The Daughter Of Darkness escrita por Daughter of Zeus


Capítulo 14
Verde combina com você


Notas iniciais do capítulo

Gente, capítulo longo esse. Espero que gostem, eu gostei, comentem, me falem se tá um lixo, se não tá, se tá mais ou menos, a opinião de vocês importa, e muito. As aulas de vocês já voltaram? As minhas já, isso é um horror, não desejo pra ninguém. Beijos e aproveitem o capítulo!



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Na última semana minha relação com James tinha se tornado muito melhor. Não éramos amigos que não se desgrudavam, mas pelo menos ele já não parecia mais tão incomodado com Rose sendo minha amiga, a pobre Lily não tinha descanso, o Potter II simplesmente havia grudado na garota vigiando-a quase 24 horas por dia. Outro dia Rose surtou com Albus chamando-o de hipócrita em 9 idiomas diferentes e socando um dos olhos dele (ficara incrivelmente roxo), a Potter mais nova gritava com ele o tempo todo.

Infelizmente esse ataque da Weasley teve consequências, essas consequências respingaram apenas em mim. Foi devido a elas que estou narrando isso dentro do banheiro de uma fantasma irritante e deprimida. Detalhe: narrando isso no banheiro da murta-que-geme enquanto eu choro e tinta verde escorre pelo meu uniforme.

Por que o Potter descontou em mim? Fácil, porque tudo o que acontece com ele, Albus decidiu que era culpa minha.

Certo dia Lily socou o nariz do irmão por não aguentar mais a escolta dele, o resultado foram as cinzas do meu exemplar de “O Hobbit” espalhadas no meu colchão. A diretora Minerva deu detenção a ele por isso, e ele me deixou em “paz”.

Essa paz durou até o surto de Rose.

No dia seguinte a isso, eu andava pelo corredor, distraída segurando meu livro de feitiços quando fui empurrada contra a parede.

– Você tem problemas pra olhar por onde anda?!- Gritei alto o suficiente para me ouvirem debaixo das masmorras.

– Não, não tenho, era só você que estava empacando a passagem do corredor. – Albus sorriu cínico.

– Pedir licença faz bem pra alma, sabia?

Ele apenas riu junto com seus amiguinhos e notei uma aglomeração ali perto, Rebecca estava bem ali também. Sentia que algo de ruim iria acontecer.

– Eu não tenho que pedir nada a você, e o que sabe sobre alma? Sabia que seu querido vovô não tinha uma alma?

Não sabia, mas posso te mostrar como é ter a sua arrancada do corpo.

– Cale a boca Potter!

– Não precisa ser rude, apenas esfrie a cabeça, se quiser eu te ajudo.

Antes que pudesse retrucar o que ele havia dito, senti um líquido gosmento escorrer pelos meus olhos e por todo o meu corpo, quando tirei aquilo dos olhos pude ver todos rindo da minha desgraça, não iria chorar na frente do Potter II, por isso, saí correndo o mais rápido que pude, desenfreadamente e entrei na primeira porta aberta que encontrei, só não sabia que aquele banheiro era o da murta-que-geme, a fantasma mais patética de Hogwarts.

Enquanto eu chorava e limpava o meu cabelo na pia do banheiro, a fantasma idiota ficava me dizendo o quão era horrível ser rejeitada, mas não era pior que ser morta e viver trancafiada em Hogwarts.

– Vá embora então! – Gritei com ela, fazendo-a chorar.

– Você é tão cruel quanto o seu avô. – Saiu choramingando.

Eu não sou Tom Riddle, não sou Lorde Voldemort, eu sou Lira Stone, sempre fui, sempre continuarei sendo, foda-se esse sobrenome maldito e foda-se o meu pai, ele sequer se importa comigo.

Soltei um grito de raiva e soquei o espelho, o vidro rachado exibia o meu reflexo, a perturbadora imagem de uma garota de olhos vermelhos e suja de gosma verde, só depois de alguns segundos senti a ardência na minha mão e percebi que estava sangrando, lavei a mesma e fiz um curativo com a minha gravata, eu tinha outra, não tinha problema em sujar aquela.

Notei que na pia ao lado, a torneira possuía alguns detalhes em formato de cobras, os sibilos simplesmente saíram da minha boca. Era um comando. “Abra”.

As pias se separaram e revelaram uma escada, desci por ali, e após um longo corredor e uma porta, me vi numa câmara. Seria um belo lugar, senão fosse a expressão intimidadora das cobras esculpidas por toda extensão do espaço e pela ossada de uma cobra gigante. Me sentei perto da água que circulava naquele lugar e continuei limpando o meu cabelo. Ali eu tinha certeza que podia ficar sozinha, em companhia dos meu pensamentos e das minhas lágrimas de ódio e tristeza.

James’ POV

– O que você fez Albus?! – Empurrei meu irmão insano contra a parede.

– Fiz o que você não fez James, proteger a nós mesmos. – Al sorriu cinicamente. – Aliás, não sei porque está defendendo ela, a Riddle é o quê? A próxima da sua lista de amores?

– Cala a boca Albus, mamãe e papai vão saber disso.

– Eles vão me agradecer por isso, tenho certeza, depois dessa, Lira vai notar que ela não tem lugar por aqui.

– Você. Não. É. O. Nosso. Pai! Não tente bancar o salvador da pátria, você não é, é apenas mais um garotinho mimado e chato que resolveu bancar o bonzão de Hogwarts. Que eu me lembre, entre nós, você era o bebê chorão que se cagava de medo todos os dias de ir pra Sonserina, sabe o que eu acho maninho?! Que você deveria ter entrado lá! – Joguei Albus no chão e fui procurar Lira, dessa vez a besteira do meu irmão tinha sido demais não iria pedir desculpas por ele, não me importava com ofensas verbais, a Riddle sabia ignorá-los ou respondê-los a altura, agora humilhar alguém? Nem podia imaginar o sermão que meu pai daria a ele por isso.

Nas últimas semanas, notei que Lira era uma boa amiga para Rose (se ela achava que eu não sabia dos encontros das duas na biblioteca estava enganada, sorte a dela que eu nunca vou poder pisar lá dentro pro resto da vida), a ruiva andava saltitante pelos corredores e lendo livros de autores dos quais nunca tinha ouvido falar na vida (não que eu conheça muitos, digamos que não sou muito chegado a livros), mesmo distante, me sentia bem em ver que ela não fugia mais do pessoal por causa das piadinhas, agora ela tinha uma amiga com os mesmos gostos que ela.

Lira estava deixando de ser uma ameaça, ainda não confiava nela, mas poderia estender bandeira branca para a garota.

Droga, onde essa menina se meteu?

Eu estava procurando ela a trinta minutos e nada de achar a Riddle.

Se eu fosse uma garota toda manchada de verde, com raiva e possivelmente chorando, aonde me esconderia?

Pensei na sala precisa, mas ela não estava lá, então meu cérebro deu sinal.

O banheiro interditado, ninguém nunca vai lá, como não pensei nisso antes?

Corri até lá e me deparei com uma escadaria entre as pias, meu pai já me contara da história da câmara secreta, ela só podia ser aberta por ofidioglotas, se a Riddle era uma, não ficava surpreso, mesmo estando na Grifinória, ela ainda era a herdeira de Slytherin, mas nunca imaginei que ela ainda estivesse aberta, sabia que o basilisco a muito jazia morto, contudo, ainda não me parecia seguro entra lá.

Você é um Grifinório James, toma vergonha nessa cara e seja homem!

Desci até um corredor escuro e gigante, andei um pouco até encontra uma luz, na verdade uma porta aberta, caminhei lentamente até lá. A câmara secreta realmente existia. E o esqueleto do basilisco também. Fred iria adorar saber disso.

Lira estava lá, soluçando baixinho enquanto limpava o cabelo, nem havia notado a minha presença.

– Você está bem? – Perguntei calmamente.

Ela se virou exibindo os olhos verdes inchados e o rosto molhado, em sua mão a varinha apontava em minha direção. Levantei os braços em sinal de rendição, aos poucos ela saiu da sua posição de ataque e baixou a cabeça.

– O que faz aqui? – Disse em tom quase inaudível.

– Vim ver se estava bem Lira.

– Saiba que se veio pedir desculpas pelo seu irmão eu não aceito e de bônus diga a ele que ele é um otário.

– Vou dizer, e não se preocupe, não vim pedir desculpas pelo idiota do Albus. – Me sentei do lado dela. – Você está bem?

– O que acha? – Me encarou, por mais triste que esteja nunca deixava a ironia de lado.

– Acho que verde combina com você.

Ela levantou os cantos dos lábios, e voltou a olhar pro reflexo dela na água.

– O que eu fiz pra vocês?

– Nada.

– Então porque me tratar assim James?

– Albus é só um mimado que sofre de falta de tapa na cara, Rebecca só tem medo de concorrência. O resto do pessoal não estava acostumado com você, mas acho que já se adaptaram.

– E você?

Aquela pergunta tinha uma resposta, e eu sabia qual era, só que na hora, parecia tão idiota que acho que corei com a pergunta (sim, isso foi gay).

– Medo... Eu acho, eu sabia todas as histórias sobre seu avô, cada uma delas, meu pai sofreu com isso tudo. Tive medo que você estivesse aqui pra se vingar pela sua família, tive medo que não pudesse proteger os meus amigos.

– Eu não sou um monstro, não sou meu avô, eu sou eu. A Lira, uma garota que perdeu a mãe pra uma doença e que jamais viu o próprio pai.

Aquilo foi como um soco na minha cara. Não fazia ideia de que a mãe dela estava morta, e não sabia sobre o pai dela.

Ela era só uma garota, e era tão frágil quanto papel.

– Desculpa, por ter te julgado mal.

– Tudo bem, acho que agora eu te entendo, também me sentiria assim no seu lugar, se eu tivesse uma ninhada de primos igual a você. – Lira deu um risinho.

– É que alguns já se formaram, tenho um monte espalhado por aí, isso que dar ter sangue Weasley. Dizem que somos iguais a coelhos. – Ela riu de novo. – Podemos sair daqui, o esqueleto do basilisco me encarando não é algo divertido. – Ela voltou o olhar em minha direção, como se estivesse com medo de sair dali e ter que encarar todo mundo de novo. – Juro, que eu não vou deixar Albus aprontar outra coisa dessas com você. Pode me considerar um amigo agora.

Eu não sabia se podia confiar muito nela, entretanto, talvez agora fosse diferente, eu tinha a chance de descobrir quem era a garota por trás do sobrenome.

Levantei e estendi a mão para a Riddle, ela me encarou receosa, deu um suspiro e aceitou minha ajuda. Aquele era o início de alguma coisa.

– Você deveria pintar o cabelo de verde, ia ficar legal. – Sugeri.

Ela me encarou e respondeu:

– Definitivamente, esse cabelo nunca mais quer ver a cor verde nele outra vez.

Lira’s POV

Eu falei pra parar de se importar com o sobrenome.”

Maravilha, meus sinais de loucura estão voltando.

“Sou sua consciência, bobona, te dou os melhores conselhos do mundo e assim que me agradece? Valeu pela ingratidão”

Você não tem nada melhor pra fazer do que me encher o saco?

“Infelizmente não, estou presa no seu cérebro, esqueceu queridinha?”

Inferno

O fato de eu estar andando até o salão comunal com o Potter I não era muito bizarro, bizarro mesmo, era o fato de estarmos conversando alegremente no corredor.

Ele tinha me contado que não ouvia música trouxa exceto Pink Floyd, que na opinião dele, era a MELHOR banda trouxa de todas. Claro que eu discordei, amava Beatles mais do que tudo era a melhor banda trouxa ou bruxa do mundo.

Passamos todo o caminho conversando sobre isso, e ao chegar no salão comunal fomos encarados por todos, os primos e amigos grifinórios do Potter, inclusive Rose que estava escondida atrás deles, eles tinham expressões de espanto. Albus deu seu clássico sorriso cínico e levantou, andando em nossa direção.

– James, James. – Pôs a mão no ombro do Potter I. – Ficou com peninha da sangue-ruim, foi?

Sangue-ruim, aquele termo eu conhecia, era utilizado a muito tempo para designar um bruxo mestiço, filho de trouxas ou de bruxos com trouxas. Aquilo não me afetava muito, um, pois meus pais eram bruxos, os dois, então o termo foi aplicado erroneamente a mim. E dois, nada que saía da boca de Albus Potter me atingia.

O que me surpreendeu foi a face dos amigos/primos deles, a maioria tinha uma expressão de choque, mas alguns como Rose, seu irmão mais novo e Lily, pareciam irritados, muito irritados. Rebecca parecia se divertir.

Quase dei de cara ao chão quando James correu e segurou o irmão pelo colarinho.

– Peça desculpas. – Ele disse entre dentes e com raiva. – AGORA!

O tom dele me surpreendeu.

– Solte ele Jay, olhe só o que aquela ali está fazendo. – Rebecca apontou aquele dedo fino e torto na minha direção. – Ela está tentando separar essa amizade entre irmãos que vocês tem, ela está tentando virar você contra nós James!

– Cala a boca Rebecca! – Rose gritou no meio do salão. – Ele não tem o direito de chamar ninguém assim!

– Chamar ela assim ele pode, mais sangue-ruim que a Riddle? Ninguém! Pare de ressentimentos, sua mãe não tem a ver com... – Um tapa estralado interrompeu a fala da vadia. Uma garota loira um pouquinho mais velha que eu e muito bonita, era a autora deste lindo e merecido feito. – Dominique?! Mas o quê?!

– Não repita essa palavra de novo, de onde saiu esse tapa tem muito mais Becca, é melhor que você fique quietinha no seu canto.

James havia soltado Albus, que alisava a garganta e encarava o irmão descrente.

– Eu mandei você pedir desculpas Albus, agora.

– Você não é o nosso pai. – Notei um tom de provocação vindo do Potter II. James ficou vermelho.

– O que houve aqui? Ouvi barulhos. – A monitora-chefe apareceu correndo nas escadas.

– Não foi nada. – Falei antes que alguém dissesse primeiro. – Estavam brincando apenas, coisas de adolescente. – Dei uma piscadinha para a monitora.

Ela me olhou de cima a baixo e franziu a testa, não parecia convencida da minha mentira.

– Tudo bem, vão para os seus dormitórios, já está tarde. E Lira, a diretora Minerva quer falar com você amanhã de manhã.

Algo me dizia que o incidente da tinta já havia sido comunicado a diretora.

James murmurou um “boa noite” para mim e subiu correndo as escadas. Rose acenou e se retirou também. Tomei um banho e me deitei antes que Rebecca invadisse o quarto.

Eu só queria dormir e esquecer grande parte daquele dia.


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Notas finais do capítulo

COMEEEEEEEENTEMMMM!!!!



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