Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 30
Chapter 30: Little Happiness


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo :)))))
Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem e fiquem felizes ao lê-lo, assim como eu fiquei feliz ao escrevê-lo. Tava planejando um futuro pra esse personagem há um tempão e agora finalmente consegui fazê-lo.

Vou deixar aqui mais uma vez, os links da playlist:
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Capítulo 30 - Little happiness

Hermione respirou fundo o ar dos jardins do castelo. Era uma bela manhã de início de primavera e um sol tímido brilhava no céu. Ao fundo, os alunos conversavam em voz alta enquanto esperavam as carruagens para Hogsmead chegarem. Depois de tantas coisas que aconteceram, Hermione achava que um tempo longe daquele mesmo ambiente de todos os dias faria maravilhas para o seu humor.

Ao seu lado, Malfoy, Chang e Corner observavam a multidão enquanto a Diretora McGonagall recolhia as autorizações e dava broncas nos engraçadinhos que tentavam enganá-la. Hermione riu. Como se fosse possível enganar a diretora de Hogwarts.

Logo a multidão começou a diminuir com a chegada das carruagens. Em quartetos, os alunos entravam rapidamente e seguiam viagem. Com um último aceno da diretora, os quatro monitores entraram na última carruagem e fizeram seu caminho a Hogsmead também.

Hermione tinha um bom pressentimento sobre o passeio, embora o clima dentro da carruagem não fosse dos melhores. Pelos boatos que ouvira, Chang e Corner haviam terminado alguns dias atrás. Hermione fez uma careta pensando no quão anti-profissional era aquela situação mas logo dispensou o pensamento quando seus olhos passaram por Malfoy.

Ele estava mais pálido que o normal com grandes olheiras embaixo dos olhos. Embora isso já fosse uma ocorrência comum na aparência do sonserino, Hermione conseguia notar um sofrimento quase palpável debaixo daquilo tudo. Seja lá o que fosse que mantivesse Malfoy sem dormir à noite, não podia ser bom.

Xx

Draco tinha acordado duas horas mais cedo naquela manhã. Mais uma vez estava assustado com o poder de sua mente mostrar variadas formas diferentes de um mesmo pesadelo. Sentia-se cansado o tempo todo e mal conseguia se manter durante um dia inteiro. Blaise percebia, claro, quem não? Sua imagem no espelho revelava o quanto ele estava mal. O moreno parecia ter cansado das atitudes de Draco pois havia deixado-o em paz, apesar de lançar olhares mortais a cada cinco minutos. Draco agradecia pelo silêncio do amigo, uma vez que mal conseguia lidar com a própria mente.

Saindo do quarto o mais silenciosamente possível para não acordar os outros, Draco foi direto para o banheiro. Fez xixi, escovou os dentes e ligou o chuveiro, despindo-se em seguida. A água estava quente, o que era relaxante, mas só fazia o cansaço do seu corpo mais pronunciável. Suspirando, lavou-se rapidamente e desligou o chuveiro. Enrolando a toalha na cintura, voltou para o quarto e vestiu a primeira roupa que conseguiu achar. Não tinha paciência para escolher roupas naquele momento e muito menos para arrumar o cabelo molhado que caía pelo rosto. Alguns dias atrás decidira que iria cortar o cabelo, mas resolveu deixá-lo daquele jeito. Fazia com que parecesse mais velho.

Mais uma vez saiu do quarto, enfiando de qualquer jeito o maço de cigarros amassados no bolso da calça. A sala comunal estava deserta e fria. As luzes bruxuleantes das velas faziam sombras pelo cômodo de pedra dando a impressão de que sempre havia alguém sentado no sofá se olhasse rapidamente pelo canto do olho.

O corredor das masmorras era sempre gelado, mas àquela hora da manhã estava particularmente congelante. Abraçando a si mesmo sobre a fina capa que vestia, fez o longo caminho até a Torre de Astronomia. Não encontrou ninguém pelo caminho inteiro, o que era bom, não desejava ser visto. Pelas grandes janelas do corredor podia ver o céu claro do lado de fora e o sol subindo brilhante atrás do Lago Negro.

Pisando no último degrau no topo da torre, Draco olhou em volta e suspirou aliviado quando não encontrou ninguém. Nos últimos meses, esse era um cenário mais provável do que gostaria de admitir. Embora no fundo seu coração dissesse que gostaria que ela estivesse ali, hoje não era o caso. Hoje seu coração queria paz. Com esse pensamento, tirou o maço do bolso, puxou um cigarro, o isqueiro e o acendeu. Como sempre, a primeira tragada era a mais relaxante, aquela que enchia seus pulmões à capacidade máxima enquanto sua cabeça simplesmente esvaziava. Quando a fumaça voltou a sair pela boca, Draco era outra pessoa. Ainda não se sentia em perfeitas condições, mas aquela calma pouca já era alguma coisa.

Assistiu o sol subir por entre as árvores da Floresta Proibida enquanto apreciava aquele estado de espírito. Aos poucos, começou a ouvir o castelo acordando. Algumas vozes animadas ao longe, outras nem tanto mais próximas. Quando terminou o segundo cigarro, conseguia ouvir movimentos a todo vapor nos andares abaixo.

Guardou de volta o maço no bolso e fez o caminho para o Salão Principal. Encontrou gente animada por todo o caminho, alguns acenavam, outros se limitavam a encará-lo. Draco não se importava. Encontrou os amigos entrando pelas grandes portas do salão. Daphne foi a primeira a vê-lo, fazendo todos pararem e atrapalhar o caminho de quem vinha logo atrás.

“Ei, Draco!” ela saudou, “onde esteve? Ninguém te viu saindo do salão comunal.”

“Estive por aí.” Respondeu. Percebendo que não ganharia uma resposta melhor, Daphne deu de ombros. Pelo canto do olho, Draco viu Blaise murmurar algo enquanto balançava a cabeça.

“Bem, o que estamos esperando? Estou faminto!” exclamou Theo. Com uma revirada de olhos coletiva, o grupo sentou-se à mesa da Sonserina.

O Salão estava um caos. Conversas e risadas altas para todos os lados, pessoas sentadas em mesas de outras casas, outras conversando em casais nos pontos mais distantes. Draco suspirou. Não havia nada que o interessasse em Hogsmead, mas como monitor, era sua obrigação comparecer junto com os outros.

“O que faremos hoje?” ouviu Meg perguntar ao juntar-se ao grupo. “Pensei em irmos ao Madame Puddifoot já que somos três pares.” Ela sorriu e piscou para Draco enquanto os outros quatro se entreolhavam.

“Por quê não?” Blaise perguntou dando de ombros, mas Draco viu o ato pelo que realmente era. Aquilo era definitivamente um sim, se o olhar que Daphne deu para ele quisesse dizer alguma coisa. E pelo sorriso de Meg, ela também tinha visto. Mas Draco teve que segurar a risada ao ver o olhar de desprezo que Astoria lançou a Theo, embora o mesmo nem tivesse notado.

Do outro lado do salão, um grupo sentado na mesa da Grifinória estava em euforia. Seja lá o que estivesse acontecendo, eles pareciam bastante ansiosos. Draco viu quando os Weasley entraram e como todas as cabeças viraram para eles e começaram a fazer perguntas atrás de perguntas para os ruivos. Os irmãos estavam radiantes. Ao lado deles, Granger e Potter não estavam diferentes. O olhar de Draco demorou-se só um pouco a mais do que o aceitável na castanha. Ela parecia feliz, mesmo, mas ainda assim, Draco conseguia ver uma angústia muito bem escondida para quaisquer outros olhares curiosos. Mas Draco reconhecia, pois via aquele mesmo olhar em si mesmo todas as vezes que olhava no espelho. Desviando o olhar da mesa grifinória, Draco engatou numa conversa qualquer com as pessoas que chamavam de amigos.

Ao fim do café da manhã e ao pedido da Diretora Mcgonagall, todos que tinham autorização para o passeio a Hogsmead fizeram seu caminho para o lado de fora. Finalmente quando todas as carruagens partiram e Draco e os outros monitores entraram na única que sobrara, Draco deixou seu olhar vagar pela estrada de terra perdido em pensamentos. Não percebera o clima tenso dentro da carruagem, mas podia sentir aquele olhar aguçado queimar sua pele enquanto Granger o observava calmamente. Draco mal conseguiu reprimir o suspiro de alívio quando começou a ver Hogsmead tomar forma diante de seus olhos. Apenas mais alguns minutos, sussurrou para si mesmo. Se a castanha ouvira, nada dissera.

Xx

Quando descera da carruagem, seus amigos já estavam ali para arrastá-la para longe. O quarteto fez o caminho apressado para o Três Vassouras onde Jorge Weasley os esperava. Ginny parecia prestes a ter um colapso nervoso, mas o sorriso só ficou maior ao ver o irmão sentado em uma das mesas enquanto Madame Rosmerta ria de alguma coisa que o ruivo dizia.

Ginny soltou a mão de Harry, a qual apertava com força segundos atrás e puxou Jorge para um abraço. O irmão mais velho a abraçou com força e suspirou, como se um peso enorme tivesse sido levantado de seus ombros. Hermione trocou sorrisos com Harry enquanto Ron seguia avidamente em direção aos irmãos. Os dois amigos ficaram ali na porta do estabelecimento apenas assistindo a cena, não querendo atrapalhar. Ginny soltou o irmão e deu espaço para Ron abraçá-lo tão forte quanto possível sem esmagar seus ossos. A ruiva sorriu e com as costas da mão limpou as lágrimas dos olhos.

Acabada a reunião de família, Harry foi o primeiro a juntar-se ao grupo, Hermione logo atrás. Estava tão feliz de ver Jorge ali. Ao contrário da última imagem que tinha dele no último Natal, o ruivo parecia vivo. Seu sorriso ainda era tímido, mas estava lá e Hermione não podia evitar enterrar suas dores o mais fundo possível e se agarrar àquela felicidade do momento como se estivesse morrendo afogada e aquilo fosse sua única salvação.

Os amigos sentaram-se à mesa em que Jorge estava anteriormente e simplesmente olharam um para o outro, satisfeitos. Ginny foi a primeira quebrar o silêncio.

“É muito bom te ver.” Ela suspirou, ele sorriu.

“Temo que ainda me verá muito irmãzinha.” Respondeu Jorge.

“Bem, vamos logo com isso, conte-nos a novidade.” Pediu a ruiva. Se tinha uma coisa que ela era, era curiosa.

“Em breve, Ginny, mas me digam primeiro, como vocês estão?”

“Bem,” disse Hermione e os outros assentiram. Jorge tinha o olhar intenso sobre ela, como se tivesse certeza de sua mentira. Mas Hermione sentia-se bem naquele momento. O ruivo assentiu e sorriu ao notar Ron inclinar-se em direção à ela, como havia feito muitas vezes antes. A castanha corou o que só fez o sorriso de Jorge aumentar.

“Estamos todos bem, até onde posso dizer, embora estejamos enlouquecendo aos poucos com tantos estudos.” Elaborou Harry.

"Posso apenas imaginar" disse rindo e todos compartilharam um sorriso, provavelmente lembrando do último dia em que Fred e Jorge estiveram em Hogwarts. “E como vai o nosso mais novo casal?” perguntou Jorge e todos viram com uma certa alegria um brilho típico dos gêmeos no olhar do ruivo. Ron gemeu e enterrou a cabeça nas mãos. Os outros riram. “Mamãe estava louca pra saber mais informações. Ao ponto de me ameaçar se eu não voltasse com algo útil pra casa.” Ele riu.

“Diga que estamos bem e pronto.” Respondeu Ron.

“Não diga que não avisei quando chegar um alto e vibrante berrador pra você na próxima semana, Ron.” respondeu Jorge enquanto dava um tapinha no ombro do irmão.

O ruivo mais novo visivelmente empalideceu e Hermione teve que concordar que aquela ideia era simplesmente aterrorizante. Não tão aterrorizante quanto seus próprios tormentos sobre o assunto sendo tratado no momento.

O grupo riu e continuou a conversa enquanto Madame Rosmerta servia-os.

Xx

Draco assistiu ao quarteto sumir de vista antes de fazer seu próprio caminho até seus amigos. Haviam dito que esperariam por ele na entrada do Madame Puddifoot e lá estavam quando Draco se aproximou.

Astoria não estava em nenhum lugar à vista, o que Draco havia imaginado, mas uma garota que ele não fazia ideia de quem fosse estava de braços dados com Theo. Bem, ele era rápido assim mesmo.

Entraram rapidamente à procura de uma mesa mais escondida possível. Draco olhou com desdém para a decoração do lugar. Tinha um papel florido horrível, com móveis horríveis e almofadas de coração. Draco estava pronto para vomitar quando Meg o pegou pelo braço e o arrastou até a mesa onde os outros se acomodavam.

“Esse lugar é horrível.” Sussurrou Draco para Meg. Ela riu e apontou com a cabeça para os outros dois casais que conversavam animadamente. Draco suspirou e sentou na cadeira de ferro com almofada de coração. Aquele lugar era tão rosa! Com um estremecimento, lembrou-se de Dolores Umbridge e seu escritório rosa com quadros de gatinhos. Puro terror.

Para sua tremenda tristeza, o lugar não servia sequer uma bebida decente. Apenas chás, bolos e doces. Draco estava contando as horas para ir embora, mas Meg estava determinada a fazê-lo confortável ali. No fundo, ele estava agradecido pela tentativa dela de fazê-lo se encaixar em algum outro lugar depois do episódio humilhante, embora merecido, no Três Vassouras.

Depois de um tempo, os dois casais com quem compartilhava a mesa, começaram a trocar saliva. Desconfortável, Draco levantou-se e despediu-se. Não queria atrapalhar o encontro dos amigos com seu mau humor. Meg veio logo atrás, mais uma vez segurando seu braço.

Os dois andaram sem rumo pelas ruas de Hogsmead. O dia estava bonito, o céu azul e o sol aconchegante. Muitas pessoas tinham preferido ficar do lado de fora ao invés de trancafiarem-se em bares e pegar os primeiros raios de sol da estação.

Draco gostava da companhia de Meg. O silêncio entre eles era confortável e ela não insistia em fazer perguntas para as quais ele não tinha resposta. Às vezes ele a pegava dando-lhe um olhar sabido, como se tivesse conhecimento de algo que nem mesmo Draco tinha certeza.

Pararam, sentaram em um banco e ficaram a observar as pessoas passando. Draco apreciava o silêncio. O silêncio era bom quando sua cabeça já estava cheia.

Xx

Ao sair do Três Vassouras, o grupo de amigos fechou os olhos contra o sol. Tinham combinado de caminhar pelas ruas da cidade e aproveitar o ar fresco. Ron segurava firmemente a mão de Hermione, mas a soltou sem pestanejar quando passaram em frente à Zonko’s. Ou o que antes era a Zonko’s.

Agora tinha panos para todos os lados cobrindo as janelas, a porta e o letreiro. Ron parecia perdido, como se tivessem roubado seu Mini-pufe de estimação e entregado de volta apenas os pedaços.

“O que aconteceu com a Zonko’s?” perguntou o ruivo atordoado. Ao olhar em volta, Hermione percebeu que ele não era o único. Várias pessoas paravam em frente à antiga loja e duvidavam do que viam.

Jorge riu do irmão mas ficou sério ao responder a pergunta.

“Quando Voldemort ressurgiu pra valer, a loja foi fechada e nunca mais reaberta. Descobri alguns meses atrás que o dono estava querendo vendê-la.” Mostrou a chave de ferro antiga e caminhou para a porta. “Fred e eu sempre quisemos abrir uma Gemialidades Weasley aqui em Hogsmead” ele sorriu triste. “Achei que ele ficaria feliz se eu seguisse com o plano.”

Ginny desabou em lágrimas e o irmão a puxou para um abraço. Algumas pessoas assistiam à cena com curiosidade, mas os irmãos pareciam não se importar.

“Então, será que ganho um desconto de irmão dessa vez?” perguntou Ron com a voz embargada fazendo todos rirem enquanto Jorge assentia com um sorriso brilhante.


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