Break escrita por AnaAraújo


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, estava muito ocupada! Espero que gostem.



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Estava sentada na sala de espera do consultório da Dra.Olivia. Não sei o porque, mas estava confiante, o que não acontecia a tempo. Minha mãe estava ao meu lado, olhei para ela de canto de olho, e percebi que ela estava nervosa.

— Mãe, está tudo bem? — Perguntei com preocupação.

— Sim—Mentiu.

— Rebecca Hale— Chamou a Dra.Olivia.

Me levantei e minha mãe me acompanhou. Cumprimentei a doutora e logo me sentei na poltrona. A Dra. deu um sorrisinho doce e se sentou em sua cadeira, do outra lado da mesa. O consultório era uma sala grande, com piso brilhante e paredes brancas, com poucos móveis escuros e luxuosos, e um ameaçador biombo azul-claro separava a escrivaninha da área de exames.Mudei a posição das pernas, procurando um modo mais confortável de sentar. Meu corpo estava tenso.

— Rebecca, você sabe o que são benzodiazepinas?—Neguei com a cabeça. — É uma nova linha de fármacos usada, entre outras coisas, para tratar estresse pós-traumático. Eventos traumatizantes normalmente se armazenam nas memórias de curto prazo antes de se instalar permanentemente. Com as benzodiazepinas, é possível tratas esse trauma antes que se instale.

—Ou seja, induzir uma amnésia? — Conclui. Dra. concordou com a cabeça.

— Assim os traumas não fazem parte da psique.

— Acho que isso não se aplica muito no meu caso. — Murmuro.

— Não, realmente não. Pelo que deduzimos seu agressor — Para não dizer estuprador— Deve ter conhecimento sobre as benzodiazepinas, talvez seja um neurocientista, e apagou aqueles dias de sua memória.

— Quer dizer que além de ser um psicopata perigoso, meu “agressor” é um psicopata perigoso e neurocientista?

Dra. franziu as sobrancelhas enquanto avalia minha frase.

— Algo assim. — Ela concordou. Escondo o rosto entre as mãos.

— Eu nunca vou lembrar?

— As benzodiazepinas são uma descoberta muito recente. Não podemos garantir nada, porém... — Ela deu um suspiro. — A quantidade dessa substância encontrada em seu corpo é muito baixa. Voltei a encará-la.

— Então eu vou lembrar, e poder identificar o criminoso?

— Talvez sim. — Minha esperança foi nas alturas. — Talvez não.

Desabei junto com a esperança e soltei o ar pela boca.

— Obrigada, Dra.

Sai do consultório meia atordoada. Era tantas perguntas. Será que um dia eu iria lembrar de alguma coisa? Erá que eu queria lembrar? Será que suportaria?

Fui desviada de meus pensamentos com minha mãe me chamando desesperada.

— Rebecca? Você esta bem?

Apenas afirmei com a cabeça.

— Querida, preciso ir no banheiro. — Falou.

— Ok, te vejo no carro— Falo, me virando e retomando o caminho.

Abracei meus cotovelos e baixei os olhos para o chão, caminhando devagar pelo piso brilhante do hospital. Meu Converse branco de couro ecoava no corredor vazio, e o ruído dos passos em perturbador. Tentei caminhar o mais silenciosa a rápida possível. Lutava sem sucesso contra as incógnitas que assombravam minha mente. A mesma palavra piscava em neon na minha frente. Será?

Será? Será? Fechei os olhos e balancei com força a cabeça. Pare de pensar nisso, Becca. Pare!

— Pare. — Murmurei.

As paredes e luzes brancas ameaçavam me engolir, e um pavor sufocante tomou conta de mim. Eu precisava sair daqui.

— Carro. — Sussurrei, tentando me acalmar. — Para fora. Para o carro.

Comecei a caminhar depressa até o carro, virando uma curva abrupta e esbarrei em alguém. Antes que minhas costas atingissem o chão, uma mão forte agarrou meu pulso e me estabilizou. Levantei os olhos.

— Obrig...

Minha voz parou no meio do agradecimento, assim como minha respiração, quando encontrei aqueles olhos.

Aqueles olhos


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Notas finais do capítulo

Comentem! Obrigada.