Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 2
Chapter 2: New Room


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o segundo capítulo!
E um muito obrigada a todos que comentaram!!



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Capítulo 2 - New Room

"Com licença diretora" Hermione pediu abrindo a porta da cabine. Ficou surpresa ao ver a quantidade de alunos que tinha lá dentro. Cho Chang, Miguel Corner e Draco Malfoy estavam lá à espera dela.

"Sente-se Srta. Granger." McGonagall esperou que ela o fizesse antes de voltar a falar. "Bem, já que estamos aqui vamos direto ao assunto. Eu escolhi os senhores para serem monitores este ano e espero que não me decepcionem. Ficarão encarregados de levarem os alunos e apresentarem-lhe seus salões comunais esta noite."

Todos assentiram menos Hermione, sua língua estava afiada e pronta para falar.

"Diretora me desculpe, acho que a senhora está um pouco equivocada." Hermione falou calmamente.

"E posso saber porque Srta Granger?" A diretora perguntou curiosa.

"Um ex-Comensal como monitor? Acho que isso não está certo!" Ela lançou um de seus olhares de ódio para Draco no outro canto da cabine. A diretora suspirou, parecendo cansada desse assunto.

"Srta Granger eu creio estar no meu mais juízo perfeito. O Sr. Malfoy será um ótimo monitor, eu tenho certeza. Não me faça questionar o seu cargo de monitora-chefe."

"Monitora-chefe?" Hermione perdeu a linha de raciocínio por alguns minutos e esqueceu completamente de Malfoy.

"Sim, eu escolhi a senhorita para ser a monitora-chefe." McGonagall sabia que ela jamais daria o braço a torcer a não ser… pelo cargo de monitoria chefe.

"Muito obrigada diretora, eu prometo que não vou decepcioná-la." Um brilho que a muito não se via acendeu nos olhos da castanha.

Do lado oposto à ela, o loiro bufou e ela apenas lhe lançou outro olhar de ódio.

"Sei que não querida." Ela disse em tom quase materno mas logo se repreendeu. Não podia mostrar favoritismo com seus alunos. "Vá até minha sala após o jantar para conversarmos sobre o assunto." Hermione assentiu freneticamente. A diretora voltou-se para todos os outros. "A partir de hoje serão responsáveis pelos alunos de suas casas e, com a minha aprovação, poderão definir a punição daqueles que desrespeitarem as regras. Tudo dentro das normas da escola, claro. Serão exemplos para os mais novos e para os mais velhos. Levei um bom tempo para escolher as pessoas que estariam nessa reunião hoje, portanto, confio em vocês para darem o melhor de si." Os quatro assentiram.

"Muito obrigado pela oportunidade, diretora." Agradeceu Corner. McGonagall assentiu e sorriu para o brilho nos olhos do lufano.

"Por hoje é só, estão dispensados."

Todos levantaram-se rapidamente e dispersaram-se pelo corredor do trem. Hermione sorria bobamente quando começou a andar mas logo foi parada por grandes mãos frias. Ela poderia até adivinhar quem era.

"Não sabia que se vendia por tão pouco, Granger." Ele riu irônico e a castanha bufou puxando seu braço do aperto gelado.

"Não sei do que está falando!" Ela fez uma legítima cara de confusão.

"Não se faça de idiota…" Ele revirou os olhos.

"É apenas… algo que eu queria… a algum tempo…" Ela murmurou incerta mordendo o lábio inferior. "E eu não sei porque diabos estou contando isso para um Comensal da Morte."

Enquanto Draco sentia o peso de suas palavras, a castanha virou-se e seguiu seu caminho até a cabine de seus amigos. A conversa cessou quando ela passou no meio deles e sentou ao lado de Ron.

"E então Mione, o que McGonagall queria?" Harry perguntou curioso.

"Ela queria dizer que eu sou a nova monitora-chefe." Ela fingiu dar de ombros mas logo abriu um enorme sorriso.

Ginny que estava ao lado de Harry no banco correu para um abraço.

"Parabéns Mione!"

Logo o abraço das duas garotas tornou-se um abraço grupal.

"Nós sabíamos o quanto você sempre quis isso, fico feliz que tenha conseguido!"

Ela estava prestes a agradecer a Ron pelas palavras quando lembrou-se que Malfoy também tinha sido nomeado monitor e bufou.

"Eu disse algo errado?" O ruivo pareceu apreensivo mas quando ela negou ele soltou um fraco suspiro de alívio.

"Não, apenas lembrei que Malfoy também é um monitor. Vocês têm noção disso?" Ela parecia verdadeiramente irritada com aquilo e percebeu que seus amigos olhavam incrédulos para ela. "McGonagall disse que ele era capaz de ser um ótimo monitor. Tsc. Parece até que ela não estava presente na guerra!"

"Mas isso é inaceitável!" Ron praticamente berrou fazendo todos pularem em seu lugar.

"Não sejam tão duros com o Malfoy, todos temos a chance de nos redimir, inclusive ele. Tenho certeza que foi com esse pensamento que a diretora o colocou como monitor." Ginny expressou sua opinião cautelosamente com medo de seus amigos explodirem com ela. Mas eles apenas olhavam para ela estupefatos mais uma vez. "Sim, isso é o que eu acho."

"Você está louca! Malfoy não merece nenhum tipo de redenção! Ainda não entendo como ele não foi mandado para Azkaban como seu pai." Hermione retrucou ferozmente. Ginny soltou um suspiro triste.

"Eu acho que concordo com Ginny. Veja Snape… No final ele se tornou o herói de toda a história. Acho que nós podemos dar algum crédito à Malfoy." Harry falou calmamente e Ginny simplesmente o abraçou e beijou.

A conversa se encerrou por ali. Todos mergulhados em seus próprios pensamentos.

(…)

Draco ainda estava parado no corredor, absorvendo as últimas palavras de Granger. Aquilo de algum modo tinha lhe afetado e ele lembrou-se de todas as vezes que ele havia chamado-a de sangue-ruim. Parecia que os papéis tinham se invertido. Ele agora era o imundo e tinha consciência disso. Balançando a cabeça para evitar os pensamentos inoportunos, começou a andar de volta para sua cabine. Quando estava quase lá, alguém grande e alto entrou no seu caminho. Antes que ele pudesse xingar o idiota por atrapalhar sua passagem, ele reconheceu seu amigo.

"Zabini!" Ele exclamou, sentindo-se satisfeito por encontrá-lo. Nunca tinha estado tão feliz por ver alguém.

"Malfoy!" O moreno exclamou verdadeiramente surpreso. "Então os boatos são verdadeiros… Temos um Comensal entre nós!" Suas últimas palavras foram dramatizadas e ele fez um gesto de quem estava desesperado.

"Você é um idiota!" Draco murmurou sorrindo. "Mas estou feliz em te ver aqui."

"Bem, então acho que vai ficar feliz em saber que Theo também está aqui." Ele sorriu maroto. "Você sabe o que isso significa não é?"

Sim ele sabia, mas tinha certeza de que não fazia mais sentido aquilo, uma vez que todos o desprezavam.

"Me inclua fora dessa, não acho que vai ser uma boa ideia… Você sabe, as pessoas me olham estranho." Ele deu de ombros.

"Meu caro, tenho certeza que nosso charme encobre toda essa baboseira de Comensal e além do mais, somos o Trio Sonserino, trio, Draco.”

(…)

Depois de longas horas, finalmente a noite caiu sobre eles, avisando que Hogwarts estava cada vez mais perto. Com um solavanco, o trem parou na estação de Hogsmeade e os alunos eufóricos começaram a fazer seu caminho até a saída. O trio de ouro, sendo seguido de perto por Ginny saiu, dando de cara com Hagrid aos gritos. Os primeiranistas estavam completamente assustados com seu tamanho.

"Olá crianças!" Ele disse brevemente, voltando a prestar atenção aos alunos mais novos.

"Estou ansiosa para ver como o castelo ficou depois da reforma!" Hermione falou pros amigos e eles concordaram.

Nos outros grupos de amigos, a conversa era a mesma. Todos queriam saber como tinha ficado o castelo depois de ter sido parcialmente destruído durante a Guerra. Se havia mudado muita coisa ou se ainda era a mesma velha Hogwarts de sempre.

Os quatro entraram numa carruagem, habitualmente puxada por testrálios, os quais todos agora podiam ver, infelizmente. Uma conversa morna se iniciou durante os poucos minutos do percurso de Hogsmeade até Hogwarts.

Já quase lá, algumas cabeças penduraram-se para fora da janela para olhar pro enorme castelo à frente. Os olhos de Hermione brilharam quando ela viu a beleza do lugar. A carruagem estacionou e eles desceram, levando seus malões da forma que podiam. Logo eles foram esquecidos na entrada do Salão Principal enquanto todos ainda admiravam a maravilha da reforma. A última vez que tinham visto o Salão Principal, ele estava em ruínas e lotado de corpos. Esse pensamento pareceu ter abatido a quase todos pois o silêncio se fez maior que tudo.

Os quatro sentaram-se à mesa da Grifinória e quando todos tinham tomado seu lugar, a diretora levantou para fazer seu discurso.

"Boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Eu fico muito feliz de vê-los outra vez aqui neste salão." A bruxa lançou um olhar discreto para a mesa da Sonserina. "Como sabem, o ano que se passou foi o mais difícil para todos nós, mas felizmente tudo acabou como esperávamos. Nós perdemos muitas pessoas queridas naquele dia mas não podemos nos deixar abater. Tenho certeza de que era isso que eles iriam querer, afinal, eles morreram lutando para termos a nossa paz de volta."

Algumas pessoas já choravam baixinho com o discurso da diretora e Hermione lutava contra suas próprias emoções para não fazer parte desse grupo. Engoliu em seco e respirou fundo, tentando buscar um pouco de ar para seus pulmões.

"Como sabem, nossos queridos professores Severo Snape e Caridade Burbage infelizmente foram um dos que perderam a vida nessa guerra. Por isso, apresento a vocês seu novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Sr. Frank Marshall." Todos aplaudiram o homem que levantou e acenou da mesa dos professores. Ele parecia jovem, ao menos mais jovem que os outros professores. Devia ter pelo menos uns 35 anos. Era moreno, alto, cabelos claros na altura dos olhos, - esses eram castanhos como os de Hermione - tinha uns músculos leves sobressalentes na blusa formal branca. Era bonito. “Nossa nova professora de Estudo dos Trouxas, Srta. Natalie Bright.” Essa era uma mulher jovem, cabelos pretos compridos e olhos azuis piscina. Usava roupas trouxas e parecia uma hippie dos anos 60. Lembrava um pouco a Prof. Trelawney mas era absurdamente bonita. “E finalmente, nossa nova professora de Transfiguração, Sra. Missy Harrison.” Uma senhora de uns 60 anos, alta e cabelos brancos, que parecia tão severa quanto a própria McGonagall, levantou e assentiu para todos. “Agora eu gostaria de chamar os alunos do primeiro ano…”

O restante do jantar passou relativamente rápido. Algumas conversas jogadas fora enquanto comiam e riam. Mas Hermione estava alheia à todos a sua volta, mal tinha tocado na comida em seu prato. O jantar chegou ao fim e ela levantou-se para encaminhar os primeiranistas até o Salão Comunal da Grifinória. Depois de todo seu discurso, ela disse-lhes a senha e foi ao encontro de seus amigos.

"Preciso encontrar McGonagall, vejo vocês mais tarde."

Eles assentiram e ela logo saiu, deixando-os para trás. Andou distraidamente pelos corredores, seus pensamentos voando longe. Nem havia se dado conta que já havia chegado à Torre da Gárgula. Nem havia se dado conta também de que não tinha a senha. Mas antes que tivesse realmente pensado nisso a gárgula se moveu revelando a escada até o antigo escritório de Dumbledore. Ela subiu e viu a gárgula voltar pro lugar no momento em que pisou no batente da porta. Com duas batidas fortes para anunciar sua entrada, ela abriu a porta e entrou.

"Boa noite Srta. Granger, estava à sua espera, sente-se.”

A castanha sentou na cadeira defronte a diretora e esperou que ela falasse.

"Primeiramente devo avisar que hoje à noite mesmo a senhorita fará a transferência de seu dormitório na Grifinória pro quarto de monitor-chefe, seus pertences já foram enviados para lá. Em segundo, devo avisar-lhe que ficará encarregada do baile de inverno deste ano, assim como o baile de formatura."

"Mas é.. mas é muita coisa."

"Não se preocupe, pode pedir a ajuda de alguém se preferir. Você cuidará também de todos os assuntos relacionados à ronda e me entregará ao final de cada semana um relatório. A senhorita agora é responsável não somente pelos alunos de sua casa mas também pelos outros monitores."

"Certo."

"Essas são suas obrigações mais pertinentes no momento. Caso surjam outras ao longo do ano, me encarregarei de avisá-la." 

As duas ficaram em silêncio por alguns segundos. Então Hermione olhou incerta para a nova diretora sentada na antiga mesa de Dumbledore e respirou fundo. McGonagall apenas esperou pelo que viria mais cedo ou mais tarde.

"Posso lhe fazer uma pergunta?" Pediu Hermione.

"Fique à vontade, Hermione." respondeu McGonagall.

"Por que Malfoy?" A diretora balançou a cabeça diante da pergunta previsível.

"Acredito que tenha passado pela sua cabeça em algum momento que todo ser humano merece uma segunda chance."

"Sim, mas... ele fez mal a... várias pessoas e... tinha a intenção de matar Dumbledore."

"Veja bem, Hermione, Draco Malfoy não foi acusado de nenhuma morte ou qualquer outra coisa durante sua audiência. A única coisa que ele poderia ser acusado era de ter pais horríveis que o fez ser quem o é."

"Exatamente!" exclamou a castanha. "O que indica que Malfoy não será como o pai?"

"Nada." McGonagall respondeu calmamente. "Mas Lucius Malfoy está preso e Draco Malfoy está livre. Tanto de Azkaban quanto da prisão dos ideais de seu pai." A mulher encontrou os olhos de Hermione, pedindo silenciosamente para que deixasse a raiva de lado e entendesse seus motivos. "Estou dando uma segunda chance para que ele nos mostre que pode ser alguém melhor longe da influência do pai."

Hermione não estava satisfeita, mas não havia nada que podia fazer, então assentiu. A diretora a analisou por alguns momentos antes de suspirar e levantar-se de sua cadeira.

"Venha, vou lhe mostrar onde fica seu novo quarto."

As duas saíram e andaram por vários corredores e escadas em completo silêncio. Algo na expressão da diretora demonstrava pena, mas Hermione não soube por que. Até alguns segundos depois.

"Soube do que aconteceu com seus pais, Hermione."

Então era isso. A castanha fingiu-se de surda e cega e apenas concentrou-se no caminho que as duas faziam.

"Soube também que não contou a ninguém. Por que fez isso? Não acho uma boa ideia guardar algo desse tamanho só para si."

"Eles já têm sofrimento demais, não precisam de mais um." O ar ficou escasso em seus pulmões e ela não fazia ideia de como sua voz tinha soado forte.

"Você sabe que seu pensamento é errado, eles são seus amigos e…"

"Não quero mais falar sobre isso." Ela falou bruscamente e logo se arrependeu por ser tão rude. A diretora soltou um longo suspiro e continuou em silêncio.

"Chegamos." McGonagall anunciou quando pararam de frente ao quadro de uma mulher magra e de pernas longas, usando um vestido longo e esvoaçante que demarcava seu belo corpo. A única coisa que permitiu à Hermione identificar quem ela era foram seus cabelos de cobra em movimento. Medusa.

"Sua senha é: Cerveja amanteigada. Fique à vontade para mudá-la se quiser." Com um aceno de cabeça a bruxa mais velha virou-se e voltou pelo mesmo caminho em que vieram. Hermione notou que estava no quinto andar, bem próximo ao banheiro dos monitores.

Dizendo a senha que a diretora lhe dera, entrou no quarto. Não era bem um quarto. Estava mais para um apartamento. À primeira vista tinha uma sala com uma lareira, um sofá de couro e alguns pufes com uma mesa de centro. Logo mais atrás tinha uma porta que estava aberta, mostrando que era uma espécie de cozinha. Num corredor à esquerda havia duas portas. Ela abriu a da direita e viu que era o quarto. Grande, com uma cama de casal que parecia divinamente aconchegante com lençóis vermelho grifinória, um armário bonito e antigo no canto e uma poltrona colocada estrategicamente abaixo da enorme janela para quem quisesse admirar a paisagem lá fora.

Ela saiu e abriu a outra porta. Um banheiro, branco e simples, mas ela não podia ver como ficar melhor. Saiu do banheiro e descobriu uma outra porta no fundo. Curiosa, foi até ela e abriu. Seus olhos arregalaram em surpresa e seu queixo caiu. Era uma biblioteca. Pequena é claro, mas uma biblioteca, só dela. Seus olhos brilharam em expectativa enquanto suas mãos passavam descontraidamente pelas capas dos livros.

Quando havia terminado de conferir todos os títulos que tinha, ela saiu da sua nova biblioteca particular e entrou no seu quarto. Avistou no canto seu malão e se pôs a caminhar até ele. Puxou de dentro seu pijama preferido e o vestiu. Estava exausta e precisava de uma boa noite de sono, ou pelo menos precisava tentar.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos!!