Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 36
Chapter 36: There Is a Light That Never Goes Out


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Espero que esteja todo mundo bem! Enfim, aqui estou eu com mais um capítulo saído do forno. Tenho tentado arrumar tempo onde posso pra continuar escrevendo e fazendo vocês felizes.
Espero que gostem do capítulo, eu o refiz milhões de vezes porque ficava sumindo o texto que eu escrevia toda hora (sim, um saco) mas no fim saiu do jeitinho que eu queria.
Obrigada a todos pelos comentários e favoritos, vocês são nota 1000. E um obrigada especial para a Luna que deixou uma recomendação maravilhosa ♥

Ah, Atualizei a playlist também:
— https://www.youtube.com/playlist?list=PLKwupk0S9-0dHE3qVub28XF-mMbsoT5nC
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Até a próxima ♥



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Capítulo 36 - There is a light that never goes out

Fazia uma barulhada imensa na manhã de sábado quando Hermione chegou ao grande salão para tomar café da manhã. Após a ronda da noite passada a castanha sentia-se inabalável.

Aproximou-se calmamente da mesa da Grifinória, desviando de vários alunos excitados ao longo do caminho, e cumprimentou os amigos que acenavam enquanto ela se aproximava.

“Como estão?” Perguntou a castanha ao se sentar do lado de um sorridente Neville Longbottom.

“Ansiosos.” Respondeu Ginny rapidamente, também incapaz de esconder sua excitação. Todos assentiram concordando, menos Ron, no ponto mais distante da roda de amigos, que enfiava uma colherada de mingau de aveia na boca enquanto fazia de tudo para ignorar Hermione. Aparentemente, todos aqueles gritos de ontem não o haviam feito voltar ao normal com ela.

Em meio a conversas para lá e para cá, terminaram o café e todos os alunos que fariam o passeio a Hogsmeade foram saindo animadamente pelas portas do castelo. Hermione se despediu dos amigos e foi se juntar aos monitores que começavam a despachar as primeiras carruagens. Draco, Cho e Michael já agrupava os alunos mais velhos nas carruagens quando ela se aproximou desejando um bom dia.

Timidamente, Hermione aproximou-se de Draco e, olhando a sua volta atenta para olhares curioso, segurou sua mão por alguns segundos e a apertou; Draco apertou sua mão de volta. Hermione sentia-se mal por se esconder dessa forma mas o que ela tinha com Draco era uma coisa tão frágil que tinha medo; por isso, preferia descobrir onde isso a levaria antes de poder compartilhar tal decisão importante com outras pessoas pois tinha plena certeza de que aquilo poderia mudar tudo.

“Como está?” Ela perguntou preocupada. Lembrava claramente de tudo que havia acontecido no dia anterior e no quão arrasado ele estava. Ainda era possível ver uma ruga de preocupação em suas feições e um olhar cansado. “Notícias de sua mãe?”

“Não.” Respondeu o loiro suspirando. Hermione desejou abraça-lo mas sabia que não era possível, por isso contentou-se com meras palavras.

“Tenho certeza de que ela está bem.”

Naquela manhã, havia uma pequena matéria na seção investigativa do Profeta Diário comentando o fato de vários aurores terem sido vistos entrando na Mansão Malfoy. Era uma matéria extremamente sensacionalista, assim como todas as outras naquele jornal. Hermione viu quando, do outro lado do salão, Meg tirou o jornal das mãos de Draco antes que o mesmo pudesse ter um vislumbre do que havia sido dito. Era possível também notar o ar pesado da mesa Sonserina no momento em que Theo chegou.

“Ela é uma mulher forte.” Assegurou Draco, mas Hermione não tinha certeza se ele estava tentando assegurá-la ou a si mesmo. A castanha assentiu de qualquer maneira.

Depois disso não tiveram mais tempo para conversar. Draco e Michael estavam ocupados tentando separar dois alunos do quarto ano que brigavam para ver quem iria na carruagem com uma das meninas antes do Prof. Flitwick se aproximar e levar os dois para dentro do castelo.

Hermione e Cho ocuparam-se em colocar os alunos mais novos dentro das carruagens e despachá-los.

Em pouco tempo, a maioria dos alunos já haviam partido pela estrada de terra já tão conhecida por todos, deixando para trás apenas os monitores e sua carruagem.

Cho e Michael sentaram-se em um dos bancos e Hermione e Draco trocaram um longo olhar antes da castanha entrar também na carruagem e o loiro fazer seu caminho de volta para dentro do castelo.

Draco suspirou ao ver a última carruagem partir dos campos de Hogwarts deixando-o sozinho. Estava um dia bem bonito para estar do lado de fora, mas Draco tinha que estar em vinte minutos no escritório do Prof. Marshall para seu primeiro dia de detenção. 

Andou calmamente pelos corredores, encontrando alguns alunos do primeiro ano apressados para irem usufruir o dia ensolarado lá fora. Poucos minutos depois chegou à porta da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas; passou alguns segundos indeciso se entrava de uma vez ou esperava dar o horário certo mas a porta se abriu antes que tomasse uma decisão.

“Oh, Draco, não o vi aí.” Desculpou-se o Prof. Marshall ao ver o garoto loiro espantado à sua frente.

“Tudo bem.” Draco deu de ombros e afastou-se para que o bruxo mais velho passasse.

“Está cedo.” Observou Prof. Marshall.

“Posso voltar depois se…” Draco respondeu desconcertado. Havia um certo ar de perspicácia nos olhos do professor que o faziam parecer saber de tudo. Prof. Marshall o interrompeu antes de terminar a frase.

“Pode entrar e esperar por mim, preciso entregar meus relatórios à Diretora e volto logo.” 

Draco assentiu e entrou na sala que era quase estranha, vista assim tão vazia de alunos. Parecia maior do que alguma vez já lhe pareceu. Andou cuidadosamente por entre as mesas e cadeiras, algumas gastas e com marcas de feitiços mal sucedidos, algumas arranhadas e com grandes buracos - o que o fazia pensar o que devia ter acontecido ali. No final da sala de aula, ficava a mesa do professor, que estava uma tremenda bagunça. Vários pergaminhos com letras variadas estavam em uma grande pilha no canto mais extremo da mesa, ameaçando cair a qualquer momento. Draco adiantou-se rapidamente e afastou a pilha do perigo eminente. Curioso por nunca ter chegado tão perto da mesa de um professor - tirando Snape, seu padrinho -, Draco começou a olhar por alto os outros tipos de pergaminhos e livros. Havia também uma jarra relativamente pequena parcialmente escondida no meio de tantos papéis. Draco aproximou-se e olhou mais de perto, querendo saber se havia algo lá dentro. Um bicho, tão pequeno que era quase imperceptível, pulou na parede de vidro da jarra com brusquidão fazendo o loiro se afastar assustado derrubando alguns pergaminhos pelo caminho. Culpado pela bagunça que fizera, Draco rapidamente abaixou-se para juntar os papéis que haviam caído no chão, derrubando mais um papel. Ele o pegou e percebeu que era uma foto bastante antiga. Na foto, em preto e branco, havia uma família de bruxos - Draco supôs, ao ver a varinha na mão do homem mais velho. Uma mulher belíssima, um homem de aparência bastante amável e um garoto com um sorriso no rosto. Era uma família bonita de se olhar, certamente. Draco foi bruscamente arrancado de seus pensamentos quando ouviu a porta abrir e o Prof. Marshall entrar por ela. Rapidamente colocou a foto de volta na mesa e juntou o restante dos papéis que haviam caído. Enquanto fazia, o professor se aproximou curioso.

“Desculpe eu…” e sem mais o que dizer, apenas apontou para a jarra e o bicho que ainda o observava atentamente. Prof. Marshall deu uma risada abafada e assentiu.

“Ele faz isso.” Pegou a jarra e ofereceu a Draco. “O nome é Chizácaro. Não é perigoso, mas pode destruir uma varinha antes de você conseguir enxergá-lo.” Draco havia estudado sobre a criatura em algum momento da vida, mas nunca havia visto uma de perto, além dos desenhos em livros. Sabia que a criatura era atraída pela magia e mais nada.

“Chá?” Perguntou Prof. Marshall ao subir as escadas para seu escritório. Sem ter muito o que dizer e envergonhado por ter sido pego bisbilhotando, Draco assentiu. O bruxo mais novo tinha a impressão de que o professor havia lhe lançado um olhar desconfiado, mas logo a sensação fora embora. Com algumas agitadas de sua varinha, logo uma chaleira jazia sob o fogo no canto mais distante da sala. Os dois bruxos continuaram em silêncio, apenas observando um ao outro até que o apito da chaleira os assustou de seus pensamentos.

Prof. Marshall accio duas xícaras brancas simples e começou a servi-los calmamente. Àquele ponto, Draco estava prestes a explodir de nervos. Se aquela era sua detenção, estava sendo realmente terrível. 

Draco tomou um gole do seu chá e continuou em um silêncio irritado esperando pelo que viria. E quando veio, ele não imaginou que seria isso.

“Soube de sua mãe.” Comentou casualmente o professor. Draco bufou tentando esconder a surpresa.

“Todo mundo soube, estava n’O Profeta Diário dessa manhã.” O loiro deu de ombros.

“Não soube essa manhã.” Prof. Marshall contou. “Acho que isso explica o acontecido de ontem.” 

Draco continuou em silêncio.

“Como você se sente sobre isso?”

“Fabuloso.” Debochou Draco. Prof. Marshall suspirou derrotado. 

O bruxo mais velho levantou-se e desceu as escadas para a sala de aula, voltando apenas segundos depois com a pilha de pergaminhos que Draco havia salvado da queda há pouco tempo atrás.

“Estes são trabalhos dos alunos de quarto ano sobre Maldição Imperdoáveis e sua ajuda na correção seria muito apreciada.” Respondeu o professor ao ver o olhar inquisitivo do loiro. O garoto fechou a cara por uns momentos ao ouvir aquilo. “Creio que tenha aprendido sobre isso no seu quarto ano, correto?” Indagou o professor. Draco assentiu relutante.

O professor deve ter visto a hesitação de Draco pois suspirou e sentou-se para encará-lo olho a olho. “São apenas escritos de crianças, Sr. Malfoy, não lhe farão mal.”

Draco olhou estranhamente para o homem, que estava sendo tão gentil com ele, enquanto aplicava sua mais distinta detenção. O loiro se perguntou do que mais o homem poderia saber com aqueles olhos penetrantes mas optou pelo silêncio novamente. Pegou uma das penas dispostas em cima da mesa e metade dos pergaminhos e começou a trabalhar; Prof. Marshall logo em seguida fazendo o mesmo.

O primeiro trabalho que começou a ler fez Draco bufar e rir pelo nariz ao mesmo tempo. No primeiro parágrafo lia-se “A Maldição da Morte é capaz de matar qualquer pessoa atingida por ela.”

“Crianças e estúpidas.” Resmungou Draco baixinho mas sendo ouvido mesmo assim. Prof. Marshall limpou a garganta e levantou os olhos do pergaminho que corrigia. “Desculpe.” Murmurou a contragosto.

Aparentemente, o resto do seu dia seria tão animado quanto do Filch quando ficava muito tempo sem castigar um aluno.

x

Quando a carruagem dos monitores parou, Hermione foi a primeira a descer, deixando o casal recém reunido para trás. Ginny, Harry e Neville a esperavam enquanto conversavam animadamente.

“Eu disse para me encontrarem no Três Vassouras, não precisavam me esperar.” A castanha protestou quando se aproximou do trio.

“Não nos importamos Hermione, o dia está lindo.” Afirmou a ruiva e os garotos assentiram. 

“Vamos?” Perguntou Neville ansioso. “Luna já deve estar a nossa espera.” Hermione sorriu com a excitação do amigo. Os quatro começaram a caminhar rapidamente em direção ao bar quando a castanha sentiu falta de alguém.

“Ron?” Perguntou a Harry. 

O moreno deu um sorriso triste e apontou com a cabeça para onde duas pessoas estavam praticamente se engolindo. Ginny bufou ao ver aquilo e respondeu enfezada.

“Ele disse que iria nos encontrar no Três Vassouras.”

Hermione apenas assentiu e deu de ombros. Não sentindo nada diante daquela cena, que há algum tempo atrás a deixaria arrasada, só a fez ter mais certeza de sua decisão de terminar com o ruivo.

Os amigos se aproximaram do Três Vassouras e Neville foi o primeiro a passar pela porta, seguido de Harry e Ginny logo atrás; Hermione respirou mais um pouco do ar puro do lado de fora antes de abrir a porta para si e sentir o bafo quente lhe atingir o rosto junto com o barulho alto de conversas.

Numa mesa mais ao fundo, Hermione avistou Neville e Luna num abraço bem apertado, a loira logo envolvendo Harry e Ginny no abraço também. Hermione se aproximou desconfortavelmente do grupo; sempre que via Luna, lembrava da maneira arrogante com que havia tratado a menina tanto tempo atrás pelo simples fato dela ser diferente. Era verdade que haviam criado amizade suficiente durante o tempestuoso sexto ano, mas depois de tanto tempo sem contato não tinha muita certeza de em que pé estavam.

Mas Hermione não deveria ter se preocupado, pois ao vê-la, Luna a puxou para um abraço tão apertado quanto possível. As duas garotas suspiraram uma nos cabelos da outra, sentindo o conforto de estar finalmente em casa e em paz. As duas se separaram com um sorriso e juntaram-se aos outros na mesa.

Enquanto Ginny jogava conversa fora, Hermione se deixou observar a velha amiga. Havia tanto de diferente nela, ao mesmo tempo em que havia tanto da antiga Luna. Os mesmos cabelos loiríssimos mas não mais bagunçados, o mesmo sorriso brilhante mas não mais com um toque de inocência, o mesmo brilho no olhar mas agora com um fundo de maturidade. E Hermione conseguia ver a maturidade na forma em que Luna se portava agora, na forma como falava e se expressava. Era absolutamente estranho de ver, mas também reconfortante. Afinal, a guerra atingiu a todos de maneiras distintas e com impactos bastante diferentes. Os pensamentos dela e a conversa do restante foram interrompidos com a chegada de Ron e a garota -morena de sol, cabelos curtos e cacheados completamente em ordem e um sorriso perfeito- que ele estava beijando momentos atrás, agarrada ao seu braço. 

"Luna!" Cumprimentou o ruivo. Luna levantou-se e deu um rápido abraço nele, diferente do abraço que havia dado nos outros. Hermione percebeu um pouco do desconforto da menina mas ele logo foi escondido. A castanha lembrava-se muito bem das coisas maldosas que dizia de Luna e o fato dele nunca ter pedido desculpas.

Ron apresentou a garota que estava com ele - Samantha - e um silencio constrangedor caiu sobre o grupo quando a mesma sentou na cadeira ao lado de Hermione. Ginny bufou, ganhando um olhar reprovador de Harry.

“Então Luna, como está sendo estar em casa de novo?” Perguntou Harry para tentar amenizar o clima. A garota loira sorriu para o velho amigo antes de responder.

“Tem sido bom.” Luna contou sorridente.

“E a França? Como foi lá?” Agora quem perguntava era Ginny, curiosa para saber o que a amiga havia feito enquanto fora. 

Luna deu um rápido sorriso triste. “Não quero entristecer vocês, hoje é um dia de alegria.” Comentou. “As coisas foram difíceis.”

“Luna, somos seus amigos. Ou pelo menos a maioria de nós.” Debochou Ginny olhando para o irmão que passava o braço pelos ombros de Samantha e pouco lhe prestava atenção. “Pode nos contar, estaremos sempre abertos a ouvir. Além disso, pode ser bom colocar pra fora.” Sugeriu a ruiva.

“Estamos aqui.” Reafirmou Neville segurando a mão de Luna. A garota assentiu e agradeceu, antes de começar a contar.

“No começo foi extremamente difícil. Papai não estava nada bem. Saimos desesperados do país atrás de um novo começo, para fugir das lembranças horríveis, mas não importava quão longe estivéssemos elas estavam conosco. Papai mal dormia, com medo, estávamos sempre juntos para que ele sempre estivesse de olho em mim. Passamos um mês inteiro escondidos na casa que compramos para recomeçar nossa vida, sentindo medo de nossas sombras.” Luna suspirou e abaixou os olhos para o seu colo. “Eu não podia culpa-lo, é claro, mas eu me sentia prisioneira. Tivemos uma briga horrível, a mais séria que uma vez já tivemos. Eu queria olhar o mundo lá fora, o mundo que ajudamos a livrar de Voldemort a tanto custo. As coisas só ficaram mais feias dali para frente.” A bruxa loira secou os olhos discretamente, sabendo que estava sendo observada cuidadosamente pelos amigos. A lembrança ainda era dolorosa, era perceptível. “Um dia, num de nossos momentos de calmaria, ouvimos uma batida insistente na porta. Eu me agarrei àquela oportunidade como uma pessoa morrendo afogada mas na esquina mais distante da minha mente, vi papai me olhar com reprovação, embora não tenha me parado quando corri para atender. Era uma de nossas vizinhas, uma bruxa alta e bonita, chamada Gemma, e acompanhada de dois garotos, Carlos e Hector. Ela pediu desculpas por não ter vindo-os cumprimentar antes pois estava ocupada cuidando da partida de sua filha mais nova para Beauxbeatons. Apresentou os dois garotos que estavam com ela, seus dois filhos mais velhos, recém-empregados do Ministério da Magia francês. Ela era bastante teimosa e feroz, descobrimos com o tempo. Foi ela quem conseguiu convencer papai a sair de casa pela primeira vez. Desse dia em diante, ele começou a tornar-se Xenofilo Lovegood de novo. Foi a partir desse momento que nosso recomeço realmente começou a acontecer. Fizemos amigos além da Gemma, Carlos e Hector mesmo com todas as dificuldades e eles nos ajudaram muito na nossa recuperação.” Luna suspirou sonhadora a citar o ultimo nome, o que não passou despercebido por Neville. “Passamos ótimos meses passeando por toda a França, mas, eventualmente, começamos a sentir saudades de casa.” Sorriu verdadeiramente. “E aqui estamos. É bom estar em casa de novo.”

“Sinto muito por isso.” Disse Ginny com a voz embargada enquanto Harry a confortava. Hermione também havia sentido o impacto da história de Luna e mal conseguiu evitar as lágrimas de caírem. Neville também confortava Luna e de repente Hermione sentiu-se muito sozinha mesmo estando rodeada de pessoas. De repente, desejou com tanta força que Draco pudesse estar sentado ali com ela, confortando-a, conversando com os amigos dela, talvez rindo de alguma piada sem graça que alguém tivesse contado. Desejou tanto que teve dificuldades de engolir o nó que se formava em sua garganta.

“Não é culpa sua, Ginny. Todos sabemos de quem a culpa é e ele está morto, nós conseguimos isso.” 

Realmente madura, pensou Hermione um momento antes de deixar um pouco da tristeza invadir seu coração. Voldemort e seus seguidores haviam deixado muitas marcas ruins em suas vidas, isso era óbvio, mas ficava feliz em ver que nem todas deixavam isso ser o centro de suas existências e destruir o pouco de bom que restara. Hermione ainda estava aprendendo a seguir esse caminho.

O momento triste foi, felizmente, interrompido pela chegada de Madame Rosmerta com suas canecas de cerveja amanteigada.

“Desculpe a demora queridos, mas está uma loucura por aqui hoje.”

E, realmente, agora que os amigos percebiam à sua volta, o Três Vassouras estava abarrotado de gente. Mesas lotadas, o balcão transbordando de pessoas em pé e a porta do bar não parava de ser aberta, recebendo ainda mais gente. Podendo ouvir as muitas conversas, perceberam também que muitos deles estavam extremamente animados para a inauguração que aconteceria naquela tarde.

“Me contem como vão vocês.” Pediu Luna ao voltarem a atenção para a própria mesa. “Soube que virou Monitora-Chefe.” Virou-se para Hermione.

“Sim.” Hermione corou um pouco e sorriu tímida. 

“Como é ter um quarto só para si?” Tornou a perguntar.

“Ótimo.” Afirmou a castanha. “É sempre bom ter sua privacidade.”

Ginny riu. “Certamente é melhor do que passar a maioria das manhãs tentando tirar Parvarti do banheiro.”

“Eu gostava de dividir dormitório, nunca me sentia sozinha.” Contou Luna. “Embora as vezes elas fossem um pouco maldosas.” Completou pensativa.

“Bem, irá conosco na inauguração da Gemialidades Weasley, certo?” Perguntou Neville.

“Claro que sim, é uma das razões pela qual vim.” Garantiu Luna. 

“Então acho melhor nos apr- Neville foi interrompido pelo olhar vago de Luna.

“Oh, zonzóbulos, fico feliz que eles também estejam de volta a Inglaterra.” Exclamou Luna excitada, fazendo todos os outros rirem. Luna ainda era Di-Lua, apesar de tudo.

Xx

Quando o grupo de amigos chegou à frente da loja que uma vez fora a Zonkos, mal conseguiram se aproximar. Uma multidão aguardava ansiosamente lotando a rua e impedindo a passagem. A loja estava coberta de panos roxos e tudo era muito misterioso.

Ron e Ginny tentaram fazer seu caminho por entre as pessoas, empurrando uns e pedindo licença a outros, com o restante do grupo vindo logo atrás. Finalmente, conseguiram chegar à fileira da frente, onde um cordão de isolamento enfeitiçado pairava no ar, evitando que qualquer um passasse.

Ainda se acomodando no meio das pessoas, Ginny viu quando Jorge surgiu pelo meio das cortinas e a multidão fez silêncio. Do outro lado da muvuca, Ron viu o restante de sua família; infelizmente não era possível fazer o caminho até eles pois o público ficou ainda mais enérgico quando viram Jorge. Ron cutucou Ginny e apontou para onde seus pais e irmãos estavam assistindo. Animados a família Weasley acenou uns para os outros até serem interrompidos por Jorge novamente.

“Olá a todos! Fico realmente lisonjeado de ver tantas pessoas por aqui, mas, certamente o senhor com o rosto vermelho e raivoso tentando passar ali atrás não está muito feliz.” Jorge comentou acenando para alguém lá no fundo da multidão. “Vamos lá, sejam educados e deem licença. Tenha um bom dia, meu senhor.” Muitas risadas foram ouvidas vindas da multidão, incluindo o grupo de amigos que ainda se apertava na primeira fila. “Agora vamos ao que interessa.” Jorge levantou a varinha em direção ao cordão de isolamento e fez uma pausa, olhando para a aglomeração de crianças e adolescentes esperando ansiosamente. “Apresento a vocês, a nova Gemialidades Weasley.” E com um aceno da varinha, todas as cortinas sumiram, o caminho foi aberto e diversos fogos coloridos dançantes se insinuavam para a multidão.

A loja era toda roxa e laranja, a marca oficial da franquia. No letreiro, acima, havia o rosto dos gêmeos que giravam enquanto tirava um coelho da cartola ao lado de “Gemialidades Weasley” em letras garrafais. As luzes do interior da loja se acenderam brilhantes e pelas vidraças enormes podia-se ver o tamanho surreal que a mesma tinha. Vários coros maravilhados e surpresos foram ouvidos. Jorge balançou a varinha mais uma vez e as portas duplas de vidro se abriram, convidando todos a entrarem.

Em uma espécie de transe, todos começaram a entrar na loja, olhando em volta com olhos arregalados e brilhantes. Crianças davam gritinhos felizes quando viam ao longe algo que reconheciam.

No meio da bagunça, Ginny e Ron conseguiram encontrar com o restante de sua família. Ginny, puxando Harry pelo braço que por sua vez puxava Hermione, com Luna e Neville desbravando a multidão logo atrás e Ron, que em algum momento havia perdido Samantha pelo caminho e não parecia ter interesse nenhum em tentar encontrá-la. Se esquivando das pessoas conseguiram se reunir próximo à entrada. Ginny foi a primeira a cair nos braços da mãe, logo em seguida abraçando o pai e os irmãos e sendo seguida por Ron, Harry e Hermione. Enquanto se cumprimentavam avidamente, Jorge se aproximou do grupo para mais uma sessão de abraços.

“Estamos todos muito felizes por você, filho.” Comentou Artur enquanto Molly tentava controlar suas emoções ao ver o ruivo.

“Obrigada pai.” Sorriu Jorge. “Mas eu tenho uma surpresa um pouco especial pra todos vocês. Me acompanhem.”

Jorge os levou para a frente da loja onde havia um pano cobrindo uma parte da vidraça ao lado da porta. Sequer haviam notado isso no meio da confusão de pessoas anteriormente. Com um floreio da varinha, o tecido sumiu, mostrando o que viria a ser uma placa muito bem ornamentada. No meio da placa havia uma foto de Fred, que se movia de um lado para o outro, rindo com vontade, desviando de um monte de bombinhas coloridas que eram jogadas em sua direção e depois sorrindo para a câmera. Embaixo, os dizeres Há sempre uma luz que nunca se apagará. Fred Weasley 1-4-1978/2-5-1998

Com lágrimas nos olhos e mãos apertadas umas nas outras, o grupo ficou em silêncio, observando a fotografia se movendo, mostrando Fred Weasley em seu estado natural, feliz, vibrante e cheio de vida.

“Dessa vez eu ganho desconto?” Perguntou Ron com a voz evidentemente embargada.

“Não.” Respondeu Jorge sorrindo fazendo os outros rirem em meio às lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro e me deixem saber o que acharam, bjs!!!!!!!!



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