Filha Da Tempestade escrita por LightB


Capítulo 5
Escondendo




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Percy caiu da cama com meu grito, o que teria sido engraçado, se eu não estivesse tão apavorada. Ele se recuperou do susto e se sentou ao meu lado, esperando que eu me acalmasse. Eu contei os dois sonhos para ele, mesmo que o primeiro fosse apenas Poseidon me mostrando como ele sempre esteve por perto cuidando de mim.

-Isso é estranho, se você quiser pode contar para o Quíron, sonhos de semideuses nunca são apenas sonhos.

-Foi muito estranho- falei me enrolando em uma coberta e encostando a cabeça na parede do chalé- era como se eu estivesse sozinha e cercada ao mesmo tempo.

-Não parece ser boa coisa, vou falar com o Quíron, pode ficar aqui se quiser, muita coisa para você lidar de uma só vez.

-Obrigada- me encolhi ainda mais, eu estava com muito frio, como se a neve do sonho fosse real- realmente, obrigada Percy.

-Tudo bem, você é minha irmãzinha agora- ele sorriu e eu retribui- vou proteger você, não se preocupe com nada.

Ele saiu, me deixando sozinha, eu sai da cama e troquei de roupa, depois voltei para de baixo das cobertas, eu precisava pensar, e também, não queria encarar ninguém, as pessoas me olhavam de cima a baixo, me examinando, me comparando com meu irmão.

Se eu tivesse olhos verde mar ou cabelo preto, talvez eles não se perguntassem realmente se eu era ou não filha do deus dos mares. Fiquei um tempo ali, pensando em tudo o que aconteceu, desde o encontro com o ciclope, a luta na arena, a minha facilidade com o arco, até mesmo em como o Nico havia conseguido me tirar daquela fossa que eu estava.

Lembrei do que o Percy havia dito, para que eu tivesse cuidado por que o Nico é um galinha. Provavelmente o que ele queria dizer era que, como eu era novata aqui o Nico queria apenas ficar comigo, para depois dizer que ele havia ficado comigo primeiro. Mas isso não iria acontecer, ou ia? Eu achava ele muito gato, e aqueles olhos, que olhos, mas eu gostava dele? Não, eu não gostava dele. Uma batida na porta interrompeu meus pensamentos.

Eu realmente não estava afim de ver ninguém, será que se eu ignorasse achariam que eu havia saído? Mas seria falta de educação da minha parte. Baterão novamente eu me obriguei a ir abrir, me levantei enrolada na coberta.

-Nico? - fiquei surpresa por ser ele- o que faz aqui?

-Procurando por você- ele riu do estado em que eu estava, enrolada na coberta e com o cabelo um pouco bagunçado- o que foi? Está doente?

-Apenas fugindo das pessoas- sorri sarcasticamente, comecei a fechar aporta- se me der licença, vou continuar me escondendo.

-Achei que você fosse estar com fome- ele abriu novamente a porta, foi ai que eu vi que ele tinha um pote na mão, cheio de biscoitos.

-Como sabe que eu amo biscoitos? - falei pegando e indo para a cama- Mindy?

-Exatamente- ele entrou e fechou a porta- ela fala muito, acho que fiquei sabendo da maior parte da sua vida, sem nem perguntar.

-Ela não consegue guardar um único segredo- falei comendo, biscoitos de chocolate, meus favoritos- o que tanto ela falou?

-Você tem raiva do seu pai- ele se sentou na cama comigo, erguendo meus pés e colocando no colo dele- você odeia sua mãe, e passava a maior parte do tempo na praia, ela só não disse o porquê?

-Minha mãe- falei deixando os biscoitos de lado e olhando para aqueles olhos negros- ela sempre brigava comigo, eu nunca era boa o suficiente, sempre havia um motivo pra que ela gritasse e eu acabava sempre me trancando no quarto. Para evitar brigas eu fugia para a praia depois da escola, ela nunca ia na praia, era o único lugar que eu conseguia fugir dela.

-O que aconteceu ontem? Por que estava chorando? – ele pegou um biscoito- devia ser sério já que você queria ficar sozinha.

-Ela me mandou uma carta, se é que um parágrafo pode ser chamado de carta- comi outro biscoito, não havia percebido o quanto estava com fome, não era de se admirar, já que eu não comia nada desde quando acordei- dizendo que eu não devia ir embora daqui, que meu lar agora é o acampamento.

-Quer sair daqui? – ele perguntou se levantando da cama e estendendo a mão para mim- do acampamento?

-Não é perigoso? – olhei para a mão estendida e depois para o sorriso irônico dele.

-Não foi você que disse que não precisava ter medo? – peguei a mão dele e me levantei- ótimo, onde quer ir?

-Ao banheiro me arrumar primeiro- dei as costas para ele e fui me arrumar.

-O que acha de dar uma volta em NY? Já conhece?

-Na verdade não- falei saindo, e pegando um papel para que meu irmão não ficasse preocupado, ou no mínimo não achasse que eu havia morrido- nós não temos permissão de sair não é?

-Não- ele abriu a porta e eu saí- mas ninguém vai descobrir, te trago de volta antes do Percy descobrir.

-Eu descobrir o que? – me virei dando de cara com o Percy, Annabeth e Mindy, mas quem realmente me surpreendeu foi o Percy, que olhava diretamente para o Nico, e com um olhar mortal- onde pensam que estão indo?

-Percy- eu e Annabeth falamos ao mesmo tempo, a diferença era que eu falei surpresa e ela falou meio que tentando acalmar ele.

-Ei cara, eu só estou tentando tirar ela de dentro do chalé- Nico deu um passo na minha frente, meio que entrando entre eu e o Percy.

-Nico, eu realmente não tenho nada contra você- Percy deu um paço para frente e eu simplesmente fiquei vendo os dois ali parados se encarando, esperando a briga começar, assim como os outros campistas e começaram a parar- mas fique longe da minha irmã.

-Acho que quem tem que decidir isso é ela- dois dos quatro semideuses mais poderosos do acampamento estavam se encarando como se fossem pular um na garganta do outro a qualquer momento.

-Vocês são entupidos- falei perdendo o controle dos meus poderes de novo, o vento forte e os trovões fizeram com que eles parassem de se encarar e olhassem para mim.

-Lara calma- Mindy falou tentando se aproximar mas o vento estava muito forte a minha volta, e quando eu olhei era como se estivesse dentro de um tornado- você está perdendo o controle.

Eu respirei fundo recuperando o controle e parando com o tornado, e fiz a coisa que mais pareceu certa naquele momento, eu sai correndo. Ouvi alguém correndo atrás de mim, mas não olhei para trás, precisava fazer isso para continuar correndo e não cair.

Eu tinha acabado de atravessar a barreira mágica quando eu vi, um tipo de cachorro, só que ele tinha o triplo do meu tamanho e duas cabeças. 


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