Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 27
Chapter 27: Reading


Notas iniciais do capítulo

Bem, como prometido, aqui vai mais um capítulo!!!!
Fico extremamente feliz em ver que vocês não me abandonaram ♥

Leiam as notinhas finais, ok queridos??



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Capítulo 27 - Reading

Se a intenção de Hermione ao sair do dormitório era sentir-se melhor, aquilo havia mudado no momento em que encontrou Draco na Torre de Astronomia para logo em seguida ser deixada sozinha. O arrepio que sentiu nada tinha a ver com o frio, mas sim com o fato de que, obviamente, Malfoy não suportava estar no mesmo ambiente que ela por mais do que alguns segundos.

Tentou ignorar o aperto no peito e o sentimento de mágoa ao respirar fundo. Ao menos o pesadelo havia sido esquecido por alguns momentos. Fazia meses que flashes daquela noite não se infiltravam nos sonhos de Hermione e isso a preocupava. Talvez o incidente com McLaggen tivesse despertado isso de volta para seu consciente. A castanha suspirou e começou a fazer o caminho de volta para seu dormitório, de onde nunca devia ter saído.

Ainda sim, não conseguiu dormir ao voltar. O salão comunal do seu dormitório estava quente por conta do fogo ressuscitado da lareira e ela agradeceu silenciosamente. Foi até a cozinha e colocou a chaleira no fogo, esperando silenciosamente perdida em pensamentos enquanto a água esquentava. A chaleira apitou, assustando Hermione e fazendo-a rir sozinha. Fez o chá que tanto ansiava e sentou-se de pernas cruzadas na poltrona do quarto. O quarto estava mais frio que a sala, mas nada desconfortável. Hermione tomou um gole do chá e olhou pela janela. O céu estava incrivelmente mais limpo do que há uma hora, o que provavelmente comprovava que não haveria uma nevasca a caminho como todos imaginavam. Ainda assim, as arquibancadas do campo de quadribol ao longe mostrava o derretimento da geada que havia caído mais cedo. O final do inverno era o tempo em que o clima ficava mais instável na Inglaterra. O campo de quadribol a fez lembrar que o próximo jogo estava chegando, o que trazia as lembranças infelizes do jogo passado. Felizmente, a Grifinória não jogaria e ela não estaria sozinha.

Hermione suspirou e olhou de volta para dentro do quarto, vendo de relance a caixa preta com o nome em cinza que tanto a atormentava. Esse era um mistério que, ao que parecia, estava longe de ser resolvido em sua mente. Mas, determinada a não desistir, Hermione levantou, colocou a xícara de chá no batente da janela e pegou a caixa com as fotos dentro. Sentindo uma afeição tremenda, Hermione pegou a foto de Mary Anne e acariciou o rosto da menina sorridente no papel. Seu coração doía ao pensar nas últimas palavras que lera do diário da menina. Hermione não desejava sofrer por amor nem para seus piores inimigos. Além de tudo, não podia deixar de pensar na familiaridade da menina consigo mesma. Não conseguia tirar da cabeça que a menina poderia ter sido algum parente distante seu, o que soava um pouco louco.

Deixando as fotos de lado, pegou mais uma vez o diário e abriu na última página lida. Já que não dormiria, poderia ao menos ler mais um pouco do diário. Sentou-se confortável na poltrona que ocupava antes e começou a ler.

“17 de novembro, 1976.

Querido diário,

Hoje no jantar que tivemos na casa de Amon, papai contou que faríamos uma grande festa de Natal e que os Cavali seriam nossos convidados de honra. Eu particularmente estava bastante feliz por poder passar o Natal ao lado de Amon, meu melhor amigo no mundo inteiro, mas Katherine parecia irritada. Quando voltamos para casa, ela e papai discutiram porque ela havia planejado de passar o Natal e fim de ano na França com as amigas. Os dois discutiram como eu nunca havia visto antes, enquanto mamãe tentava acalmar os ânimos. Por fim, papai deu o ultimato de que todos estavam obrigados a comparecer à festa de Natal ou poderiam ser desconsiderados desta família. Todos ficaram em silêncio enquanto Katherine sumia pelo corredor até bater a porta do quarto. Mamãe passou um tempo apenas olhando pro nada, até dar papai um olhar feio e sair da sala também. Eu não fazia ideia do que tinha acabado de acontecer, eu nunca tinha visto Katherine tão brava, assim como nunca tinha visto papai tão bravo. Parece que os ânimos por aqui voltaram a ficar exaltados, só espero que não termine mal para mim.

Mary Anne.”

“1 de dezembro, 1976

Querido diário,

Não aguento mais o clima pesado aqui em casa. Katherine se recusa a falar com papai, enquanto o mesmo finge não se importar, mas eu consigo ver o quanto ele está sofrendo. Ainda não consegui entender exatamente o que aconteceu naquele dia mas foi algo sério e ninguém quer me contar o que foi. Na maioria das vezes eu me sinto como se não fosse da família, pois não me tratam mais como tal. Sinto que há algum segredo grande rondando a gente e eu sou a única que não sei nada sobre. Hoje, mais do que nunca, senti saudade de John. Me peguei pensando no que ele estaria fazendo nesse exato momento e se ainda pensava em mim, se ainda lembrava de mim depois de tanto tempo. Mas algo dentro de mim diz que ele se sente da mesma forma que eu me sinto todo dia durante a sua ausência. Eu peço a Merlin para que um dia voltemos a nos encontrar.

Mary Anne.”

Hermione parou por um momento, pensando na dor que Mary sentia por estar longe do homem que poderia ser o amor de sua vida. Suspirou profundamente antes de voltar a ler.

15 de dezembro, 1976.

Querido diário,

Finalmente parece que o clima pesado está indo embora da casa. Katherine e papai voltaram a se falar, pelo menos se cumprimentam ao passarem pelo outro. Mamãe parece a ponto de um colapso nervoso e fica dividida entre um lado e outro, mas no final acaba tão neutra quanto eu. Eu não dei uma opinião sobre o assunto à ninguém, pois não entendo o que tem acontecido pra poder tomar algum lado.

Mary Anne.”

“20 de dezembro, 1976.

Ontem eu passei o dia visitando minhas amigas de Beauxbatons, assim como Katherine. Papai e mamãe deixaram nós duas viajarmos para visitar nossos amigos antes do Natal. Katherine parece feliz, finalmente, pois pelo visto a briga toda era sobre essa viagem, mas ela ainda parecia triste pois passaríamos pouco tempo. Faziam meses que não via Agnes e Charlotte e vê-las ontem me deixou muitíssimo feliz. Nós três saímos para almoçar, enquanto Katherine e suas amigas ficaram na casa onde estávamos hospedadas. Passamos a tarde inteira colocando a conversa em dia e eu me senti de volta em Beauxbatons quando passávamos horas nos jardins conversando e rindo durante a primavera. A França é absurdamente linda no inverno e eu gostaria que pudéssemos ficar mais do que uma semana.

Mary Anne.”

21 de dezembro, 1976.

Querido diário,

Hoje à tarde, eu, Agnes e Charlotte decidimos que estava frio demais para nos aventurarmos pelas ruas então ficamos pela casa. Katherine sem dúvida alguma estava radiante hoje, o que eu diria que é bem estranho. Ela sentou-se com a gente enquanto tomávamos bebidas e ouvíamos música do rádio velho que havia no salão. Em nenhum momento ela me tratou mal, ou às minhas amigas, o que eu diria, mais uma vez, foi bem estranho. Eu queria que ela fosse assim o tempo todo, feliz, solta, me tratando como sua irmã e não uma conhecida que compartilhava os pais com ela. Nós bebemos, rimos, dançamos e fofocamos um pouco até anoitecer. Foi muito divertido e espero que possamos fazer de novo nos próximos dias.

Mary Anne.”

“22 de dezembro, 1976.

Querido diário,

Eu acho que sei o motivo da felicidade repentina de Katherine. Eu tenho quase certeza de que ela encontrou alguém e está apaixonada. Sem querer, li uma carta que era, aparentemente, para ela. A carta dizia para ela encontrar, seja lá quem for, às 19 horas de hoje para um jantar em um restaurante bruxo famoso e caro de Paris. Hoje ninguém apareceu para me visitar, ou à minha irmã, o que me levou a pensar que só a vi com as amigas uma vez durante toda nossa viagem, embora ela tenha brigado com papai para ver as mesmas. Agora tudo faz o maior sentido, ao menos pra mim. Eu duvido que mamãe ou papai tenham alguma ideia do que está realmente acontecendo e o verdadeiro motivo da irritação de Katherine ao não passar o Natal na França. Ela estava vendo alguém e eu tenho quase certeza que a vi suspirar hoje no café da manhã. Katherine nunca suspira, a não ser de frustração. E aquele suspiro não foi de frustração, foi como se estivesse... apaixonada. Eu não sei o que está acontecendo com o mundo, diário, mas ele parece estar cada vez mais louco.

Mary Anne.”

“23 de dezembro, 1976.

Querido diário,

Hoje eu fiz uma coisa da qual me arrependo muito. Mais uma vez, li uma carta que era obviamente para minha irmã. A carta de hoje tinha um endereço diferente da anterior, mas eu também o conhecia muito bem. Era do tão famoso Palácio de Versalhes.

Ao contrário do que todos contam, o Palácio de Versalhes, pertenceu à um jovem bruxo absurdamente rico e sua família. Poucos sabem que Luis XIV era na verdade um bruxo poderoso e dono de uma das linhagens mais bem vistas de puros-sangues da região da França, além de ter vindo a se tornar Rei no mundo trouxa. Naquela época, os bruxos haviam conseguido uma espécie de acordo com todas as autoridades trouxas para que os mesmos pudessem viver, sem que qualquer trouxa soubesse sua real natureza. Uma das primeiras leis mágicas do mundo bruxo foi criada naquela época, a lei que proibia que qualquer bruxo fizesse magia contra ou na frente de um trouxa, podendo ser sujeito a punições bastante severas. Nem mesmo um homem tão importante e poderoso como o Rei estava acima de tal lei.

Enfim, resolvi que seguiria o casal. O Palácio de Versalhes é um lugar absurdamente grande, onde eu tinha certeza que não seria notada por nenhum dos dois. Resolvi chegar mais cedo do que o horário indicado na carta e apreciar um pouco a beleza do lugar. O Palácio era espetacular, eu sempre fico sem palavras quando vou visita-lo, nunca me canso de sua beleza e da história que guardam suas paredes. Passei a maior parte anterior ao horário de encontro andando pelo palácio e ao dar o horário me aproximei de onde seria o encontro dos dois. Então eu os vi, conversando em frente ao grande lago na entrada, onde muitas pessoas observavam admiradas. Os dois olhavam um para o outro como se não se vissem a anos e Katherine sorriu, tomando o braço do homem para entrar no palácio. Enquanto seguia os dois, a centenas de passos atrás, vi-os entrar na grande Galeria dos Espelhos, onde estava vazio exceto por um único violino flutuando e tocando magicamente a alguns metros da entrada. Pela porta entreaberta, assisti uma das cenas mais românticas envolvendo alguém que eu conheça. O homem, bonito, muito bem vestido e com um sorriso deslumbrante no rosto, ajoelhou-se e proferiu as palavras ‘Quer se casar comigo?’. Infelizmente, foi nesse momento que eu não consegui segurar meu som de espanto e os dois olharam para onde eu estava bisbilhotando pela porta. Katherine ao me reconhecer ficou furiosa e depois de oferecer mil desculpas ao homem, que agora eu sei, chama-se Pierre Beaumont, arrastou-me para fora. Nós discutimos todo o caminho até o ponto onde poderíamos aparatar e eu sem duvidas nunca vi Katherine tão zangada e frustrada em toda sua vida. Ainda me sinto culpada por arruinar o que poderia ser o melhor momento da vida dela e mais ainda por ver que a felicidade havia sido escondida de volta embaixo de toda a arrogância dela. Espero que um dia ela me perdoe.

Mary Anne.”

Hermione parou de ler, um pouco chocada com o acontecimento descrito no diário. Mary Anne não havia feito por mal, isso era óbvio, mas ainda sim, Hermione não conseguia parar de pensar no que Katherine deve ter sentido ao fim daquela história. Hermione ficou ainda mais ansiosa para continuar lendo e descobrir se as coisas haviam dado certo. Ler o diário de Mary Anne era como ler um livro de contos. Hermione abriu mais uma vez o diário e voltou à leitura.

24 de dezembro, 1976.

Querido diário,

Hoje é o dia em que voltaremos para casa. Katherine pouco falou comigo no café da manhã, o que já era o esperado. Apesar de tudo, fui vê-la em seu quarto e a encontrei sentada na cama, parecendo ter chorado há poucos minutos atrás. Ela contou que havia encontrado Pierre em uma de suas viagens para a França e haviam se apaixonado perdidamente de primeira. Ele era um puro-sangue e sua família era bem conhecida no mundo bruxo, o que me faz pensar no por que de tudo ter sido escondido desde o começo. Pedi desculpa mais uma vez, pois era a única coisa que poderia oferecer naquele momento. Ela gritou comigo, disse que eu havia arruinado tudo, que Pierre evidentemente nunca mais iria querer olhar para ela, pois ela havia deixado-o para trás após ter pedido-a em casamento. Depois disso eu a consolei, e implorei pra que ela mandasse uma carta à Pierre para que os dois pudessem resolver o assunto. Depois de muito recusar, dizendo que tinha certeza de que ele não a responderia, ela cedeu e enviou. A resposta veio logo após o almoço e como eu havia imaginado, a carta perguntava se os dois poderiam se encontrar naquela noite e que ele a queria ver, não importava o que havia acontecido. O único problema era que voltaríamos ao entardecer. Nossa chave de portal seria ativada exatamente à 17 horas do dia de hoje. Dei a ideia de chama-lo para a nossa festa de Natal amanhã e que talvez essa fosse uma boa hora para ela apresenta-lo à papai e mamãe. Para minha surpresa, ela concordou. Pierre viria à festa amanhã e eu nunca tinha visto minha irmã tão feliz.

Mary Anne.”

Antes que Hermione pudesse seguir com a leitura, o relógio ao lado da cama despertou, fazendo-a se assustar. Finalmente, ela levantou os olhos do grosso caderno em suas mãos e olhou em volta. O quarto estava inteiramente iluminado pela luz do dia, o que a assustou mais ainda. Não tinha sentido o tempo passar tão depressa, mas obviamente havia passado, pois já havia amanhecido e um sol tímido entrava pelas cortinas abertas da janela.

Hermione colocou o diário de volta em seu armário junto com a caixa das fotos e saiu do quarto para tomar um banho e se preparar para as aulas do dia. Percebeu que sentia fome e não se sentia cansada, embora soubesse que quando a noite chegasse, estaria exausta. Tomou banho, escovou os dentes, vestiu o uniforme e saiu do quarto em direção ao Salão Principal onde encontraria os amigos para tomar café.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi um pouco mais light, mas eu garanto que ele será bem importante num momento mais a frente da história.

*A propósito, todas as informações sobre o Palácio de Versalhes e seu criador foram coletadas da internet mesmo, e a história do mundo magico em si foi inventada por mim. Quanto às infos: não garanto que estejam corretas. Mas se quiserem saber mais sobre o Palácio de Versalhes, eu sugiro pesquisar, sério, o lugar é incrível de lindo mesmo.

**Pra quem quiser dar uma olhada em como é a Sala de Espelhos citada no capítulo, aqui vai uma foto: https://lemaisonloup.files.wordpress.com/2013/07/2005-2007.jpg
(me deixem saber caso o link não funcione)



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