Filha Da Tempestade escrita por LightB


Capítulo 6
Κόρη του Θύελλα




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Instintivamente peguei meu arco e comecei a atirar nele, o problema é que aquele monstro não virava pó. Continuei atirando e me afastando cada vez mais do acampamento, depois de umas vinte flechadas ele se desintegrou. Ainda bem, por que eu já não estava mais conseguindo atirar.

-Bom trabalho- Percy falou se aproximando- mas eu teria acabado com o cão infernal usando uma espada.

-Fácil dizer quando se tem uma- falei olhando ao redor, garantindo que não havia mais monstros- resolveram parar de brigar?

-Lara me desculpe, eu só não gosto de ver ele perto de você, Nico só vai te magoar.

-E se eu não quiser nada sério com ele? Ou melhor, absolutamente nada com ele?

-Deixe-me dizer uma coisa, ele só quer ficar com você, mais nada. Ele apostou com um garoto de Apolo que ele ficaria com você.

-Uma aposta? - praticamente gritei, não acredito que ele estava se aproximando de mim por causa de uma aposta- eu vou matar ele.

-Filho do deus dos Mortos- Percy deu de ombros- muito mais difícil de matar do que você imagina.

-Então eu vou me vingar- sorri sarcasticamente- qual o prazo de tempo? Da aposta?

-Uma semana, apostaram depois que você chegou no acampamento. Ele só tem mais cinco dias.

-Ótimo.

Passei pelo Percy que ficou meio confuso, tentando entender o que eu queria dizer com me vingar. Mas eu já estava bolando um plano, eu ia dar o meu melhor para fazer aquele idiota ficar bem longe de mim, e isso tudo em menos de cinco dias, ele vai perder a aposta e eu vou mostrar ao acampamento que eu não era uma garota qualquer.

Os campistas me olhavam meio que surpresos, Percy estava bem atrás de mim, acho que isso meio que devia assustar, dois filhos de Poseidon passando, e uma não consegue controlar os poderes quando ficava irritada.

Fui direto para a arena, Percy ia tentar achar alguma espada que eu me adaptasse, o que foi uma tarefa bem difícil.

-Nenhuma espada- sentei na arquibancada cansada e desanimada- eu devo ter tentado todas as espadas do acampamento, nem mesmo a sua Percy.

-Ei não fique desanimada- ele falou apertando o cabo da sua espada que se tornou uma caneta- vamos achar uma espada pra você.

-Espero.

Estávamos para sair da arena quando ouvimos galopes em nossa direção, Quíron, o centauro instrutor, estava chegando com alguma coisa na mão. Ele era muito grande, eu quase tinha que olhar para cima para poder ver seu rosto.

-Poseidon mandou isso para vocês- ele me entregou uma caixa azul- tenho que ir para a aula de tiro ao alvo, se quiser se juntar a nós Lara, Percy pode te levar.

A caixa era pequena, e por incrível que pareça havia um papel, com o nome do Percy e uma faca. Cabo de prata e couro, lamina de bronze celestial e havia alguma coisa em grego gravado na base da lamina.

Κόρη του Θύελλα, mais tarde fui descobrir que queria dizer Filha da Tempestade.

Olhava admirada a faca quando eu vi um concha violeta pequena perto da lamina, assim que toquei ela a faca cresceu magicamente se tornando uma espada, praticamente do tamanho da do Percy.

Eu levei um susto tão grande que quase a deixei cair.

-Uau- falei admirando a espada- é perfeita.

-É sua- ele falou sorrindo e colocando um relógio no pulso, correia de couro, mas na parte de cima, não dava para ser um relógio, já que no lugar de ponteiros e números haviam um tridente, ele apertou o botãozinho e logo havia ali um escudo, com um tridente no centro, em volta várias imagens esculpidas, eu podia reconhecer ele, Anabeth e um ciclope- o escudo é meu.

-O que acha de vermos se me dou bem com minha nova espada? Ou faca, tanto faz.

Ele simplesmente sorriu e me atacou, mesmo surpresa eu me defendi, aquela espada era muito mais fácil de manusear, meus movimentos eram mais rápidos e precisos, mas é claro que eu ainda estava muito longe de ser como o meu irmão, ele era o melhor do acampamento.

Logo ele já havia jogado minha espada longe, eu estaria completamente indefesa, se meus reflexos excelentes não tivessem visto uma brecha em sua guarda, ele estava concentrado em não me deixar pegar o arco, não esperava um ataque por baixo.

Me abaixei tão rápido que ele se surpreendeu, passei uma rasteira nele, derrubando no chão e roubando a espada dele, agora quem estava indefeso era ele, incapaz de se mover sem que eu visse ou pudesse impedir.

-Muito bem- Percy começou a rir e eu o ajudei a levantar- um grande progresso.

-Não imaginei que derrubaria você- devolvi sua espada e fui pegar a minha- essa espada é perfeita.

A trombeta soou, era hora do almoço, e fazia muito tempo que eu não comia, direito pelo menos, sentei junto como meu irmão na mesa de Poseidon, cada deus Olimpiano tinha uma mesa e era proibido se sentar em outra que não fosse do seu pai ou mãe olimpiano.

Depois de desejar uma torta de frango- minha favorita- e um uma porção de batata-frita, o que posso fazer se amo batata-frita? Fizemos o ritual de queimar parte da refeição para os Deuses, eu joguei boa parte da torta na fogueira, para Poseidon, agradecendo pela espada/faca, apenas isso, ainda não gostava dele, mas tinha de admitir que amei o presente.

Enquanto comiamos Percy disse que a faca era mágica, onde eu escolhesse deixa-la, se a perdesse, depois de um tempo reapareceria naquele mesmo lugar, por exemplo no bolso da calça, em um cinto, etc.

O almoço foi calmo, a não ser por todos ficarem olhando para mim. Eu odiava ser o centro das atenções, tanto que nem havia terminado ainda quando sai do refeitório, estava cansada de ser o centro de todos os olhares e conversas.

Fui para o campo de arco e flecha, precisava descarregar a raiva e controlar minhas emoções antes de começar mais alguma tempestade, ou tornado. Acertei boa parte dos alvos, as flechas que eu errava desapareciam no ar, mas os que eu acertava eram sempre no centro.

Fiquei imaginando se existia um limite de flechas, por que eu já havia perdido a conta de quantas vezes havia disparado desde que descobri o arco. Se houvesse um limite eu tinha que descobrir, para parar de desperdiça-las .


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