The Daughter Of Darkness escrita por Daughter of Zeus


Capítulo 12
James, gatos e Hagrid.


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIII!! Desculpe o atraso (muito grande por sinal, culpa do meu irmão e da chuva), mas está aqui o capítulo novo. Não achem estranho o fato do Scorpius não estar no mesmo ano que o Albus e que a Rose, é só que eu imaginei a história assim. Quero agradecer pelo comentário da Mah Valdez e espero que você continue lendo a fic. Aproveitem o capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/413457/chapter/12

James’ POV

Nunca algo me deixou tão nos nervos quanto a chegada da garota Riddle.

Todos nós as vezes somos sombras de legados. Legados bons ou ruins.

Quando entrei em Hogwarts no primeiro ano, eu não era James Potter, eu era o filho de Harry Potter. Passei quase todo o ano sendo apenas a sombra do legado do meu pai. Na minha primeira aula de poções com o professor Slughorn, ele parecia mais interessado em falar sobre o meu pai do que sobre a matéria, não que eu não gostasse de ouvir histórias sobre ele, não gostava de ser comparado a ele.

Qualquer passo que eu dava naquele lugar era comparado ao meu pai, algo do tipo “Nossa James, você deu um passo nesse corredor, me lembro de quando Harry Potter fez a mesma coisa, e acredite foi um passo grande e muito legal.”

Talvez eu estivesse sendo injusto com a tal Lira, afinal, não a conhecia, mas tudo o que queria era proteger a quem amo, o que incluí a meus irmãos e meus primos. Todos somos muito ligados, e mesmo aqueles que não possuem parentesco como o Lorcan, o Lysander e a Rebecca, são grandes amigos da família. Sou um dos mais velhos entre os primos que estão em Hogwarts, sei que não tenho, mas me sinto na responsabilidade de cuidar do pessoal. E digamos assim, Lira Riddle representava de certa forma uma ameaça.

Eu tinha certeza que Albus devia ter provocado-a, ele sempre quer se mostrar melhor a todo mundo, nem que para isso tenha que transformar a vida da pessoa num inferno, e olha que o garoto tem só 13 anos. Mas mesmo assim, ela não tinha o direito de apontar a varinha dela para atacar meu irmão. Não iria obrigar Albus a pedir desculpas, primeiro porque ele jamais faria isso e segundo, porque eu queria que todos se distanciassem dela, Lira era uma ameaça.

Mesmo que ela jamais assumisse, no fundo eu tinha certeza de que ela tinha ressentimentos pelos Potter, por mais angelical que a garota parecesse. Ela possuía olhos verdes vivos, cabelos ondulados e negros que contrastavam com a pele branca, tinha uma face inocente, mas até que ela provasse o contrário, Lira continuaria sendo uma inimiga.

– James Sirius Potter! – Lily gritou interrompendo meus pensamentos. – Não preciso ser escoltada o tempo todo, você e o Albus são dois idiotas!

– Talvez as únicas idiotas aqui sejam você e a Rose, duas babacas em acreditarem na Srta. Voldemort ali. – Rebecca sinalizou na direção da Riddle que andava apressadamente enquanto comia um bolinho.

– Na verdade a única babaca aqui é você Becca, ninguém te chamou na conversa! – Minha irmã olhou furiosa para a loira, lá no fundo por mais que gostasse da Becca, odiava quando ela grudava em mim e se metia nas minhas conversas.

– Jay, dá um jeito na sua irmã. – Ela bufou e foi se sentar com Jake Finnigan, um aluno do quinto ano que ela dava em cima, isso claro com o intuito de me causar ciúme. Apenas revirei os olhos com a cena.

– James, eu já falei pra você, a Lira é muito legal. Conheci ela no dia em que estávamos no Beco Diagonal e ela foi tão simpática e divertida comigo. Devia dar uma chance a ela.

– Não, não e não. Não confio nela, e até que a Riddle se mostre confiável você e Rose vão ficar longe dela.

– Você não pode controlar minhas amizades, muito menos as da Rose. - Ela se levantou e saiu rapidamente do salão.

Sabia que Lily estava muito chateada comigo, entretanto tudo isso era para o próprio bem dela e no fundo ela entendia isso, só não queria assumir.

Rose mesmo arrastada por Dominique, Roxy e Fred, não ficou sequer um minuto ali, provavelmente fugiu para a biblioteca. Ultimamente a única coisa que ela fazia era isso, fugir e se trancar em algum lugar para ficar lendo, eu me preocupava, é claro. A Weasley não costumava mais ficar com o pessoal, e qualquer tipo de assunto relacionado a garotos era ela o principal motivo das piadinhas sem graça da Becca.

Becca... A Lovegood menos Lovegood entre os Lovegood. [N/A: Credo, quanto Lovegood.] Tia Luna tinha aquele estilo todo doidão e colorido, estilo esse que Lorcan puxou bastante, já o Lysander, o irmão gêmeo dele, era todo baseado em pesquisas e mais pesquisas, era um Corvinal nato. Enquanto isso Becca as vezes chegava a esconder o próprio sobrenome, e nem sequer se importava com as coisas que os pais diziam, adorava estar com as primas e tinha uma queda por mim desde os 10 anos. Me sentia mal cada vez que ela dizia que a Tia Luna estava ficando doida, esse sempre tinha sido o jeito dela, e era um jeito muito legal.

Depois de toda aquela discussão com a minha irmã, comi um pouco e fui direto para as masmorras aonde teria aulas de poções, infelizmente essa aula era junto com os sonserinos, não que eu simplesmente tivesse preconceito por eles, mas alguns alunos de lá eram apenas chatos, irritantes e metidos. Principalmente o Malfoy. A doninha jr. fazia questão de me irritar todos os anos. Um dia, prometi a mim mesmo, que daria uma surra naquele nariz empinado.

Ao chegar na sala, notei que só havia eu e a Riddle no fundo da sala, ela apoiava o rosto nos braços como se estivesse entediada e querendo dormir, ignorei-a e me sentei numa das carteiras do fundo, não era um aluno tão bom para me sentar na frente, geralmente eu nunca prestava atenção em nada do que o Slughorn falava, eu só lia a droga do livro e seguia as instruções, se desse errado (o que não era muito raro) eu refazia, e digamos assim, pelo meu incrível esforço sempre ganhava notas um pouquinho acima da média.

Aquele clima estava pesado e desagradável, eu sabia que tinha que falar algo, só não sabia se realmente eu tinha as palavras certas para dizer.

– Peço desculpas pelo meu irmão. – Falei de uma vez sem sequer encarar Lira.

– O quê? – Ela me encarou com os dois olhos verdes vivos.

– Peço desculpas pelo Albus ter queimado o seu livro.

Ela apenas riu.

– É claro... – Até que não fora tão difícil. – Que eu não aceito. – Encarei-a incrédulo. Havia gastado um pouco do meu orgulho para pedir desculpas e a garota ainda ria de mim, Lira Riddle é uma ingrata. – Não quero as suas desculpas, você não fez nada a não ser defender seu irmão, mas não pode pedir desculpas por ele.

– Por que não?

– Porque ele tem que assumir os próprios erros, e me dar um exemplar novo de “As crônicas de Nárnia”.

– Albus nunca vai fazer isso. – Conhecia muito bem o meu irmão para lhe dizer aquilo.

– Ótimo, ficaremos na mesma situação, ou então eu poderia falar com a diretora McGonagall, mas acho que incomodá-la com algo tão simples de resolver seria perda de tempo.

– O que quer dizer com isso?

– Me compre o livro, e eu perdôo, os dois.

– Você não tinha acabado de dizer que eu não tinha que pedir desculpas?

– Não por isso, mas me deve desculpas por tentar afastar Lily e Rose de mim, aliás, você deve desculpas as duas também James. - Ela voltou a apoiar o rosto nos braços.

Lira Riddle é impossível.

Lira’s POV

Pode ter soado grosseiro da minha parte, entretanto eu jamais iria aceitar as desculpas de James por algo que ELE não fez, se ele tivesse me pedido desculpas por tentar fazer com que as minhas amigas se afastassem de mim e por me julgar, eu claramente aceitaria, contanto que ele mudasse seu comportamento comigo. No entanto, julgo nobre da parte dele pedir desculpas por Albus, mostrou que talvez ele não seja tão ruim quanto eu penso.

Uma horda de alunos tanto grifinórios quanto sonserinos irrompeu na sala se sentando em duplas nas bancadas da sala de poções. Acho que se pode adivinhar que ninguém se sentou comigo, é claro. O professor Slughorn acabava de abrir a boca quando um loiro sonserino escancarou a porta ofegante, ele tinha cabelos loiros um pouco compridos, olhos azuis e a pele alva.

– Desculpe o atraso professor, esqueci meu livro no salão comunal. – Ele apontou para a capa do livro que carregava.

Isso rendeu alguns risinhos, e notei que James cochichava com seu amigo ruivo algo que seria algum comentário maldoso sobre o garoto.

– Tudo bem Sr. Malfoy, espero que não aconteça de novo, afinal, não é uma boa impressão para o seu primeiro dia de aula, agora sente-se, vou começar a explicar como será o ano em poções. - Slughorn disse como expressão que representava tanto tédio quanto severidade.

O garoto olhou em volta notando todas as bancadas já ocupadas, exceto a minha, ele deu de ombros e caminhou até a minha bancada, sentando-se como se estivesse tudo bem.

– Oi, sou Scorpius Malfoy. – Scorpius sorriu para mim.

– Lira Riddle. – Respondi sorrindo sem mostrar os dentes.

– Ah, é você? Não sabia que estava no quarto ano. Como vai a vida entre os leões?

– Difícil. – Resolvi ser sincera.

– Imaginei que sim, vou parar de conversar porque acho que o Slughorn está me vigiando neste exato momento.

Ri com o comentário e voltei a focar na aula, algumas das coisas que o professor falava já eram de meu conhecimento, outras eu ainda precisava aprender, mas nada que eu não pudesse conviver durante o ano letivo.

Meu parceiro não estava falando comigo, muito menos prestando atenção na aula, algo me dizia que ele estava dormindo, entretanto resolvi não incomodá-lo.

– Ele fala demais não concorda? – Scorpius murmurou.

E o pior era que ele tinha razão, a aula teria cerca de 90 minutos, e os últimos 47 o professor tinha passado falando de seus alunos brilhantes que hoje estão no topo do mundo bruxo, e de como isso era importante para ele e para sua carreira.

– Demais é pouco, estou quase dormindo. – Sussurrei de volta.

– Isso porque é só o primeiro dia, na próxima aula ele provavelmente vai “resumir” as férias dele, ou provavelmente tagarelar sobre o clube do Slugue.

– Clube do Slugue? – Olhei para frente só para ter certeza de que o professor não estaria me olhando feio por estar conversando.

– Ele junta os alunos “especiais” para reuniões na sala dele, uma reunião para VIP’s, entendeu?

– Entendi, já foi convidado?

Ele me lançou um olhar irônico.

– Claro, até porque o Slughorn me ama, não sei se notou, mas ele tipo assim, me idolatra.

Ri com o comentário.

– Okay, entendi, ele não te acha “especial”.

– Mas a minha mãe acha, é só perguntar pra ela. – Rimos os dois. – Claro, que não estar lá é meio triste, dizem que a comida é muito boa.

– Se tiver bolo de nozes com chocolate deve ser.

– Cara, bolo de nozes com chocolate é vida.

Esse cidadão PRECISA ser meu amigo, gente que gosta de bolo de nozes merece o meu respeito.

Eu e Scorpius passamos o resto da aula sussurrando baixinho e tentando não gargalhar, ele seria um ótimo amigo. Assim que a aula acabou ele prometeu que me encontraria mais tarde na biblioteca, assim poderíamos conversar mais. Dei um beijo em sua bochecha e saí correndo até as estufas aonde eu teria aula de herbologia com os lufanos.

...

Se um dia você for a Hogwarts, lembre-se, nunca confie em gatos, por dois motivos. Um, você pode estar aprontando alguma coisa e esquecer que a diretora Minerva pode virar um gato que ganhar um detenção gigante. E dois, você pode estar andando num corredor cheio de alunos quando a madame Norra aparece dos quintos dos infernos correndo, te fazendo tropeçar e cair de cara no chão.

No meu caso, foi exatamente o dois que aconteceu comigo, infelizmente, Albus Potter estava lá junto com seus amiguinhos e fez questão de fazer comentários do tipo.

“Fique aí no chão, esse é o seu lugar.”

Humilhação pública é algo que todo mundo gosta de evitar, inclusive eu, por isso apenas saí correndo, com os olhos um pouco marejados, até a biblioteca. Encontrei o Malfoy folheando o livro, sequei uma lágrima chata que escorria do canto de um dos meus olhos.

– Lira, o que aconteceu? Você está tremendo.

Eu estava tremendo sim, tremendo de raiva.

Contei a ele o que estava acontecendo e tudo o que ele disse foi:

– O Potter é um idiota, não se importe com ele.

– Ser humilhada publicamente é horrível Scorpius, e eu não fiz nada pra merecer isso. – Jurei que já estava chorando a uma hora daquelas.

Ele me abraçou, como um amigo faz quando você está triste, como um amigo que quer te proteger.

– Vem. – Ele me puxou pelo braço. – Vou te levar a um lugar legal.

– Aonde?

– Você vai ver.

Saímos do castelo, já era quase noite, e as aulas por hoje haviam terminado. Estávamos indo na direção da floresta proibida.

– Malfoy, você está me levando pra floresta proibida? É contra as regras sabia?! – Parei bruscamente puxando meu braço. Ele se virou para mim com um sorriso maroto no rosto.

– Não estamos indo pra lá besta. – Revirei os olhos com o carinho direcionado a mim, acho que isso significava que éramos amigos, mesmo nos conhecendo a menos de um dia. – Vê aquela cabana? – Ele apontou para uma cabana próxima a uma horta. – É pra lá que estamos indo, não se preocupe.

Suspirei e comecei a acompanhar o loiro novamente. Ao chegarmos, ele bateu na porta e de lá saiu literalmente um gigante, com uma barba gigante e uma cabeleira despenteada mesclada de fios negros e brancos, seus olhos eram duas orbes negras.

– Scorpius? O que faz aqui a essa hora? Já está querendo levar uma bronca no primeiro dia? – A voz dele era grave. Eu estava um pouco assustada.

– Não se preocupe, já levei algumas hoje, mais umas não faz diferença. Por acaso nenhum Potter ou Weasley está por aí né?

– Não, não, Lily veio aqui cedo com Rose. James e Albus vieram um pouco depois. E quem é a sua amiga?

– Essa aqui. – Ele me empurrou para frente. – É a Lira. Lira esse é o Hagrid, o guardião das chaves de Hogwarts.

– Olá. – Acenei.

– Olá querida, entrem, vamos beber um chá.

O lugar era pequeno e aconchegante, havia uma chaleira apitando bem em cima da lareira, e um cachorro pulava alegremente entre as pernas de Hagrid.

– Desculpe perguntar. – Disse enquanto ele me dava uma xícara de chá. – Você é um gigante.

Ele sorriu.

– Mamãe era, papai era um bruxo. - Tentei imaginar isso, mas meu cérebro entraria em parafuso criando essa cena. – Qual seu sobrenome?

– Riddle. – Assoprei o chá, e encarei o semi-gigante, ele fez uma careta.

– Estudei com seu avô, ele não foi muito legal comigo podemos dizer assim, mas seu pai era cara legal.

– Ele estudou aqui?

– Não, mas foi de grande ajuda na guerra contra Voldemort.

– Ao que parece todo mundo conhece o meu pai, menos eu.

– Não se preocupe com isso Lira, ele só é muito ocupa, aposto que logo verá ele. – Disse sorrindo.

Sorri de volta e voltei a focar no meu chá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Daughter Of Darkness" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.