Observei o ser que estava a minha frente, com mais raiva ainda. Imaginava na minha mente perversa quais maneiras mais horríveis e maldosas para torturar Jeremy. Admito que todas me agradaram muito. Quem sabe eu não arrancava seu amiguinho fora? Talvez seus dentes!

Quem sabe colocar fogo no carro dele? Rasgar suas roupas meter-lhe um soco, fazer com que fique impossibilitado de ter filhos, arrancar seus 32 dentes, ou seja-la quantos, deixar Rachel careca, quebrar o celular de Jeremy e logo jogar os cacos no rio, raspar também sua cabeça, deixa-lo pelado e inconsciente, o jogar no meio da rua com as mãos atadas e fita na boca, no outro dia comprar uma arma nuclear, cavar um abrigo subterrâneo, pegar todo o tipo de alimento possível, voltar na casa de Jeremy e amarra-lo na cama, atirar a bomba nuclear no seu quarto e fugir para o abrigo subterrâneo. FIM!

Isso seria TÃO prazeroso!

– Garota me larga. – Tentei soltar-me da garota qual possuía cabelos ruivos. Então, notei que a garota era a mesma que havia chamado Kera para apartar a briga.

– Acha que pode ter o MEU Nathan conquistando Kera querida? Olhe para você. Não se enxerga? ELE É MEU!

– Do que você está falando? Me solta, está me machucando.

– Acredite, é está mesmo à intenção. – Deu-me um sorriso cínico.

Não estava mais aguentando. Primeiro Jeremy, Rachel e agora está garota? O que está cria do demônio quer?

Dei-lhe um soco no seu nariz sem pensar duas vezes. Já estava cheia destes joguinhos, cheias dessas garotas que pensam que podem controlar o mundo, cheia desta luta pelo “eu sou mais bela”, “eu sou mais popular”... Cheia desta ruiva falsificada que atrapalhava meu caminho!
Ruiva falsificada mesmo! Suas sobrancelhas eram pretas!

A garota tombou para trás, e caiu de bunda no chão, o que se fez atrair muitos olhares. Seu nariz sangrava e pelo som que havia saído, estava quebrado.

– SUA LOUCA! VOCÊ QUEBROU MEU NARIZ!

Ela levantou-se de supetão e avançou-se em mim, arranhando pouco abaixo do meu pescoço. Segurei seus dois braços com força antes que a gata malhada resolve-se esfolar-me com suas unhas demoníacas.

– GAROTA ME DEIXA EM PAZ, O QUE EU TE FIZ ENTOJO? – Gritei extremamente irritada. Pude perceber o bolinho que havia se formado a nossa volta.

– Betthany. – Ouvi uma voz extremamente familiar soar. A garota olhou para o lado, dando-me tempo de empurra-la nova mente.

Ao meu lado esquerdo, estava Nathan o qual a olhava feio.

– Nat, essa garota me agrediu. Ela quer roubar você de mim.

Então, a vadia obscura jogou-se em seus braços de forma dramática. Revirei os olhos com completa irritação.

Dei meia volta pronta par ir ao banheiro ao notar o arranhão que a vadia havia me dado.

– Meu Deus, o que aconteceu? – Jéssica abordou-me.

– Muitas coisas.

Continuei a caminhar decidia de que iria embora. Era coisas de mais para uma festa de menos. BEM VINDOS NOVATOS!

Assim que cheguei ao banheiro, dei de cara com Carol.

– Oh Meu Deus, quem te fez isto? Diga-me quem é a filha do capeta que não tem amor pela vida que hoje eu vou cometer um assassinato.

Permiti sorrir.

– Aproveite e mate Rachel e Jeremy também.

– O que aconteceu?

Contei-lhe tudo sobre Jeremy e Rachel, de Nathan e da vadia enquanto tentava amenizar a dor do arranhão.

–Meu Deus! – Exclamou ela estupefata. – Quem é esta vadia do Carandiru?

– Sei lá. Alguma peguete de Nathan, talvez. Mas com ela eu me resolvo depois. Preciso me vingar de Jeremy.

Então, Jéssica e Camila entraram no banheiro perguntando o porquê de eu estar querendo vingar-me de Jeremy. Expliquei-as tudo novamente. A reação das meninas foi à mesma que de Car.

– Por isso Percy havia dito aquilo mais cedo – lembrou-se Jéssica.

Camila assentiu.

– E Kera!

– O que tem eu?

Na porta, Kera dirigia-se até nós.

– Conte a ela Ally. – Disse Car.

– Oh, Deus pai!

Contei-lhes tudo pela terceira vez.

– Bem que achei estranho o fato de Bettany ter me chamado estando claro de que não havia nenhuma briga.

– São tantas pessoas para matar.

– Quer matar agora? – Perguntou-me Car. Embora você pense que esta sendo irônica, ela está muito séria.

– Não, eu só quero ir para casa. Por isso eu odeio festas.

– Quer que eu te leve? – Perguntou-me Kera.

– Não tá tudo bem.

Então, lembrei-me que havia vindo ao carro de Percy.

– Na verdade, não está tudo bem, me leve para casa.

Elas riram.

– Passamos na sua casa amanhã! – Avisou-me Carol.

Assenti, logo seguindo Kera para fora da mansão.

– Nathan pediu desculpas por Betthany. – Kera revirou os olhos. – Ela não aceita um não.

– Ela é o que dele?

– Eles namoraram um pouco, quando Nathan fez intercâmbio em Londres. Nada mais de três meses. Ele saiu de lá solteiro, deixando claro de que não estavam mais juntos; ela era do tipo grudenta, sabe? Então, quando ele voltou, dias depois, a vadia havia vindo para o Brasil, morar com o tio. Mais precisamente no Rio de Janeiro. Coincidência ou destino? – Brincou.

– Uau.

– Pois é. Mas uau digo eu. Que belo soco hein? Quebrou o nariz da menina.

– Ela estava me dando nos nervos. Era muita coisas para pensar e eu já estava ficando irritada!

Ela riu.

– Foi bem feito. Nathan com certeza vai beijar seus pés por isso. – Corei. – Ei, não adianta esconder! Vi o clima que estavam vocês dois!

– KERA! – Censurei.

– Que foi?

Revirei os olhos.

. . .

(N/A: Ouvi está música enquanto fazia. Ouçam:http://www.kboing.com.br/demi-lovato/1-1245820/)

Carol havia vindo a minha casa para pegar-me de carro. O plano já estava arquitetado, e com toda a certeza Jeremy iria comer o pão que o diabo amaçou. O ponto era que eu iria deixar o rosto de Jeremy desfigurado.

Estava tudo pronto. Depois de uma ajudinha de Nathan e de uns “remedinhos” (conhecidos como estrogênio) na bebida de Jeremy, conseguiria minha vingança.

Enquanto eu elaborava várias maneiras de fazê-lo pagar, Carol dizia-me que vingança é um prato que se come frio.

A aula ainda não havia começado, então ficamos a frente de nossos armários conversando.

– Ok, você já está com o vídeo? – Perguntou Jéss a Kera.

– Aqui está. – Ela balançou o CD acima do ombro.

Camila sorriu maligna.

– Não vejo a hora de pegar este desgraçado.

– Ok. Car, quando todos estiverem no refeitório, coloque o CD no refletor a ponte para o fundo das portas. – Kera avisou. – Alicia, você já sabe o que fazer.

– Com certeza.

Estava muito feliz. Nosso plano era o ó do borogodó de tão bom e olha que nem sei se esta expressão existe. Mas não havia nada que poderia deixar-me com raiva, afinal não é todo o dia que se pode humilhar Becker e bate-lo logo depois.

Admito que foi muito difícil elabora-lo, mas valeu a pena.

(N/A: Valeu a pena, ÊH ÊH, valeu a pena ÊH ÊH, sou caçador de ilusões... u-u é assim que se canta?).

DEPOIS DA FESTA:

Acordei com o maldito som do celular vibrando e tocando uma música qualquer que não consegui decifrar.

– QUEM É O DEMÔNIO QUE QUER MORRER EM PLENAS 2 HORAS DA MANHÃ CACETE? – Gritei assim que atendi.

– Ai meus ouvidos sua vadia. – Era Kera. Uma voz soou no fundo dizendo “Acostume-se, acontece muito comigo”; era a voz de Camila. O que elas estavam aprontando?

– O que foi? Fala de uma vez! Por sua culpa agora vou ter que contar carneirinhos.

– Estamos na frente da sua casa. Coloque uma roupa preta e venha nos encontrar. Temos um plano.

. . .

– MEU DEUS! Colocaram estrogênio na bebida dele? Isso vai funcionar? – Perguntei apavorada com a ideia das minhas amigas. - O que mais me apavora é que Camila está dirigindo e ninguém morreu!

– EI!

– Como vocês conseguiram? Ele não suspeitou?

– Pedimos uma ajudinha a Courtney... – começou Camila.

– Courtney precisa dar isso a ele! – Kera implorava. – Por favor, é por Alicia.

– Eu posso ser demitida sabia? – Brigou.

– Coloque a culpa em nós!

– Por favor! – Insistiu Camila.

A garota bufou.

– Está bem!

– Quem diria. – Não pude deixar de sorrir. – Temos mais aliadas do que imaginamos. Mas, sobre as câmeras? Alguma de vocês sabem instalar?

– Nathan sabe algumas coisas sobre isso e me explicou. É o hobby dele.

Não gostei da forma com que Kera reforçou “Nathan”.As garotas me olhavam maliciosas.

– Que foi? Não me olhem assim!

– Ok, vamos de uma vez. – Disse Jés.

Car olhou no relógio.

– Estamos com pouco tempo. Daqui a mais ou menos 40 minutos ele vai estar em casa com Rachel, então é melhor nos apressarmos.

– E isso é motivo para colocar Camila no volante?

– Não esquenta. – Assegurou-me Kera. - Ela apenas bateu em um carro. O motorista a chamou de doida e ela deu ré e bateu novamente. Ele a chamou de estúpida e ela disse: “HÁ! Diga isso para a bunda do meu carro!”.

– Ok. A casa dele fica uma quadra depois da minha então vamos a pé.

. . .

A casa de Jeremy não era fechada, por sorte. Era de dois andares e justamente o seu quarto ficava no segundo piso. Adentramos no pátio no maior silêncio. Fitava a janela de Jeremy enquanto pensava onde fui me meter. Ainda mais com essas roupas. Esta vamos ridiculamente camufladas. TODAS nós de preto.

– Como vamos abri-la? – perguntou Jéssica.

– Talvez esteja aberta.

– Faz pezinho Car.

Ela bufou, enquanto Kera subia.

– Sempre sobra para mim.

– Está aberta? – Perguntei.

– Eu não alcanço.

– Me deixa ir.

– Ally, você vai me trucidar! – Disse Car preocupada. – Não aturo nem está aí imagine você.

Ignorando os apelos de Carol, subi pelo seu ombro até chegar a Kera, fazendo o mesmo movimento. Então, consegui abrir a janela.

– Beleza meninas, está aberta, agora é só...

Só deu tempo de ouvir gritos e sentir-me sendo atraída pelo chão. Em um movimento rápido, segurei-me na soleira da janela. Olhando para baixo, pude ver que Carol e Kera estavam desmoronadas no chão. Ótimo, estou pendurada na soleira da janela de dois andares. O que pode dar errado?

– SOCORRO! TIREM-ME DA QUI! – Pedia a minhas amigas, apavorada enquanto debatia minhas pernas.

– Está tudo bem Ally. – Ouvi a voz de Camila. – Suba. Você consegue.

Por que não é você que está pendurada a mais de UM ANDAR!

Suspirei. Com um pouco de dificuldade, segurei-me no verso da soleira, para logo depois apoiar os ombros, a barriga, as pernas e já estar do outro lado.

Abri o guarda-roupa e peguei quatro lençóis amarrando-os uns nos outros. Depois joguei para minhas amigas. Logo estavam todas ali comigo.

Carol retornou a olhar o relógio.

– Ok, temos 20 minutos até que a praga chegue.

Kera, que até agora transportava uma bolsa, a abriu tirando de lá câmeras. Ela entregou uma para cada. Apesar de fazerem um grande trabalho, eram pouco maiores que minha unha.

– Ok, vocês instalem estas câmeras onde ele não possa ver e ao mesmo tempo onde possamos ver ele. – Quanta complicação. – Irei instalar o equipamento para está outra máquina, a qual passara tudo o que as câmeras capitarem.

Coloquei a minha na soleira da porta enquanto as meninas escondiam as suas.

Não havia como esconder minha felicidade. Depois de tanto tempo de pequenas vinganças e picuinhas eu vou definitivamente vingar-me dele. E de um modo louco e original. Simplesmente, minhas amigas agindo juntas eram de dar medo. A ideia era definitivamente muito boa! Colocar estrogênio em sua bebida iria “abalar seus hormônios masculinos”. Então, quando ele trouxe-se Rachel para sua casa, seu amigo não iria “colaborar”.

Carol começou a mexer em suas gavetas.

– Meu Deus! Que cuecas são essas?

Oh Céus!

– Olha só isso meninas!

E então, as coisas deram errado.

Carol jogou a cueca para Jéssica, que estava na frente da janela. Ela acabou levando um susto com aquela coisa voando em seu rosto, então se atirou para trás agarrando-se nos lençóis. Camila tentou segura-los, mas não deu tempo. E então com o impulso, ela também caiu.

– MEU DEUS! ELAS MORRERAM? – gritou Kera.

Ouvimos passos e vozes.

– Que barulho foi esse?

ERA A VOZ DA MÃE DE JEREMY! CÉUS, CÉUS, CÉUS!

– Escondam-se! – Sussurrou Car.

Escondi-me no guarda roupa enquanto as meninas, abaixo da cama. Ouvi Sr. Becker murmurar alguma coisa e logo fechar a janela. Ouvi o barulho da porta fechar-se junto dos passos que iam sumindo.

Saímos dos diversos esconderijos e fomos até as janelas. As duas estavam estiradas no chão com terra e grama na boca. Eu teria tempo de rir ou de achar nojento, mas estava preocupada.

– Estão vivas? – Perguntei.

– Sim!

– Ok, eu já instalei as câmeras – Kera disse. – Já podemos descer.

– Como nós vamos descer?

– Vamos escalar.

Admito que a ideia de escalar até o chão não foi muito boa. Eu acabei caindo e estou toda dolorida. Na verdade nós estamos. Acredito que tenhamos pagados nossos pecados hoje, pois até Kera acabou caindo do segundo andar. Mas o resultado foi bom. Muito bom.

Esbarramo-nos pela cama do meu quarto e ligamos a câmera.

Rachel e Jeremy estavam se agarrando. Bom, não vou “descrever” por que acho muito nojento o que estou vendo. Imagine você.

– Jeremy, seu amiguinho não está ajudando. – disse Rachel.

– Isso, isto nunca me aconteceu.

As outras cenas foram piores que a primeira.

– Urg, que nojo, não me obriguem a ver isto!

Escondi o rosto com as mãos.

– Jeremy, não está adiantando.

– Isso... – sua voz sumiu.

– Jeremy não dá! O que aconteceu? Eu não sou atraente o suficiente?

– O que? Rachel não...

– Até amanhã.

Explodimos em gargalhadas.

Enfim, havíamos conseguido o que eu tanto queria. Vingança.