Guerra Z. - História Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 4
Ep 03- Mary. - Cotidiano.


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempo aqui estou com um novo episódio :p esse ai ficou mais calminho porque não é sempre que vai ter adrenalina. As pessoas começam a se conhecer melhor e talvez criar um tipo de afinidade uma pela outra, espero que gostem, flw.

Tenho que atualizar minha outra história, é bem trabalhoso mas logo eu termino ela e mantenho um foco maior aqui, obrigado e boa leitura.



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Dia 15 de Novembro.


A manhã foi bem divertida hoje, mesmo com o frio passei boa parte do tempo na companhia de Charlie, um homem barbudo, cabelos ruivos, alto e com cara de mau, mas no fundo ele é bem legal e tem um sotaque engraçado. Eu o ajudei e Thomas a arrumarem o motor da van. Agora demos uma pausa para o almoço.

–Só isso? – questiono ao ver a lata mixuruca de feijão congelado. Odeio feijão!

–Pode comer o meu já tenho o bastante aqui. – diz Charlie me oferecendo seu macarrão enlatado, é tudo enlatado! Odeio latas! Porém não recuso e de primeira tomo a lata de sua mão.

–Valeu! – me sento entre Thomas e Charlie, eles conversam sobe o motor da van. Estamos todos sujos de graxa. No pátio vejo algumas das pessoas que moram conosco no condomínio, eles não são de falar muito.

Enfio o dedo dentro da lata de feijão e puxo uma gosma que tem um cheiro terrível, como eu desejo uma fogueira nestes momentos...

–Olá. – escuto o homem se aproximando de Mikayla, a fotógrafa bonita que está sentada em um banco perto de nós. O menino é alto, cabelos até os ombros cacheados e negros, é bonito.

–Oi, quer sentar? – ela pergunta o visualizando com seus belos olhos. Vejo tudo de longe com um sorriso no rosto.

–Quero sim. – ele se senta sorridente ao lado de Mikayla, que oportunista!

–Como vai? Não conversei muito com você... – ela sorri o indagando.

–Vou bem, mesmo com tudo isso e... A saudade é grande...

–Eu compreendo, perdi meus pais, perdi tudo...

–Nunca esperava que isso fosse acontecer um dia, mas o mais difícil é não ter ninguém para conversar, não se incomoda?

–Com certeza não, também estava só.

–Meu nome é Tiberius, mas como é um nome estranho pode me chamar de Tai. – ela ri.

–Meu nome é Mikayla.

–Olá Mikayla.

–Olá Tiberius.

–Tai.

–Olá Tai.

–Assim é melhor. – ele sorri. Olho para Charlie e ele bebe um pouco de agua, Thomas ainda come o resto de sua lata.

–Tem tantas pessoas aqui e eu nunca tinha reparado em você Tai.

–Eu reparei em você, reparei muito bem. – as bochechas de Mikayla avermelham-se.

–O que quer dizer com isso? – ela indaga envergonhada.

–Quero dizer que você é muito linda e fica caminhando por todo o pátio fotografando e sorrindo, é difícil não notar. – o rosto todo de Mikayla se avermelha, a mulher parece um avestruz sem onde ter a cabeça a colocar. Haha.

–O-Obrigada. – em seguida um riso sem jeito emerge de sua boca.

–Vamos, temos um trabalho para completar. – diz Thomas se levantando lançando a lata no chão. Levanto-me junto a Charlie, estou determinada.

–Alguém pode me ajudar? Por favor... – diz a chinesa na porta de um prédio gritando para todos no pátio. Thomas me olha de lado.

–Essa parte é mais pesada Mary.

–É melhor você ajuda-la. – diz Charlie também me encarando, estão me chamando de fraca!

–Machistas! – me viro irritada e vou até a chinesa. – eu a ajudo! – a chinesa abre um sorriso e me acolhe abrindo a porta do prédio lateral.

Estamos na escadaria, eu a sigo quase batendo minha cara em sua bunda.

–Meu nome é Haruka, eu e Julie estamos lavando as roupas dos inquilinos. – inquilinos? Eu não conheço quase ninguém aqui!

–Lavar roupas? Sério? Droga! – a chinesa ri, ela sobe mais alguns degraus e para em frente a uma porta no segundo andar, a abre e caminhamos pelo corredor do andar passando por apartamentos alheios.

Finalmente chegamos ao local, um apartamento cujo a porta está aberta e com vários cestos lotados de roupas sujas dos “inquilinos”. Haruka entra no apartamento onde há três maquinas ao canto e vários produtos para usarmos. Odeio lavar roupa!

–Por onde começamos? – ela se questiona pegando uma caixa com sabão em pó. – temos pouca agua para fazer uso.

–Não é melhor chamar mais alguém?

–Não, as outras garotas estão ocupadas, minha amiga Helena está limpando nosso apartamento, Julie está ajudando Liz a preparar o jantar.

–E Mikayla?

–Ah, ela estava flertando com aquele gatinho!

–Isto é injusto, eu também estava trabalhando!

–Mas você é uma dama, não deve sujar suas mãos com graxa.

–Feminista.

–Você é engraçada, gosto de pessoas assim, mantém o clima do jeito que era antes. Quer ser minha amiga? – a criança aqui sou eu ou ela? Que chinesa maluca.

–Pode ser. – ela se encanta com os olhos brilhantes. Retira o casaco e seus peitos, uau como são grandes! – meu deus, isso é natural? – questiono espantada com o tamanho daqueles peitos, parecem ter vida própria!

–São sim. – ela responde envergonhada. Antes peituda do que uma tabua como eu, maldição!

–Vamos lavar logo, quero voltar lá embaixo e ajudar meus amigos. – me refiro a Thomas e Charlie, eles sim são maneiros.

–Vamos. – então a missão se inicia. A cada vinte minutos lavamos um cesto de roupa suja, ao total são trinta e quatro alvos. Isso vai levar umas oito horas, oito horas de puro tédio.

Já se passaram cinco horas, não aguento mais lavar roupa suja. Levanto-me morrendo de frio com as mãos encharcadas, Haruka me olha confusa.

–Vou indo.

–Vai me abandonar? Eu estava adorando conversar com você.

–Tenho que fazer outras coisas e... – neste momento Brad abre a porta, ele é um homem negro, alto que usa roupas largas.

–Eu estava te procurando Mary, pode me ajudar? – olho para Haruka e ela assente.

–Posso sim, até mais chinesa.

–Eu sou japonesa.

Então segui Brad até um apartamento no segundo prédio, a área estava toda suja e as paredes uma cor sim, uma cor não. Vejo Julie com um pincel na mão pintando a parede da cor branca.

–Adoro pintar. – digo recebendo um pincel de Brad.

–Esse é o apartamento da Julie. – ele comenta me levantando e colocando em uma escada.

–Vamos pintar a sala só, amanhã eu cuido do quarto. – ela me olha e sorri toda suja de tinta.

Fiquei lá por quase duas horas, foi bem cansativo, mas é melhor que lavar roupa suja.

Escuto a buzina da van no pátio enquanto estava me despedindo de Julie e Brad que continuaram a pintar. Corro pelas escadas descendo rapidamente e chego ao pátio. Muitas pessoas estão ao redor do veiculo enquanto Charlie a liga.

–Podem voltar, vamos abrir o portão e buscar Sven e os outros. – diz o xerife Dim com um charuto na boca e seus tradicionais óculos escuros. Está bem frio e já anoiteceu.

–Eu também quero ir! – digo passando por todos. O xerife retira o charuto da boca e me olha se abaixando.

–Você não pode, é uma criança.

–Charlie! – ele me olha em frente ao volante, Thomas segue até o portão para abri-lo.

–É perigoso Mary.

–Mas eu quero ir! – o xerife olha para Charlie e nota minha forçada expressão de tristeza. Charlie olha para o volante sério e me encara sinalizando para subir.

Corro e jogo meu corpo no banco de passageiros ao lado de Charlie. Thomas abre o portão e todos ficam no pátio olhando a van deixar o condomínio.

–Coloque o cinto, não deixe a van e evite olhar pela janela. Vamos ser rápidos. – coloco cinto e obedeço a Charlie. A noite cai junto com a neve, enquanto passamos por algumas ruas vejo “eles”. São assustadores, piores que nos filmes, parecem ter saído do pesadelo mais profundo e mergulhado no mundo real. – não olhe muito, você pode não dormir depois.

–Não é estranho? Saber que um dia vamos virar um deles... – Charlie continua a dirigir sério, ele me olha às vezes de relance, mas não perde o foco no volante.

–É ali. – consigo ver o grande supermercado, ele nem sequer passou pela frente para evitar os zumbis, acho que posso chama-los assim. Charlie para a van em um beco atrás do supermercado. – fique aqui, qualquer coisa buzine, não abra a porta para nada.

–Aonde você vai?

–Vou chama-los, é rápido. – Charlie desce do veiculo e fecha à porta, ele entra por uma porta e depois desaparece na escuridão. Meu coração congela de tanto medo, sinto um arrepio tomar meu corpo ao olhar pela janela, é como se estivesse sendo observada pelos olhos do demônio enquanto durmo, sei que se for pega vão devorar até minhas entranhas... Eu sinto medo, parece que Charlie nunca mais vai voltar e vou ficar ali no meio do beco só.

Já se passaram cinco minutos e ele ainda não voltou, não aguento mais de tanto pavor, olho aos cantos paranoica, eles estão perto, consigo sentir isso, tenho que fazer algo, tenho que chamar Charlie, tenho que correr!

No momento de mais desespero escuto uma batida forte na janela ao meu lado, meu coração para, meus olhos se abrem como uma coruja. Olho fixamente para o volante e temo ver o que está batendo na janela da van, seguro as lágrimas que tentam escorrer por meus olhos e me viro prestes a encarar o demônio.

–Ei! Abre à porta, você é surda? – meu coração apertado se solta como um pássaro livre em um campo de flores e com ar fresco. É Connor, não o vi se aproximando, pois estava paranoica o bastante. Rio só balançando minha cabeça e olho para o teto aliviada. – abre logo! – destranco a porta e ele a abre estendendo a mão pegando as chaves no volante.

–O que encontraram?

–Comida pra caralho! – ele dá a volta, olho pela outra janela e lá estão Sven, Dust e Charlie carregando caixas e caixas de mantimentos, tudo o que se pode imaginar, comida, agua, refrigerante, produtos para higiene pessoal, roupas e etc.

Eles estão colocando tudo na parte traseira da van, um após o outro entra no supermercado e retorna com caixas ou sacolas cheias de mantimentos, colocam no veiculo e fazem o mesmo trajeto várias e várias vezes até lota-la.

–Vamos embora. – diz Dust entrando na parte traseira junto a Connor e trancando a porta, estão bem apertados lá atrás.

Charlie e Sven sobem também e fico no meio dos dois.

–Dá no pé. – diz o louro com uma caixa de chocolates e devorando uma barra até salivando. Ele nota que estou olhando e estende a caixa, pego uma barra.

Charlie já começa a dirigir de volta para nosso condomínio, sinto como se fizesse parte da família agora, como se fossemos uma família... Sven conversa com Charlie sobe alguns planos que ele bolou lá dentro, eu como os chocolates que ganhei, estão deliciosos, os melhores que já comi. Daqui em diante vamos comer bem e ter uma vida boa enquanto durar, o que falta é energia, mas disso iremos cuidar.






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Notas finais do capítulo

Espero pelos reviews, que sejam um pouco mais precisos dizendo o que foi bom e o que eu devo melhorar. A dona da personagem pode me dar sua opinião também, é bem demorado fazer um capítulo e eu gosto de ver suas opiniões concretas, obrigado pela atenção :b



Próximo episódio.

http://fc03.deviantart.net/fs48/f/2009/225/9/1/ZOMBIE_KILLER_by_zhuzhu.jpg

"Conhecendo o outro lado."

Será narrado por Mark, alguns personagens terão mais destaque neste capítulo e garanto mais ação.

O que cada personagem fez no capítulo paralelamente aos acontecimentos narrados:

—Julie pintou seu quarto.

—Tiberius buscou as ferramentas, depois conversou com Mikayla e ambos foram ao telhado de um prédio para ver como a cidade estava. Tai está interessado na garota e ela mostra um pouco de interesse.

—Angelo passou a tarde toda conversando com Viktor sobe suas bandas preferidas, livros e jogos. Eles parecem se entender um pouco.

—Mark estava estudando o gerador com Dim, eles descobriram como repara-lo e vão dar inicio ao projeto no dia seguinte com a ajuda de Charlie e Thomas.


Não se esqueçam que também podem deixar nos comentários caso queiram que seus personagens flertem com outros personagens, um exemplo disso foi Tai e Mikayla, usei como exemplo.

Até mais pessoal.

(Atualizado)

Idade dos personagens, alguns eu acrescentei alguns anos, caso do Dust que tinha 21 e eu aumentei:

Helena 28 anos.
Julie 17 anos.
Thomas 32 anos.
Haruka 21 anos.
Dust 33 anos.
Mary 13 anos.
Connor 24 anos.
Tiberius 27 anos.
Mikayla 20 anos.
Angelo 15 anos.
Charlie 37 anos.
Mark 27 anos.
Viktor 20 anos.