Passei para o próximo vagão, e o próximo e o próximo, estava no penúltimo quando o vi. Grande, musculoso e um grande olho verde, apenas um, um ciclope, ou melhor, mais um ciclope.

A névoa não deixava os mortais verem o que eu via. Mais um ciclope, ele estava vestido de guarda, e cara, os mortais são completamente cegados pela névoa, já que não pareciam notar aquele ser imenso andando entre eles.

Assim que me viu ele deu um sorriso macabro e veio em minha direção, eu não podia brigar com ele ali, não no meio dos humanos. Fui para o ultimo vagão, o de carga, onde não havia ninguém.

Primeira coisa que fiz foi atirar algumas flechas, mas de algum modo aquele monstro imenso desviou, pelo jeito ele já sabia que eu iria fazer isso. Transformei o arco de volta e peguei a faca.

-Acha que pode me vencer? - ele rugiu correndo em minha direção- eu sou o grande Defenro.

-Nunca ouvi falar- deixei escapar sem querer, eu tinha que me controlar, ou acabaria muito machucada.

Ele rugiu de raiva e se atirou contra mim, qual a reação de um ser humano normal quando um ciclope pula em cima de você: 1 correr como se não houvesse amanha, 2 ficar paralisado de medo. Minha reação, dar um passo para o lado e enfiar uma espada na barriga dele, e deixa-lo com ainda mais raiva.

-Eu tenho que aprender a matar os monstros com um golpe só- falei para mim mesma, desviando de um tapa- o que quer?

-Vingança contra quem acha que nos tem sob domínio- ele gritou correndo atrás de mim tentando me acertar com socos e tapas.

-O que isso quer dizer? -rolei para o lado depois de um soco quase me acertar.

-Nós vamos nos vingar do deus que se acha capas de se livrar de nós tão facilmente...

Nico e Erick apareceram assim que o ciclope virou pó, ambos de espada em punho. Eu não sabia se estava aliviada por eles terem aparecido, ou morrendo de raiva por não ter ouvido o resto da resposta.

-Ótimo não vou saber por que ele veio atrás de mim- guardei a faca na bota e peguei a bolsa que eu havia jogado no chão.

-De nada por salvar você- Nico falou guardando a espada de ferro istígio.

-Você esta bem? -Erick como sempre o preocupado.

-Estou Erick- olhei para os dois parados ali e percebi como havia sido rude com eles- obrigada por me ajudarem, mas eu estava quase descobrindo por que os ciclopes estão me caçando.

-Caçando? - Erick parecia confuso e o Nico estava pensando.

-Dois ciclopes em menos de uma semana? Dizendo que querem vingança contra o deus que acha que os acha que pode se livrar deles, ou algo assim? - falei ligando alguns pontos na minha cabeça- espera, Poseidon, a forja das ciclopes é nos reinos do meu pai. Como não pensei nisso antes.

-Por que eles iriam querer se vingar do seu pai? Que eu saiba Poseidon não tenta se livrar dos ciclopes.

-Gostaria de saber- sai do vagão de cargas e voltamos para nosso banco- pelos deuses.

Assim que sentei eu vi, dois bancos na nossa frente estava um homem, que não era bem um homem comum, usava umas roupas estranhas, como do século passado. E algumas vezes ele tremeluzia, como um fantasma, a parte mais bizarra, havia uns seis desses no vagão.

-Santo Hades- Nico falou quando viu o que eu via- temos que sair daqui.

-Nico eles só podem ter sido mandado por dois deuses- Erick olhava serio para ele.

-Erick falamos disso depois- Nico levantou e pegou minha mão me puxando com ele, teria ficado vermelha se a situação não fosse de vida ou morte- vamos sair daqui primeiro.

-Eu não estou entendendo- falei no vagão de cargas, enquanto os dois abriam a porta lateral do vagão- vocês pretendem pular?

-Tem uma ideia melhor?

-Não, mas isso pode nos matar, ou no mínimo nos deixar bem machucados- a velocidade em que estávamos indo era muito grande, saltar dali seria o mesmo que pedir para morrer.

-Erick você consegue voar? - Nico parecia estar tendo uma ideia.

-Sim, sou filho de Zeus esqueceu?

-Ótimo, só consigo viajar pelas sombras com uma pessoa- ele sorriu sarcástico- nos encontre em Virginia Beach, na praia mais ao sul.

-Feito- e com isso ele saiu voando do trem, nunca vi ninguém fazer isso, e era muito bizarro.