Lucy, é só não perder a esperança.

–Não tenho esperança em mais nada, perdi todos aqueles que me importava.

–Também perdi minha família, é terrível relembrar tudo aquilo e confesso que tenho problemas para dormir. Mas sabe o que importa? Que estamos vivos e que devemos sobreviver por eles.

–Você não entende... – olho para o teto pensativa relembrando da face daquele demônio que me estuprava, seguro as lágrimas de fúria e olho para Helena.

–O que foi? Seu olhar...

–Não é nada...

–Tem certeza? Estamos sós e tudo o que me contar não sairá daqui.

–Tenho certeza, não é nada...

–Hum... Você quer terminar a consulta por aqui?

–Acho que sim, obrigada Helena. – me levanto do sofá, ela sorri me cumprimentando.

–Volte quando quiser está bem? Ficaria grata em ajudar.

–Tudo bem, obrigada novamente. – deixo o apartamento de Helena, desço as escadas até chegar ao pátio do condomínio. Lá estão algumas pessoas conversando em um canto. Vejo também Mikayla e Tiberius juntos sorridentes, eles formam um belo casal.

–Ei! Lucy quer sair pra dar uma volta? – diz Connor ao lado de Sven carregando armas e mochilas, eles estão indo em direção ao portão.

–Aonde vão?

–Procurar um carro pelo quarteirão para pegar umas peças sabe? É coisa rápida e precisamos de alguém pra carregar a terceira mochila, você é machinha e tenho certeza que dá conta do recado. – ele diz lançando uma mochila vazia, a pego sorrindo.

–Quer dizer que de tantos homens vocês escolhem uma garota para o trabalho? – digo sorrindo e os seguindo ajeitando a mochila nas costas.

–Na verdade é que você é bem gostosinha mesmo e gostamos de olhar para sua bunda redondinha. – diz Sven fumando um cigarro e esperando que Dust abra o portão.

–Idiotas. – sorrio enquanto passamos pelo portão que Dust acabará de abrir.

Sven caminha na frente de nós com o fuzil em mãos, a neblina é bem intensa e atrapalha nossa visão, como não tenho arma vou pela sombra de Connor que empunha um bastão de baseball, o mesmo que usei um mês atrás.

–Tem um carro na esquina, viu como é fácil? – diz Sven se aproximando de uma caminhonete batida em um poste. Vejo o motorista jogado no chão partido ao meio e todo ensanguentado. Uma quantidade exorbitante de vermes estão adentro seu corpo e órgãos expostos, os olhos estão revirados e mesmo assim ele ainda possui vida.

–Puta merda, ele tá vivo. – diz Connor se aproximando para finaliza-lo. Olho ao redor e vejo alguns zumbis em um estado avançado de decomposição vindo em nossa direção. Parece que são movidos ao cheiro e calor humano como animais.

–Sven, tem mais ali. – aponto para os zumbis lerdos que estendem suas mãos e salivam como dependentes de fast-food.

Connor esmaga a cabeça do homem jogado ao chão com três pancadas. Ele se vira vendo os outros se aproximando.

–Ei, gostosinha, vem aqui atrás. – obedeço e me movo para trás de Connor e Sven. O sueco bonitão pega uma faca de caça e seu fuzil fica pendurado pela bandoleira.

–São quatro putos e mais um ali atrás. – diz Sven. Um dos zumbis se aproxima de Connor rapidamente e recebe uma tacada no crânio o derrubando. Sven crava a faca no peito do outro e em seguida em seu olho direito jorrando um jato de sangue em sua jaqueta camuflada.

–Atrás! – grito para Sven que se vira socando o queixo do terceiro zumbi, ele cai no chão e recebe três facadas, uma no pescoço e duas na testa. Connor gira o bastão de baseball e atinge o pescoço do quarto zumbi, depois prepara mais um golpe e amassa o queixo da criatura.

Olho para trás e o zumbi está próximo, ele é pequeno, seu rosto está todo desfigurado e o braço esquerdo mutilado. Parece ter doze anos de idade, é uma pena...

–Mata esse. – Connor lança o bastão de baseball, o pego e olho para a criança. Ela me encara com um olhar vazio e carregado de dor. Olho para Sven e ele estende sua mão empunhando uma nove milímetros e atira na cabeça da criança.

–Não faz mais isso Connor, cê sabe que é difícil pra qualquer um. – Sven guarda a pistola no coldre por baixo de seu moletom camuflado. Connor pega o bastão de volta.

–Foi mal, pensei que dava conta do recado. – diz Connor abrindo o capô da caminhonete.

–Pegue a bateria. – diz Sven acendendo outro cigarro vigiando os arredores. Connor obedece e começa a mexer no veiculo, vou ao lado do sueco.

–Nunca tinha reparado nesta casa. – me refiro a casa no fim da rua, está fechada e com um corpo estirado no gramado cheio de neve. Sven olha de relance.

–Se quiser pode dar uma olhada, mas não quero que morra, você é gostosa demais pra isso.

–É rápido, só quero ver se acho alguma coisa.

–Vai lá. – ele pega a pistola e me entrega. – não demore.

Passo pelo portão pequeno da casa, desvio do corpo estirado e giro a maçaneta. Está aberta. Pego a lanterna na minha cintura e ilumino o primeiro cômodo que é a sala de estar. Entro na casa e atenta, caminho pelos cômodos a procura de algo que seja útil.

Não encontro nada na cozinha além de pratos e talheres. Em um dos quartos pego peças de roupas intimas, alguns remédios no criado mudo e no banheiro produtos para higiene feminina. Era isso o que procurava. Averiguo o resto da casa e não encontro nada de útil, nem sequer um agressor. Deixo o local e vejo Sven e Connor enchendo as mochilas com peças do carro abandonado.

–Acho que é o bastante. – diz Sven colocando a mochila nas costas, ele me olha.

–Peguei o que precisava já.

–Então aproveite e pegue o rádio e as caixas de cigarros no banco do passageiro. – ele olha ao redor enquanto entro no carro. Pego a caixa de cigarros e coloco na mochila, pego a chave de fenda que Connor me entrega e desparafuso o rádio. O retiro e também guardo.

–Vamos, já to ficando com fome. – comenta Connor me ajudando a sair do carro.

–Era só isso? Não sabia que tinha tantos contaminados apenas na esquina.

–Eles estão aumentando, temos que montar guarda por essas áreas aqui senão vamos ter o rabo comido por esses viados. – diz Sven.

–Vamos falar com Dim... – antes de eu terminar a frase sou interrompida por Connor.

–Que se foda o Dim, aquele velho não sabe de porra nenhuma! Temos que nos virar por conta própria, não foi ele que descobriu os condomínios! Fomos nós porra!

–Mas ele é o mais experiente, temos que confiar na liderança dele...

–Que grande líder ele acha que é? O velho não levanta a bunda gorda pra nada, só nós que nos fodemos e ele fica o dia inteiro bebendo uísque e fumando os cigarros que eu acho! – exclama Sven puto da vida. Olho para Connor e ele também expressa o mesmo sentimento.

–O que vocês vão fazer? Vão mata-lo então?

–Não, mas a partir de hoje ele não manda mais em porra nenhuma. Somos uma sociedade anarquista e não democrática. Nunca gostei de receber ordens e sei que ninguém gosta. – diz Sven.

–Eu não sei, se vocês derem conta do recado e mantiver a todos alimentados e protegidos eu não me importo...

–Você é gostosinha, não precisa se preocupar, aliás, se quiser eu to livre pra gente tomar uma cerveja e assistir um filme de ação dos anos setenta hoje gata. – diz o sueco tentando me seduzir. Admito que ele é um gato.

–Posso pensar no seu caso. – digo sorrindo enquanto voltamos para “casa”.

–Eu posso fazer parte da festinha? – indaga Connor.

–Cala a boca.

Já é noite, depois que voltamos eles levaram as peças para Thomas que começou a fazer alguns reparos na van e em outro carro que pegaram semana passada. Não entendo muito de mecânica então fiquei por fora procurando algo para fazer. Tomei um banho quente, comi na casa de Haruka junto a outras garotas onde discutimos alguns assuntos pessoais. Descobri que Haruka deu uns pegas no mecânico Thomas e que Connor anda transando com a esposa de Will.

Estou no terraço observando a escura cidade de Vineville, como não tem energia tudo é parecido com o lado negro da lua. É um mistério a cada rua, uma surpresa a cada passo dado ali fora, estou protegida aqui mas sei que muitos podem estar morrendo ali neste exato momento. Coloco as mãos nos bolsos da jaqueta e olho para o céu, as estrelas estão lindas hoje e a lua desaparece e aparece entre as nuvens. Fico pensando e pensando, minha mente está distante neste momento, está além das estrelas, além do universo, além de tudo o que é físico, tudo o que é imaginável. Será que isso é um pesadelo? Se for quando vou acordar? Se for porque estou aqui? Se for porque não sinto medo?

–Para ser sincera eu não vejo isso como um pesadelo e sim uma benção...

–Eu concordo. – olho para trás, é Viktor, cabelos curtos e castanhos. Olhos verdes, barba raso e vestido com um moletom escuro bem aconchegante. Acho que pensei alto demais...

–Você estava aqui há quanto tempo?

–Pouco, também costumo vir aqui extravasar minha cabeça sabe?

–Sei...

–Cê costuma dar uns tapas? – o encaro, ele sorri retirando do bolso um baseado.

–Onde arrumou isso?

–Eu cultivo no meu apartamento, é bom pra dar uma acalmada sabe?

–Onde arrumou?

–Eu tenho faz tempo, sempre carrego um ou outro. Mas ai, cê vai querer?

–Não sei...

–Essa aqui é das boas, vai te fazer viajar bem legal. – ele acende o baseado com seu isqueiro dourado e me oferece. – pega, é só dar uns três tragos.

–Está bem. – pego o baseado e coloco em meus lábios, ele fica me olhando e sorrindo enquanto trago. Depois de quase sete tragos entrego o baseado segurando a fumaça.

–Solta. – deixo a fumaça vazar por minha boca e sinto uma queimação que vai de minha boca até a garganta.

–Nossa. – começo a tossir e ele dá uns tapinhas em minhas costas.

–Maneiro né? Se começar a ver ou ouvir umas coisas estranhas não liga que é normal. – neste momento meus olhos começam a piscar como se estivesse em câmera lenta, o céu fica azulado e as estrelas gigantes.

–Uau... – olho ao redor e tudo fica mais distante, minha mente também. Viktor parece estar a cem metros.

–Tenta manter a cabeça na realidade. – meus olhos começam a distorcer tudo a meu redor, parece que me adentrei de um vácuo espaço tempo e em vez de pisar no solo estou andando sobe o mar.

–Muito forte... – minha cabeça gira tanto que não consigo aguentar, sinto o impacto de meu corpo se colidindo com o chão e apago de vez.

Nunca mais uso essa merda.


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Notas finais do capítulo

Acontecimentos paralelos que ocorreram enquanto o capítulo de Lucy era narrado:

—Tai transou com Mikayla.
—Helena passou o dia todo atendendo pessoas e fazendo suas consultas psicológicas. (Haruka, Julie, Dust, Angelo, Charles e Mary.)
—Dust passou o dia procurando por armamento na cidade com Mark, Brad e Emma. Encontraram algo muito estranho, um corpo baleado e com marcas de facadas, retornaram e avisaram aos outros que disseram tomar uma providência no dia seguinte.
—Charles e Mary depois da consulta ajudaram Haruka e Will a organizar os mantimentos no armazém do condominio.
—Dim conversou com o pessoal do acampamento de Tommy e Vercetty, eles passaram o dia todo tentando entrar em um acordo de troca de um pouco de comida por munição e armas. Mas isso precisa da aprovação do grupo.

Escolhas tomadas por votação:

1- Aprovar a troca de mantimentos por armas.

2- Não aprovar a troca.

3- Aprovar e criar uma emboscada para matar Tommy e Vercetty e tomar as armas sem dar os mantimentos.



Aliás, a Lucy pode escolher caso queira ter um relacionamento com os seguintes personagens:
—Sven. (O sueco passa o dia todo a cantando e chamando para sair, Lucy se vê tentada pela beleza e o carisma do homem mesmo sendo um pouco mais velho.)
—Viktor. (O jovem mostra interesse toda vez que conversa com ela, eles parecem ter algo em comum e ambos tem quase a mesma idade com uma diferença de 2 anos de Lucy.)
—Connor. (O policial atira para todos os lados e Lucy está na mira dele, é bonito e sedutor mas se Lucy fosse querer algo seria só uma transa pois sabe que o homem não presta.)
—Angelo. (Mesmo não sendo a pessoa que mais interessou Lucy, ele é bonito e parece afim dela em alguns momentos, mas é um mistério.)

Para Haruka também:
—Connor. (Sempre elogiando os peitos da japonesa este cara está louco para foder com ela, mas depende da mesma.)
—Thomas. (Já a pegou uma vez mas não transou, Thomas é diferente, não foi malicioso nem nada, é sempre um cara que fala as coisas certas nos momentos certos e Haruka até gosta dele.)
—Brad. (O rapper vive criando rimas para impressionar a japonesa, ele é um bom homem e sempre tem uma alta astral.)

Até o próximo, se me esqueci de algo é só avisar, até mais galera, flw.