Filha Da Tempestade escrita por LightB


Capítulo 4
Amigo? Ou...?




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Acabei chegando a praia, não sei como, andei um pouco, pisando na água, sem me importar em me molhar ou não, o céu estava tão escuro que não se via uma única estrela, fora da barreira mágica a chuva caia muito forte, e o vento entrava fraco no acampamento, o tempo estava assim como meu humor, terrível.

Quíron me explicou um pouco sobre meus poderes, e eu tinha a habilidade de formar tempestades, causar furacões, terremotos, controlo a água entre outras coisas que não prestei atenção. Sentei em uma duna e olhei para o oceano, as ondas quebravam violentas na praia, eu estava perdendo o controle das minhas habilidades, mas eu não conseguia nem controlar minhas emoções, quanto mais meus poderes.

Lagrimas escorriam pelo meu rosto e eu simplesmente não conseguia segura-las, havia guardado meus sentimentos por muito tempo, engolido meu choro por anos e agora tudo estava simplesmente explodindo, eu não conseguia segurar o que estava sentindo, muito menos controlar as lagrimas.

-Ai esta você, seu irmão estava preocupado, já que você não apareceu no jantar, nem estava no chalé- Nico falou se aproximando- tem que seguir as regras novata.

Eu não conseguia falar, na verdade eu não queria mesmo, abaixei a cabeça, simplesmente para que ele não me visse chorando, odeio que me vejam chorando.

-Lara? – ele se abaixou na minha frente, mas eu mantive a cabeça baixa- o que foi? Aconteceu alguma coisa?

-Me deixa Nico- me forcei a falar, já que percebi que ele não ia sair dali, minha vós até que não estava tão ruim- preciso ficar sozinha, por favor.

-Está louca? As harpias comeriam qualquer um que fique para fora após o toque de recolher- ele falou me fazendo erguer o rosto, para ver que o sorriso sarcástico havia sido substituído por um olhar preocupado- vem vou te levar pro seu chalé.

-Eu não me importo com harpias, eu preciso ficar sozinha, por favor Nico.

-Eu não sei o que aconteceu, mas não posso deixar que você se machuque- ele limpou algumas lagrimas do meu rosto e sem que eu me desse conta ele me puxou, me colocando de pé- então, ou vai por bem, ou por mal.

-De nenhum jeito, eu não vou, não posso encarar o Percy agora, ele vai querer saber o que aconteceu e eu vou desabar de novo- falei conseguindo conter as lagrimas- por favor.

-Desculpe, mas ou você aceita ir para o chalé ou eu te jogo dentro da água- ele me pegou no colo, ou melhor, me jogou em seu ombro e começou a ir em direção ao mar, que ainda estava agitado- você escolhe.

-Me coloca no chão- falei gritando e batendo nas costas dele- Nico.-

Vai pro chalé?

-Não.

-Então eu vou te jogar- ele entrou na água e parou quando estava até o joelho, o mar devia estar muito gelado, pela tempestade que estava tendo fora da barreira mágica.

-Você está blefando.

Mal havia dito aquilo e ele me jogou na água, sim ele me jogou, não conseguia acreditar que ele havia mesmo me jogado. Quando me levantei, me recuperando do choque ele estava rindo, mas parou quando viu que eu estava completamente seca, uma coisa boa de ser filha de Poseidon.Comecei a andar de costas, indo cada vez mais para o fundo, como eu havia me acalmado, o mar também se acalmou, mas ele logo percebeu o que eu pretendia e me pegou meu braço, puxando para perto dele, me segurou por trás, para impedir que eu fugisse e me levou de volta para a praia.-No fim só quem se molhou fui eu- nós riamos enquanto andávamos de volta para os chalés- viu, eu disse que faria você voltar.

-Fiquei com pena de você- falei olhando para como ele estava completamente molhado.

-Eu acho que você estava com medo- paramos na frente do meu chalé, o sorriso sarcástico voltou ao seu rosto e ele se aproximou de mim- de ser comida pelas harpias, ou do que podiam pensar se nos vissem juntos lá na praia.

-Nico- falei olhando em seus olhos negros, perdida neles, mas logo me obriguei a desviar o olhar- Não preciso ter medo, não quando eu tenho um arco mágico em mãos sempre que precisar.

-Isso solucionaria um, e o outro?

-Obrigada por me ajudar a sair daquela depressão toda- falei dando um beijo em seu rosto e me virando e indo para o chalé.

Assim que fechei a porta vi o Percy parado na minha frente, com uma cara de preocupado que me assustou.

-Não acredito que estava com o Nico- ele falou me dando um abraço e voltando para sua cama, a parte do abraço foi estranha- estávamos preocupados, podia ter avisado Lara.

-Na verdade eu não estava com o Nico, ele me achou e me fez voltar, eu estava na praia.

-O que fazia lá a essa hora?

-Pensando. Estou cansada, simplesmente quero dormir agora, por favor.

-Só uma coisa, cuidado com ele, Nico é meu amigo, mas ele é um galinha.

Ele se deitou e eu fui trocar de roupa, quando voltei, Percy ja havia dormido, eu não havia passado muito tempo com ele, mas verdadeiramente gostei dele, na verdade a única coisa que realmente gostava em Poseidon é que eu tinha um irmão mais velho agora.

Sempre quis um irmão, mas minha mãe nunca ligou para o que eu penso. Deitei na cama, pensando em como eu ainda estava ferida, como eu me senti mal por descobrir que ela me queria longe. Logo eu adormeci, mas acho que preferia ter continuado acordada, ja que fui dominada por um sonho.

Eu estava de novo na praia, mas essa era diferente, era um lugar que eu conhecia muito bem, a praia que eu visitava quando criança, no Brasil. E eu me via ali, uma garotinha de uns cinco anos, brincando na areia, fazendo um castelinho, enquanto minha mãe estava deitada em uma esteira, tomando sol.

Um homem de bermuda e camisa estava me observando de longe, de pé na beira da água, e eu o reconheci, de algum jeito eu sabia quem ele era, Poseidon estava ali, me olhando. Uma mulher se aproximou de mim e no meu sonho eu via a imagem dela tremendo, ora monstro, ora humana. Quando ela estava para me pegar um tipo de aura verde água me envolveu e um vento muito forte começou a soprar, levando guarda sol e esteiras. O céu escureceu e os trovões e raios avisavam que a chuva se aproximava. Anna arrumou as coisas e me levou embora, deixando a mulher/monstro sem saber o que fazer. Olhei para onde meu pai estava antes, mas agora não havia mais nada ali.

Meu sonho mudou, agora eu estava em algum tipo de floresta, eu podia ouvir o som das ondas e ver o clarão dos raios, a lua havia desaparecido do céu, as estrelas não brilhavam. Os espíritos do natureza estavam escondidos, e eu ouvia vozes fantasmagóricas, falando rápido demais para que eu entendesse. O vento soprava violent0 e eu sentia o frio tomar conta do ambiente, do nada neve começou a cair.

Havia alguma coisa verdadeiramente errado, olhei para todos os lados, mas tudo o que eu via era escuridão e ouvia gritos de desespero misturados as vozes fantasmagóricas. Acordei gritando, aquele sonho havia me apavorado. Não tinha ideia do que significava, mas havia algo muito errado, alguma coisa ia acontecer e seria grande e perigosa. 


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