Filha Da Tempestade escrita por LightB


Capítulo 34
Marcelo


Notas iniciais do capítulo

Ultimo cap d hoje...
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Eles haviam esquecido de avisar que viajar nas sombras era muito cansativo, principalmente em grandes distancias e quando se esta fraca. Acordei não tenho odeia de quanto tempo depois, a casa estava vazia, não havia ninguém, minha mãe devia estar no trabalho, meu antigo quarto estava intocado provavelmente desde que ela mandou minha coisas para o acampamento.

Estava faminta, fui direto para a cozinha, fiz um lanche bem reforçado, e eu estava mesmo com fome, por que nunca havia comido tanto na minha vida. Saí antes que ela pudesse voltar, seria um desastre se nos encontrássemos.

Andando pela praia, voltei a pensar no Marcelo, havia sido minha culpa, se não estivesse comigo naquela noite, se eu não tivesse bebido, se Poseidon tivesse salvo a vida dele. Eu não chorei, mas isso não queria dizer que a culpa não pesava sobre mim, estava tão perdida nas lembranças, tão ocupada sentindo culpa, que me esqueci de tudo o que estava acontecendo.

Nem lembrei que o Percy me deu um prazo para voltar ao reino de Poseidon, que ninguém sabia onde eu estava, que muitos pensavam que eu estava morta, nada disso importava naquele momento, era como se eu estivesse presa no tempo.

O céu estava negro assim como meu humor, uma tempestade se aproximava o vento estava forte, na verdade tudo aquilo era minha culpa, mas o que podia fazer? Não conseguia controlar direito meus poderes, quem dirá minhas emoções, que eram as responsáveis por descontrolarem os poderes.

Continuei andando, precisava encontrar um sombra para poder sair de Miami logo, eu estava ficando louca ali, sei que não deveria estar viajando nas sobras, que ainda estava fraca e que podia desmaiar, mas eu precisava fazer uma coisa, simplesmente precisava.

Mergulhei na sombra de um muro, pensando em um lugar, sem saber se conseguiria chegar ali, mas a imagem era tão nítida na minha mente que eu tinha certeza que conseguiria.Os gritos, o frio, os sussurros atormentados, nada disso me afetou, eu fiz o que Bianca havia dito, ignorado, me concentrado tanto em um lugar, que todo o resto parecia não existir.

Assim que cheguei o vento jogou meu cabelo contra o rosto, eu odiava ir no cemitério, juro, era o ultimo lugar que eu pensaria ir, mas eu precisava, e fui parar bem onde havia pensado, na frente do tumulo dele.

-Me desculpe- falei por reflexo, eu sabia que ele não podia ouvir, mas eu precisava dizer- foi minha culpa, você não merecia o que aconteceu.

A noite estava fria, o que era comum para São Paulo, o cemitério vazio, e as nuvens estavam tão negras que nem mesmo dava para ver a lua, muito menos as estrelas. Não contive as lagrimas, já que eu as havia segurado ate aquele momento.

-Eu realmente não queria... Eu... Eu gostaria de poder ter feito alguma coisa- falei com a visão completamente embaçada.

-Não podia ter feito nada querida- Poseidon falou atrás de mim, eu mal via ele, mas sabia pela vos- as Parcas já haviam decidido que era a hora dele, mesmo que não estivesse com o Marcelo, ele teria morrido.

-Por que?

-Apenas as Parcas podem responder algumas coisas- ele se aproximou e eu o abracei, eu estava agradecida por ele ter aparecido, e também por ter diminuído um pouco a culpa, as Parcas decidem quanto tempo alguém vai viver, se elas haviam decidido que era a hora dele ir, eu não podia fazer nada.

-Obrigada- falei depois que ele se recuperou da surpresa e me abraçou de volta.

-Vamos para casa querida- ele passou a mão no meu cabelo e eu senti o sono tomar conta de mim, quase como se ele estivesse me obrigando a dormir, e por mais que tentasse eu não conseguia resistir- você precisa descansar.

E assim eu não me lembro de mais nada, não sei o que aconteceu, talvez tenha sido um cansaço da viajem pelas sombras ou Poseidon me fez adormecer. Não sei dizer, e isso também não importa, tudo que eu consegui pensar por ultimo foi que a culpa não era toda minha.Mesmo assim ainda me sentia mal, afinal, eu sobrevivi, mesmo que fosse a hora dele eu preferia que Marcelo tivesse sobrevivido também, seria um alivio poder ter certeza que não foi nem um pouco minha culpa.

Abri os olhos e pude ver um jardim lindo, mais do que qualquer outro que já tivesse visto em toda minha vida, flores de cores que eu nem acho que existam, grandes arvores por todos os lados, grama verde e um lago.

Logo eu comecei a ver as casinhas, de diversos estilos diferentes, de décadas diferentes, todas reunidas pelo lugar, só fui reconhecer depois de um tempo.

-Elísio- eu estava surpresa por estar ali, não me lembrava de ter viajado ate aqui.

-Lara- alguém falou atrás de mim e só fui reconhecer depois que me virei e vi quem era.

-Marcelo- soltei junto com o fôlego que eu havia prendido, ele estava ali, como se nada tivesse acontecido, seus olhos verdes, cabelo castanho escuro, pele bronzeada.

-E bom poder ver você- ele sorriu e eu não sabia por que mais queria chorar- sei que no momento não deve estar se lembrando de muita coisa, mas preciso dizer que, não se sinta culpada, era a minha hora, não havia nada que podia ter feito para impedir isso.

-Se eu não tivesse ido a festa você es...

-Chegada de se culpar- Marcelo me cortou impaciente- era minha hora, e a sua vai demorar muito a chegar, tem um longo caminho pela frente, muitas perdas a caminho, mas lembre-se de sempre seguir o que acha certo.

-Espera- falei atrasada, já era tarde demais, a imagem se desfez em nevoa cinza e eu cai em uma escuridão, sem sonhos, sem visões, nada, apenas dormi tranquilamente o resto do tempo.

Fazia dias que eu não dormia tão bem, acordei completamente descansada e ouvindo o Percy no quarto dele, por Poseidon eu havia esquecido como ele e a Annabeth eram melosos, estava ficando com vontade de vomitar já.


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