Interlúdio Para Amar escrita por FernandaFas


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Inuyasha não me pertence!

Peço imensas desculpas pela demora.
Aqui vai um novo capítulo!
Espero que gostem!



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“É fácil trocar as palavras,

Difícil é interpretar os silêncios!

É fácil caminhar lado a lado,

Difícil é saber como se encontrar!

É fácil beijar o rosto,

Difícil é chegar ao coração!”

(Fernando Pessoa)

O casal acordou cedo no dia seguinte, evitaram falar sobre o ocorrido na noite anterior e logo foi encontrar-se com os amigos, que já os aguardava. Passaram a manhã nas termas e explorando a região e quando o sol se firmava no meio do céu, almoçaram e decidiram descansar um pouco debaixo de uma frondosa árvore próxima a um riacho, rapidamente os pequenos dormiram enquanto os adultos conversavam.

- Soube que vocês foram a uma piscina isolada ontem à noite – disse Miroku despreocupadamente encostado na árvore.

- Sim,  o lugar é bonito. – respondeu Kagome incisivamente na esperança de que o tema morresse ali.

- Vocês gostaram? Estávamos pensando em irmos lá também. – considerou Sango aguardando a resposta da amiga.

Kagome fitou Inuyasha, que se encontrava acima dela sob um galho fingindo cochilar, mas que pela forma como mexia as orelhinhas ela tinha certeza que estava atento à conversa. – Nós gostamos muito – disse tentando parecer animada – Vocês deviam ir mesmo, com certeza vão se divertir.

- Se vocês recomendam queremos ir. Vocês poderiam cuidar das crianças para nós hoje a noite? – pediu a exterminadora segurando o filho mais novo nos braços.

A miko esboçou um sorriso sem graça – É claro, vai ser... – mas foi interrompida por Inuyasha que desceu do galho bem do lado dela – Eu não vou bancar a babá.

- Você não pode ser tão egoísta Inuyasha. Nós também queremos aproveitar. Depois que se tem filhos esses momentos se tornam muito difíceis, você saberá quando tiver os seus. – explicou Miroku calmamente.

- Keh! Eu não quero nenhum pirralho mal criado. – emburrou o hanyou cruzando os braços dentro de seu haori.

- Você está dizendo que meus filhos são mal criados? – explodiu Sango, pronta para dar uns tabefes no amigo grosseiro.

- Calma! Calma! – interveio Kagome – Você conhece o Inuyasha, sabe que ele fala coisas sem pensar. Podem ir tranqüilos, eu cuido das crianças pra vocês.

Miroku pegou as mãos da miko num agradecimento – Obrigado, ficamos te devendo.

Inuyasha  bufou em desaprovação e Kagome apenas sorriu enquanto tentava encontrar uma forma de contornar a situação.

-------X--------

Já era noite alta e a miko tentava fazer dormir as três crianças que estavam agitadas demais pela ausência dos pais. Inuyasha conservou-se na porta do quarto sem querer tomar nenhum partido naquilo. Não é que não gostasse dos pequenos, por várias vezes já havia cuidado  deles,  mas naquele dia estava efetivamente contrariado.

- Por que você está emburrado Inuyasha? – perguntou Shippou com seu costumeiro tom implicante.

- Não estou emburrado – respondeu Inuyasha sem se mover – Vai dormir que já passou da hora de pirralhos irem para a cama.

- Você está com uma cara muito infeliz desde que viajamos, pessoas recém-casadas costumam ficar mais alegres e satisfeitas. Acho que tem algo errado com você. – concluiu Shippou.

- E vai ter algo errado com uma certa raposinha irritante se ela não for cuidar da vida dela – rosnou o hanyou.

Shippou fez uma careta pela resposta, correu até os pequenos que estavam com Kagome e virou-se para Inuyasha num tom de desafio. – Crianças, vamos brincar de pegar o cachorro. – As crianças gritaram e pularam em Inuyasha eufóricas agarrando suas orelhas. – Você me paga Shippou – berrou o hanyou, enquanto a miko tentava sem sucesso resgatar o marido.

Levou algum tempo até que as crianças se acalmassem e embora Inuyasha quisesse dar uns bons cascudos em Shippou, não conseguiu encontrá-lo. Assim que retornou ao quarto Kagome pediu-lhe silêncio – Finalmente dormiram, parecia que esse dia nunca ia acabar. – murmurou ela.

O hanyou apenas a encarou e novamente sentou-se junto à porta por onde soprava uma brisa suave. A esposa foi até o marido e ajoelhando-se diante dele levou as mãos até as orelhinhas de cachorro massageando-a delicadamente – Está doendo? Parece que elas puxaram com força – perguntou a moça.

Inuyasha se derreteu com o carinho, mas como estivesse com raiva  não desfez a expressão carrancuda – Não está doendo mais – disse retirando as mãos da mulher.

Kagome desapontou-se um pouco com a resistência, queria fazer as pazes com o hanyou, a lua de mel não estava sendo como havia planejado e isso os estava deixando nervosos. Mas não era culpa de ninguém, quer dizer, se os amigos não tivessem vindo com eles talvez as coisas fossem mais fáceis. Ela sentou junto ao marido descansando a cabeça em seu ombro, observou os filhos de Miroku e Sango que dormiam profundamente – Parecem anjinhos dormindo não acha? – murmurou.

- Quem dera dormissem para sempre porque quando estão acordados estão mais para diabinhos.

Kagome fitou o marido, concordava que as crianças eram levadas, mas ouvi-lo falando daquela maneira doía-lhe o coração, não que ele não fosse costumeiramente rude mas ela queria ser mãe e talvez ele não compartilhasse do mesmo sonho. – Inuyasha , você não pensa em ter filhos? – perguntou  incerta.

- Por quê eu ia querer umas pestinhas dessas? – respondeu ele sem pensar.

-Você não devia falar assim, filhos são uma benção – a miko declarou  tristemente.

Inuyasha percebeu o tremor na voz da esposa,  aquilo era importante para ela. Suspirou profundamente, ele não sabia como era ter um pai e tinha medo de falhar.  Além disso, seus filhos, embora com mais sangue humano, ainda seriam hanyous. Não desejava a ninguém os mesmos sofrimentos e humilhações pelos quais havia passado por não ser humano nem youkai, a dor de não pertencer a lugar nenhum. Lembrou-se de sua mãe e de todas as vezes que ela havia chorado por ele não ser aceito, depois da morte dela as coisas só pioraram, perdeu as contas de quantas vezes haviam tentado matá-lo, as experiências ruins o tornaram duro e desconfiado. Foi Kagome quem lhe deu um porto seguro e a sensação de ser amado e aceito. Queria intensamente fazê-la feliz mas não sabia como explicar seus temores e dúvidas, não queria admitir suas fraquezas fruto de um passado que ainda o atormentava.  – Não é justo colocar crianças no mundo para sofrer – falou tão baixo que parecia ter dito apenas para si mesmo.

Kagome percebeu a angústia na expressão e nas palavras de Inuyasha, ela sabia que ele se referia a própria infância da qual sempre evitava falar. Sentiu uma imensa vontade de confortá-lo, e fazê-lo entender que agora ele não estava mais sozinho. – Inuyasha, eu estou aqui, tudo é diferente agora – disse em lágrimas e enlaçando-o. Entretanto ele viu pena nos olhos dela. Ele era um sobrevivente, não precisava da piedade de ninguém.

- Vou sair um pouco, não demoro – disse afastando-a de si, precisava urgentemente ficar sozinho para controlar os sentimentos de tristeza e raiva.

A morena não teve tempo de responder pois ele já a havia deixado sozinha, deitou-se no futton aninhando-se a uma coberta e chorou por não conseguir fazer com que seus sentimentos chegassem até Inuyasha.

-----------X------------

Kagome acordou com uma leve dor de cabeça, provavelmente por ter chorado demais na noite anterior. Estranhou estar em seu próprio quarto pois havia dormido com as crianças no quarto dos amigos.

A morena vestiu-se rapidamente  e encontrou o marido e os amigos no jardim. Miroku e Sango tinham olheiras enormes mas aparentavam estar muito felizes, e a moça não conseguiu reprimir uma pontinha de inveja. 

- Bom dia! Por que não me acordaram quando chegaram? – interrogou a miko.

- Era muito tarde e Inuyasha preferiu não acordá-la – explicou Sango.

- Inuyasha, você me levou para o nosso quarto?

- Keh! Quem mais poderia ter sido?- respondeu o hanyou com sua irritação habitual. Kagome sorriu, apesar de tudo ele se preocupava e era cuidadoso com ela. Precisava encontrar uma forma de retomar a conversa sobre filhos sem que ele fugisse ou ficasse magoado.

- O dia está lindo e fresco, deveríamos fazer um passeio. – sugeriu Miroku, sendo aplaudido pelas crianças ávidas por explorar.

Durante a caminhada conversavam animadamente, Shippou implicava com Inuyasha que lhe dava cascudos, Kagome o repreendia, Miroku  passava a mão no bumbum de Sango, que embora fosse casada com ele, continuava não gostando do atrevimento em público, até pareciam o grupo que anteriormente havia recolhido os fragmentos da shikon no tama e lutado contra Naraku.

O dia transcorria tranquilamente até que Inuyasha capturou um cheiro familiar que não sentia a muito tempo, com certeza era o Kouga, o que ele estaria fazendo naquela região? Mal teve tempo de pensar no assunto quando o lobo quase passou por cima dele e foi direto cumprimentar Kagome pegando-lhe nas mãos.

- O que está fazendo por aqui seu lobo fedido, e saia já de cima da minha esposa que essa batalha você perdeu.

- É assim que você cumprimenta as pessoas? – interpelou Kouga – apenas senti o cheiro de uma velha amiga e vim ver como ela estava. Vejo que ela cometeu o erro de se casar com você.

Kagome sorria, estava feliz em ver o youkai lobo, mas não queria que Inuyasha ficasse com raiva – Como você está Kouga? O que anda fazendo?

- Muito trabalho. Eu assumi a tribo dos youkais lobo do norte e me casei com Ayame. – respondeu.

- Parabéns pelo casamento, Ayame gosta muito de você.

- Sim, é verdade, mas não tive alternativa já que você preferiu ficar com esse cachorro ao invés de mim. – disse Kouga em tom de desafio

- Pare de dizer bobagens – interferiu Inuyasha  entrando no meio dos dois, Kouga podia ter se casado mas havia sido muito insistente com Kagome, não iria deixar espaço para nada.

- É muito bom vê-lo Kouga, mas não acho que esteja aqui para nos fazer uma visita – disse Miroku tentando mudar o rumo da conversa – estou sentindo uma energia maligna poderosa.

- Estou perseguindo um youkai que causou problemas a minha tribo, mas achei que tinha um tempinho para rever velhos companheiros.

- Se fosse eu que estivesse perseguindo o youkai  já teria acabado com ele – disse Inuyasha de forma implicante.

- Nós podemos ajudá-lo, não é mesmo Inuyasha – sugeriu Kagome.

- Não preciso de ajuda. Foi muito bom reencontrar vocês mas já vou, tenho que acabar com um youkai. – disse Kouga desaparecendo em meio a um tornado.

- Acho que deveríamos investigar isso – disse Kagome pensativa.

- Eu não vou ajudar aquele lobo fedido, é melhor ele manter distância. – retorquiu o hanyou.

 - Um youkai poderoso como esse pode acabar atacando vilas humanas – questionou Sango – é melhor tomarmos uma providencia.

- Sim, você está certa Sango, leve as crianças para o templo que eu vou seguir a energia maligna. –concluiu Miroku.

- Eu vou com você – completou Kagome- não posso deixar youkais violentos passeando por aí.

- Ah não Kagome, o youkai não está atacando humanos, por que temos que nos envolver nisso. – reclamou Inuyasha.

- Não está atacando humanos ainda, se você não quer ir não vá, volte com Sango para o templo, eu e Miroku podemos cuidar disso. – disse Kagome irritada.

- Vamos Kagome, nós encontramos mais tarde Sango. – disse Miroku dando um beijo na esposa e nos filhos.

- Eu vou também, não posso te deixar desprotegida – resmungou Inuyasha e Kagome se perguntou contra quem Inuyasha queria protegê-la.

Foram caminhando tentando detectar a direção da energia maligna. Inuyasha parou mexendo o nariz, parecia ter farejado alguma coisa.

- Encontrou algo? Perguntou Miroku.

- Cheiro de sangue- respondeu

- Então devemos nos apressar – concluiu Kagome.

Chegaram a uma vila onde a destruição era evidente, várias pessoas estavam feridas e encontram Kouga lutando contra um imenso youkai gafanhoto. O monstro era realmente imenso e tinha uma carapaça muito dura, Kouga não fazia mais do que se esquivar dos golpes do youkai sem conseguir feri-lo.

- Inuyasha, por favor, ajude o Kouga desse jeito ele vai acabar sendo ferido – implorou Kagome.

- Você vive me pedindo pra salvar esse lobo atrevido. Mas não vou fazer isso por ele, não gosto de youkais que saem por aí destruindo e matando pessoas.

Inuyasha aproximou-se do youkai gafanhoto e lançou um kaze no kizu, que surpreendentemente pareceu nem arranhar o monstro.

- Que excelente trabalho – gritou Kouga ironicamente.

- Eu nem comecei ainda – disse Inuyasha com despeito – o monstro era mais forte do que ele tinha previsto. Enquanto tentava atingi-lo com a espada o monstro se mostrou mais rápido que o youkai lobo perfurando as pernas deste com suas garras.

- Kouga! – gritou Kagome aflita.

- Esse lobo só me dá trabalho – Inuyasha tentou cortar as pernas do gafanhoto para libertar o amigo sem entretanto conseguir produzir dano algum.

Kagome teve que pensar rápido, o gafanhoto iria matar Kouga.Correu até umas pedras que ficavam  bem próximas ao local da batalha e disparou um hama no ya, o monstro atordoado libertou Kouga , mas passou a ter Kagome como alvo esguichando grande quantidade de veneno contra ela.

Por muito pouco Kagome não foi atingida. Inuyasha foi rápido o bastante para salvá-la. – Você está maluca se arriscando assim sem necessidade – esbravejou o hanyou.

- Eu precisava ajudar Kouga, e os seus ataques não estavam adiantando muito.

- Deixa que eu resolvo isso, afaste-se Kagome – disse Inuyasha, pelo menos o youkai lobo não estava mais junto do gafanhoto e poderia usar o meidou zangetsuha sem preocupação. – Muito bem monstro , já que eu não consigo te matar vou te mandar inteiro para o inferno – gritou o hanyou liberando a ataque.

Destruído  o monstro Kagome e Miroku começaram a ajudar os feridos, felizmente ninguém tinha morrido. O mais grave eram as pernas de Kouga que tinham sido perfuradas. Kagome fez um curativo para estancar o sangramento mas aquilo não parecia bom – Acho que você vai ficar um tempo sem andar – disse ela com um sorriso fraco.

- Que nada, em dois dias estarei curado.

- Você deveria ficar conosco por uns dias para repousar e eu acompanhar a evolução do ferimento.

- Se você está pedindo – disse Kouga pegando as mãos de Kagome – Muito obrigado, você é maravilhosa.

- Quem te salvou fui eu seu lobo fedido, afaste-se da minha esposa – disse Inuyasha puxando Kagome para longe de Kouga  - Como você fica convidando os outros para ficar com a gente.

- É que eu estou preocupada com o ferimento dele, por favor, entenda – pediu Kagome.

 - É só esse lobo aparecer que você fica toda solícita com ele, eu não quero você perto dele.

- Você está agindo como uma criança ciumenta, não há razão para isso, eu me casei com você, confie em mim. – implorou ela.

- Como não tenho razão?Ele fica te paquerando o tempo todo e você aceita.

Aquela conversa estava passando dos limites para Kagome, como Inuyasha não percebia que Kouga só estava implicando com ele? Os dois eram casados e não haviam segundas  intenções ali, era apenas uma brincadeira.

- Inuyasha você tem que aprender a confiar em mim, não só para esse caso mas para a nossa vida inteira – suplicou Kagome.

- Eu confio em você – disse Inuyasha fazendo beicinho – mas fique longe desse lobo, sim?!

Inuyasha é realmente infantil  refletiu Kagome, ele confiava nela desde que ela mantivesse distância de Kouga. Isso considerando que ela e o lobo nunca haviam tido nenhum tipo de relacionamento. Nem se comparava ao que ela havia suportado dele com relação à Kikyou. Não queria estimular o ciúme de Inuyasha e também não podia simplesmente tolerar aquele comportamento.

- Meu benzinho – disse ironicamente – Como eu vou tratar o ferimento se eu não puder me aproximar do Kouga.

- Ele com certeza pode se virar sozinho, você não precisa ficar sendo toda boazinha com um lobo ladrão de mulheres. – Mal proferiu essas palavras e Inuyasha assustou-se com  a raiva que emanava de Kagome.

- Inuyasha, quantas vezes você foi atrás da Kikyou e eu fiquei esperando. Naquela época  nós não tínhamos nada, não havia nenhuma promessa, e mesmo assim eu sempre acreditei  que você voltaria para mim. Isso é confiança!  – A moça conteve as lembranças e as lágrimas, não podia fraquejar naquele momento - Será que eu vou ter que te lembrar daquela palavra mágica para que você pare de ser tão grosseiro e mimado.

O hanyou sentiu um calafrio, não só por lembrar-se da kotodama, que fazia tempo que Kagome não proferia, como por ela ter mencionado Kikyou, havia mágoa nas palavras dela. No final, Kagome também não confiava completamente no amor dele. Sem saber o que dizer preferiu recuar – Keh, faça o quiser, não vou falar mais nada.

A miko encarou o hanyou sem a sensação de ter vencido a discussão. Desde o casamento havia acontecido tanta coisa, vários sentimentos guardados emergiram e parecia que lidar com eles era mais difícil que enfrentar youkais. Afastou-se do marido em silêncio e foi cuidar dos feridos.

--------X--------

Kagome passou os três dias seguintes cuidando de Kouga e das outras pessoas da vila que estavam feridas , Miroku e Sango vieram para ajuda-la. Inuyasha permaneceu todo esse período emburrado, porém sem reclamar. Quando Kouga se restabeleceu o suficiente para retornar a sua tribo, agradeceu muito a Kagome pelos cuidados e foi embora, não sem antes ter uma conversa com Inuyasha.

- Ei cara de cachorro – disse Kouga para Inuyasha que se encontrava em cima de um galho de uma árvore – eu deixei a Kagome pra você para que a fizesse feliz e não para que a chateasse com ceninhas infantis.

- Do que você está falando? – disse Inuyasha descendo da árvore e encarando Kouga – Ainda acha que pode tomá-la de mim?

- Não tenho essa intenção, até mesmo porque eu já me casei e amo minha esposa, mas a paciência de Kagome com certeza tem um limite, insista nisso e ela acabará te deixando. – respondeu Kouga – Até mais Inuyasha.

Kouga sumiu em meio a um ciclone, sem dar tempo de resposta a Inuyasha. O que Kouga sabia sobre Kagome e o relacionamento deles? refletiu o hanyou, mas não deixou de se sentir incomodado com as palavras do lobo, será que havia um fundo de razão?

Inuyasha resolveu procurar Kagome, quase não havia falado com ela nos últimos dias. Encontrou-a fazendo um curativo no braço de um garotinho, ela sorria e brincava tentando distraí-lo para que não sentisse tanta dor. Ao ver a cena ele sentiu vergonha de si mesmo, Kagome estava sempre tentando ajudar os outros, como ele podia ser tão egoísta.

A miko percebeu a presença do marido, ele parecia perturbado. Não havia dado muita atenção a ele nos últimos dias e ainda tinha o problema com Kouga. O castigo já tinha sido suficiente. Terminou o curativo e foi ao encontro dele – Algum problema Inuyasha?

- Eu só queria saber se você estava bem  - disse com os olhos baixos como uma criança arrependida.

- Como pode perceber tive muito trabalho esses dias, estou exausta – disse espreguiçando-se para diminuir a tensão nas costas.

- Eu sei,  me desculpe.

O pedido de desculpas surpreendeu Kagome, Inuyasha não costumava admitir falhas e se desculpar, tocou o rosto dele fazendo os olhares se encontrarem, os lábios se uniram suavemente e ele a envolveu num abraço apertado, ela compreendeu o quanto sentia falta daquele beijo, daquela proximidade. Fez-se silêncio por alguns momentos até que ela distanciou-se com um sorriso, ele também sorria  –  Nós já ficamos muito tempo por aqui, vamos voltar pra casa?

- Sim, como você quiser.  Sairemos amanhã cedo. - respondeu o hanyou com ânimo renovado, em casa as coisas iriam finalmente dar certo.


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Notas finais do capítulo


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